A batalha final
A batalha final
Ao entrarem, encontraram uma situação inesperada.
Voldemort não estava lá, e ao invés disso a sala estava repleta de acromântulas, que avançaram diretamente em direção ao grupo. Elas pareciam estar famintas, e conseguiram puxar Kingsley, que foi seguro por Lupin.
Harry, Rony, Neville e Luna lançavam feitiços contra as acromântulas que investiam contra a porta, enquanto Lupin e Snape puxavam Kingsley, que ajudava lançando feitiços contra a acromântula que o segurava. Após alguns minutos sem a cena se alterar, Snape e Lupin finalmente conseguiram libertar Kingsley, enquanto Rony empurrava a porta, mantendo as acromântulas presas novamente na sala.
- Uma armadilha! – gritou Snape, arfando. – Ele sabia o que pretendíamos fazer. Eu disse a Dumbledore que isso aconteceria, já que a ligação com a senhorita Weasley era muito forte.
- E agora, Snape? – perguntou Lupin.
- Temos que voltar. Nossa melhor chance é nos reagruparmos. Venham e se segurem em mim!
E quando o grupo agarrou as vestes de Snape, todos foram sugados, retornando à entrada da caverna.
A batalha continuava com violência, porém as baixas dos dois lados eram mais visíveis.
Corpos de Aurores jaziam entre as pedras da entrada da caverna, junto com os de comensais, que haviam tentado recuperar espaço, atacando impiedosamente.
- Kingsley e Lupin, assumam o comando novamente da batalha – orientou Snape. – Dumbledore sabia da possibilidade de isso acontecer e me orientou a tentar outra coisa.
- Você sabia que podíamos estar indo de encontro a uma armadilha e não nos disse nada? – esbravejou Harry, enquanto era contido por Rony e Neville. – Trouxemos Gina pra cá sabendo que ela poderia não ser imprescindível? O que lhe dá o direito de dispor a vida das pessoas desse jeito?
- Não foi minha escolha, Senhor Potter! – Snape conseguia ser sarcástico nas horas mais improváveis. – Ela sabia disso, e pediu a Dumbledore e a mim para não dizer nada, pois sabia qual seria sua reação. Ela é uma menina corajosa e tola, como quase todas as da sua casa. Ela disse que se havia a mínima chance de ajudar, ela devia fazer o que pudesse.
Aquilo pegou Harry de surpresa. Gina sabia de tudo e mesmo assim tinha se arriscado. Iria ter uma conversa com ela sobre mentir para ele, mas naquele momento tudo que podia fazer era continuar.
- E o que faremos agora? – limitou-se a dizer.
- Tenho algumas idéias de onde o Lorde das trevas pode estar – respondeu Snape. – Mas não posso ficar indo e voltando, demoraria demais. Temos que decidir quem irá comigo agora.
Todos responderam que iriam quase ao mesmo tempo.
- Não mais de três pessoas – acrescentou, contrariado. – Sem tolas demonstrações de coragem, por favor! Dumbledore me deu orientações de quem deveria ir nessa situação. Potter e Weasley deverão ir comigo, e Lupin e Kingsley devem ficar, pois a presença deles se mostra essencial para manter nossa posição atual. Com isso só resta uma vaga, e sinceramente não tenho nenhuma preferência por nenhum dos dois que se apresentaram para a mesma. Apenas acho que a possibilidade de Longbottom pôr tudo a perder seja maior que a da Senhorita Lovegood.
- Eu vou! – respondeu Neville, com uma determinação que assustou Snape.
- Que assim seja – respondeu Snape, quando se recuperou da atitude de Neville, retornando ao seu estado natural de sarcasmo. – Mas se lembre de que não vou arriscar a missão, e nem minha vida para salvá-lo, caso ocorra algum perigo, senhor Longbottom.
- Sei me cuidar – respondeu ele, de forma simples.
Snape esticou os braços, que foram seguros pelos três garotos, enquanto Luna se posicionava entre as pedras, para ajudar na batalha que ainda se desenrola na entrada da fortaleza.
O grupo rodopiou, quando sugado pelo turbilhão da aparatação conjunta invocada por Snape.
O grupo surgiu diante de uma porta larga, muito velha, feita de uma madeira que se mostrava enegrecida pelo tempo.
Snape fez sinal aos três para que mantivessem silêncio e apanhassem suas varinhas.
Snape destrancou a porta, empurrando-a em seguida. A porta dava acesso a um longo corredor, com uma névoa permanente próxima ao chão. Pequenos archotes tentavam em vão iluminar o caminho.
O grupo caminhou lentamente, com as varinhas em punho, tentando manter o máximo de silêncio.
Ao se aproximarem do fim do corredor, Harry pôde ver uma porta de ferro muito enferrujada, que parecia não ter sido aberta há muito tempo.
Snape aproximou o rosto da porta, encostando o ouvido para tentar ouvir o que se passava do outro lado.
Após alguns segundos se afastou dela, indicando aos três que segurassem em seus braços, dando a entender que deveriam aparatar.
Mal eles se agarraram aos braços do antigo professor de poções e a sensação de serem sugados se repetiu, aparatando para uma outra sala, muito mais iluminada.
- O que aconteceu? – perguntou Rony. – Ele não estava naquela sala?
- Não – respondeu Snape. – Provavelmente outra armadilha. Ele sabia que eu o procuraria lá.
- E agora? – perguntou Harry. – Para onde vamos?
- O único lugar em que ele pode estar é numa sala em que nunca entrei – Snape não parecia preocupado com aquilo. – Mas sei como chegar lá. O único problema é que provavelmente ele sabe que iremos, e com certeza existirão armadilhas no caminho.
- Estamos prontos – disse Harry. – Além disso, não sabemos quanto tempo os outros poderão agüentar lutando contra os comensais.
- Certo - concordou Snape. – Segurem-se em mim, e preparem-se, pois ele deve estar nos esperando, e com reforços.
Os três rapazes seguraram os braços de Snape já com suas varinhas em punho.
Snape girou, e numa fração de segundo eles aparataram para um salão enorme, muito iluminado, com o que pareciam grandes estátuas de pedra circundando todo ele.
Os três se soltaram de Snape e, girando, tentaram verificar se ela era segura.
Harry notou que existiam pequenas aberturas nas bases das estátuas, o que criava a sensação de pequenas tocas.
Snape correu os olhos rapidamente pela sala, com a varinha em punho, procurando alguma coisa que pudesse indicar a presença do Lorde das trevas.
- Ele não está aqui, seu traidor! – disse uma voz fina e quase insolente, vinda de trás de uma das estátuas. – Há essa hora, o Lorde das trevas já deve ter dado cabo daquela sangue ruim e daquela traidora do sangue que fugiram da batalha. Elas foram para Hogwarts, presumo?
- Hermione! - sussurrou Rony, ao mesmo tempo em que Harry pensou em Gina. – Temos que voltar! – disse ele ao amigo.
- Já é tarde! – berrou Bellatrix, saído de trás da estátua que estava mais afastada do grupo. – Além disso, temos ordens de não deixá-los sair daqui.
Naquele instante, comensais da morte saíram de trás das estátuas, revelando um grupo de pelo menos meia dúzia de bruxos encapuzados.
- Vamos! – disse Snape, dando os braços para que Rony, Harry e Neville pudessem aparatar com ele.
- Ingênuo – disse Bellatrix, gargalhando. – Quando aparataram para cá dispararam o feitiço Pendarium, que impede qualquer um de aparatar nessa sala. – Acabem com todos, menos o Potter. – rosnou Bellatrix. - O Lorde das trevas o quer vivo.
Feitiços partiram das varinhas de todos os comensais, e o máximo que o grupo pôde fazer foi correr e se esconder nas estátuas mais próximas.
Os feitiços que foram lançados sobre eles atingiram os monumentos de pedra, arrancando partes dos mesmos, mas não conseguindo destruí-los, nem atingir o grupo.
Rony e Harry, que estavam atrás da mesma estátua, reagiram rapidamente, estuporando dois comensais, que caíram desacordados. Neville disparou contra Bellatrix, mas ela era a melhor bruxa dos que lutavam ao lado de Voldemort, e rapidamente repeliu o ataque do rapaz.
Snape inutilizou outro comensal com um feitiço não verbal, e em seguida mais dois, explodindo a estátua em que eles se refugiaram.
Embora Bellatrix fosse muito boa, eles estavam em vantagem numérica. Harry e Rony correram quando um dos comensais explodiu a estátua em que eles estavam escondidos, rolando para se abrigarem em outra, caída no chão.
Snape atingiu o comensal que explodira a estátua, derrubando-o.
Restavam apenas Bellatrix, atacando Neville ferozmente. Ele escapava das maldições de tortura lançadas sobre ele por muito pouco.
Snape gritou para Harry e Rony:
- Vão!!! Aquela porta dá acesso a um corredor de onde poderão aparatar para a entrada da caverna, e depois para Hogwarts.
- Mas e vocês? – perguntou Rony.
- Nós nos viramos - respondeu Neville, enquanto lutava com Bellatrix.
- Vamos, Rony!!! – disse Harry, puxando o amigo pela camisa, para se levantarem.
- Não!!! – gritou Bellatrix, lançando um feitiço na direção dos dois, passando muito perto de Rony.
Harry e Rony passaram correndo pela porta, enquanto viam Snape derrubar o último comensal que ainda lutava ao lado de Bellatrix, ao mesmo tempo em que Neville tentava derrubá-la. Eles chegaram ao corredor, atravessando-o rapidamente, para enfim chegarem à ante-sala, de onde poderiam aparatar.
Harry estendeu o braço para o amigo, que entendeu, e o agarrou para aparatarem juntos. A luta dentro da sala não diminuía. Mesmo em desvantagem, Bellatrix não ia ser derrotada facilmente. Harry não podia esperar, e aparatou com Rony para a entrada da caverna.
Quando os dois se viram no meio da batalha que ainda se desenrolava na entrada da fortaleza, Harry não teve tempo de avisar ninguém para onde iam, e resolveu que seria melhor não serem vistos saindo de lá, pois poderiam pensar que estavam fugindo, o que diminuiria o moral de todos.
Ele fez sinal para que Rony o seguisse pelo canto da abertura que dava entrada a caverna, de modo que ninguém os visse.
Rapidamente, eles se esgueiraram para fora da caverna, e aparataram em direção à Hogwarts.
Quando se viram em frente aos portões do castelo, viram que tudo estava errado.
Os portões estavam abertos em um ângulo estranho, como se tivessem sido arrancados parcialmente, sendo seguros apenas pelo o que restavam das dobradiças.
Mas o pior estava adiante.
Dois aurores designados para protegerem os portões de Hogwarts estavam caídos, com os olhos e as bocas abertas, totalmente sem vida. Bastou um olhar para entenderem que Voldemort havia passado por ali, e que os dois aurores não tiveram a mínima chance.
Harry e Rony correram pela estrada que dava acesso ao castelo, sabendo que qualquer minuto perdido poderia ser crucial para a sobrevivência de Gina e Hermione.
A visão do grande portão de acesso ao castelo rachado ao meio não os fez diminuírem o ritmo. Harry e Rony pararam no salão de entrada e se entreolharam.
- Para onde? – perguntou Rony.
- Não sei – respondeu Harry. – Não escuto nada de anormal por aqui.
- Melhor nos separarmos? – Rony não parecia muito seguro de que a sua sugestão fosse boa.
- Melhor não – respondeu Harry. – Elas são espertas, devem ter se escondido.
- Mas onde? – Rony aguçou seus ouvidos, enquanto pensava onde elas poderiam estar.
- Torre da Grifinória? – sugeriu Harry.
- É uma opção. Vamos – disse Rony, correndo em direção as escadarias.
Harry o acompanhava de perto, tentando não ser surpreendido pelas escadarias, que curiosamente não mudaram de lugar naquele momento. Harry ficou intrigado, mas não podia perder tempo imaginando o porquê daquilo. Tinha de encontrar Gina e Hermione, e colocá-las a salvo.
Os alunos de Hogwarts haviam sido mandados para casa, para que não corressem riscos desnecessários, e a maioria dos professores havia ido com o grupo para a fortaleza de Voldemort. O silêncio na escola estava assustador.
Nada se movia, nenhum barulho se ouvia na casa, e os quadros das escadarias estavam vazios. Nenhum de seus moradores parecia ter coragem suficiente para aparecer.
Harry e Rony chegaram rapidamente à torre da Grifinória, mas para surpresa dos dois, a porta estava aberta e o quadro da Mulher Gorda, destruído.
- Com cuidado – sussurrou Harry, colocando o braço sobre o peito do amigo, fazendo com que ele diminuísse a velocidade.
Eles atravessaram a abertura com suas varinhas em punho, esperando encontrar Voldemort ali, mas a sala comunal estava vazia.
O local estava praticamente todo destruído, mas não havia ninguém lá.
Harry e Rony subiram as escadarias que davam acesso aos dormitórios dos rapazes, esperando que talvez as duas estivessem ali.
Novamente, não encontraram ninguém, apenas destruição. Os malões de quem ainda estava na escola estavam revirados, com o conteúdo dos mesmos espalhados pelo chão do dormitório.
Harry se aproximou de seu malão, e observou suas coisas. Livros, penas, pergaminhos, roupas, não restava nada ali que pudesse ser aproveitado.
- Harry! - o tom entusiasmado de Rony fez com que o amigo virasse rapidamente. Ele entendeu o porquê da agitação de Rony assim que viu o pergaminho que ele erguia. O mapa do maroto era tudo que eles precisavam para encontrá-las.
- Perfeito, Rony! – disse Harry, apanhando o pergaminho da mão do amigo e dizendo rapidamente, enquanto tocava o mapa do maroto com sua varinha. – Juro solenemente que não farei nada de bom!
O mapa de Hogwarts começou a se formar no velho pergaminho.
Harry e Rony corriam os olhos por cada parte do mapa com ansiedade, mas não encontravam nada.
- Ali! – gritou Rony, apontando para o canto onde estavam as masmorras.
Dois pontos com os nomes de Hermione e Gina corriam pelos corredores das masmorras, seguidos por três pontos, com os nomes de Tom Riddle, Goyle e Crabble.
- Vamos! – gritou Harry, enquanto puxava o amigo de volta as escadarias que davam acesso ao dormitório e consequentemente para fora da sala comunal.
Harry e Rony desciam as escadas de forma desesperada, sem se preocuparem, pois as escadas continuavam imóveis.
Eles chegaram rapidamente ao final delas, onde pararam para observar novamente o mapa do maroto.
- Elas estão voltando! – disse Rony, apontando para o mapa.
Por um segundo, Harry achou que estavam com sorte, mas mudou rapidamente de idéia, ao notar um pequeno ponto negro, com o nome de Tom Riddle, aguardando as duas antes da saída das masmorras.
- É uma armadilha! – disse Harry ao amigo, ao observar melhor o mapa. De alguma maneira, Goyle e Crabble haviam deixado Hermione e Gina passarem por eles, de forma a ficarem cercadas entre os dois e Voldemort. – Vamos! Temos que chegar lá antes delas encontrarem Voldemort.
Harry desceu em direção as masmorras, sem tirar os olhos do mapa do maroto, observando a aproximação de Hermione e Gina ao local onde Voldemort as esperava.
- Rápido – gritou ele a Rony, percebendo que naquele ritmo não alcançariam Voldemort antes delas.
Alguns segundos depois, eles escutaram o barulho dos feitiços lançados bem à frente, onde estavam Voldemort, Gina e Hermione, segundo o mapa do maroto.
Eles viraram a última bifurcação e encontraram uma cena terrível.
Gina e Hermione estavam desarmadas e presas por cordas. Elas eram puxadas por Crabble e Goyle para a parte mais profunda das masmorras, logo atrás de Voldemort, que guiava o grupo.
- Parem! – gritou Harry, fazendo com que o grupo virasse, com Crabble e Goyle mantendo as varinhas sobre as duas.
- Finalmente parece que as coisas vão se resolver – disse Voldemort, num tom sarcástico.
- Deixe-as!!! – gritou Harry. – Nós dois temos que resolver isso. Ninguém mais precisa ser envolvido!
- Tão nobre como sempre – respondeu Voldemort, com um sorriso que denunciava sua intenção de não liberar ninguém naquele momento. – Contudo, devo discordar. Embora as coisas possam ser resolvidas sem o envolvimento de seus amigos, nada me daria maior prazer do que ver seu sofrimento por causa deles.
Rony estava pronto para atacar Goyle e Crabble, mas ele sabia que não conseguiria atingir os dois, o que significaria perder ou sua irmã, ou a pessoa que amava. Ele procurou os olhos de Harry, que estavam fixos em Voldemort. Ele não sabia o que fazer, e resolveu que o melhor seria esperar uma definição de Harry.
- Acho que está na hora de deixarmos as coisas um pouco mais interessantes, não acha, Harry? – disse Voldemort, mantendo seu sorriso sarcástico.
No exato momento em que Voldemort acabou de dizer essas palavras, Harry só teve tempo de escutar um grito de “não” de Rony ao seu lado.
Ao virar-se, viu Nagini enrolada no corpo de seu amigo, com as presas próximas a seu pescoço, como se estivesse esperando uma ordem de seu mestre para matá-lo.
- Acho que o melhor será se entregar, não acha, Harry? – Voldemort agora apontava sua varinha diretamente para Harry.
Harry começou a baixar sua varinha, já esperando sua morte, quando um grito gutural soou atrás dele. Ao mesmo tempo, feitiços vindos de trás dele atravessaram seu campo de visão, atingindo Crabble e Goyle, que caíram estatelados no chão.
Ele se virou e viu Snape, Luna, Lupin, Tonks e Kingsley atravessarem o corredor, atacando Voldemort com fúria.
Um pouco mais atrás, viu o corpo de Nagini afrouxar em torno de Rony, enquanto a cabeça da cobra rolava decepada por Neville, que segurava a espada de Grifindor.
Rony recuperou sua varinha, e avançou em direção a Gina e Hermione, seguido por Neville, tentando resgatá-las do meio da batalha.
Mesmo com todos atacando Voldemort, o bruxo das trevas conseguia repelir todos os ataques sem muito esforço, parecendo até estar achando divertido.
Harry se juntou a eles, atacando com raiva, mas a situação não se alterou por nem um segundo.
Quando Voldemort pareceu se encher com aquilo, a batalha foi se modificando.
Conforme Voldemort aumentava os ataques aos seus inimigos, os mesmos eram obrigados a recuar, por não terem capacidade de enfrentar o maior bruxo das trevas dos últimos anos.
Voldemort resolveu que já era o bastante, e com um gesto derrubou Lupin, Kingsley, Tonks e Snape, e se virando para Luna, que estava atordoada pelos feitiços de que se desviara anteriormente, ficando completamente desprotegida.
Quando Voldemort lançou o feitiço, um corpo tomou a frente de Luna, recebendo o feitiço da morte.
Neville estava morto. Ele se sacrificara por Luna sem hesitar. Mais uma pessoa havia morrido por causa de Voldemort.
“Quantos mais teriam que morrer para que Voldemort fosse finalmente derrotado?” era o que se passava na cabeça de Harry, ao ver o corpo de Neville ser amparado por Luna, enquanto esta se desesperava.
Snape, Kingsley, Tonks e Lupin voltaram a atacar Voldemort, com fúria, mas sem causar nada mais do que um pequeno recuo dele.
Foi quando Harry percebeu o que tinha que fazer.
Ao ver Neville caído, com a expressão estática, tudo ficou claro em sua mente.
Ninguém mais morreria por sua causa.
A parte da profecia que escutara anos antes veio à sua lembrança, “um não poderá deixar de existir enquanto o outro viver”.
Estava claro para ele. Teria que morrer para Voldemort deixar de existir.
Ele olhou para Rony, e o amigo percebeu o mesmo olhar que ele tinha lançado para Harry momentos antes de se sacrificar no tabuleiro de xadrez de MacGonagall, no primeiro ano deles em Hogwarts, para que Harry pudesse continuar na tentativa de deter Snape, que depois vieram a descobrir que se tratava de Quirell, no plano de possuir a pedra filosofal.
- Não!!! - gritou Rony, na esperança de evitar que o amigo fizesse aquilo.
Harry abaixou a varinha, deixando seu corpo desprotegido, ao mesmo tempo em que dava a Rony um ângulo possível para o ataque ao Lorde das trevas.
Voldemort sorriu, e atacou Harry, lançando um Avada Kedavra diretamente no peito daquele que todos pensavam ser o escolhido para derrotá-lo.
Estava feito. Harry se sacrificara para que Voldemort pudesse ser derrotado.
Rony, em um momento de fúria, gritou, lançando um Avada Kedavra em Voldemort, que não esperava tal reação daquele rapazola. Ele finalmente caiu, com os olhos vidrados para trás, morto, pois a última parte de sua alma, que o mantinha vivo, agora estava destruída.
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