Eu? Cuidando de uma criança?

Draco acorda com alguém em cima dele. – Blaise! Para com isso! Eu quero dormir...

Ele ouve uma voz desconhecida. Uma voz de criança... Criança?

Draco abre os olhos lentamente e olha para a menina que o encara. Estranhamente, não está assustado. É outro sonho... pensa

A menina olha pra ele com ar curioso. – Por que você está chamando o tio Blaise? - Ela pergunta

Draco – Quem é você?

A menina para. Coloca as mãos na cintura. – Pai! Você ta sonhando? Ta com uma cara esquisita... (volta a sacudi-lo) – Anda! Levanta! Você prometeu... (joga-se por cima dele)

Ele senta-se na cama e fita a garotinha. A menina, que veste um vestido amarelo com desejos de unicórnios, deve ter uns três ou quatro anos. Cabelos castanhos cacheados na altura do ombro e profundos olhos azuis...

Draco (intrigado) – Lizzie?

Lizzie – Claro que sou eu, ne pai! Sua filha preferida!

Draco (espantado) – E eu tenho outra?

A menina olha pra ele com ar intrigado e começa a rir – Você está esquisito. (pega na sua mão e o puxa da cama) – Vamos... Ta ficando tarde. Você falou que ia descançar só um pouquinho depois do almoço... Você prometeu!

Draco – Prometi o que?

Lizzie – Você prometeu... Vamos sair... A mamãe está trabalhando... Só nos dois! Olha pra ele, os olhinhos marejados. – Não vamos mais?

Draco olha para a menina que está a um passo de chorar. Se sente mal por estar causando a situação – Vamos sim – As palavras escapam de sua boca. Que diabos estou dizendo? Pensa. Eu? Levando uma criança para passear?

A menina atira-se em seus braços – Oba!

Draco se dirige para o banheiro.

A garotinha vai atrás e fica olhando.

Draco molha o rosto... enxuga...

A garotinha continua olhando

Draco – O que foi?

Lizzie – Eu quero fazer xixi...

Draco olha pra ela desconcertado e prepara-se para sair do banheiro. Quando chega a porta ouve Lizzie chamando-o – Pai! Aonde você vai?

Draco (meio desconcertado) – Você não quer usar o banheiro?

Lizzie – Pai! Você tem que me ajudar... Eu não consigo fazer tudo sozinha...

Draco para. Definitivamente esse sonho está começando a me assustar. Como se ajuda uma criança a ir ao banheiro? Olha para a menina que está tirando a roupa e olhando pra ele.

Lizzie – Me senta logo... Eu tou apertada!

Sentar? Como assim? Olha para a menina que esta aguardando. Ela olha pra ele e para o vaso sanitário. Ah! Sim...

Ele pega a menina e a segura no vaso. Ela termina. Dá descarga e lava as mãos. Bem educada pensa sorrindo.

Lizzie o segura pela mão e senta-se com ele na cama – Pai... Você está estranho! Você ta doente? Se não quiser sair tudo bem...

Draco percebe uma expressão triste em seu olhar. Não posso fazer isso com ela. Pensa.

Draco – Não, minha linda! Ta tudo bem. Aonde você quer ir?

Lizzie (sorrindo) – O de sempre oras!

Draco pensa – O de sempre! E eu sei lá o que é o de sempre. Se ao menos esses sonhos fossem seqüenciais! A última vez que estive aqui ela era apenas um bebê. Mesmo sem querer Draco não consegue conter um sorriso ao se lembrar do sonho anterior.

Lizzie – Vamos tomar sorvete! (para por um momento. Pensativa) e depois a gente podia ir buscar a mamãe no trabalho dela. Vamos fazer uma surpresa!

Draco – A... Hermione?

Lizzie – Lógico né pai! É a minha mãe! Ai você aproveita pra ir ao médico... Você ta muito estranho!

Draco – Médico?

Lizzie (já perdendo a paciência) – Você esqueceu que a mamãe trabalha no hospital? Ta com... Como é mesmo que fala... Magnésia?

Draco sorri. Essa menina tão pequena já conhece essa palavra... Era de se esperar, sendo filha de quem é. – Amnésia, minha linda. Não... Não estou. É que acabei de acordar.

Lizzie – Então me ajuda a trocar de roupa. Sai do quarto arrastando Draco pela mão.

Draco entra naquele que foi seu antigo quarto. Ele continua em tons suaves de amarelo. Como no primeiro sonho... Mas o berço foi substituído por uma cama. Em cima dela, várias bonecas. Na cômoda varias fotos. Draco fica observando. Em sua maioria ele, Hermione e Lizzie. Ela continua linda...

A voz da menina lhe chama a atenção – Pai! O que eu vou vestir?

Draco olha sem saber direito o que dizer – O que você quiser...

Lizzie – Oba! Posso mesmo?

Acho que não devia ter dito isso. Mas diante da carinha da filha não há como voltar atrás. – Claro!

Ela escolhe um vestido azul claro com pequenas flores brancas. Draco ajuda com os botões. Nunca pensei que fosse me sentir bem fazendo uma coisa dessas. Pensa enquanto penteia os cabelos da menina. Até que não sou tão desajeitado assim...

Lizzie – Prende o cabelo...

Prender o cabelo? Como se faz isso? Draco começa a ficar preocupado novamente. A menina fala – Não... Melhor não. Vou colocar a tiara.

Ela pega uma tiara branca com florzinhas azuis e dá para Draco.

Bem. Pensa ele, aliviado. Acho que isso eu dou conta. Coloca a tiara nos cabelos dela.

Lizzie – Pronto! Podemos ir.

Draco – Calma! Deixa eu me trocar primeiro.

Como é que nos vamos? Pensa Draco enquanto se troca. Ela não pode aparatar e acho que é muito pequena para usar flu... Só se eu fizer uma aparatação conjunta...

Mas eu nunca fiz isso! Não faz nem um ano que aprendi a aparatar.E se algo acontecer...

A menina olha pra ele e estica os braços em sua direção. Draco pega Lizzie no colo. Bem. Pensa ele. Nesse sonho louco eu já devo ter feito isso antes. Vamos lá... Aparata.

Draco e Lizzie aparatam no beco diagonal. Ainda bem que deu certo...

NO BECO DIAGONAL

Eles chegam à sorveteria. Draco sorri enquanto a menina se lambuza com o sorvete. Ele não cansa de olhar para a menina que está parecendo uma bonequinha com seu vestido azul que realça ainda mais os seus olhos.

Lizzie (encarando Draco) – O que foi?

Draco pensa – Cismada igual à mãe dela... – Nada. Só estou vendo o quanto você é linda.

A menina sorri

Draco – Agora você fica quietinha enquanto eu vou pagar a conta.

A menina fica sentada e Draco se dirige ao caixa. Após pagar a conta ele volta para a mesa. Mas Lizzie não está lá...

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