Bacalhau com Natas... rsrsrs
As férias tinham acabado e no dia seguinte iria começar um novo período de degradante e enfastiante trabalho.
- Parece que estou desempregado outra vez. – murmurou Draco espreguiçando-se.
Estava sentado no sofá de Karina a ver um filme de terror, era meia noite.
- Disseste alguma coisa? – inquiriu Karina trazendo dois pratos com bacalhau com natas na mão.
- Que estou desempregado. – respondeu Draco. – Isso cheira bem.
- Claro que cheira e sabe bem. – informou Karina sentando-se ao seu lado e passando-lhe o prato. – Mas tu não estás desempregado, és auror!
- Assim como tu, mas tu tens ainda outro trabalho, és chefe lá de um departamento qualquer. – afirmou Draco levando uma garfada de comida à boca.
- Não faço nada de interessante, se não fosse chefe era tudo muito mais fixe. – suspirou Karina.
Fez silêncio, enquanto observavam um espírito a deslizar pelo soalho da casa representada no filme.
- Já estou farto deste filme. – disse Draco levantando-se. – Vou mudar de VDV.
- Estás à vontade, põe o que tu quiseres... e é DVD, não é VDV – riu-se Karina.
- Vai dar ao mesmo. Vou pôr... desenhos animados, já não vejo há muito tempo. – declarou Draco.
- Criancinha! – riu-se Karina.
- Eu não sou criança, é para o nosso filho ver. – afirmou Draco categoricamente.
- Qual filho? – inquiriu Karina olhando Draco como se ele estivesse louco.
- O que vai nascer, ‘tá claro! – disse Draco voltando a sentar-se.
- Estás grávido, é? Estou tão feliz!!! – exclamou Karina dando-lhe um beijo. – Eu bem sabia que a tua barriga estava maior.
- O quê?! – disse Draco aflito olhando para o seu próprio corpo. – Achas que estou a engordar?
- Claro que não! Tenho a certeza. – informou Karina maldosamente.
Draco levantou-se desajeitadamente e deixou cair o prato de comida ao chão.
- Draco, olha o que fizeste? Acabaste de desperdiçar o meu bacalhau com natas!!! – disse Karina aborrecida. – O meu amado bacalhau com natas...
- É pior que isso, eu estou a engordar! – exclamou Draco aflito.
Karina conteve-se para não dizer nada e foi buscar a varinha, fazendo desaparecer toda a porcaria que o seu namorado tinha feito.
- Tens aí algum espelho? – perguntou Draco levantando a t-shirt.
- Na casa de banho. – respondeu Karina cruzando os braços. – E sabes que mais? Eu estava a brincar contigo.
- Queres dizer que não estou mais gordo? – quis saber Draco esperançoso.
- Sim, mas és um granda cromo, desculpa lá dizer. És bem pior que muitas mulheres que conheço. Nunca pensei. – advertiu Karina. – Acho que tenho que arranjar alguém mais macho...
- Ó amor do meu coração, pensei que não te importasses com o aspecto exterior! É que eu também estava a brincar.
- Claro que estavas... – comentou Karina ironicamente. – E nunca mais te faço seja que tipo de comida for.
- Ah! A menina ficou chateada por causa do bacalhau com natas! Sinceramente, nunca pensei! Era só um prato de comida! – fez ver Draco.
- Não era só um prato de comida, era um prato de comida feita por moi. – disse Karina. – Tu sabes que eu não cozinho nada de jeito.
- Não fiques assim biju! – murmurou Draco dando-lhe um beijo na cara. – Eu juro que para a próxima não entorno nada.
- Pois não, não vai haver próxima. – declarou Karina.
- E posso saber porquê? – perguntou Draco levando as mãos à cintura.
- Vou contratar um cozinheiro. – respondeu Karina voltando a sentar-se.
- Uma cozinheira. – corrigiu Draco.
- Não, é mesmo um cozinheiro. – disse Karina.
- Olha lá o trabalho que vais dar ao homem! Vir a tua casa fazer-te o pequeno-almoço e ir-se embora, vir fazer-te o almoço e voltar a ir-se embora, vir fazer-te o jantar e ir-se embora... coitado!
- Eu tenho muitos quartos livres. – disse Karina simplesmente.
- Mas... não o podes pôr a dormir cá, é inadmissível! Ele pode tentar assaltar-te ou coisas bem piores! – argumentou Draco tentando tirar-lhe a ideia da cabeça.
- Draquinho, eu sei-me defender. – sorriu-lhe Karina.
- Não, não sabes! – disse Draco chateado.
- Desculpa? – inquiriu Karina.
- Tu moras sozinha, não podes pôr um homem cá dentro sem mais nem menos, mesmo sendo um cozinheiro! – protestou Draco.
- Cá para mim estás com ciúmes. – disse Karina.
- Ciúmes, eu?!
- Melhor, deves estar é com medo que eu te troque por ele. – murmurou Karina suavemente.
- Eu? Medo? Estás muito enganada. Mas se quiseres arranjar lá o teu cozinheiro arranja, estou-me pouco lixando. – disse Draco vestindo o seu blusão de ganga.
- Vais já? – perguntou Karina.
- Vou, já é tarde. – murmurou Draco irritado e dirigiu-se para a porta.
- OK lindo. – disse Karina levantando-se e correndo para o apanhar. – Até amanhã. – e deu-lhe um beijo na boca.
- Karina, a sério, não arranjes um cozinheiro. – pediu Draco.
- Nada feito Don Juan. – disse Karina.
Draco bufou de raiva e desmaterializou-se.
Karina voltou para dentro de casa e abriu a boca bocejando de sono.
- É melhor eu escrever já um anúncio com: Cozinheiro precisasse. – riu-se e foi até à biblioteca onde se acomodou à secretária.
Tirou um bocado de pergaminho de uma gaveta e começou a escrever:
Sessão de Anúncios do Profeta Diário:
Cozinheiro precisa-se
Tel. Para 359456132 ou
Para 355261100
Paga-se bem
- Acho que vão entender. – riu-se Karina. – E o Draco vai ficar tão podre...
Foi até à janela e chamou pelo seu belo falcão de estimação a quem atou à pata o pedaço de pergaminho.
- Tens de levar isso à editora do profeta diário. – informou Karina. – Ainda esta noite.
Deu-lhe um beijo no bico e deixou-o ir.
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