O falso Walter Dursley



Rua dos Alfeneiros, número quatro. Harry Potter estava em sua cama. Pensava em tudo que lhe havia acontecido nos últimos meses. Horcruxes, Príncipe Mestiço, a morte de Dumbledore... Sabia que agora não tinha ninguém para ajudá-lo na sua busca pelas horcruxes. Dumbledore, aquele que um dia fora o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, estava morto. O único bruxo que confiava até nas teorias mais loucas, mais fantasiosas de Harry. Embora Harry não suportasse a idéia de Dumbledore confiar tanto em Snape, Dumbledore sempre o ouvia e sempre respeitou sua opinião. “Como Dumbledore pode ter se enganado desse jeito?”, pensava Harry, “Como podia confiar tanto naquele...” Vivia xingando Snape em seus pensamentos. Mas agora o problema era as Horcruxes. Harry iria ao casamento de Fleur e Gui, depois iria a Godric's Hollow, e depois... Depois não sabia. Não sabia o que iria encontrar na casa onde seus pais foram mortos, nem o que aconteceria depois dali. “Talvez”, pensou Harry, “Dumbledore já foi até Godric's Hollow e não encontrou nada” . Contudo, era o que Harry tinha que fazer. Ou, pelo menos, era o que ele pensava que tinha que fazer. E tudo isso era daqui à 7 dias, apenas 7 dias para Harry completar a maioridade bruxa.

De repente entrou uma pequena coruja no quarto de Harry. O pouso não foi dos melhores, mas pelo menos Pichitinho continuava bem. Harry pegou a carta do seu pequeno bico e acariciara as penas da pequena coruja. A carta era da Sra. Weasley:

Harry querido,

O casamento de Fleur e Gui será daqui à 3 dias. Se os seus tios permitirem, estamos dispostos à buscá-lo. Se não permitirem... vamos buscá-lo do mesmo jeito. Mas fale com eles primeiro. Nos responda o mais rápido possível. Iremos buscá-lo depois de amanhã ao meio-dia.

Atenciosamente,

Molly Weasley

Fora a melhor notícia que Harry poderia receber no momento, apesar de não ter sido surpresa, já que esperava por ela.

Já era hora de levantar. Foi até a porta, desceu a escada e vira algo muito estranho na sala. Seu tio estava com uma roupa muito estranha. Uma roupa de uso trouxa, mas numa combinação terrivelmente estranha. Parecia mais um bruxo tentando se disfarçar de trouxa.
- Harry, por favor, venha cá.
Harry não teve dúvidas. Correu rapidamente ao seu quarto, pegou a varinha e ficou parado, em pé. Nenhum barulho, absolutamente nenhum ruído. Então, depois de mais ou menos uma hora, tomou coragem e abriu a porta. Não viu ninguém e desceu a escada, com a varinha em punho. Virou para sala e não havia ninguém. Foi até a porta da cozinha e estavam todos lá: Tia Petúnia, Duda e Tio Walter(pelas roupas, o verdadeiro). Gardou a varinha no bolso e entrou na cozinha.
- Garoto, venha cá. – Disse tio Válter com sua voz desprezível.
Harry, embora odiasse seu tio, ficou, de certa forma, feliz por agora ter certeza que aquele realmente era seu tio. – Petúnia, viu a cara daquele barbeiro? Muito estranho. Nunca o vi antes... Garoto, está fazendo o que aí parado? Venha logo aqui, já!
Harry foi até o tio e, então, percebeu que ele agitava um envelope na mão.
-Garoto, sabe o que é isso? – Falou ele, nervoso.
-Hum... – disse Harry. – Acho que... bom... será que é uma carta? – Disse ao tio, sarcásticamente.
-Oras... claro que é uma carta... perguntei se sabe do que a carta trata...
-EU SEI MUITO BEM O QUE VOCÊ QUIS PERGUNTAR! – disse, ou melhor, gritou. – Eu não sou burro só porque eu não estudo no colégio idiota que o dudinha estuda.
-Seu moleque... veja lá como fala...
Harry pegou a varinha. O tio automaticamente se calou.
-Agora, se não quer que eu lhe lance um feitiço, fale logo do que trata essa carta.
-Bom... é... deixe me ver, a carta é de um tal Avo Dumblodor.
-Alvo Dumbledore? – disse Harry estendendo a mão para pegar a carta, estava com um olhar curioso e terrível. A reação do tio foi estender a carta à Harry.

Caro Harry,

Se está lendo essa carta é porque tudo deu certo. Você seguiu meu conselho e voltou a casa dos seu tios, muito bem... E, provavelmente, eu devo ter morrido. Se perceber, Harry, vai ver uma coruja em cima da casa de seus tios um pouco escondida. Ela é sua. Está aí desde que você voltou à casa dos seus tios. O nome dele é Forthaber. Cuide bem dele.

Bom, temos assuntos mais importantes à tratar. Deve estar pensando em ir para Godric's Hollow, mas não vai encontrar nada lá, a não ser uma casa destruída e alguns objetos, que, lhe garanto, não são importantes. Os objetos importantes já não estão mais lá. Estão bem guardados e você não precisa ter acesso a eles. Pelo menos não ainda. Agora, Harry, preciso que faça o seguinte: qualquer carta que receber, abra e mostre a Forthaber. Sobre qualquer tipo de coisa. Qualquer coisa. Depois, quando completar dezessete anos, vá até a estação King Cross. Fique tranqüilo, você estará seguro. Lá encontrará um homem, encostado na entrada da plataforma 9 ¾. Fale com ele, ele é confiável. Bem, por enquanto é só isso, Harry.

Atenciosamente,

Alvo Dumbledore

“Por enquanto é só isso?”, pensou Harry, “Ele vai mem mandar mais cartas? Ele está morto.” Harry achou aquele muito estranho e, esquecendo-se de avisar aos seus tios que em dois dias iria sair da casa dos Dursley para sempre, esquecendo até da existência deles, foi até o lado de fora da casa e:
-Forthaber! – Falou ele um pouco alto, mas não gritando(você pode imaginar a reação que os vizinhos teriam se vissem um “delinqüente” gritando no quintal dos Dursley).
A coruja desceu imediatamente: suas penas eram alaranjadas, seus olhos pareciam ouro puro. Harry nunca vira uma coruja tão elegante – nem mesmo Edwiges. Seu vôo foi tão maravilhoso como o canto de uma fênix. E, então, ela pousou no braço de Harry. O olhou bem fundo nos olhos, como se o reprovasse por alguma coisa.
Então, Harry viu algo familiar naquele olhar. A coruja lhe lembrava alguém. Não sabia quem, mas lhe lembrava.
Então voltou ao seu quarto, pegou alguns doces que Rony e Hermione haviam mandado para ele, e começou a comer. “Será que Dumbledore está vivo?”, pensou Harry, “Mas ele mesmo escreveu que estava morto. Como Pode?”
Era muito estranho, muito estranho mesmo. Forthaber estava do lado de Edwiges: parado, como uma estátua.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.