Recrutando Ajuda
Capítulo II – Recrutando ajuda
Ela levou um bom tempo para encontra-lo, numa das varandas. Estava tão nervosa e entretida com seus pensamentos que nem percebeu que atrapalhava algo mais que uma simples conversa quando se aproximou.
_Sirius, ainda bem que te encontrei eu... Ah! – ela viu o primo soltar a boca de uma garota (que usava um vestido sem ennhum decote a mostra, pode perceber) e rubrou no mesmo instante – Desculpa, to atrapalhando...
_Oi Dro! Prima! Que saudades!
Nem parecia que ele estava beijando a garota segundo antes. Sirius a abraçou daquela forma calorosa que tinha de demonstar quanto sentia sua falta sempre que se encontravam.
_Não ta atrapalhando nada não... Até por que a Edrin já estava indo embora, não é?
A garota fez um biquinho encimado, mas Sirius pareceu irredutível, sendo assim ela se levantou e, apos mais um longo beijo que arrancou dele, saiu.
Ele riu antes de voltar a encarar a prima.
_O que o senhor estava fazendo? – ela perguntou ao mesmo tempo que colocava a mão na cintura.
_Eu? Me despedindo ué...
Ela olhou na direção em que a moça saíra.
_Mas aquela não era o seu par na valsa.
_Não... – ele deu de ombros – O que eu posso fazer se tenho muiiiitttaaasss amigas para me despedir?
_Ai Sirius! Quando vai largar mão de ser cafajeste, heim?
_Quando deixar de ser um Black, quem sabe... – ele riu da prorpia piada, afinal, mesmo querendo e não se considerando como tal, ele seria para sempre um Black, era algo que não podia mudar – Desculpe por não ter te cumprimentado na mesa, mas... você sabe.
_Tudo bem... Nem sei o que podia acontecer se você se aproximasse... Por isso resolvi te procurar, para te dar os parabéns. Quem diria, meu priminho se formando em Hogwarts. Mas dois anos e o Régulos também se forma... estamos ficando velhos.
_Experientes... Mas e ai, como estão as coisas na faculdade?
_Bem...
_E o namoro?
Ela deu de ombros.
_Ainda não sei como dizer a família.
_Já falei o que penso por carta, não foi... QUE SE DANE A FAMILIA!
_É... Eu sei qual a sua opinião... Pode deixar. Assim que tiver certeza que é com o Ted que quero mesmo ficar eu vou me danar pra família. Mas, enquanto isso não acontece, preciso de sua ajuda para outra coisa.
Ele a olhou curioso.
_Bom, na verdade é mais uma idéia. Eu me meti num rolo por causa da Bella e da Cisa, não vem ao caso agora o por que... Mas o fato é que eu tenho que aprender algo e rápido.
_Aprender? Precisa do que, de um professor?
_É, mais ou menos isso. Mas não posso pedir ajuda a nenhum dos meus porque... bom... não é algo muito licito.
Sirius deu a sua tradicional gargalhada, mais parecida com um latido de cão.
_Minha prima certinha quer aprender algo ilícito? Céus, o mundo tem concerto! Não acredito nisso!
_Não brinque Sirius, é sério... Preciso de ajuda.
Ele segurou o riso e tentou pensar.
_Bom, se precisa de um professor, acho que conheço alguém que pode te ajudar.
_Quem?
_O Remo. – o nome era familiar, mas Andrômeda não conseguia lembrar da onde – Meu amigo de sala...
_Formando? Não, não Sirius, preciso de alguém mais avançado e...
_Vai por mim Dro, se precisa aprender algo rápido, vai precisar de livros, e eu não conheço ninguém que saiba mais de livros do que o Remo. Ele vai te ajudar, pode ter certeza.
Ela soltou um suspiro.
_Bom, acho que para começar vai ser bom... Me faça um favor, pergunte se ele pode me dar essa força e peça para me escrever... O mais rápido possível.
_Pode deixar comigo. – ele deu um beijo em sua testa, com 17 anos o rapaz já era pelo menos um palmo mais alto que a jovem de 20.
Andrômeda devolveu-lhe o cumprimento, na bochecha e retornou o salão.
Sirius esperou a prima se afastar fingindo uma paciência que não tinha. Já estava infinitamente atrasado, precisava chegar ao jardim da ala sul para mais uma despedida. Dispensar a menina em alguns minutos e voltar a tempo para o salão... Sua companhia já devia estar desconfiada.
Por isso nem pensou duas vezes em se transformar num enorme cachorro preto para percorrer mais rapidamente o percurso. Deu certo, chegou ao local a tempo de se recompor, antes da garota chegar.
_Olá, Larrence... – disse meloso quando ela apareceu.
Mais uns quinze minutos de “despedidas” e ele arrumou uma nova desculpa para faze-la ir embora. Como a anterior, Larrence também fez biquinho, mas acabou aceitando se retirar.
Ele suspirou satisfeito, ajeitou a gola da blusa, arrumou o cabelo, e deu o primeiro passo em direção ao salão. Mas foi novamente interrompido por uma prima.
_Ora, ora, ora... Quem diria que o delinqüentezinho da família sabe ser um grande cafajeste. – virou-se surpreso.
Fazia anos que não a via, mas reconheceria aquela voz a quilômetros de distância. Como imaginava lá estava ela, sentada no banco que ele ocupara a pouco com Larrence.
E como estava linda, braços estendidos no encosto do banco e pernas cruzadas deixando as coxas mais a mostra do que seria polido pelo fenda do vestido vinho. Ah sim, e um decote que, apesar de menos ousado que da sua acompanhante, era, de longe, muito mais atraente...
_O que você quer aqui, Bellatrix?
Ela levantou insinuante, parou a sua frente, com o rosto muito próximo ao dele. Sempre fazia aquilo, pelo menos desde que percebeu que o jovem primo ficava... digamos... nervoso com aquilo. Mas ele não era mais um menino entrando na puberdade, já sabia se controlar o suficiente para não deixa-la ter a impressão de comando.
_Nada, estava só passeando quando me deparei com a cena. Estou surpresa que você saiba beijar tão bem, parabéns, ela saiu sem fôlego daqui.
_Duvido muito que esteja impressionada com os meus dotes, prima. Que me lembre nunca ligou muito para eles.
_Isso até perceber que você tem bem mais a me oferecer, primo... – ela deslizou a mão pela gravata negra que envolvia seu pescoço, deu um puxão de leve, fazendo uma fraca pressão, então sorriu – Hogwarts me trás tantas lembranças sabe... Esse jardim então, nem se fala. Lembro que o meu primeiro beijo foi aqui... A minha primeira vez então... foi bem ali naquele banco sabe...
Estava começando a ficar difícil ignorar a proximidade dela, ainda mais com aquele tema tão inapropriado.
_Bellatrix, fala logo o que você quer que eu...
Ela deu um puxão na gravata o fazendo engasgar. E continuou o discurso fingindo que ele não a havia interrompido.
_Lembro de muitas, muitas coisas... Mas o que eu realmente não me lembro e de haverem cães pretos aqui no colégio...
_Deve ser porque não há... – ele fingiu muito bem não se importar com o comentário.
_Jura? Então por que eu acabei de ver um se transformando em você e beijando aquela garota depois? – “Droga!” Esbravejou consigo mesmo, ela o havia visto na pior hora possível – Então o meu querido priminho é um animago... Clandestino suponho... Imagino que o Ministério da Magia vai adorar saber disso.
_E eu imagino que você vai adorar contar para eles.
_Não... não vou. – ela envolveu a nuca dele com os braços, se ele não estivesse verdadeiramente enrascado até pensaria em se aproveitar daquilo – Isso se você me ensinar o que sabe, claro.
Sirius piscou duas vezes.
_Animagia?
Ela deu de ombros.
_Por que, acha que sabe mais alguma coisa que eu não sei?
Ele tirou as mãos dela da nuca, a afastando um pouco.
_E como vou saber que não vai me delatar?
_Pense, garoto. Depois que tiver aprendido serei um animago clandestino também... Teremos o mesmo segredo. Se eu te entrego, você me entrega.
_Faz sentido... Bom, se não há outra saída para o impasse, semana que vem eu te procuro e...
_Amanhã, Sirius... – ela voltou a puxar a sua gravata, deixando o rosto dele muito próximo ao seu novamente, virou a face e falou no seu ouvido – Pode deixar que eu te procuro...
Enquanto isso, dentro do Salão...
_Olá Potter...
A doce arrepiou toda a coluna de Tiago. Mas se engana quem pensava que o fato era devido a voz ser feminina, não, o problema na verdade era que aquela voz não devia estar tão perto dos seus ouvidos. Pelo menos não ali.
_Narcisa, o que diabos está fazendo aqui? – perguntou sem se virar para encarar a loira que havia parado atrás dele enquanto servia dois copos de ponche.
_Vim dizer olá Potter... Não posso?
_Lógico que não... Nós estamos na nossa formatura, lembra?
_por isso mesmo... Queria te dar os parabéns...
Ela estava sendo cínica, ele detestava isso.
_Narcisa Black, nós estamos no meio de uma festa, sua família está aqui, minha família está aqui, o seu namorado está aqui e a Lílian também... Quer o que, que todo mundo perceba é? Diz logo o que você quer, anda.
De costas para ela Tiago não podia ver a cara sorridente que Narcisa fazia, ela adorava tira-lo do sério, porém, o tom de voz manhoso que usara foi bem diferente da expressão da face.
_Eu vim porque preciso da usa ajuda e queria saber se você vai me ajudar, oras...
_Você sabe que eu vou. Eu sempre te ajudo, esqueceu?
_Não, por isso resolvi te procurar logo. – a voz parecia mais animada – Preciso que me ensine uma coisa.
_O que?
_Animagia.
Ele a olhou surpreso.
_Animagia?
_Shii, disfarça... – ela fingia pegar alguns salgadinhos sem encara-lo – É, animagia...
_Você ta louca?
_Por que?
_Aprender animagia? Você? – agora era a voz dele que passava uma graça irritante, que a tirava do sério, Narcisa teve que conter a vontade de virar a mão com tudo no sorriso besta que ele provavelmente tinha as suas costas.
Por sorte ela sabia se conter muito bem.
_É, Potter, animagia... o que diabos tem demais?
_Pensei que mulheres ricas e lindas não precisassem aprender nada para arrumar um bom casamento.
Ela o encarou irritada e como imaginava ele ostentava com aquele sorriso cínico e enervante.
_Vai...
_Algum problema, querida. Esse rapaz está te encomodando?
_Ah... Não, claro que não Lucius... – ela olhou para o namorado, nem havia percebido a aproximação dele tamanha era a sua raiva – Você sabe que coisas insignificantes não me incomodam... Mas vamos embora daqui. – ela virou pegou-o gentilmente pelo ombro, o fazendo virar em direção a mesa, deixando claro que o seguiria, enquanto isso olhou por cima do próprio ombro, a tempo de ver Tiago piscando o olho para ela.
_Animagia, que piada! Essa loira tem cada idéia.
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