O Início
Bela levantou-se do chão e olhou ao redor, no momento em que sua irmã despencava em cima dela. Empurrando Julie para o lado, ela bateu as mãos em seu vestido floral e olhou ao redor, ao lado dela passava uma ruiva, com seus dezesseis anos. - Mamãe? - perguntou, arqueando a sobrancelha.
Julie bateu as mãos em seu vestido, idêntico ao da irmã. A menina olhou, levemente incomodada com a poeira e a umidade que havia no local, foi então que olhou para o lado e constatou que Gina Weasley passava por elas. – Vem! – disse, arrastando a irmã atordoada.
- Ela... ela não fala com a gente! - disse, com os olhos marejados. - Nós somos tão insignificantes assim pra senhora, somos? - indagou, sendo arrastada por Julie.
- Ah Bela... – disse Julie, ainda puxando a irmã pelo braço – Não comece a chorar agora! Mamãe não pode nos ouvir, ela é uma lembrança! – As gêmeas seguiram Gina até uma sala mal iluminada e gélida.
- Mas... eu estou com medo, Ju! - murmurou, agarrando-se ao braço da irmã. Entraram em uma sala aparentemente vazia, vendo Gina olhar para os lados, quando a porta foi fechada e de trás dela saiu, nada mais nada menos que Draco.
- O que quer? – indagou Draco Malfoy, seco. O rapaz fechou a porta atrás de si, e sentou-se em uma mesa empoeirada e corroída por cupins, no fundo da sala. O loiro fixou seus grandes olhos acinzentados na garota a sua frente, ligeiramente curioso.
- Bem – começou Gina, insegura. A menina começou a apertar o nó dos dedos, hesitante – Eu já sei de tudo – informou, suspirando pesadamente e estufando o peito, logo em seguida.
- Obrigado pela parte que me toca, Weasley. - disse seco e revirando os olhos. - Pode me informar porque diabos me chamou aqui? - interrogou grosseiramente, olhando em volta.
Bela colocava as mãos na boca, nunca imaginando os pais brigarem daquela forma.
- Porque eu queria falar com você – informou Gina, igualmente fria. A garota conjurou uma cadeira, e sentou-se ali, cruzando as pernas. – Escute...- começou Gina pacientemente – Eu descobri sobre tudo Malfoy e...Cale-se! Eu disse pra me escutar! – ordenou, ao perceber que Draco abrira a boca para retruca-la. A ruiva acomodou-se na cadeira, procurando as palavras ideais a serem usadas em um momento delicado como aquele. – O motivo pelo qual te chamei aqui, é que quero oferecer a você meu apoio.
- Apoio? Apoio? - Draco deu um meio sorriso. - Porque eu precisaria de apoio de uma Weasley? - indagou com a voz cansada.
- Porque você estaria perdido se não o aceitasse! – exclamou. A ruiva avançou em cima de Draco, que esbugalhou os olhos e tentou segura-la pelos ombros.
- O que você vai fazer? – indagou, tentando se livrar das mãos da garota, em vão. Gina havia levantando a manga da capa de Draco, e agora olhava diretamente para uma marca em seu braço. O rapaz puxou o braço rapidamente e o cobriu com a manga novamente, ligeiramente embaraçado
- Eu sabia! – exclamou Gina novamente, olhando diretamente para os olhos do rapaz – Você precisa parar por aqui, Draco!
Draco sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha, como uma corrente elétrica. Talvez não pelo fato de Gina ter descoberto a marca negra cravada em sua pele, não que isso não fosse potencialmente catastrófico, mas o que mais o abalou foi o pronunciamento de seu nome, soando tão natural.
Sua boca abriu varias e varias vezes, mas não emitindo som algum, ele olhou para o chão. - Olhe aqui, eu já tenho problemas o suficiente para você vir me dizer o que é certo e o que é errado! - gritou tão alto, a ponto de ficar vermelho, cerrando os punhos e deixando as juntas dos dedos ficarem brancos. Levantou-se de subito e socou a parede, apertando a mão contra a barriga em seguida.
- Está vendo! – disse, observando o garoto controlar a dor - Você não serve pra isso! Você não é da laia deles! – afirmou, suspirando pesadamente – Eu estou sim, te dizendo o que é certo e errado, porque parece que você não tem capacidade o suficiente pra distinguir sozinho, Draco. Nós vamos ganhar essa guerra, você-sabe-quem vai ser destruído e você vai acabar levando o mesmo destino se não passar para o nosso lado enquanto ainda dá tempo...
Julie abriu a boca espantada, e olhou para a irmã, que parecia a beira das lágrimas novamente
Draco enterrou as mãos no rosto, mas Gina pode ver que por elas escorriam lagrimas brilhantes. - Você não sabe de nada! NADA! - gritou amargamente, encostando-se na parede e deixando-se escorregar – Porque está fazendo isso? Porque está tentando me ajudar, Weasley?
Gina corou violentamente, gaguejando logo em seguida. As gêmeas não chegarem a saber o que a mãe havia dito depois, pois tudo começou a girar num misto de cores e formas, e num segundo, as duas encontravam-se caídas no chão do sótão
Bela olhou assustada para Julie, com os olhos marejados e a face vermelha. - Ele... ele... ele é um comensal? Ju? - indagou, chacoalhando a irmã, ainda sentada no chão.
- Bem... – começou Julie, hesitante. Demorou alguns minutos para processar o que vira na penseira, e sem duvida nenhuma, isso a abalou – Bela pare de chorar! – disse, ao ver a irmã debulhar-se em lágrimas
- Eu...não...consigo – disse a menina, entre soluços – Ele...era...um...comensal!
-E daí? Você não quer ver as outras lembranças? Então pare de chorar! – a menina abriu outro frasco e o despejou na penseira, mergulhando logo depois.
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