A missão de Griffyndor



Capítulo 12: A missão de Griffyndor

Harry abriu os olhos e sentiu uma dor aguda nas costas. Logo se lembrou do ataque dos galhos no corredor de Godric’s Hollow. Olhando para o teto e para as cortinas, reconheceu a enfermaria de Hogwarts. Juntando suas forças, tentou se levantar, mas foi contido por uma mão suave que tocou seu ombro.

- Nem pense nisso! Trate de descansar! – disse a voz que Harry reconheceu logo. Aquela voz era da pessoa que ele mais desejava ver no momento. Olhou em direção à mão e viu o rosto de Gina que, sorrindo, continuou a falar. – Você matou a gente de susto e portanto trate de se comportar.

Um segundo de horror passou na cabeça dele e, com um olhar assustado, perguntou para Gina:

- Cadê o Rony e a Hermione? Eles estão bem?

- Está tudo bem – respondeu Gina afastando as cortinas.

Na cama ao lado de Harry, Rony estava deitado e Hermione sorrindo segurava sua mão.

- E aí cara, tudo bem? – perguntava um Rony sorridente ao amigo.

- Tudo bem. Mas como conseguimos voltar? A última coisa que me lembro é de você com a taça na mão e eu desmaiando – disse Harry.

- Rony te tirou de lá junto com a taça e voltamos para Hogwarts pela chave de portal – disse uma Hermione orgulhosa.

- Não foi bem assim – falou um Rony um pouco envergonhado. – Primeiro você me salvou lá dentro quando se colocou na minha frente, segundo, embora eu tivesse conseguido tirar você de lá, se Hermione não tivesse pego uma amostra da planta que nos atacou e tivesse aparatado em direção da chaleira, estaríamos mortos. Sem a amostra, a Professora Sprout não poderia identificar a planta que nos atacou e o Professor Slughorn não saberia que antídoto usar.

- Nem me venha com essa, Ronald Weasley! Se você não tivesse entrado com o Harry é bem provável que ele não estivesse aqui! – Hermione ralhou com o ruivo.

- É verdade, Rony. Se você não estivesse lá, nunca conseguiríamos – Harry sorriu em agradecimento ao amigo.

- É, pode ser – Rony abaixou os olhos e ficou rubro de vergonha.

Hermione se aproximou do garoto, abraçou-o e lhe deu um beijo.

Harry olhou para cena e em seguida para Gina. Quando a menina o encarou, ele virou para o lado de Hermione e na tentativa de mudar de assunto perguntou:

- Mas que planta era aquela, Mione?

- Era uma serpente da terra – respondeu Hermione. - Há muito tempo se julgava extinta. Mas parece que existia uma ainda, não é...

- E quem descobriu a cura? – perguntou Harry.

- A professora Sprout identificou rapidamente a planta, mas o Professor Slughorn disse que seriam necessários pelo menos três dias para preparar a poção – respondeu Hermione.

Incomodado com o fato de Hermione parar de falar, Harry não se conteve e disse:

- Então como eu não morri? O que aconteceu em seguida?

- Aí que está. Quando parecia que não havia mais esperança para vocês dois, porque embora Rony não tivesse sido arranhado pelos galhos o veneno dela também ataca quando inalado na fumaça, uma coruja entrou na enfermaria trazendo um bilhete e um frasco com um líquido esverdeado preso em suas patas – disse Hermione.

Durante alguns segundos, novamente os quatro permaneceram em silêncio. Hermione então olhou para Harry e continuou:

- O bilhete dizia que vocês deveriam usar logo a poção contida no frasco ou morreriam – disse Gina.

- O professor Slughorn fez uma pequena análise no frasco e chegou à conclusão de que era bem “provável” que fosse a poção serpensentidia, que curaria vocês dois rapidamente. Mas disse que não havia como saber se ela tinha sido adulterada para causar mais mal do que bem.

- Como o tempo de vocês estava se esgotando, e se não tomassem o antídoto morreriam, a Professora McGonagall decidiu lhes dar a poção que a coruja trouxe – continuou Gina da onde Hermione tinha parado.

- Para felicidade de todos, a poção começou a agir e vocês foram recobrando a cor e o aspecto natural. De acordo com a Madame Pomfrey, estarão prontos para deixar a enfermaria amanhã – concluiu Hermione.

- Mas que dia é hoje? Há quanto tempo estamos na enfermaria? – perguntou Harry.

- Hoje é quarta-feira e vocês estão aqui desde domingo de madrugada – disse Gina.

- E a taça, onde está? – perguntou Harry assustado.

- A taça está na sala da Diretora. Ela e Dumbledore estão guardando ela. Ele nos disse para encontrá-lo na sexta-feira para discutirmos o que fazer – disse Hermione.

– Só que dessa vez ele me quer lá também – disse Gina. – E acho que não temos como dizer não a ele.

Seguiu-se um breve silêncio, que foi quebrado por Gina.

- Agora é melhor vocês descansarem. E se alguém vier perguntar, digam que sofreram um acidente na aula de técnicas de combate mágico. Foi isso que a Professora McGonagall mandou a gente dizer – Gina deu um beijo na testa de Harry e um na testa de Rony.

Ela foi se retirando da enfermaria e parou na porta, dizendo:

- Você não vem Mione? Já não basta ter ficado todo o tempo grudada na cama de meu irmão enquanto ele estava dormindo? Se não trago alguma coisa pra ela comer, é bem capaz de que quem morresse fosse a Mione – Gina tinha um ar maroto enquanto Mione ficava vermelha.

- Olha quem fala! Não queria sair do lado da cama do Harry. Se a diretora não a obrigasse a ir às aulas para não chamar, a atenção era bem provável que dormisse aqui – respondeu Hermione, se despedindo de Harry e dando um beijo no namorado.

- Mione! – Gina agora ficava vermelha e saía da enfermaria furiosa.

Antes de sair, Hermione virou e sorriu para Harry.

Harry soube na hora que Hermione não precisava dizer mais nada. O amor de Gina por Harry continuava forte.

Harry olhou para o colega e disse:

- Obrigado por me ajudar.

- É pra isso que servem os amigos – respondeu Rony. – Agora é melhor dormimos ou Madame Pomfrey nos mata.

E os amigos se deitaram e rapidamente dormiram profundamente.






No dia seguinte, Harry e Rony acordaram e se prepararam para ir ao Salão Principal. Pouco antes de saírem, Gina e Hermione chegaram na enfermaria e os acompanharam.

Harry notou que Gina estava calada e imaginou que ela estava envergonhada pelo que Mione disse, e resolveu não tocar no assunto.

Quando o grupo entrou no Salão Principal, uma avalanche de alunos se dirigiu a eles querendo saber o que havia acontecido e como eles estavam. A sorte de Rony e Harry é que eles haviam combinado de dizer que não se lembravam de nada e que provavelmente isso era culpa do problema na aula.

Gina e Mione apenas olhavam segurando o riso, pois até os alunos do primeiro ano tinham ido falar com eles e não lhes davam sossego para tomar o café. Até que num dado momento, Rony explodiu e gritou para que todos os deixassem em paz.

Após o café, eles seguiram para suas aulas, mas antes de se separarem, Harry puxou Gina para um canto e disse olhando nos olhos da garota:

- Só quero que saiba que sinto a mesma coisa e que quando tudo isso acabar, ficaremos juntos – e deu um beijo no rosto da garota.

Harry sorriu e seguiu em direção aos amigos para ir para a sua aula. Antes, deu uma olhada pra trás e viu uma Gina sorrindo ao ir para a aula.

O dia de aula prosseguiu normalmente. Após o jantar, todos foram se deitar.

No dia seguinte, os quatro seguiram para a sala da Diretora após o café e a encontraram lá com a taça sobre a mesa.

- Dumbledore quer falar com vocês, estarei lá fora se precisarem – disse a Professora McGonagall, se retirando da sala.

Os quatro foram até a frente do retrato de Dumbledore e foram saudados por ele:

- Bom dia. Quero parabenizá-los. Realmente muito impressionante, embora deva dizer que precisamos ter mais cuidado daqui por diante.

- E agora professor, o que faremos? – perguntou Hermione.

- Agora vem a parte mais trabalhosa, que é descobrir como destruir a taça – respondeu Dumbledore.

- E como faremos isso? – perguntou Rony.

- Imagino que o único jeito seja todos procurarem soluções e então as discutiremos e decidiremos quais devem ser tentadas – respondeu Dumbledore.

- E onde encontraremos essas opções? – Agora quem questionava era Harry, com preocupação. – Não adianta nada nós acharmos as Horcruxes se não soubermos como destruí-las.

- Acho que a Srta. Granger pode responder essa pergunta – disse Dumbledore, com um sorriso maroto.

- Na biblioteca? – disse Hermione sem firmeza.

- Exatamente, e gostaria de lembrá-los que devem utilizar apenas as horas livres para não chamar a atenção. Se perguntarem, digam que é para as aulas de técnicas de combate mágico – orientou Dumbledore.

- É, eu sabia que nem lutando contra Você-sabe-quem eu conseguiria passar um tempo sem ter que ir à biblioteca – falou um Rony parecendo desanimado.

- Rony! – Hermione parecia indignada e foi dando um tapa nele, enquanto todos na sala riam da atitude sincera do garoto.

- Bem, agora sugiro que me contem exatamente como tudo aconteceu – disse Dumbledore.

Harry, Rony e Hermione contaram tudo que havia acontecido em Godric’s Hollow e como as vidas dos dois rapazes haviam sido salvas de maneira misteriosa. Enquanto falavam, Dumbledore parecia pensativo, e quando eles terminaram o velho diretor ficou vários minutos em silêncio.

- O senhor tem alguma idéia de quem salvou a mim e ao Rony? – perguntou Harry ao quadro do Diretor, que permanecia quieto.

- Algumas suspeitas, mas nada definitivo. No momento oportuno discutiremos isso – respondeu Dumbledore. – Agora, de acordo com o que vocês me contaram, as proteções das Horcruxes continuam poderosas e complexas, misturando desde habilidade mágica quanto deduções lógicas que não são características comuns aos bruxos. Por sorte, vocês três juntos formam um conjunto dessas habilidades e tenho certeza que conseguirão vencer os obstáculos que irão aparecer.

Dumbledore fitou os alunos e continuou:

- Só espero que a união de vocês, que é tão importante, se mantenha firme e que não esmoreçam na sua procura.

Houve um silêncio que foi quebrado por Gina, que até então havia permanecido quieta e meio afastada do grupo:

- E eu, por que estou aqui, professor?

Dumbledore sorriu e se dirigiu a garota:

- A senhora está aqui porque sei de seu amor por todos eles e sei que sua ajuda será de extrema importância na procura da solução de como destruir a taça. Espero que possa ajudá-los e conto com a senhorita para mantê-los com o moral alto.

- Pode deixar – Gina respondeu, enquanto corava e mantinha os olhos para o chão.

- Iremos nos reunir sexta-feira que vem para testarmos as opções que vocês trouxerem. Harry, não precisa vir terça-feira, se concentre em como destruir a taça – disse Dumbledore.

- Certo, professor, vamos já para a biblioteca e não descansaremos até descobrir uma maneira de destruir a taça – disse Hermione, parecendo feliz como uma criança com um brinquedo novo.

- Essa é a Hermione que eu conheço – brincou Rony. – É melhor irmos logo, senão é capaz dela brigar com todos nós.

Dessa vez até Hermione riu e todos seguiram até a biblioteca.




O fim de semana passou como um raio e apesar do esforço de todos, não encontraram nada que pudesse indicar como destruir a taça.

Com o início da semana, o tempo livre diminuiu, e parecia que não teriam nada para mostrar ao Diretor na sexta-feira. Isso desanimava a todos, principalmente Hermione, que achava um absurdo que a biblioteca não pudesse lhes dar a chave para destruir a Horcruxe.

- Não pode ser! Tem que haver alguma coisa em algum lugar! – dizia uma Hermione desesperada. Já era terça de noite e eles não tinham achado nada ainda.

- O professor nos disse que a resposta provavelmente estaria aqui, não podemos desistir – disse Gina, tentando animar o grupo.

- Eu sei, tem muita informação aqui, mas nada conclusivo – Harry olhava para o grupo enquanto falava. – Não podemos usar simples feitiços, como por exemplo tentar derretê-la ou explodi-la, tem que haver uma informação que resolva isso.

- Talvez estejamos procurando de forma errada – comentou um Rony parecendo querer dizer alguma coisa pra participar da conversa.

Hermione arregalou os olhos, se virou e disse para o ruivo num tom alterado:

- É isso! Rony você é um gênio!

- Pára com isso, Mione. Tirar sarro de mim não vai levar a nada! – Rony bufava para a garota.

- Você não entende? O que devemos fazer é estudar sobre os fundadores e não sobre feitiços. A história deles provavelmente nos revelará o que fazer – ralhou Mione com o garoto. – Precisamos de todos os livros que falem sobre Helga Hufflepuff e sobre Godric Griffyndor, a resposta deve estar aí.

Eles se levantaram e pegaram todos os livros que falassem sobre os fundadores de Hogwarts e começaram a procurar. Decidiram que iriam usar o resto do tempo que tinham para procurar alguma coisa na história de Hogwarts que os ajudasse.

Na quinta-feira já estavam desesperados, quando Gina apareceu com alguma coisa:

- Vejam! Acho que isso pode ajudar.

Ela trazia um livro muito velho com uma capa desgastada, em que estava escrito em letras prateadas “Os Fundadores de Hogwarts”. Ela abriu o livro e começou a ler para os outros:

- A obrigação de defender Hogwarts foi dada a Godric Griffyndor, por ser o de maior coragem, mas para garantir que ele não realizasse qualquer feito contra os outros fundadores no calor de uma discussão ou disputa, ele só poderia utilizar essa obrigação com o consentimento de um dos outros fundadores.

- E o que quer disser isso, Gina? – perguntou Rony.

- Quer disser que Griffyndor só poderia lutar contra um dos fundadores se tivesse o consentimento de um dos outros – respondeu Gina. – E se por acaso isso se aplica também a objetos dos fundadores. Pode ser que um descendente de Griffyndor, usando a espada dele, poderia destruir um objeto de Hufflepuff se um dos descendentes diretos de um dos fundadores achasse necessário e o autorizasse.

- Faz sentido – disse Hermione. – Mas mesmo que isso fosse verdade, teríamos que ter um descendente de cada para conseguirmos.

- Eu sei que é difícil, mas é a única coisa que temos. Acho melhor passar essa informação para Dumbledore amanhã e ver o que ele acha – sugeriu Gina.

- Também concordo – disse Harry. – Além do que, ninguém teve mais nenhuma idéia.

Todos concordaram e se retiraram da biblioteca para dormir.

No dia seguinte, foram até a sala da Diretora e passaram o que tinham descoberto para Dumbledore.

Após eles terminarem de contar, Dumbledore se virou e disse:

- Acho que a teoria da Srta. Weasley está certa, mas não podemos arriscar, pois pode ser muito perigoso usar a espada contra a taça se não tivermos os herdeiros para fazer isso.

- Tenho algumas informações que podem ser úteis – continuou Dumbledore. – Tenho informações de que Rowena Revenclaw não teve descendentes e que o único descendente vivo de Salazar Slytherin é Tom Riddle, que com certeza não autorizará o uso da espada contra a taça, portanto acho que devemos concentrar nossos esforços em encontrar os herdeiros de Helga Hufflepuff e Godric Griffyndor. Para isso, temos aqui na escola um Mural com a árvore genealógica de todos os fundadores, porém ela só vai até um período de tempo, após isso vocês terão que novamente utilizar a biblioteca.

- Onde encontramos esse mural, professor? – perguntou Harry.

- Está na sala aqui ao lado e vocês poderão anotar todos os dados hoje. Por favor, continuem procurando e conversaremos na próxima sexta – respondeu o antigo Diretor.

O grupo se despediu e se dirigiu à sala ao lado. Ao entrarem na sala, se depararam com enormes murais feitos nas paredes. Em cada lado, havia uma árvore representando as famílias dos fundadores.

- Acho melhor nos dividirmos e cada dois de nós estudará uma família – sugeriu Hermione. – Eu e Rony podemos estudar a família de Griffyndor enquanto Harry e Gina estudam a família de Hufflepuff.

- Ok, vamos começar – responderam os outros.




Com a informação da árvore genealógica de Helga e Godric, o grupo se reuniu na biblioteca para estudá-las.

Novamente parecia que a biblioteca não os ajudaria, pois era difícil de encontrar qualquer informação sobre os bruxos que constavam na árvore.

Porém na quarta-feira, Hermione e Rony chegaram onde Harry e Gina estavam pesquisando sobre a árvore de Hufflepuff com os rostos cansados. Hermione tentou parecer tranqüila e começou a conversar com Harry:

- Descobriram alguma coisa?

- Ainda não. E vocês? – respondeu o garoto.

- Acho que sim. A família bruxa de Griffyndor acaba num bruxo chamado Eliazer Pennant, que era neto de uma das netas de Godric Griffyndor – respondeu Hermione, enquanto Rony continuava de olhos arregalados para Harry, parecendo surpreso.

- E agora? Como continuar para saber quem é o herdeiro de Griffyndor? – perguntou Harry.

- Bem, parece que ele foi deserdado por ter se apaixonado por uma trouxa e ter fugido com ela – Hermione continuou. – Eles então tiveram uma filha que casou com um tal de Peter Evans.

Nessa hora tanto Harry quanto Gina pararam de olhar os livros e fixaram os olhos arregalados para Hermione.

- O que você tá querendo dizer com isso? – perguntou Harry.

- Exatamente o que você está pensando – disse Hermione. – Conversei com meus pais e eles fizeram uma pesquisa nos cartórios de Londres. Peter Evans é o seu avô materno. E embora possivelmente existam outros descendentes de Godric Griffyndor, você é um deles.

Harry perdera a voz por um momento quando Rony olhou para o amigo e disse com segurança:

- Só podia ser você mesmo, Harry. Tinha que ter um motivo pra você conseguir proteger o mundo bruxo desse jeito.

Harry demorou um tempo para digerir a informação, mas assim que conseguiu, se virou para Hermione e disse:

- Bem, pelo menos uma parte do problema conseguimos resolver. Bom trabalho, mas enquanto não descobrirmos um descendente de Helga Hufflepuff isso de nada adiantará. E a propósito, isso não me torna nada especial, OK! – disse o garoto olhando para os outros tentando não dar valor à informação mais do que ela merecia.

- E vocês, descobriram alguma coisa? – perguntou Hermione.

- Só conseguimos chegar até uma mulher chamada Diana Kinsley – disse Gina.

De repente uma voz veio de trás deles com um tom curioso:

- Porque vocês estão falando da minha bisavó?

Ao olharem para trás, encontraram Mark Fletcher, que era o garoto com quem Harry tinha treinado na aula de Transfiguração.

- Sua bisavó? – perguntou Harry.

- É. Minha bisavó. Ela era inglesa e se casou com meu bisavô que era australiano. Por isso minha família mora lá – respondeu o garoto. – Mas afinal, por que vocês estão falando dela?

- Não é nada. Só um trabalho sobre os fundadores da escola. Você sabia que ela era descendente direta de Helga Hufflepuff? – perguntou Hermione, tentando disfarçar.

- É verdade? Não fazia nem idéia. Depois vocês me emprestam o trabalho pra ver? Adoraria saber de onde vem parte da minha família – disse Mark, sorrindo e parecendo realmente surpreso.

- Tudo bem. Quando a gente acabar, a gente te empresta – respondeu Harry. – Mas agora temos que ir, me desculpe, tá? Tchau.

Harry fez um sinal para que todos os acompanhassem e quando eles estavam fora da biblioteca, longe dos outros alunos, Harry disse:

- É melhor falar com Dumbledore sobre isso. Não sabemos nada sobre ele e não podemos arriscar contar tudo sem ter certeza de que ele não está do outro lado, OK?

Todos concordaram e ficou acertado que Harry procuraria o antigo Diretor depois das aulas e contaria tudo a ele.

No dia seguinte, Harry se encaminhou para a sala da Diretora para conversar com Dumbledore, e a encontrou em frente a gárgula conversando com a Professora Marina e com Mark.

- Boa tarde, Sr. Potter. Creio que já conhece a Professora Plinkington e o Sr. Fletcher? – disse a Professora McGonagall para o rapaz.

- Sim senhora. Boa tarde a todos – respondeu Harry enquanto cumprimentava aos dois. – Preciso falar com a senhora em particular, é possível?

- Claro! Se vocês me dão licença? Potter, siga-me até minha sala – disse a Diretora, subindo as escadas em caracol que levavam até a sua sala, enquanto era seguida por Harry.

Ao chegarem na sala, a Professora McGonagall perguntou:

- Você precisa realmente falar comigo ou é com o Professor Dumbledore?

- Me desculpe, Professora, mas é com o Dumbledore. Não havia como falar que era com ele sem gerar suspeita – respondeu Harry.

- Ok. Espero-lhe lá fora – disse Minerva.

Harry então se aproximou do retrato na parede, cumprimentou Dumbledore e começou a explicar tudo que haviam descoberto. Inclusive sobre Mark Fletcher.

- Então professor, o que acha que devemos fazer? – perguntou Harry.

- Acho que não temos nenhuma opção a não ser conversar com ele, só que lhe contando somente o estritamente necessário. Pois é melhor para a segurança de Mark – respondeu Dumbledore.

- Ok! Mas como iremos fazer isso? – Harry olhava esperando uma resposta do antigo Diretor.

- Pedirei que McGonagall solicite a presença dele amanhã em nossa aula. Conversarei com ele pessoalmente e se possível amanhã mesmo tentaremos destruir a taça – respondeu Dumbledore.

- Certo, professor, até amanhã então – disse Harry, se despedindo e saindo da sala da Diretora.

Quando chegou na sala comunal da Grifinória Rony, Hermione e Gina o aguardavam.

- E então, o que Dumbledore disse? – perguntou Hermione.

- Ele vai conversar com Mark amanhã na nossa aula – respondeu Harry.

- Mas o que exatamente ele vai contar pra ele? – Gina perguntou olhando para Harry.

- Não sei. Ele disse que contaria o estritamente necessário, para garantir a segurança dele – Harry continuou a explicar para todos. – E tentará convencer Mark a ajudar a destruir a taça.

- Então vai ser amanhã a tentativa? – agora era Rony que perguntava.

- Acredito que sim, mas é melhor irmos dormir, amanhã saberemos de tudo – concluiu Harry.

O grupo então se levantou e rumou aos seus dormitórios, pois no dia seguinte finalmente saberiam se o esforço para encontrar a Horcruxe não foi em vão.





No dia seguinte, Harry, Rony, Hermione e Gina seguiram para a sala da Diretora após o café da manhã. Chegando lá, encontraram a Diretora McGonagall os esperando. Após recebê-los, deixou os alunos com Dumbledore e foi buscar Mark Fletcher na aula que estava assistindo.

Houve um período de silêncio na sala até a volta da Professora McGonagall com Mark Fletcher, que parecia não estar entendo nada.

- Sr. Fletcher, acho que dos presentes aqui você apenas não conhece a Srta. Gina Weasley. Ela é aluna do sexto ano e pertence à Grifinória – disse a Professora McGonagall.

- Bom dia – disse Mark, parecendo enfeitiçado por Gina, o que já fez Rony e Harry não gostarem tanto do garoto.

- Oi – respondeu Gina parecendo um tanto envergonhada pelo jeito que o garoto olhava pra ela.

- Diretora, mas pra que eu vim aqui? Que eu saiba, essas aulas são só pra quem escolheu ser Auror e eu não tive tempo pra escolher essa carreira – perguntou um Mark parecendo intrigado.

- Na verdade, o senhor foi trazido aqui para conversar com outra pessoa – a professora McGonagall aproximou o garoto do retrato de Dumbledore.

- Mark, esse é o Professor Dumbledore, o maior diretor que Hogwarts já teve e a quem tive a honra de substituir no ano passado – Dumbledore sorriu e fez uma reverência ao garoto.

- Dumbledore? Alvo Dumbledore? Mas ele não morreu? – exclamou o garoto.

- Na realidade, todos os ex-diretores de Hogwarts ganham um retrato em Hogwarts e ficam aqui para auxiliarem os novos diretores que vierem – respondeu McGonagall.

- Eu já ouvi falar do senhor. De como o senhor enfrentou Você-sabe-quem e do bruxo poderoso que o senhor era! – Mark parecia excitado em conhecer Dumbledore. – É uma honra poder falar com o senhor.

- A honra é minha, Sr. Fletcher e, por favor, não acredite em tudo que os boatos dizem a meu respeito. Geralmente exageram – Dumbledore falava com o garoto de maneira calma e gentil.

- O que o senhor quer comigo, professor? – perguntou Mark parecendo preocupado e excitante.

- O caso é que precisamos de sua ajuda. Creio que o senhor escutou sobre o fato de ser descendente de Helga Hufflepuff? – Dumbledore continuava a falar de maneira calma com o garoto.

- Sim – respondeu Mark.

- Bem, é que para continuarmos uma missão muito importante que seus colegas e eu estamos realizando, precisamos de sua ajuda – continuou Dumbledore. – Eu irei explicar-lhe o que precisa saber.

Dumbledore então contou ao garoto sobre a taça e que para destruí-la, seria necessária a sua ajuda.

- Mas porque vocês precisam destruí-la? – questionou Mark.

- Infelizmente, para sua própria segurança não posso lhe contar o motivo, só peço que confie em mim e em seus colegas, pois saiba que é de importância vital para a segurança do mundo bruxo que ela seja destruída – respondeu Dumbledore.

- Tudo bem – respondeu Mark, sem segurança.

- Contudo o mais importante ainda não lhe contei – Dumbledore parecia incomodado agora. – Acredito que o maior problema que temos é que só existe uma teoria sobre como destruir a taça e pode ser muito perigoso.

- Perigoso quanto? – Mark parecia assustado.

- Bem, todos aqui acreditam que não é o suficiente para desistir da luta que estamos enfrentando, mas acredite, pode ser um perigo mortal – respondeu Dumbledore.

Mark agora parecia em pânico. Olhava para todos na sala esperando que aquilo não passasse de uma brincadeira e que todos só estavam pregando uma peça nele.

- Preciso pensar! – respondeu Mark. – É muito difícil decidir isso sem saber em que estou me metendo.

Gina tomou a frente do grupo e olhando de maneira firme para Mark lhe disse:

- Eu sei que é difícil, mas pense que a vida de todos, inclusive de seus pais e amigos, pode depender disso.

Mark pareceu refletir e olhando para Gina respondeu:

- OK! Mas o que tenho que fazer?

- Bem, nós traremos a taça e Harry, que é o descendente de Griffyndor, utilizará a espada para destruí-la. Para isso, você terá que segurar a taça enquanto Harry a golpeia – respondeu Dumbledore.

- E onde faremos isso? – Mark continuava assustado, mas parecia um pouco decidido.

- Aqui e agora – respondeu Harry. – Não temos tempo a perder!

- Certo. Então vamos logo – Mark parecia querer acabar logo com aquilo.

- Certo, então Rony pegue a taça de Hufflepuff que está naquele armário ali e a entregue a Mark. Harry você pega a espada e quando vocês estiverem com elas, todas as outras pessoas devem sair e nos deixar a sós – orientou Dumbledore.

- Nós vamos ficar! – gritou indignado, Rony. – Não vamos deixar Harry sozinho.

- Isso mesmo! – agora eram Gina e Hermione que gritavam.

- Admiro a lealdade e coragem de vocês, mas não vamos arriscar a vida de vocês em vão – respondeu Dumbledore. – A presença de vocês não vai ajudar em nada e tudo agora está nas mãos de Harry e Mark.

Todos pareciam decididos em não deixar a sala quando Harry falou:

- Por favor, é melhor vocês saírem, pois não agüentaria se alguma coisa acontecesse com algum de vocês sem necessidade.

Todos se entreolharam e não se moveram, aparentando que não iam sair de jeito nenhum. Foi quando Gina foi em direção a Harry e o beijou no rosto. Olhou nos seus olhos e disse:

- Fique tranqüilo, estarei lhe esperando lá fora.

Com a atitude repentina de Gina, tanto Rony, quanto Hermione, pareceram perder um pouco daquela convicção e entendendo que seria mais fácil pra Harry se eles não estivessem ali, e se retiraram da sala também.

Quando todos já estavam do lado de fora, Dumbledore murmurou alguma coisa e uma parede verde reluzente pareceu cobrir todas as paredes deixando ele. Harry e Mark dentro.

- Tudo pronto! Encantei a sala de modo que nada aconteça a quem esteja do lado de fora – disse Dumbledore. – Harry, pegue a espada e se posicione de modo a atingir a taça na mão de Mark.

Harry ficou de frente a Mark, que tremia o braço estendido que segurava a taça. Harry olhou para ele e disse num tom calmo:

- Fique calmo e confie em mim.

Dumbledore fitou os dois por alguns segundos e se dirigiu aos garotos:

- Agora Harry, após Mark dizer a frase “Eu, Mark Fletcher, descendente de Helga Hufflepuff, autorizo Harry Potter, descendente de Godric Griffyndor, a utilizar o direito dado a ele pelos fundadores para proteger Hogwarts e o mundo bruxo de todo mal”, você deve se concentrar na imagem de sua mãe, mentalizando toda o poder que vem de sua família, e golpear com toda a força a taça, com cuidado para não atingir Mark.

Seguindo as orientações de Dumbledore, Harry se concentrou e o rosto de sua mãe apareceu na sua cabeça. Então os olhos de Lílian Evans pareceram ofuscar todo o resto do rosto dela.

Instintivamente, Harry lançou a espada lateralmente na taça que Mark segurava com toda a força que tinha. Quando a espada tocou a taça e a quebrou, uma explosão aconteceu seguida de uma nuvem negra que apareceu da taça e ouviu-se um grito de dor, seguido de um frio insuportável.

Um segundo depois, Harry se encontrava numa sala escura e úmida e pela porta que havia nesta sala adentrava uma figura conhecida. Um ser flutuante coberto por uma capa negra e que cheirava podre.

Harry procurou a varinha mas nada encontrou, pois a tinha deixado na mesa da sala de Dumbledore quando pegou a espada, e então sentiu aquela tristeza profunda que sempre sentia quando um Dementador aparecia.

Harry sentia a cabeça girar e temeu perder a consciência quando começou a ouvir a voz de sua mãe no dia que foi morta por Voldemort.

De repente, a figura de um enorme texugo prateado rompeu na frente de Harry, atacando o dementador e fazendo-o fugir.

Quando finalmente o texugo prateado fez o dementador desaparecer, a luz voltou nos olhos de Harry e ele se encontrou novamente na sala da diretora, na presença de Mark e do retrato de Dumbledore.

- O que houve? – perguntou Harry, transpirando e vendo que ainda segurava a espada de Griffyndor.

- Quando você destruiu a taça, foi atingido por um feitiço das trevas lançado nela – respondeu Dumbledore. – Quando a nuvem negra do feitiço o atingiu, você caiu em um transe encantado, onde imagino que seus maiores medos o atacaram.

- E como eu sobrevivi? – Harry agora parecia intrigado.

- Eu te ajudei – respondeu Mark com simplicidade.

- Mas, como? – Harry olhava incrédulo para Mark.

- Bem, é que meu pai me ensinou legilimência, então pude entrar em sua cabeça e criar aquele patrono para ajudá-lo – continuou Mark.

- Você deve ser um grande bruxo para conseguir fazer essas coisas – disse Harry para Mark.

- Nem tanto, a sua sorte é que estávamos dentro da sua cabeça. Nunca consegui conjurar um patrono – disse Mark, parecendo encabulado.

- Então acho que podemos nos ajudar. Você me ensina legilimência e eu te ensino como conjurar um patrono – Harry sorria para o garoto.

- Isso seria ótimo! É só marcar a data que começamos – Mark parecia empolgado.

- Vamos fazer o seguinte: assim que eu conseguir finalizar a missão que tenho, a gente marca – Harry estendeu a mão para Mark e disse. – E obrigado por salvar minha vida.

- Tudo bem – respondeu Mark, apertando a mão de Harry.

- Bem, agora que terminamos essa primeira etapa da nossa missão, Harry, é melhor chamar os outros e contar como tudo ocorreu – disse Dumbledore, tirando o feitiço que protegia a sala. – Eles devem estar preocupados.

Harry saiu e chamou os outros para que entrassem na sala.

Quando todos estavam lá dentro, Harry explicou tudo que tinha acontecido e como Mark tinha salvado sua vida.

Tanto Gina, quanto Hermione abraçaram Mark e Harry teve que dar o braço a torcer, pois como admitira alguns dias depois, naquele momento teve o mesmo ataque de ciúme que Rony.

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