Broken Heart
_ Gina…?! Gina?!
_ Ah! O que? Falou alguma coisa? Acho que eu estava dormindo de olhos abertos.
_ vc está sempre assim e está tão fria comigo.
_ Dino, eu... – tentou explicar-se Gina sem êxito
_ Vc está sempre aérea, vivendo em um mundo paralelo e me evita, que está havendo? Não gosta mais de mim? Não quer mais ser minha namorada?
_ Claro que quero Dino – disse segurando a mão do garoto – eu só estou confusa, ando pensando em muitas coisas
_ Por exemplo... em Harry Potter? – disse Dino com simplicidade mas ainda assim irônico.
Gina ruborizou e sentiu a pele de seu rosto ferver.
_ De onde tirou essa idéia?! – disse Gina na defensiva
_ Vc olha para ele diferente... diferente de... como olha pra mim, entende?... Ah! Que besteira, deixa quieto Gina, eu devo estar com ciúmes, sei que vcs dois não passam de bons amigos.
Gina não disse nada, permaneceu calada, sabia que aquilo era verdade e provavelmente Dino não fora o único que percebera. Ela se aproximou de Dino e o beijou. Ele a abraçou forte, ela sentiu sua mãos afagarem seus cabelos cor de fogo e lisos, e voluntariamente imaginou que aquele garoto a sua frente não era Dino, mas sim... Harry, com toda sua meiguice infantil e ao mesmo tempo tão vivido, tão experiente e inteligente. De súbito, Gina voltou a si como se tivesse despertado de um sonho em que nem se dera conta de ter entrado.
_ Puxa – exclamou Dino – É... acho que foi besteira da minha cabeça mesmo.
Gina sabia que não era, mas o que diria a Dino se soubesse quem enquanto Gina o beijava, imaginava-se beijando outro garoto. Isso a deixou ainda mais confusa, quanto tempo mais iria enganar a si mesma, iria iludir seus sentimentos já tão óbvios para ela, quanto para os outros, quanto tempo mais iria persistir na tentativa infrutífera de se apaixonar de verdade por Dino, se Harry não saia de seus pensamentos.
_ Vamos, já está tarde, temos que ir logo pra sala comunal – disse Gina se levantando e tomando a dianteira.
Os dois namorados subiram em silêncio até a sala comunal da grifinória, sempre aconchegante e receptiva.
_ Muito bom treino, parabéns – disse Harry sorrindo para Cho.
_ Ah! Poderia ter feito melhor – respondeu Cho, soltando os longos cabelos negros que antes estavam presos num rabo de cavalo, e agitando-os graciosamente.
Harry se viu meio que hipnotizado pela beleza oriental da garota.
_ Me acompanha até minha sala comunal? – disse ela sensualmente.
_ Claro, vamos – respondeu Harry na mesma hora´.
Os dois caminharam de mãos dadas e em silêncio até as grandes portas do castelo de Hogwarts.
_ A irmã do Weasley é muito esquisita sabia? – disse Cho de repente
_ Qual das duas? – perguntou Harry confuso.
_ A pirralhinha do quinto ano.
_ A Gina? – disse Harry surpreso e um pouco irritado pelo modo de como Cho havia se referido à Gina.
_ É, a gente se encontrou no corujal esses dias e ela foi tão hostil, e eu não falei nada demais, só perguntei se vc falava de mim, e ela simplesmente riu na minha cara.
Harry não compreendeu a situação.
_ Mas como assim? – perguntou ele confuso.
_ Ela gosta de vc amor – respondeu Cho com simplicidade – E tem ciúmes de mim.
Harry riu – Não, Cho, nada a ver, isso era antes, hoje ela namora um outro garoto, meu colega do sexto ano.
_ Isso não significa nada – disse Cho aborrecida.
_ Onde vc está querendo chegar? – perguntou Harry – Eu estou com vc não estou? Porque esse ciúmes idiota?
Harry se arrependeu na hora de ter falado isso quando viu a reação da namorada.
_ Claro, Potter, acontece que eu não gosto de saber que tem uma garota que por acaso é irmã do seu melhor amigo, cuja casa vc passa metade das férias, a fim de vc! – disse soltando fogo pelas narinas. Harry teria preferido enfrentar o rabo córneo novamente frente a isso.
_ Cho... vc não precisa se preocupar – disse Harry mansamente tentando domar a fera – Eu e a Gina somos só...
_ Boa Noite Potter – disse Cho e saiu disparada em direção à torre onde se situava a sala comunal da corvinal.
Harry ficou olhando abobado para ela a medida em que se afastava, só então se deu conta de que já era mais de nove e meia da noite, mas não se importou, se dirigiu tranqüilamente até a sala comunal da grifinória, disse a senha e entrou. Notou que a sala estava vazia, exceto por uma pequena forma adormecida na poltrona em frente à lareira. Se aproximou e viu que era Gina, seus longos cabelos ruivos pendendo rente ao encosto da poltrona, ela despertou assustada...
_ Ah?! Harry? O que houve, minha nossa eu devo ter adormecido aqui se nem notar – disse ela – vc está vindo de onde?
Harry não respondeu imediatamente, lembrou do que Cho havia dito sobre Gina, seria possível que ela realmente tivesse realmente...
_ Não importa onde eu estava... quero lhe perguntar uma coisa
_ Diga – disse Gina assustada com o tom levemente ignorante.
_ A Cho me disse que...
_Ela disse o que? – disse Gina visivelmente aborecida.
_ Disse que vcs duas disse que vc foi hostil com ela e...
_ EU? – disse Gina indignada – eu não fiz nada Harry, o que ela lhe falou?
_ Apenas isso, só que vcs duas tinham se encontrado no corujal e...
_ Ela é uma mentirosa de mão cheia mesmo – indignou-se Gina que sentia os nervos a flor da pele.
_ Ela não é mentirosa Gina – defendeu-a Harry – Não vou admitir que vc fale assim d...
_ Ta ok, Harry, seria bom que vc não deixasse que a paixão bloqueasse sua visão, a Cho é muito...
_ Vc não é ninguém pra ficar opinando na minha vida – disse Harry muito alterado
_ Sou sua amiga Harry, só quero que vc fique...
_ Então me deixa em paz ok? – disse Harry agora com visível ignorância.
_ Vc é muito grosseiro e antipático Harry – disse Gina abobalhada com o comportamento infantil de Harry.
_ E vc é encrenqueira e metida – retrucou o garoto
Gina não respondeu boquiaberta, nunca havia discutido com Harry antes.
Eles ouviram passos descendo as escadas, era Dino Thomas
_ Que está havendo aqui, ouvi gritos.
Harry lançou a Gina um olhar fulminante e esbarrou em Dino ao passar para subir ao dormitório, enquanto Gina balançava a cabeça pasmada com o que acabara de acontecer.
_ O que foi que deu nele? – perguntou Dino
_ Síndrome da Aborrecência – respondeu Gina.
_ Ah! – fez Dino com um que de compreensão – mas vcs estavam discutindo feio né?
_ não vem ao caso – desconversou Gina – esquece, bem... vou dormir, boa noite!
_ Boa Noite – respondeu Dino sorrindo
Gina não retribuiu o sorriso, apenas se virou para subir as escadas, estava se sentindo muito mal pelo que havia acontecido, e pouco estava acreditando que discutira feio com Harry.
No outro dia, Gina acordou bem cedo para a aula de Herbologia com a profª Sprout, esta matéria os quintanistas cursavam junto com a casa Corvinal. Gina sentia muito a falta de Fred e George na escola, eles sempre tinham um antídoto perfeito para animar um dia tempestuoso, e sem dúvida Gina estava em um desses dias.
_ Gina? – disse uma voz atravessando o corredor que Gina cruzava rapidamente em direção ao grande salão.
_ Que foi? – disse ela com ignorância.
_ Nossa, eu só estava te achando meio triste, vim perguntar o que houve – disse a voz assustada de Hermione.
_ Ah! Desculpe Mione – disse Gina se dando conta da idiotice que fizera – eu estou meio chateada realmente.
_ Que foi? – perguntou Hermione que na verdade já sabia da resposta.
_ Humf! – disse Gina fechando mais ainda a cara - Potter – concluiu para encerrar o assunto.
_ Ah... – fez Hermine sem disfarces.
_ Discutimos ontem a noite – disse Gina.
_ Vcs discutiram sobre o que? – disse Hermione enquanto as duas adentraram o salão.
_ Ele é um banana, cego, aquela... aquela...
_ Chang? – interpôs-se Hermione.
_ É – conteu-se Gina pra não dizer o que queria dizer – só ele não consegue ver que ela é uma...
_ Garota difícil – interpôs-se Hermione novamente
_ E uma...
_ Indecisa
_ Quer parar de me cortar Hermione
_ Gina, estamos em público e a mesa da Corvinal está logo ali.
_ Eu nem ligo, ele é um idiota e absurdamente cego.
_ Quem? – disse uma voz logo atrás de Gina, extremamente familiar.
_ Harry? Estávamos falando de Percy, mas e aí como foi a aula de Adivinhação? – disse Hermione desconversando.
_ Sei - disse Harry fingindo acreditar.
_ Sabem... estou achando muito estranho essa calmaria. – disse Harry
_ Como assim – perguntou Hermione desviando o olhar de Rony que se acomodara ao lado de Harry.
_ Voldemort, há dias que o profeta diário não publica nada sobre ele.
_ Harry, sem dúvida estão tentando abafar os casos que ocorrem – disse Hermione
_ Mas o próprio profeta diário já admitiu que Você-sabe-quem retornou de vez – disse Rony
_ Mesmo assim Rony, não querem causar ondas de pânico e já colocaram mais de 100 aurores na busca.
_ Como tem certeza disso? – perguntou Gina
_ Não tenho, mas suponho que seja isso, qual seria outra explicação? – disse Hermione
_ Mudando de assunto... – começou Harry – no próximo final de semana vamos para Hogsmeade, eu e a Cho queremos ir...
Gina levantou-se de um salto, bufando de raiva e saiu batendo os pés, dando a volta entre as mesas até se acomodar ao lado de Luna Lovegood na mesa da Corvinal.
_ Vc faz de propósito, não faz? – perguntou Hermione zangada.
_ O que? - disse Harry cínico.
_ Harry, não se faça de idiota, porque vcs dois discutiram ontem?
_ Ela já espalhou pra Hogwarts inteira? – disse Harry cada vez mais irônico, enquanto Rony se escondia atrás de um prato enorme de arroz com bacon.
_ Não fale assim Harry, ela me disse que vcs dois...
_ Ela é metida Hermione, gosta de se meter onde não é chamada e...
_ Ela se preocupa com vc Harry.
_ Se se preocupasse me deixaria em paz, e além disso porque ela se importa tanto comigo?
_ Será que não é obvio, Harry?
_ Só se for pra vc...
_ Ela gosta de vc Harry!
_ Pensei que já tivesse superado isso desde o quarto ano.
_ É, mas acho que não superou
_ Então porque ela está namorando com o Dino?
_ Pra tentar esq... ora, porque não pergunta pra ela hein?
_ Não estou interessado.
_ Insensível – disse Hermione indignada – se eu fosse vc, pediria desculpa
_ Se você fosse eu, eu calaria a boca.
Hermione fechou a cara para Harry e começou a comer rapidamente o bife acebolado com anchovas e salada.
Por um momento Harry foi tomado pela raiva, mas se sentiu pesaroso por ter sido grosseiro com a amiga e também com Gina, lembrou-se do que sentiu antes do começo do ano letivo nos terrenos da toca, e ao mesmo tempo surgiu em sua cabeça a imagem de Cho, será que seu romance com Cho não estava sendo prolongado a mais do que devia? Ele ainda sentia algo por Cho, e ela por ele? Aliás, será que ela já alguma vez sentiu algo por ele realmente?
O resto do dia se passou como sempre, aulas monótonas, mais um “D” em poções etc.
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