Guardião da Água revelado



Caro Harry,

Sei que você vai estranhar de eu estar lhe escrevendo sem nem ao menos termos conversado, porém, eu conheço sua história e gostaria de lhe dar algo. Por acaso fiquei sabendo que a vista da janela do seu dormitório dá para a Floresta Proibida. Você já deve ter percebido que é o único quarto com essa vista.
Meu presente está dentro de um tijolo falso nesse dormitório. Para descobrir qual tijolo é, use o feitiço Verdimillious, que serve para revelar o que foi oculto por meio de magia. Eu aconselho a ir sozinho, embora possa mostrar a pessoas de confiança.
Você talvez não o ache muito útil no começo, porém me serviu muito bem e tenho certeza de que lhe servirá também. Por favor, não comente nada comigo pessoalmente. Tenho suspeitas de estar sendo seguido. Mas darei um jeito de passar informações, basta você prestar atenção.

Prof. Caíque Snow.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Harry acabou de ler a carta abismado. Mostrou-a para Rony e Hermione, depois olhou para a mesa dos professores. O Prof. Snow sorria para ele. Harry acabou seu jantar e foi com os outros três dormir. No salão comunal Hermione se separou deles. Rony chegou no dormitório, falou com Harry que veria o que era depois e caiu no sono. Nicolas, porém, ficou acordado, apenas observando. Harry entendeu isso como um sinal de confiança. Pegou a varinha, receoso de não conseguir fazer o feitiço de primeira, apontou para um ponto não-especifico na parede e disse:

- “Verdimillious!”

Então saiu uma luz verde da ponta da varinha, que iluminou fortemente todo o quarto. Harry agradeceu pela luz ser verde, porque não acordou Dino, Simas, Rony e nem Neville. A luz então ficou mais forte em um pedaço da parede próximo a janela, e então um tijolo desapareceu. Harry foi até lá. Enfiou a mão dentro, e de lá retirou uma espécie de colar.

Correu o colar pelos dedos. A corrente era fina, mas bastante resistente. Era de ouro puro. Tinha um pingente, bastante singular, que era de prata com detalhes de jóias de cores vermelho-sangue, azul-marinho, branco-puro e verde-oliva. Harry riu só de pensar se algum trouxa visse aquilo. Era uma espécie de G maiúsculo cursivo, com um olho saindo da ponta de cima. Era cheio de tribais atrás. Harry teve a impressão de já ter visto esse G antes. Começou a pensar, mas não se lembrava onde. Então pensou em como aquilo podia ser útil para ele. Quer dizer, aquilo era só um colar, não? Mas o colocou no pescoço mesmo assim. O professor falou que talvez ele não entendesse a utilidade, mas que iria ser útil mesmo assim. Sentiu um calor desprendendo do colar, mas foi momentâneo.

Então foi dormir. Não podia falar com o professor, mas ninguém o impedia de investigar o que era aquilo. Quem o professor Snow era para ter dinheiro o suficiente para um colar daqueles? Porque aquele colar parecia tão especial? Que utilidades ele teria? Aonde ele o viu antes? E, além do colar, ele tinha outras perguntas... O que ele fez na Toca? Que palavra era aquela? Porque a poção da paz que ele fez ficou boa daquele jeito? E aquele sonho, era real, algo implantado em sua mente, ou era apenas um sonho? Se fosse real, o que o professor Snow pretendia ser? Porque ele estava treinando com espadas? Bruxos usam varinhas... E quem era aquele velho? E aquelas visões? O que significavam?

Harry finalmente conseguiu dormir, com muita dor de cabeça devido às inúmeras perguntas... Teve uma noite sem sonhos, finalmente.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Duas semanas depois, Nicolas já havia se enturmado e se acostumado com a escola. Todo dia treinava com Harry ou Rony, geralmente na posição de batedor ou artilheiro, já que Rony e Harry eram o goleiro e o apanhador. Como artilheiro ele não se saía muito bem, mas conseguiu fazer um galo do tamanho de uma bola de golfe na nuca de Rony e deslocou o braço de Harry. Ele era um bom aluno, com notas melhores que as de Harry e Rony, mas não chegava ao nível de Hermione.

Porém, ultimamente andava muito calado. Harry achava que sabia o motivo... Só que ele ainda não tinha a menor pista de como resgatar a irmã dele... Mas havia algo estranho. Com Harry e Rony, principalmente Rony, ele procurava saber da história de vida, o que já fizeram, detalhes que o jornal não noticia e etc... Mas com Hermione, ele parecia já saber muita coisa... Isso deixava Harry incomodado... Porque ele a conhecia tanto? E ela havia dito no trem... “Ou um aluno novo”, foi o que ela disse... Ela parecia já saber que ele vinha pra Hogwarts... O que estava acontecendo? Decidiu falar com Hermione. Foi até o Salão Comunal, onde a amiga estava conversando com Nicolas seriamente e Rony fitava o fogo pensativo.

- Hermione, preciso falar com você. – ela o olhou, esperando ele continuar.
- Fale!
- Gostaria que fosse a sós. – Nicolas o olhou desconfiado, mas se levantou e foi para o dormitório. Rony parecia estar em outro mundo, não ouviu o que Harry havia dito. Hermione riu e sacudiu a mão na frente de seu rosto, fazendo ele olhar para o lado assustado.
- Hermione? O que foi? Harry? Eu não te vi entrar...
- Claro... Em que mundo você estava?
- Errr...
- Não precisa dizer... Mas é que o Harry quer falar comigo, a sós. O Nicolas já subiu, vai lá...

Rony olhou desconfiado, mas subiu. Harry se sentou de frente para a amiga.

- Eu estive pensando...
- No quê?
- No trem, na hora em que ele parou e todo mundo achou que era um dementador ou um professor embarcando, você disse que podia ser um aluno novo. Depois soubemos que era Nicolas, que veio lá da Itália. Ai, ele faz perguntas sobre mim e sobre o Rony, mas conversa com você como se já te conhecesse faz tempo. Você está escondendo algo da gente, Mione?

Hermione deu um suspiro. Mas sorriu.

- Eu não estou escondendo exatamente... Mas achei melhor que não soubessem...
- Do que exatamente?
- Está bem... Eu conheço a irmã dele, Aisha. Ela é mais nova que ele, e eles não moraram sempre na Itália. Eles já moraram aqui na Inglaterra, em uma cidade um pouco ao norte de Londres, Greelin. Era a mesma cidade em que minha avó morava, antes de morrer. Uns três anos antes de eu entrar pra Hogwarts, eu fui visitá-la, passar uma semana lá. Enquanto eu dava um passeio pela cidade, eu não vi uma pedra no bosque, capotei e ia cair de um barranco de uns dez metros, não viria pra Hogwarts e não teria conhecido vocês, se uma menina que viu meu tombo não tivesse me segurado. Nos tornamos amigas depois disso. Quando ela teve que se mudar pra Itália, um ano depois, continuamos a nos comunicar por cartas. Por método trouxa, porque eu não sabia que a família dela era bruxa, eu nasci trouxa, eu não sabia nem que eu mesma era bruxa. Aí, quando eu recebi a carta de Hogwarts, eu contei pra ela porque eu já a considerava de confiança. Você não imagina a surpresa que eu tive quando a resposta dela veio por uma coruja. Ela me contou que a família toda dela era bruxa e que não me contou porque as leis bruxas proíbem os trouxas de saberem do mundo mágico. E ela me contou que recebeu a coruja convocando ela para o Colégio Romênia De Bruxaria, assim como Nicolas a havia recebido um ano antes. E nós mantemos contato durante esses anos, eu me lembro de que ela ficou chateada quando eu fui pra França ao invés da Itália... Só que nas férias passadas eu não recebi notícias dela, só o Nicolas me escrevia dizendo que ela estava muito estranha... Que não falava muito com as pessoas... E que suas notas na escola haviam melhorado muito de uma hora pra outra... Eu estranhei, geralmente ela era bem extrovertida. Então, uma semana antes do dia de vir pra Hogwarts, Nicolas me mandou um bilhete dizendo que viria estudar aqui comigo, disse que não podia explicar na carta, mas explicaria quando chegasse. Por isso eu sabia que ele vinha, e por isso ele me conhece tanto. Eu sou amiga dele e da irmã dele. Satisfeito?

Harry a olhava embasbacado. Então ela o conhecia? Mas... Ele não entendia, porque ela escondeu aquilo? Não fazia a menor diferença...

- E porque escondeu isso da gente?
- Porque eu não queria dar a impressão de que havia algo errado até eu mesma me certificar o que havia acontecido. Mas agora vi que vocês podem me ajudar...
- Como?
- Eu te disse que a Aisha andava mais quieta, melhorando as notas, e andava muito pensativa. Estou notando a mesma coisa em você.
- Em mim???
- É Harry... Tem acontecido algo com você ultimamente? Algo estranho, quer dizer.
- Bem... Err... Hã... Éééé...
- Não enrola!! Tem ou não tem?
- Na verdade... Tem! – Harry se ajeitou na cadeira, incomodado.
- O quê? – Hermione parecia animada agora.
- Tem que prometer não contar para absolutamente ninguém!
- Prometo!
- No dia do ataque, quando aquela comensal foi atrás de você, eu já tinha estuporado aquela outra e fui... – Harry contou tudo o que realmente acontecera naquele dia, sobre a palavra e o efeito que causou na mulher. Hermione a toda hora arregalava os olhos, impressionada. –...E aí o Rony chegou apagando a mulher e eu desmaiei... – terminou.
- Harry, você tem alguma idéia do que você fez??
- Não... Por isso não contei nada!
- Você fez Magia Elemental, uma das mais raras e incontroláveis que existem!!
- Como assim?
- Vem cá...

Hermione puxou Harry até sua mochila, tirou de lá de dentro um livro fino (o que surpreendeu Harry, que esperava um livro do tamanho de um tijolo), e o colocou em cima da mesa.

- Dei sorte de pegar esse livro semana passada... - ela o abriu no índice, procurando um capítulo – Achei! Magia Elemental! Olhe aqui Harry...

Harry leu aonde ela indicava.

“A Magia Elemental é extremamente rara, e mais raras ainda são as pessoas que conseguem controlá-la. A primeira notícia que se tem de uma pessoa que conseguiu controlar esse dom foi na época medieval, em que se confirmou que o próprio Merlin tinha o controle sobre os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Vento. Esse feito de se controlar todos os quatro elementos nunca mais se repetiu desde então, pelo que já foi descoberto. Há boatos de que os fundadores de Hogwarts, Rowena Ravenclaw, Helga Hufflepuff, Godric Gryffindor e Salazar Slytherin, teriam todos eles o dom da Magia Elemental. Ravenclaw controlaria o infinito Vento, Hufflepuff controlaria a mãe da vida Terra, Gryffindor controlaria o indomável Fogo e Slytherin controlaria a misteriosa Água. Mas deve-se lembrar que são apenas boatos, ninguém nunca confirmou que eles de fato teriam estes dons raros”.

“E um outro boato diz que quando se há um mal iminente se aproximando, quatro crianças são escolhidas para herdar esses dons e serem capazes de controlá-los, tendo cada criança o poder de um elemento. Isso explicaria o porquê de a Segunda Guerra Mundial (a qual os trouxas nem desconfiam que a maior parte dos envolvidos era bruxa) ter tido uma reviravolta tão drástica, quando o bruxo Adolf Hitler estava ampliando seus poderes e nada indicava que iria parar. Mas, se isso realmente for verdade, porquê quando surgiu Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado essas crianças prodígio não apareceram, deixando o trabalho para o jovem Harry Potter? (sabia que meu nome estaria envolvido, pensou). Portanto, continua sem confirmação a história dos que foram chamados Guardiões dos Elementos durante muito tempo”.

Harry acabou de ler abismado. Então ele era um dominador do Fogo? Não fazia sentido. Porque ele só descobrira esse dom aos dezesseis anos? E essa historia de Guardiões... Ele era um? Se eles existem e ele era um, quem eram os outros? O livro de Hermione ao invés de deixar mais fácil de entender havia complicado ainda mais sua cabeça. Finalmente, decidiu falar algo.

- Então você está sugerindo que eu sou um desses Guardiões?
- Exato!
- Mas isso não faz sentido, Mione, porque eu só descobriria isso aos dezesseis anos?
- Sei lá!! Deve ter um motivo, mas isso não é o mais importante...
- Então se esses Guardiões foram escolhidos e eu sou um deles, quem são os outros? E o que isso tem a ver com o seqüestro da Aisha?
- É aí que eu quero chegar, a Aisha estava agindo igual você ultimamente, e se ela também for uma Guardiã?

Mas Harry não estava ouvindo. Estava se lembrando de um certo livro, que no momento estava debaixo de uma tábua solta em seu dormitório. A frase, na quarta-capa... “Este livro pertence ao Guardião da Água”. O Guardião da Água já havia estudado em Hogwarts!

- Harry? Estou falando com você!
- Hã? Que foi?
- Eu estava dizendo que a Aisha pode ter sido seqüestrada por ser uma Guardiã!
- A Aisha é uma Guardiã?
- Ai, meu Merlin... Eu estava falando sozinha esse tempo todo? Eu estava dizendo que ela pode ser uma Guardiã porque ultimamente estava agindo igual a você! Aconteceu alguma coisa depois que você não me contou? – Hermione acrescentou, ao ver que ele estava com uma expressão cômica, como se estivesse somando dois com dois.
- Aconteceu! Eu acho que o último Guardião da Água já esteve em Hogwarts!
- Como assim?

Porém Harry a deixou falando sozinha de novo e subiu ao dormitório. Ela se zangou.

- Não acredito que ele me deixou aqui! Ah, mas ele vai ouvir tanto...

Mas Harry já estava de volta, com um livro velho e surrado na mão.

- Você me deixou falando sozinha de novo!
- Eu fui buscar isso. Mas antes de eu te mostrar me deixa explicar o que aconteceu. – então ele contou sobre o livro que achou, o que havia escrito nele, contou sobre o que realmente aconteceu na aula de Poções e contou sobre o sonho, embora não entendesse o que o sonho tinha a ver. Contou sobre o bilhete e o colar do professor Snow, mostrando-o a Hermione, que ficou deslumbrada com ele.
- Harry, você devia ter me contado isso tudo antes, agora avançamos muito nisso! Olha só: o Guardião da Água estudou em Hogwarts, certo? E olha só esse livro: ele tem feitiços elementais incríveis, e tem esse símbolo aqui atrás que provavelmente era o símbolo dos Guardiões. Agora presta atenção: esse símbolo não é o mesmo que o do seu colar?

Agora que Hermione falara, Harry compreendia aonde já tinha visto este símbolo antes. No livro do Guardião!! O que queria dizer...

- O prof. Snow é o Guardião da Água!! – Hermione completou para ele.
- E tem mais, aquele sonho que eu te falei, o velho estava falando: nada mal para um futuro... Guardião!!! Ele ia ser um Guardião!
- Mas porque então ele te deu o colar? E quem foram os outros? Se nascem quatro crianças com aproximadamente a mesma idade, ele deve ser da geração passada, então o que aconteceu com os outros três guardiões?
- Eu não sei... Será que devemos falar com ele?
- Não... Você viu o bilhete: ele está sendo vigiado por alguém, e ele disse que vai te passar informações se você olhar bem... Prestar atenção... Então devemos fazer o mesmo que ele: tentar passar informações que ele só compreenderá se prestar atenção... Se for um Guardião com certeza terá de perceber!
- Mas como vamos fazer isso?
- Eu já sei... Verá amanhã!
- Não estou gostando dessa história...
- Nem eu, mas finalmente temos alguma pista do seqüestro da minha amiga, e vamos nos ater a ela!
- E quanto a Rony e Nicolas?
- Não sei se devem saber...
- Ele é irmão dela! E Rony sempre nos ajudou!
- Está bem, mas vamos esperar mais um pouco antes de contar... Vamos confirmar nossas suspeitas...

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

No dia seguinte Harry já estava pensando em marcar a seleção do time. Já tinham mais de duas semanas de aulas e ele não havia tomado providencias, o primeiro jogo contra a Corvinal seria em outubro e não havia um time da Grifinória. Marcou os testes para dali a três dias.

Hermione estava muito calada e Harry ficou pensando no que ela ia fazer pra chamar a atenção do professor. Rony e Nicolas não paravam de perguntar sobre o que eles tanto conversaram, mas Harry só respondeu meia verdade, contou apenas a questão de Nicolas.

Eles assistiram a todas as aulas da manhã e foram almoçar, mas Hermione disse que tinha algo pra resolver e foi para outro canto. Harry estranhou. Ela deve ter ido deixar a pista, pensou.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Hermione estava indo até a sala dos professores, quando viu um loiro ir à direção dela, mas o que era estranho, sem aqueles primatas por perto. Decidiu se esconder atrás de uma estátua próxima, e quando ele a passou ela viu que ele estava xingando Deus e o mundo, ou melhor, ele xingava veementemente uma garota. Não precisou de muito esforço para ver que se tratava da Parkinson.

- Ah, mas ela me paga... Como ela arrumou essa informação? Não tem como ela ter descoberto a não ser... Ah, Docart, você me paga também!! Você e a Pansy!! Seu traidor filho da **** e essa vaca debilóide... Vocês dois vão ver só... Assim que eu arrumar um jeito de me livrar da sua chantagem, Pansy, você vai ver só quem é seu docinho... Nunca mais você vai ousar me chamar de seu loiro... E se você chegar essa sua boca imunda a dois metros de mim vai ser estuporada... Era só o que me faltava, ser obrigado a namorar essa vaca porque o idiota do Docart falou pra ela o meu plano... Se o Lord ficar sabendo... Eu estou morto... Nossa ainda bem que esse corredor está vazio... Quanta coisa eu deixei escapar... É melhor ir embora daqui...

Ele virou um corredor ainda zangado, e Hermione saiu de trás da estátua meio pasma com tudo o que ouviu.

- Infelizmente, Malfoy, o corredor não estava vazio... – deu um sorrisinho, que logo sumiu ao se lembrar que pelo jeito como ele falou de Voldemort ele devia estar trabalhando para ele agora. Lembrou-se do que estava indo fazer e foi pra sala dos professores.

Chegando lá, foi ao armário do professor Snow, com um Alorromora simples abriu a porta e desocupou uma prateleira. Nela derramou uma poça de água, na qual ela colocou um feitiço para não se espalhar. Pegou um pedaço de pergaminho e o enfeitiçou para ficar impermeável. Foi até a mesa e desenhou um G igual ao do medalhão. Colocou o pedaço de pergaminho na poça de água. Satisfeita, trancou a porta do armário de novo e saiu. Mas trombou com alguém... Um certo professor que não esperava pelo “recado” em seu armário...

- Srta. Granger? O que faz aqui?
- Eu vim ver se tinha alguém aqui...
- Pra quê? – perguntou, desconfiado.
- Ah... Nada de extrema relevância... O almoço acabou?
- Sim, você tem aula agora.
- Então já vou indo, professor, se me der licença...

Hermione passou pelo professor e foi pra aula de Astronomia, onde seus três amigos já a esperavam.

- E então? Conseguiu? – Harry já foi perguntando, enquanto os outros dois não entendiam nada.
- Conseguiu o quê? Do que vocês estão falando? – Rony estava curioso. O que eles deviam ter conversado tanto que fez Harry voltar pro dormitório tão tarde? Ele não havia engolido aquela história de querer saber da onde ela conhecia Nicolas, esse assunto não poderia ter rendido tanto, poderia?
- Nada Rony... Mas e aí? Conseguiu?
- Consegui... Só não sei se ele vai entender...
- Como assim nada Rony? DÁ PRA EXPLICAR O QUE TÁ ACONTECENDO? EU AINDA SOU AMIGO DE VOCÊS!!
- Mas se ele for mesmo um, e se ele mandou eu prestar atenção, ele também vai entender!
- DE QUEM VOCÊS ESTÃO FALANDO? EXPLICA PRA MIM! EU ACHAVA QUE ERA AMIGO DE VOCÊS!
- Mas do jeito que eu deixei, dá pra tirar várias conclusões...
- OI! Tem alguém boiando aqui sabia? Cara alto, ruivo, cheio de sardas... BEM DO LADO DE VOCES!
- Como você deixou?
- NICOLAS ME AJUDA A CHAMAR A ATENÇÃO DESSES DOIS TRAIDORES QUE EU ACHAVA QUE CONFIASSEM EM MIM!
- Eu fiz uma poça d’água no armário dele e coloquei um pedaço de pergaminho com o símbolo do seu colar em cima...
- Eu não, Rony, se eles não querem contar devem ter um motivo! Só espero que tenha a ver com o resgate da minha irmã...
- Ah, desse jeito se ele não entender não é ele!! Tá muito fácil!!
- Até tu, Nicolas? Ah quer saber? Eu vou pra aula porque CERTAS PESSOAS AQUI NÃO ME CONSIDERAM MAIS AMIGO!!
- Nossa Rony, como você é escandaloso! – Hermione parecia ter notado só agora que ele estava lá.
- ESCANDALOSO?????? ESCANDALOSO?????? AH, MAS EU ESTOU A MEIA HORA TENTANDO CHAMAR A ATENÇÃO DE VOCÊS DOIS E VOCÊS NÃO ME ACHAM MAIS CONFIÁVEL, PORQUE SE RECUSAM A ME CONTAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO E AINDA FINGEM QUE NÃO ESTÃO ME OUVINDO!!!! E AGORA EU SOU ESCANDALOSO??
- Sr. Weasley, porque você está gritando? – a professora Sinistra tinha acabado de chegar. – Agora todos em seus lugares, hoje vamos estudar sobre a galáxia B1 e B2.

Rony não trocou uma palavra com Harry e nem com Hermione a aula inteira. A professora estava estranhamente feliz, naquele dia.

- Abram o livro na página sobre galáxias e consultem o trecho dedicado às galáxias B. Copiem as características dessas galáxias que eu vou passar no quadro.

Ela deu um toque de varinha forte no quadro, e apareceu o que eles deviam copiar. Então a professora começou a cantar alegremente.

“Bananas/De pijamas/Desceeeeeeendo/As escadas...”

- Ai, ninguém merece... – Hermione sussurrou, quase ao mesmo tempo em que, numa aula de feitiços, Draco Malfoy sussurrava a mesma coisa enquanto Flitwick ensinava o feitiço Estonteante, que fazia o par ficar com cara de bobo enquanto ele achava que um pensamento feliz que era implantado em sua mente era real. Na opinião de Draco, o professor estava com uma cara de bobo tão grande que parecia ter sido atingido por dez desses feitiços. Pansy, que era seu par, já que estavam “namorando”, estava sorrindo com os olhos vidrados, murmurando coisas como “Ai, meu docinho, você é tão romântico!” Ou então “Eu também te amo, meu loiro!”. Draco girou os olhos enquanto esperava os dez minutos que o professor disse que o feitiço durava. Logo depois seria a vez de Pansy enfeitiçá-lo.

Ao ver Pansy sacudir a cabeça, com uma cara de decepção e confusão enormes, ele presumiu que o tempo havia acabado e já foi cortando:

- Nem adianta vir com meu loiro pra cima de mim porque eu sei que o feitiço já acabou. Anda, é sua vez de me enfeitiçar...

- Nossa, Draquinho, você é tããããããão gentil... “Devaneous!”

Draco começou a entrar em um estado diferente, sentiu algo que o deixou ausente de tudo a sua volta, não via mais a cara de debilóide da Pansy, nem a cara de bobo do professor, ele começou a sentir um perfume, um perfume que ele já havia sentido antes, mas não reconheceu de onde era. Estava em algum lugar que não reconheceu a princípio, mas aquilo não importava, ele só queria saber da onde vinha aquele perfume. Subiu uma escada imponente, provavelmente estava em Hogwarts. Andou por um corredor com varias portas e entrou por uma delas, que estava aberta. Entrou em outro corredor, com apenas duas portas. Entrou em uma delas, era um quarto enorme, com uma cama de casal verde, um guarda-roupa, uma escrivaninha, um criado-mudo e mais varias coisas que para ele não importavam naquele momento.

Ele registrou vagamente que não sabia que existia um quarto assim em Hogwarts, depois procuraria saber que lugar era aquele. Mas aquilo também não importava no momento. Ele saiu do quarto, entrou na outra porta. Era um lugar muito parecido, mas a decoração era menos rústica, nada que valesse a pena atentar em detalhes, ainda mais porque ele finalmente havia encontrado a fonte do perfume. Havia uma garota, deitada em cima da cama, que sorriu quando o viu entrar. Chegou perto dele e lhe deu um beijo longo, para depois sussurrar em seu ouvido:

- Você demorou...
- Mas estou aqui, não estou?

Ele só conseguiu ver que o sorriso dela era lindo e que ela tinha olhos castanho-amendoados profundos, que ele jurava já ter visto antes, antes dela lhe beijar de novo e ele perder noção de onde estava. Mas isso era impossível, como ele já viu aqueles olhos e aquele sorriso antes e agora não se lembrar da onde? Eram tão marcantes... Impossível de esquecer assim tão fácil! Mas no segundo seguinte ele via os olhos negros de Pansy, que brilhavam de felicidade, e seu rosto vermelho e patético. Mas o rosto dela só ficava vermelho assim quando ela lhe beijava... Demorou um pouco até ele perceber que estava na sala de aula e que, enquanto pensava beijar a garota dos olhos castanhos estava na realidade beijando a nojenta da Pansy! Que horror!

- Ain Draquinho, eu sabia que seus pensamentos felizes me envolviam! – ela estava radiante de felicidade.
- Só se eu estiver te torturando com um Crucio! Isso sim seria felicidade!
- Calma, bebê, eu sei que você tem vergonha de admitir...
- De admitir o quê?
- Que você me ama!
- Cheirou pó-de-flu?
- Então como explica esse beijo enquanto estava em seus pensamentos felizes?
- Eu... Não sei direito... Mas... Aqueles olhos castanhos... Eu juro que já os vi antes, mas onde?
- Olhos castanhos? Meu loiro, eu tenho olhos negros! Mas posso descobrir algo que os deixe castanhos, se quiser! Mas não desconverse, você ia explicar!
- Está bem, sua demente, eu beijei uma garota de olhos castanho-amendoados e quando acordei pra vida eu tinha beijado você, mas deve ser porque em minha mente eu via essa garota!
- Credo, você só me beija por vontade própria quando pensa em outra garota... – ela parecia preste a chorar. – quando vai notar que sempre me teve aqui e que comigo presente você não precisa de mais ninguém?
- Bem... Eu estava pensando... – Pansy se encheu de alegria – que tal... NUNCA?

Ela não agüentou, desatou a chorar exatamente na hora em que o professor Flitwick pediu silencio.

- Srta. Parkinson, eu sei que os pensamentos quando são interrompidos nos deixam muito infelizes, mas não precisa chorar desse jeito!
- M-me des-desculpe professor! – ela engoliu o choro e tentou prestar atenção, embora ainda soluçasse de vez em quando.
- Muito bem, agora que já viram o pensamento mais feliz que se poderia ter, deixe-me explicar o que exatamente vocês viram. O feitiço para Entontecer faz com que você veja uma imagem real. – ouviu-se um murmurinho pela sala, e Draco discordava do professor: embora tivesse a sensação de que já vira aquela garota antes, tinha certeza de que nunca a beijara e nunca viu aqueles quartos antes. Pansy, por outro lado, estava quase pulando da carteira de felicidade. – Calma, deixem-me explicar! Mas essa imagem real pode ser uma cena que vocês já imaginaram em sã consciência, – “com certeza não foi o meu caso, eu não conheço o lugar nem a pessoa...” – pode ser um sonho – “também não foi um sonho” – e pode ser também uma cena real. – “então o feitiço deu errado! O meu não encaixou em nenhum desses três!”
- Mas também – “ah, tem mais uma categoria” – essa cena real não precisa ser necessariamente do passado ou presente. – o professor fez ar de mistério – em algumas raras ocasiões, ela também pode ser do futuro!

Draco não entendeu. Não era uma cena criada por ele em sã consciência. Não era um sonho. Ele nunca viu aquela garota nem aquele quarto, de modo que não podia já ter acontecido. Será que era uma cena do futuro?

- Algum aluno aqui acha que a cena que viu foi do futuro? – perguntou o professor, um pouco sombrio.

Draco levantou a mão, devagar. Pansy começou a levantar também, toda feliz, mas pareceu que de repente ela se lembrou de algo, porque murchou e abaixou a mão novamente. O professor olhou para ele e balançou a cabeça.

- Já era de se esperar. Então, Sr. Malfoy saiba que só vêem cenas do futuro aqueles que nunca tiveram uma cena feliz na vida. – então um silêncio caiu sobre a turma, na hora em que se ouviu a sineta indicando o fim da aula.

Ele juntou seus materiais rapidamente e foi o primeiro a sair da aula. Precisava pensar... Como assim nunca fora feliz na vida? Sempre teve tudo o que quis com um estalar de dedos, humilhou quem se opôs a ele, tinha amigos ricos e influentes, desprezava sangues-ruins e trouxas e era cercado de amigos sangue-puro, todas as garotas de Hogwarts se deitavam aos seus pés... O que mais ele podia querer pra ser feliz?

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Depois da explosão de Rony, Harry resolveu que era melhor contar, para ele não achar que estava sendo deixado de lado. Porém Hermione insistiu em verificar se o professor havia captado a mensagem, de modo que ficou acertado de eles contarem no máximo no dia seguinte. Mas não foi necessário. Durante o jantar, eles olharam para a mesa dos professores e o prof. Snow fez um gesto discreto para que eles olhassem para a mão dele. Fingindo estar interessado em uma conversa com a prof. Sprout, ele começou a fazer gestos com a varinha, de modo que só Harry, Hermione e Rony viram o que aconteceu com o copo de água que Rony estava tomando para desengasgar de um pedaço de frango. Ao pousar o copo na mesa, a água que sobrou se levantou e fez letras miúdas, dentro do copo. Rony começou a ficar histérico, achando que estava delirando, mas Hermione o mandou ficar quieto e disse que depois explicaria. A essa altura Nicolas também ouviu e estava lendo com os outros o que foi escrito com água no copo:

“Muito bem, vocês descobriram. Acharam que eu era o Guardião da Água. Fui treinado para isso, me ensinaram, me revelaram as variadas técnicas e proezas da água.”

Mas não havia acabado. Cada vez que palavras se desmanchavam, novas surgiam.

“Mas tarde demais descobri que o dom da Magia Elemental não se pode adquirir. Todos achavam que eu seria o Guardião, mas o dom já nasce com a pessoa. Mas apenas é revelado na adolescência. Geralmente os Guardiões já tinham uma ligação com o elemento pertencente antes de serem revelados, o motivo de acharem que eu seria o Guardião da Água.”

“De tanto me treinarem, eu realmente adquiri muita habilidade e experiência com a água, e até me declarava o Guardião da Água. Não sei se acharam, se não acharam é porque não chegou a hora, mas eu tinha um livro onde guardava todas as minhas experiências e tudo o que eu aprendia, e também onde anotava minhas próprias invenções. Não sei se foi o que os levaram a pensar que eu era o Guardião da Água, porque é assim que eu assinei.”

“Mas não era. Eu nunca fui o Guardião da Água. Sempre fui treinado para ser um, sempre foi meu sonho, mas na hora de realmente saber quem seria não fui eu o escolhido. Foi uma garota, que nunca recebeu treinamento na vida, não tinha nenhuma ligação com a água, não tinha nenhum indício de que seria uma Guardiã. Mas depois que foi descoberta, se empenhou com tanto afinco que conseguiu ficar tão boa, ou melhor, do que eu estava, com apenas dois anos de treino.”

“Logo estava excelente, realmente era uma garota extraordinária, que sempre lutou pelo ideal certo, sempre deu tudo de si quando se dedicava a algo. Eu virei um bom dominador de Água, mas não fui seu Guardião. Devem estar se perguntando quem foi essa pessoa. Pois eu digo que vocês a conhecem, e um de vocês a ama muito. Não é da idade de vocês, portanto não pensem nos namorados. Vamos, não é tão difícil de descobrir... Olhem para sua esquerda, essa pessoa muito lembra a pessoa de quem estou falando.”

O quarteto rapidamente olhou para a esquerda, onde viu Gina conversando com Dino Thomas, parecia realmente zangada. Como ela tem um gênio forte, pensou Harry. Entrementes, Hermione, Rony e Nicolas tentavam descobrir quem era.

- Será que é alguém da minha família? Afinal, como o Malfoy vive lembrando, todos na minha família têm cabelos ruivos...
- Não sei... Não consigo pensar em ninguém... E você?
- Talvez... Seja lá quem escreveu isso, não escreveu nada sobre aparência. Ela me lembra muito minha irmã, teimosa, não aceita contestação, impaciente... E mais um monte de coisa que eu prefiro não citar no momento... – deu um meio-sorriso triste.
- Acho que não... Ele mencionou a idade, olhem... Sua irmã tem quantos anos?
- Quinze... Não pode ser ela então.
- Harry, você tem alguma idéia de quem seja?
- É mesmo, Harry, você está muito calado...
- Harry, você ainda está com a gente?
- Terra para Harry, contato...
- Hã? Desculpem, gente, só estava pensando...
- A gente te perguntou se a Gina te lembra alguém mais velho que nós e que um de nós ama muito. Você tem alguma idéia de quem seja?
- Bem... – Harry deu um meio-sorriso triste igual ao de Nicolas – ela me lembra muito minha mãe... Na aparência, no gênio... É uma mini-Lílian...
- É mesmo! A Gina se parece muito com sua mãe, Harry!! Então, sua mãe era a Guardiã da Água? – Hermione parecia confusa.
- Minha mãe? Uma guardiã? Não sei...
- Harry, tudo se encaixa! Naquele dia, em que você me mostrou a Sacada da Grifinória, quando você teve aquela visão, você me disse que viu eu e sua mãe praticando Magia Elemental... E ela estava fazendo uma cúpula de gelo, ou algo assim, você me disse!!
- Hermione, eu não estou entendendo nada, mas deu pra pescar uma coisa: se nessa visão, que confirma o fato da mãe do Harry ser uma Guardiã, ela estava treinando Magia Elemental, se for verdadeiro porque você estava treinando com ela?

Essa ninguém sabia responder. Nicolas levantara uma pergunta realmente difícil. Se isso provava algo, porque Hermione estava junto?

- Nos preocupamos com isso depois. Primeiro tem que avisar o professor que já sabemos quem é. Mas como?
- Já sei. Espera ele virar pra cá.

Assim que o professor Snow acabou a conversa com a professora Sprout, as palavras apagaram do copo. Ele olhou para o grupo esperando saber se fora compreendido ou não. Então Rony fingiu que examinava o olho de Harry, que era verde-vivo e, segundo todos diziam, iguais ao da mãe. Depois ele escreveu duas letras no ar, igual Riddle fez na Câmara Secreta: L.E. Hermione começou a rir.

Depois de apagar, ele olhou para a mesa dos professores, na qual o professor sorria. Provavelmente achara engraçado, mas na hora em que Rony se dava por vencido ele ergueu o polegar ao mesmo tempo indicando que entendeu e mostrando que estavam certos. Fez um gesto na direção do copo novamente, muito discreto, que só Hermione percebeu. Ao ver que ela olhava novamente para o copo, os outros três também olharam e viram novas palavras se formando enquanto o professor aparentemente examinava o teto encantado.

“Muito bem, chegaram aonde eu queria. Lílian Evans, mais tarde Lílian Potter, se tornou a Guardiã da Água. Suponho que vocês já se perguntaram porque Voldemort a deu tantas chances de viver. Mas isso eu não poderei dizer. Como diria um sábio muito amigo meu: Eu só mostrei o caminho, vocês terão de caminhar com as próprias pernas, contando apenas de vez em quando com um empurrãozinho na direção certa...”

E essas palavras sumiram na hora em que todos se levantaram para sair. Gina e Dino já tinham saído. Os quatros rumaram para o salão comunal, mas Harry se lembrou de um atalho, passando por trás de uma tapeçaria atravessando um lance de escadas e um corredor. Eles passaram por lá, porém, quando subiam a escada, começaram a ouvir gritos. Aparentemente, Dino e Gina estavam discutindo feio no meio do corredor da passagem.

- VOCÊ ESTÁ SENDO IDIOTA, DINO THOMAS!
- VOCÊ PENSA QUE EU NÃO VI, O POTTER SORRINDO PRA VOCÊ NA MAIOR CARA-DE-PAU NO JANTAR!
- EU NÃO VI NADA!
- É PORQUE VOCÊ ESTAVA MUITO OCUPADA BRIGANDO COMIGO E FICOU DE COSTAS PRA ELE! ELE É DOIDO, ELE E OS AMIGOS DELE!
- CASO VOCÊ NÃO SE LEMBRE, UM DESSES ‘AMIGOS DELE’ É MEU IRMÃO!
- DOIDO TAMBÉM! ELE, AQUELE MARTORELLI E AQUELA GRANGER ESTAVAM OLHANDO PARA UM COPO DE ÁGUA COMO SE ASSISTISSEM TELEVISÃO OU LESSEM O JORNAL, E DEPOIS ELES OLHARAM PRA VOCÊ E COMEÇARAM A DISCUTIR, E O POTTER NÃO PARAVA DE OLHAR PRA VOCÊ SORRINDO FEITO UM BABACA!
- O HARRY É MEU AMIGO, SE ELE ESTAVA SORRINDO PRA MIM COM CERTEZA NÃO FOI PELOS MOTIVOS QUE PASSAM PELA SUA MENTE POLUÍDA!
- AH, CLARO! A MINHA MENTE É POLUÍDA! EU QUE FICO DANDO EM CIMA DA NAMORADA DOS OUTROS E O SANTO DO HARRYZINHO SO ESTAVA SORRINDO SEM MOTIVO NENHUM! E OLHA QUE COINCIDÊNCIA: OLHANDO PRA VOCÊ!
- PÁRA DE FALAR BESTEIRAS, DINO, O HARRY NÃO É ASSIM!
- PÁRA VOCÊ DE DEFENDER ELE! TODO MUNDO SABE QUE VOCÊ SEMPRE FOI AFIM DO POTTER, MAS ELE NUNCA TE QUIS E VOCÊ CONTINUA SE ARRASTANDO ATRÁS DELE IGUAL A UM CACHORRINHO!
- PRESTA ATENÇÃO NO QUE VOCE ACABOU DE DIZER! SE ELE NUNCA ME QUIS, COMO É QUE ELE DE REPENTE ESTÁ DANDO EM CIMA DE MIM?
- SEI LÁ, ELE DEVE TER SE TOCADO DE COMO VOCÊ E GOST... Quero dizer... Err...
- DO QUE VOCÊ ME CHAMOU? DO QUE VOCÊ IA ME CHAMAR?
- Err... De nada...
- POIS BEM, DINO, SE É ESSA A IMAGEM QUE VOCE FAZ DE MIM, SE EU ESTOU TE NAMORANDO SÓ PORQUE EU SOU “GOSTOSA”, NÃO SEI SE QUERO CONTINUAR POR MUITO TEMPO ESTE RELACIONAMENTO!
- Gina, não foi isso que eu quis dizer...
- MAS EU DIGO: ACABOU!
- Gina, não leve pra esse lado...
- QUE LADO, O LADO RACIONAL? O LADO QUE NÃO É “GOSTOSO”?
- Por favor...
- A-C-A-B-O-U! JÁ SOLETREI, QUER QUE DESENHE?
- Gina...

Mas Gina já tinha puxado a varinha e começou a desenhar no ar uma garota chutando o traseiro de um garoto. Harry começou a rir baixinho, apesar da situação em que se encontrava.

- CONTINUA A TER ALGUMA DÚVIDA Sr. THOMAS?
- ÓTIMO! SE VOCÊ QUER ASSIM! EU JÁ CANSEI DE TENTAR CONVERSAR RACIONALMENTE COM VOCÊ!
- CONVERSAR RACIONALMENTE? VOCÊ ME ARRASTOU ATÉ AQUI PRA ME CHAMAR DE GALINHA E GOSTOSA E ACUSAR O HARRY DE DAR EM CIMA DE MIM! ISSO É SER RACIONAL?
- QUER SABER? ADEUS!
- ADEUS!
- ÓTIMO!
- ÓTIMO!

Então virou cada um para um lado e saíram batendo os pés. Gina passou pelos quatro encolhidos no canto da parede sem nem notá-los. Então eles se levantaram e foram para o salão comunal, depois de dar tempo suficiente para Dino se distanciar deles. Ao chegar lá, Dino estava contemplando o fogo e, quando viu Harry, lançou-lhe um olhar assassino e foi para o dormitório. Rony foi olhar o quadro de avisos, parecia estar de extremo bom-humor agora. Harry ainda ria do desenho de Gina, embora se sentisse culpado pelo término dos dois. Nicolas cochichou algo no ouvido de Hermione que a fez rir. Ao ver o olhar desconfiado de Harry, explicou:

- Ele quer saber sobre os Guardiões e o que aconteceu com a Gina...
- Ah...

Então Hermione começou a explicar sobre o que eles tinham descoberto no dia anterior e como Gina e Dino haviam começado a namorar e o quanto ela gostava de Harry e não falava com ele até o ano anterior.

Harry foi dormir, era muita informação para um dia só. Sua mãe era uma Guardiã... E agora ele, Harry, também era... Enquanto subia ainda conseguiu ouvir Rony dizer “Que ótimo, passeio a Hogsmeade semana que vem!”

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N/A.: Mil vezes desculpas pela demora, mas recebi um vírus que apagou todo o meu HD em 3 minutos... Tive que reescrever o capítulo todo... E então, o que acharam? Explicou muito, não? Capitulo dedicado a Debyh Wood, cuja fic Preciso de Você já me conquistou... Realmente, agora eu jogo um Crucio no Harry... Posta o seu capítulo 3! Eu já postei o meu! Hauhauhauhauhauhau E agora vou ler a Atração também, recebi recomendações dela... Até o próximo capitulo! ~*Aparatei*~

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