O Casamento



Capítulo 4 : O Casamento

Hermione estava certa com relação ao casamento, pois os dias que se seguiram foram muito movimentados. Vários parentes dos Weasleys chegavam para ajudar nos preparativos e só deixavam a Toca quase no fim da tarde. A Sra. Weasley estava pedindo cada vez mais coisas para o quarteto (sim, pois Gina andava tanto com eles que as pessoas os viam como um quarteto).

Fleur e Gabriele estavam hospedadas no quarto dos gêmeos, que estavam morando em sua loja no Beco Diagonal, e solicitavam a ajuda de Hermione e Gina para tudo.

- Parece que elas não sabem fazer nada sozinhas. Não agüenta mais paparicar a Fleuma! – dizia uma Gina querendo explodir, para Hermione.

- Você tem que entender, Gina. Elas não conhecem quase nada da Inglaterra e Fleur tem muito o que preparar para o casamento.

- Eu sei, mas é que às vezes cansa.

- Pelo menos sabemos que ela gosta mesmo do seu irmão. Não seria qualquer uma que aceitaria casar com ele depois do que ele sofreu.

- Eu sei disso também. Por isso eu tento tratar ela bem. Mas acho que nem é preciso. Mamãe tem tratado ela tão bem que às vezes me dá até enjôo. É como comer um pote de mel de uma vez.

- Então tem um pouco de ciúme da mamãe aí também. Por acaso está com medo da Fleur ganhar mais espaço no coração de sua mãe? Não quer concorrência no seu cargo de única filha?
- Você sabe que a única concorrência que eu aceitaria seria a sua, mas você não toma uma atitude para fazer o lerdo do meu irmão acelerar um pouco – Gina dirigiu um olhar zombeteiro para Hermione.

- Já pedi que esqueça isso, Gina. Eu sei que seu irmão só me vê como amiga, e se isso basta pra ele, eu vou ter que me contentar. Seria muito pior ficar longe dele e perder sua amizade – dizia Hermione com um olhar triste.

- Ok, não vou tocar mais no assunto, tá? Mas pelo menos hoje nós vamos no Beco Diagonal para escolher nossas roupas. Espero que Fleuma, quer dizer, Fleur, não invente uma coisa horrorosa. Maldita hora que a mamãe ficou amiga dela e me obrigou a ser dama de honra, já estou velha demais para isso.

Na mesma hora, Harry conversava com Rony no quarto dele.

- Você já sabe como vai no casamento? – perguntou Harry a Rony.

- Não, mas hoje nós vamos ao Beco Diagonal e os gêmeos vão financiar as nossas roupas. Eles disseram que querem a família inteira muito bem vestida, pois são empresários agora e não querem que a família dê vexame – dizia um Rony imitando Fred e George zombando, como se ligassem para isso. Eles sabiam que a única intenção dos dois era agradá-los.

- E você Harry, já decidiu sua roupa?

- Não. Mas não consigo me interessar por isso.

- Acho melhor você se preocupar, porque mamãe e papai não o perdoariam se você não se apresentasse muito bem vestido. Achariam que você não liga para os irmãos – finalizou Rony, dando a entender que eles o consideravam da família.

Logo após o almoço, todos se dirigiram ao Beco Diagonal, e o encontraram muito vazio. Desde o ano passado, várias pessoas tinham desaparecido, deixando lojas vazias. A única loja que permanecia cheia e com o mesmo visual era a Gemialidades Weasley, com seus letreiros luminosos e bem humorados, e suas vitrines sempre repletas de novidades.

Eles foram acompanhados pelos membros da Ordem como proteção, e encontraram os gêmeos em frente à loja. Dividiram-se em dois grupos, um formado somente pelas mulheres e outro pelos homens, e seguiram em direção às lojas de roupas que ainda permaneciam abertas.

Algumas horas depois, se encontraram novamente em frente à loja dos gêmeos, segurando pilhas de pacotes e sacolas. Harry se dirigiu a Gina tentando iniciar uma conversa:

- Conseguiram comprar as roupas?

- Já. Ainda bem que vim junto com a Fleuma. Ela queria comprar um modelo que ia me deixar parecendo uma menina de 10 anos, mas até que consegui escolher um modelo bonito para as damas de honra.

- Como você conseguiu isso?

- Fiz Gabriele escolher o modelo que eu queria e disse que se ela usasse o modelo que a Fleuma escolheu, nenhum garoto iria olhar para ela.

- Mas que garoto ela quer que olhe para ela?

- Você não sabe? Ela é apaixonada pelo Rony desde aquela prova no lago durante o torneio tribuxo. Ela acha que vai conquistá-lo durante a festa do casamento. Mal sabe ela que Rony não vai nem conseguir olhar pra ela.

- O que você vai fazer? Vai enfeitiçá-lo?

- Eu não. Mas depois do que fiz hoje, com certeza alguém vai enfeitiçá-lo – Gina sorriu de modo maroto para Harry.

- Você é fogo senhorita Gina Weasley! Consegue tudo que quer, hein?

- Pode ter certeza de que eu nunca desisto de nada – disse, olhando decidida para Harry. Ele se sentiu constrangido e desviara o olhar dela.

Harry sabia que Gina falava dele e não podia abrir espaço para que ela entrasse no assunto. Ele sabia que no caso de Rony, ela falava de Hermione, mas se fazia de desentendido, pois não gostava de falar dos sentimentos dos amigos.





O dia do casamento chegou, e com ele a casa dos Weasleys, que já era agitada, se tornou um verdadeiro caos. As pessoas corriam para todos os lados para se arrumarem, e os nervos pareciam estar à flor da pele.

No quarto que era dos gêmeos, a Sra. Weasley ajudava Fleur a se arrumar junto com Gabriele, Gina e Hermione, enquanto no quarto de Rony, Harry e o ruivo se arrumavam sozinhos.

- Legal a roupa que você escolheu, Harry – dizia Rony ao amigo.

- A sua também está ótima.

- Como será a roupa da Mione, Harry? Ela não me disse quando perguntei a ela. Falou que era surpresa.

- Nem ela nem a Gina quiseram me contar, mas deve ser bonita. Ela tem bom gosto.

- Com certeza. Deve ser brilhante.

Harry se dirigiu à sala para aguardar a hora de ir pro salão onde seria realizado o casamento. Ficou sentado numa poltrona afastada. Pensou no que Gina tinha dito, e deduziu ser ótimo se ela voltasse a ter 10 anos e ele 11, para poderem começar mais cedo o romance que tiveram no ano anterior em Hogwarts. Mal percebera que todos já se dirigiam para o salão e foi chamado à realidade por Rony, que o apressara.

- Vamos Harry, temos que ir!

- Mas onde estão as garotas? – perguntou ao amigo.

- Gina vai junto com a Fleur e portanto só na hora do casamento vai vê-la. E Hermione disse que preferia esperá-la.

- Você as viu? Como estão?

- Não consegui, disseram que só as veríamos no casamento.

- Ok. Então vamos.

Então eles foram até uma das chaves de portal que foram feitas para levar os convidados ao salão.

Ao chegar lá, puderam ver que estava muito bem arrumado e quase todos os convidados já haviam chegado.

Harry encontrou várias pessoas de Hogwarts, como a Profª. McGonagall, a Profª. Sprout, o Profª. Slughorn, Hagrid e quase todos os membros da Ordem: Moody, Tonks, Lupin, e várias pessoas do Ministério.

No fim do salão se encontrava uma espécie de altar, onde podiam ver Gui em seu terno branco, com os cabelos longos presos em um rabo de cavalo e com os inconfundíveis brincos que sua mãe suplicou que tirasse pelo menos para o casamento; ao lado de seu pai e sua mãe. Ele apresentava as cicatrizes da luta em Hogwarts e Harry pôde sentir que ele nunca mais seria o mesmo. Não que ele estivesse triste ou revoltado, mas assim como Lupin, teria características próprias e precisaria aprender a conviver com elas. Do outro lado do altar, podiam ver uma senhora muito bonita, de pele clara e cabelos loiros, que Harry deduziu ser a mãe de Fleur. Ela estava amparada por um rapaz muito alto e de cabelos negros que Harry não sabia quem era.

Todos aguardavam a chegada da noiva, que agora já estava um pouco atrasada, e o burburinho no salão era enorme. Mas Rony parecia muito mais preocupado em encontrar Hermione do que em esperar a noiva.

- Onde será que ela está, Harry? Já estou preocupado.

Foi quando uma garota de vestido azul bem claro entrou no salão. No início, Rony não deu muito atenção à garota, mas quando ela se aproximou e sorriu para os dois, Rony ficou paralisado. A garota era Hermione, e os dois não a reconheceram, pois apresentava uma silhueta de mulher e não de menina. O vestido era elegante e discreto, porém acentuava as formas do corpo dela. Os cabelos estavam lisos e presos, e ela usava pequenos brincos e um colar simples com um pingente de diamante. A maquiagem era simples e discreta como ela, mas muito bem escolhida. Conforme ela se aproximava, Rony ficava cada vez mais abobado.

- Olá garotos, desculpe a demora – disse a garota. – Então, gostaram da minha roupa? Gina me ajudou a escolher.

- Sabia que tinha o toque da Gina, Mione. Está perfeito, você está linda! Não é mesmo, Rony? – perguntava Harry ao ruivo, que não dissera uma única palavra.

Rony olhava de maneira estranha para Hermione. Tinha os olhos arregalados e abria e fechava a boca sem conseguir dizer qualquer coisa.

- Linda... Perfeita... Brilhante... Uff! Quero dizer, você está muito bonita Hermione – finalmente disse o ruivo, ao levar um cutucão de Harry nas costelas.

- Obrigada, Rony – respondeu a menina ruborizada e olhando para o chão.

Harry entendeu o que Gina falou sobre enfeitiçar Rony e concordou que Gabriele não tinha a menor chance.

Após alguns segundos, anunciou-se a chegada da noiva. Todo o salão abriu um corredor para ela poder chegar ao altar. As portas do salão abriram e foi Harry que foi enfeitiçado dessa vez. Antes da entrada da noiva, vieram Gabriele e Gina em vestidos brancos com detalhes em dourado, ambas segurando pequenas cestas de vime e deixando cair no chão pequenas pétalas de rosas vermelhas. A ruiva estava maravilhosa, e Harry não conseguia tirar os olhos dela. Ao passar por ele, ela deu um sorriso e mostrou a língua, num daqueles momentos de moleca que costumava ter.

Harry se lembrou das palavras de Gina no Beco e concordou que ela estava fazendo de tudo para não desistir dele. E embora parecesse presunção, ele tinha certeza de que ela tinha se arrumado pra ele.

Harry foi acordado pelos aplausos e exclamações de todos no salão com a entrada da noiva. Mesmo sabendo que a garota era metade veela, Harry sabia que ela arrancaria a mesma reação de todos se não fosse.

Fleur estava em um vestido branco longo, com um véu transparente que cobria muito pouco o seu rosto, e segurava um buquê de flores silvestres, num arranjo muito bonito. Entrava no salão acompanhada de um homem alto de pele clara, cabelos escuros e olhos verdes muito elegante e que parecia ter um olhar ao mesmo tempo satisfeito e triste. Harry compreendeu que aquele era o pai de Fleur.

No altar, o homem soltou o braço de Fleur, apertou a mão de Gui, passou a mão da filha a ele e se pôs ao lado da esposa. Gui e Fleur pareciam muito felizes e se encararam por um momento, sorrindo. Em seguida, se dirigiram ao altar e se colocaram em frente a um homenzinho que Harry achou ser o representante do Ministério.

A cerimônia foi rápida e muito bonita, com os noivos fazendo suas juras de casamento após as palavras do homenzinho, o que fez as duas mães no altar chorarem muito. As promessas de amor selaram-se com um beijo apaixonado que foi aplaudido pelos convidados. Depois disso os convidados foram avisados que a recepção começaria e todos se dirigiram às mesas que estavam espalhadas pelo salão.

Harry cumprimentou os noivos e foi em direção a um pequeno jardim que ficava do lado de fora do salão. Ficou olhando para o céu, imaginando que seria muito bom poder passar o resto da vida com a pessoa que se ama, com paz para construir uma família e tempo para ser feliz. Sem que percebesse, uma pessoa se aproximara por trás dele e pousou a mão em seu ombro. Harry se assustou e virou rapidamente. Deu de cara com Lupin, que sorria para ele.

- Calma, desculpe o susto. Algum problema, Harry?

- Não. Apenas pensando.

- Em quem?

- Em ninguém, apenas na vida.

- Eu não acredito, pois eu só voltei a pensar na vida quando voltei a pensar em alguém. Hoje sei que devo muito a ela e se ela não existisse, eu também não existiria.

- Eu sei. Só que você não a coloca em perigo.

- Como não? Eu pertenço à Ordem, luto contra Voldemort e sou inimigo de Snape e Rabicho. Qualquer pessoa que se aproximar de mim corre risco. Até você corre mais risco por ser meu amigo.

- Entendo o que quer dizer, mais não posso incluí-la na minha vida.

- Então existe ela.

- Sim e você sabe quem é.

- Gina.

- Isso mesmo.

- Acho aquela menina espetacular. Tem uma força que poucas vezes vi em alguém. É determinada e corajosa, além de ter um coração enorme e uma lealdade sem limite. Enfim, ela é a encarnação de tudo que os Weasleys são. Por isso acho que ela corre o mesmo perigo estando com você ou não, porque possui tudo aquilo que Voldemort despreza e quer destruir.

- Pode ser, mas não vou me arriscar. Já fiz gente demais morrer e não quero carregar a culpa da morte dela. Eu morreria junto.

- Eu entendo e respeito sua decisão. Mas acho que tanto Sirius, quanto Dumbledore, iriam se sentir mais felizes se você se permitisse amar também.

- Talvez.

- Bem, de qualquer forma vamos entrar. Não vou deixá-lo aqui sozinho. E é melhor se divertir ou então Molly e Arthur vão ficar tristes. E não queremos que eles fiquem assim no dia do casamento de seu filho, não é?

- Tudo bem – disse o garoto, tentando sorrir, e acompanhou Lupin de volta ao salão.

Enquanto isso, no salão, Hermione procurava por Harry junto de um Rony que continuava abestalhado pelo visual dela. Ele a seguia como um cachorrinho e no máximo conseguia pronunciar palavras soltas.

- Será que ele está lá fora, Rony?

- Talvez.

- Vamos lá, então.

- Sim.

- O que há com você, Rony? Parece distante.

- Não. É que. Bem... Você gostaria de dançar, Mione?

- Dançar? Com você?

- Tudo bem, esquece, sei que foi uma idéia idiota. Deixa pra lá.

- Não é isso, Rony. É que você sempre disse que não gostava de dançar!

- Eu não gosto muito mesmo, mas gostaria muito de dançar com você. – disse um Rony com o rosto quase da cor de seus cabelos vermelhos.

- Claro que eu quero! - respondeu Hermione. - Mas vamos primeiro encontrar o Harry, ok?

- Então podemos ir – disse o garoto, sorridente. – O Harry tá entrando com o Lupin, eles estavam lá fora.

Hermione avistou os dois, acenou para Harry e sorriu. Virou-se então para Rony, deu um sorriso meio torto, o pegou pela mão e foram em direção ao salão.

Ao chegarem no centro do salão, Rony pegou na cintura de Hermione meio sem jeito. Sorrindo para a morena, chegou seu corpo mais próximo do dela. Hermione corou, mas não recuou e permitiu a aproximação do ruivo. Começaram a dançar embalados pela música suave que tocava, e então ela encostou sua cabeça no peito dele. Pôde sentir o coração de Rony bater acelerado e seu corpo tremer levemente. Tudo levava a crer que ele gostava dela, porém ela não tinha coragem de tomar a iniciativa. Tinha medo de perdê-lo e achava que havia coisas mais importantes do que seu amor por Rony para serem feitas nos próximos dias. Ela, porém, se permitiu viver aquele momento e aproveitar cada momento que fosse possível com Rony.

A cabeça de Rony dava mil voltas enquanto dançavam e ele não podia acreditar que ela estava tão perto dele, com seus corpos tão juntos e tão relaxados. Notava que ela se sentia segura com ele e achou que ela até suspirou algumas vezes.

Rony só não acreditava que ela podia se interessar por alguém tão sem qualidades como ele. Ele era um nada. Não era inteligente, nem corajoso, nem bonito e nem engraçado como os seus irmãos, e achava que sempre seria a sombra de seu amigo Harry. Ninguém seria capaz de notá-lo, pois ele não era importante. Porém, se permitiu viver aquele momento como talvez o único em que pudesse ter a menina de seus sonhos em seus braços, nem que fosse por alguns momentos.

De longe, um garoto com os olhos verdes, cabelos negros e bagunçados, e uma cicatriz em forma de raio na testa observava seus melhores amigos dançando e sorria. Sorria porque sabia que eles se amavam, embora nunca aceitassem isso, e que aquele momento estava sendo muito importante para os dois. Distraído, ele foi acordado por uma voz em seu ouvido.

- É uma pena, não – Gina estava ao seu lado.

- O que é uma pena?

- Eles serem tão medrosos ou burros para não perceberem que se amam.

- Realmente é.

- Eles poderiam estar vivendo momentos maravilhosos juntos agora.

- É verdade, mas eles têm tempo.

- Nos dias de hoje, eu acho que ninguém tem tempo a perder.

Harry olhou para a ruiva e finalmente percebeu que ela não estava falando somente de Rony e Mione, mas deles também.

- Eu queria apenas poder ficar do lado de quem eu gosto, sem me preocupar com o amanhã. Mas como não posso, o negócio é torcer por eles – disse Gina, num tom triste.

- Gina, nós já conversamos.

- Eu sei e não vou mais te encher com isso, só saiba que eu continuo esperando, e quando resolver não perder mais tempo você me avisa, tá?

Harry olhou para Gina e viu que ela não cobraria mais nada. Ela somente ficaria do seu lado quando ele achasse que era a hora. Ela sorriu e beijou Harry no rosto, se afastando em direção aos irmãos, que estavam juntos em volta de Gui e Fleur.

De repente, a música que tocava parou e Fred e Jorge subiram ao palco onde a banda bruxa tocava.

- Queremos pedir desculpas aos casais apaixonados que estão dançando, mas para infelicidade dos solteiros, a noiva vai jogar o buquê. E quem não quiser correr o risco de se casar, é melhor segurar sua namorada! – disse Jorge.

- E Rony, não adianta vir aqui pra frente, pois só funciona para as meninas – completou Fred.

Rony quase os xingou do meio do salão e queria partir pra cima deles, mas foi contido por Hermione, que segurava o riso. Após Rony se acalmar, todas as garotas solteiras foram para frente para que Fleur pudesse jogar o buquê.

Fleur com certeza tentou mirar em Gabriele, com esperança de ajudar a irmã com Rony, mas, para surpresa de todos, o buquê caiu no colo de Gina, que estava sentada em uma cadeira próxima de Gabriele. Ela olhou para o buquê, procurou Harry com os olhos e sorriu. Harry, encostado na parede num canto observando tudo, não agüentou e sorriu para ela, esperou que seus olhos se encontrassem e disse calmamente para que ela pudesse ler em seus lábios: “Eu vou voltar, me espere”.

A festa continuou segundo a orientação dos gêmeos, então a banda só tocava músicas agitadas e os convidados dançavam animadamente no salão. Harry, Hermione, Rony e Gina resolveram conversar em uma mesa no canto do salão.

- Acho que eles serão felizes – dizia Harry aos amigos com sinceridade.

- É claro que eles serão felizes. Quem não seria feliz casado com a Fleur? – disse Rony, com a mesma cara que ficava quando a meio veela passava por ele na Toca ou em Hogwarts.

- Sabe Rony, existem coisas mais importantes numa garota do que a sua aparência para fazer um rapaz feliz – Hermione emendou num tom de desaprovação.

- É? E o que seria? – questionou o ruivo.

- Ser carinhosa, compreensiva, companheira e estar sempre preocupada com a pessoa que se ama.

- Concordo, mas essas coisas pesam menos do que a garota ser bonita.

- Você é um insensível, Rony. Quer dizer que quem não é bonita não tem o direito de ser feliz?

- Claro que tem. Desde que não seja comigo e o cara queira.

Hermione se sentiu ofendida, levantou-se bufando e se retirou da mesa. Um Rony atônito virou-se para Harry e perguntou:

- O que foi que eu fiz de errado?

- Se você não sabe, não sou eu que vou te dizer – disse Gina, enquanto via Rony ir atrás de Hermione.

- Eles vão se entender. No fim eles sempre se entendem – disse Harry.

- É uma pena Hermione se achar tão feia e não ter entendido que, para Rony, a única mulher bonita o suficiente para ele é ela.

- Incrível como você consegue entender essas coisas do coração, Gina.

- A questão não é entendê-las, mais senti-las.

Os dois ficaram em silêncio apenas observando as pessoas que dançavam no salão.

Rony alcançou Hermione, que já se encontrava fora do salão, e a puxou pelo braço.

- O que eu disse que te machucou tanto? Me diz, por favor.

- Como pode me perguntar isso? Você acabou de me dizer que eu não tenho o direito de ser feliz.

- Como é que é? Eu não disse isso.

- Como não? Você acabou de dizer que qualquer garota que fosse feia não tinha o direito de ficar com quem gostava.

- Posso saber quem disse que a senhorita é feia? Pois ou é um idiota ou é louco. Hermione, você é a garota mais bonita que eu conheço e tenho certeza que qualquer cara que você goste adoraria ser seu namorado.

- Você acha mesmo?

- Claro. Agora deixa de besteira e vamos voltar lá pra dentro.

- Vai indo você. Eu já vou.

- Tudo bem. Mas não demora, viu? – e Rony beijou a bochecha da garota, fazendo-a corar.

Rony não entendia como Hermione podia se achar feia. Ela tinha os olhos, a boca, os cabelos, o rosto, o corpo, enfim era a pessoa mais bonita e interessante que ele conhecia. E além de todos esses atributos, ainda era inteligente, companheira, corajosa e leal, ou seja, Hermione era perfeita. E sendo perfeita, Rony sabia que não a merecia e teria que se contentar com sua amizade, embora suas pernas ficassem bambas, seu rosto pegasse fogo e sua cabeça girasse com um mínimo toque da garota.

Rony se lembrou de quando começou a sentir isso. À princípio, achou que foi no dia do Baile de Inverno, no quarto ano, ao ver Hermione dançando com Krum, mas então lembrou-se de que mesmo durante os três primeiros anos, já sentia uma necessidade de ficar perto dela. Lembrou-se da preocupação dele com ela no primeiro ano, ao passarem pelas proteções que os professores tinham colocado para não roubaram a Pedra Filosofal. De quando ousou entrar na Floresta Proibida e na Câmara Secreta para tentar despetrifica-la no segundo ano, e da vontade de confortá-la quando acharam que Bicuço estava morto no terceiro ano. E ao se lembrar de todas essas coisas, aceitou que talvez estivesse apaixonado por Hermione desde a primeira vez que a viu no trem para Hogwarts no primeiro ano. Ele só não tinha compreendido isso logo no começo.

Rony sabia que não tinha a menor chance com Hermione (na opinião dele, é claro), embora Harry sempre tivesse dito o contrário. Não arriscaria sua amizade com a morena.

Hermione via Rony se afastando em direção ao salão e pensou como ele podia ser gentil. Considerou, também, que sua única vontade naquela hora era se atirar nos braços do garoto e dizer a ele que a única pessoa que ela gostaria que fosse seu namorado era ele. Mas, como sempre, desistira no último segundo. Não entendia como podia ter tanta coragem de enfrentar desafios na luta contra Voldemort e ser tão covarde quanto o assunto era Rony, e o que ela sentia por ele. Não fazia jus à casa de Grifinória essa atitude.

Assim sendo, os dois permaneceram concentrados em seus pensamentos e não perceberam que tinham chegado à mesma conclusão. Concluíram que não podiam continuar assim e que antes de saírem na busca pelas Horcruxes, resolveriam essa situação.

A festa transcorreu normalmente até o seu final, com Gui e Fleur saindo para sua lua-de-mel, deixando as mães chorando e os pais sorrindo na porta do salão.

Harry, Hermione e os Weasleys foram os últimos a deixarem o salão, utilizando uma chave de portal para a Toca. Chegando à Toca, cada um se dirigiu ao seu quarto, porém Harry notou que Gina não subiu, e foi para o jardim nos fundos da Toca. Mione a seguiu e logo as duas estavam sentadas no balanço da árvore dos fundos. Harry se aproximou e pôde ouvir Gina falar com Mione:

- Quando será a nossa vez?

- Não sei. Mas pelo menos os noivos nós já escolhemos – disse Mione com um sorriso nos lábios.

- Infelizmente, um é lerdo demais e o outro está ocupado tentando salvar o mundo bruxo – Gina passou a rir com a amiga.

- Mas acredito que não podíamos ter escolhido melhor.

- Com certeza. Mas como somos duas meninas teimosas, esperaremos o quanto for necessário.

- É verdade. Mas como também somos meninas decididas, podemos ajudar também, né?

- Eu não. Prometi ao Harry que não pressionaria ele e vou cumprir minha promessa. Mas tenho certeza de que é com ele que eu vou viver a minha vida.

Harry ouvindo aquilo, se retirou para o quarto de Rony, feliz e com a mesma certeza de Gina: a vida dele seria ao lado dela, não importava o que teria que passar ou os perigos que iria enfrentar, no final eles ficariam juntos.

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