88 - Escola



Tudo sempre acontece em Hogwarts


Sírius a beijou de novo e de novo, abraçou-a pela cintura trazendo-a para bem perto de seu corpo. Nunca saberiam dizer se foi ela que se deitou puxando Sírius para cima ou se ele a empurrou contra o sofá ficando sobre ela. O que importa é que ambos perderam a noção de onde estavam e de há quanto tempo estavam lá. As mãos acariciavam os corpos por sob as roupas, porém rapidamente começaram a encontrar passagens secretas e caminhos alternativos.

Incrivelmente foi Sírius quem interrompeu o amasso.

-- Hermione é melhor pararmos enquanto eu ainda tenho algum controle. – falou com a voz rouca

Ela já havia percebido o *estado* que ele estava e para dizer a verdade estava mais era querendo que ele perdesse o controle. Abriu os olhos para lhe dizer que não se importava se ele aparatasse ambos para o quarto, porém antes disso seus olhos caíram sobre o relógio da lareira. Faltavam poucos minutos para o meio-dia.

-- Sírius! – falou alarmada empurrando ele de cima dela e levantando-se apressada – Por Merlin! Estou atrasada!

-- Atrasada?! – perguntou confuso. Bom pelo menos ela não estava assustada, afinal as coisas tinham evoluído muito rápido.

-- Para ir a Hogwarts! – Com um feitiço já havia arrumado sua roupa.
Seguia para a porta quando ele a alcançou e segurando-a pelo braço fez com que ficasse de frente para ele.

-- Eu não acredito que você vá encontrar o Snape! – falou entre surpreso e irritado.

-- Sírius eu amo você – falou séria – e estou me sentindo a pessoa mais feliz do mundo porque você não está com raiva de mim. – apesar do tom deixar dúvidas quanto a isso, ela sorriu. Então continuou como quem diz “e isto não está em discussão” – Mas eu continuo sendo a mesma Hermione Granger de sempre e eu não vou perder a chance de aprender a preparar a Wolfsbane.

-- Mas Mione... – tentou argumentar.

-- Nada de ‘mas’ Sírius – interrompeu-o – Eu pretendo me tornar uma Mestra em poções. Eu sei que no próximo ano Minerva irá chamar Severo para ser vice-diretor e talvez isso me de a chance de pegar algumas turmas de primeiro e até segundo ano – Os olhos dela brilharam de uma forma diferente, porém tão bonita quanto no momento que ele disse que a amava.

-- Poxa! Eu não quero a minha namorada passando as tardes de sábado com o Snape!

-- Quer dizer que já posso me considerar sua namorada? – Riu fazendo charminho.

Ele a abraçou pela cintura e lhe deu seu olhar mais sedutor, o que se tratando de Sírius Black não era pouca coisa.

-- Eu não vou deixar você escapar de mim, Hermione – beijou-a novamente.

-- Não adianta tentar me seduzir Sr. Black – falou quando os lábios dele deixaram os seus e ele passou a beijar o pescoço – Eu já sou apaixonada por você – falou um pouco ofegante. Afastou-se lentamente fazendo com que a carícia parasse – e eu não quero escapar – lhe deu um sorriso maroto – mas agora eu vou para Hogwarts. – terminou decidida.

Aproveitou-se da surpresa dele para soltar-se de seus braços, não era nada fácil resistir a ele.

-- E eu não pretendo passar AS tardes de sábado com o Professor Snape, Sírius; será apenas hoje.

-- Não gosto de você perto dele. – cruzou os braços emburrado – Você lembra tudo que ele aprontou com Harry só porque ele era filho de James e meu afilhado?

-- E você lembra o que ele disse na quinta feira? Que era para eu aceitar o inevitável. Aceitar que ficaríamos juntos. Eu sei que vocês nunca se entenderam, mas comigo é diferente, nesses últimos meses de guerra nós trabalhamos bem juntos.

-- Ta vendo! – falou exasperado – e você ainda acha que eu não devo me preocupar! E se ele quiser te roubar de mim – abraçou-a como se tivesse medo que ela sumisse no segundo seguinte.

-- Sírius seja racional – afastou-se apenas o suficiente para olhá-lo – Severo sabe que estamos apaixonados e ligados por um feitiço que ele mesmo me falou que não há como reverter. Ele é um Sonserino, jamais entraria numa batalha perdida. – sorriu. Sírius ainda a olhava cético – Sem falar que o nosso relacionamento sempre foi estritamente profissional – lançou-lhe aquele olhar de quem sabe que cobriu todos os pontos.

Sírius suspirou resignado, Harry já havia lhe dito que era impossível discutir com Hermione.

-- Certo, eu concordo com três condições! – Ela começou a fechar a cara e se preparar para discutir seriamente quando ele continuou – Primeiro eu vou com você, assim aproveito e vejo Remus – ela sorriu – segundo que você irá jantar comigo essa noite.

-- E a terceira? – perguntou balançando a cabeça em concordância com a segunda.

-- Será que você podia parar de chamar o Snape de Severo? – fez uma careta.

-- Certo! Já que isso te incomoda tanto eu vou tentar – riu – mas vou chamá-lo de professor, está bem?

Sírius deu de ombros, ela segurou sua mão e o puxou para fora da biblioteca – E vamos logo que eu já estou em cima da hora e Harry deve estar preocupado.

Dizer que Harry estava preocupado era pouco para definir o estado de nervos do garoto-que-sobreviveu. Depois de sair do estado de choque por descobrir que seu padrinho estava apaixonado por sua melhor amiga ele começou a ficar ansioso. Os dois estavam há mais de uma hora na biblioteca falando sobre algo que o rapaz apenas pode perceber que envolvia Snape e um feitiço. Ele sabia que Hermione podia ficar bastante irritada quando alguém cometia o que ela considerava uma “injustiça” e Hermione sempre teve a mania irritante de defender o Professor de poções. Por outro lado o padrinho odiava Snape e era muito pavio curto. Esses dois eram uma mistura explosiva.

Quando decidiu que iria ver o que estava acontecendo Sírius e Hermione entraram na cozinha.

-- Graças a Merlin! Já estava indo lá ver se vocês tinham se matado! – só então notou que eles estavam de mãos dadas e com belos sorrisos.

-- Harry nós estamos namorando! – Sírius falou sério, assim que notou o olhar do afilhado cair nas mãos deles.

Apesar de ter presenciado a discussão e perceber que Sírius estava obviamente com ciúmes de Hermione e Snape ele se surpreendeu com a notícia.

-- Namorando?! – sentou-se e olhou os dois como se esperasse que eles rissem e gritassem “primeiro de abril! Te pegamos” – Peraí! Você quer dizer namorando de verdade, tipo andando de mãos dadas, se beijando e fazendo planos, assim que nem eu e a Gina?

-- Exato! Porque você tem alguma objeção? – perguntou parecendo tranqüilo, mas seu tom de voz deixava dúvidas quanto a isso.

-- Calma Sírius! – apartou Hermione – Harry só está surpreso, não é Harry? – soltou-se do namorado e aproximou-se do amigo.

-- É claro que estou surpreso, Mione! Nunca entendi direito aquela estória de você terminar o namoro com o Rony poucos meses depois de começar. Eu até achei que você poderia estar interessada em alguém, mas não podia imaginar que seria por Sírius!

O padrinho cruzou os braços, ele esperava ter problemas para convencer as pessoas que não estava com Hermione apenas “para passar o tempo”, mas não imaginou que Harry encabeçaria a lista.

-- E não! – completou vendo a expressão dele – Não faço nenhuma objeção! Apenas fiquei surpreso! – sorriu para o padrinho e abraçou a amiga.

Sírius também sorriu e Hermione devolveu o abraço.
-- Se ele aprontar alguma você me conta, certo? – falou afastando a amiga do abraço.

Ela riu para em seguida arregalar os olhos olhando para o relógio.

-- Oh estou muito atrasada! Sírius você conta tudo a Harry? Eu preciso ir para Hogwarts – ele tentou argumentar sem sucesso – Eu encontro você mais tarde na sala de Remus, e nós voltamos juntos.

-- OK! – bufou resignado.

Ela deu um beijo no rosto de Harry e um rápido nos lábios de Sírius e saiu.

-- Você não vai almoçar? – perguntou com ela já na porta.

-- Não! Como qualquer coisa em Hogwarts.

-- Não coma nada que o Snape oferecer a você!

Hermione revirou os olhos e saiu sem responder.

-- Que negócio é esse de ela te contar se eu aprontar alguma? – perguntou encarando Harry.

-- Sírius – falou sério – Tecnicamente Hermione é minha amiga a mais tempo do que você é meu padrinho. Eu a considero uma irmã e você além de muito mais velho e mais experiente...

-- Tenho uma fama péssima – completou – Certo senhor irmão preocupado, eu estou mesmo apaixonado por ela. Não precisa se preocupar, eu não vou magoá-la.

-- Você vai mesmo deixá-la encontrar Snape num sábado à tarde? – perguntou o rapaz tentando não rir da cara de desagrado do padrinho.

-- Como se alguém pudesse “não deixar” Hermione Granger fazer algo que ela quer – respondeu irritado.

-- É acho que vocês vão dar certo – sentou-se ao lado do padrinho – Eu e Rony demoramos algum tempo para entender isso.

-- Não que eu tenha gostado, mas ela rebateu todos os meus argumentos e alguns que eu nem tinha pensado.

-- Bem vindo ao time – Riu – Então não vai me contar de onde surgiu essa estória de vocês.

Sírius sorriu antes de começar.


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-- Boa tarde, Severo! Estou atrasada? – falou Hermione assim que fechou a porta da masmorra.

Snape estava sentado a sua mesa corrigindo algumas redações. Um pouco mais longe era visto um caldeirão de tamanho médio e vários ingredientes arrumados em uma mesa lateral.

-- Não – respondeu sem retirar os olhos do pergaminho – apesar de achar que você talvez viesse almoçar em Hogwarts.

-- Era mesmo a minha intenção, mas tive uns contra-tempos mais cedo – olhou-o com um sorriso.

-- Pelo seu sorriso não foram bem “contra” tempos – continuou sem alterar o tom da voz

-- Severo o que você está sabendo? – perguntou franzindo a testa.

-- Que Black ouviu a nossa conversa na quinta-feira – deu de ombros.

Riscou um grande D em vermelho no pergaminho que estava lendo e após colocá-lo sob uma pilha levantou-se.

-- Como soube? – a moça surpreendeu-se.

-- Ele não te contou? Depois que você saiu ele perdeu a cabeça, e o senso de ridículo também, e me ameaçou – falou tranquilamente.

-- Porque não me avisou?

-- Sinceramente não achei que ele fosse te confrontar. Pretendia te contar hoje.

-- Você está certo – suspirou – ele não ia, mas provavelmente Remus deve tê-lo alertado de que você me contaria e Sírius decidiu tentar me impedir de vir hoje – falou séria – percebi que ele sabia mais do que devia e estava tirando conclusões erradas. Não havia mais como esconder a verdade. – completou.

-- E ao que parece ele aceitou bem – falou aproximando-se mais do caldeirão e afastando-se dela.

-- Sim! Mas isso você já havia imaginado – ela achou aquela reação estranha.

-- Eu nunca gostei de Black, Hermione, mas a reação óbvia dele era achar “lindo” você não se preocupar com os seus sentimentos, mas se culpar pelos dele.

Ela o olhava surpresa, Sírius não era propriamente um homem previsível, mas Snape soube avaliá-lo como ninguém. Ele a olhou antes de completar.

-- Típico de um Grifinório! Vocês pensam com o coração.

Não havia sarcasmo em sua voz, mas parecia haver um tom de despedida e isso a preocupou.

-- Acho que seria proveitoso ter você como minha auxiliar – Ele continuou ignorando a preocupação dela.

Enquanto eles estavam sob a mira de Voldemort e seus Comensais, Snape nunca pode elogiá-la, mas agora não havia nada que o impedisse de dizer que ela havia sido a melhor aluna de poções desde que começou a lecionar.

Hermione abriu a boca surpresa com a afirmação dele. Ela não estava acreditando que Severo estava dizendo com todas as letras de que a aceitaria como sua aprendiz.

-- Mas entendo – continuou não percebendo o assombro da ex-aluna – que agora você tenha outras ... hum ... prioridades – olhou-a rapidamente.

Passou a separar os ingredientes que usaria primeiro na poção.

A insegurança da Grifinória não permitia que ela aceitasse rapidamente o que sua mente rápida já havia compreendido, ela decidiu que precisava de uma confirmação. Aproximou-se.

Snape olhou-a com um elevar de sobrancelhas, não imaginava o que ela ainda pretendia lhe dizer. Ele tinha certeza de que Black jamais aceitaria que sua namorada trabalhasse com ele e ele também não acreditava que Hermione colocaria qualquer coisa acima de sua paixão pelo anímago.

-- Severo – ela falou lentamente – você quis dizer que me aceitaria como sua aprendiz? – Os olhos dela brilharam e ela não pode segurar um discreto sorriso.

-- Acredito que a sua pergunta seja hipotética – voltou a olhar para o caldeirão – já que imagino que o “seu namorado” – falou com desdém – jamais a deixaria estagiar comigo – ela ia interrompê-lo, mas ele completou olhando-a fixamente – Mas sim, eu aceitaria.

Ela sustentou o olhar dele por alguns segundos.

-- Você também acha que o feitiço me modificou Severo? – riu – há muitos anos que ninguém influencia minhas decisões. Eu continuo sendo a mesma de uma semana, um mês ou dois anos atrás – falou ficando séria – Eu adoro poções e quero me tornar uma mestra nessa área. Você é o melhor da Grã-Bretanha, sem falar que ensina em Hogwarts, que é a minha casa.

Parou para permitir que ele assimilasse tudo o que ela estava dizendo.

Snape sempre teve um raciocínio rápido e era claro que ele havia entendido, porém era difícil acreditar. Ele não imaginou que viveria para ver o dia que Sírius Black seria desafiado por uma mulher, principalmente uma vinte anos mais nova.

-- Tem certeza de que você é mesmo uma Grifinória? – perguntou com um breve elevar do canto dos lábios.

-- Bom o chapéu pensou em me colocar na corvinal – deu de ombros.

Snape estava começando a vislumbrar um futuro de possibilidades para infernizar a vida de seu inimigo. Ele aumentou um pouco o sorriso.

-- O que foi que você disse a ele? Se é que posso perguntar.

-- Eu disse que viria hoje para aprender a Wolfsbane e que iria querer ser sua estagiária. Também deixei claro que o nosso relacionamento é apenas profissional e que ele não tinha com o que se preocupar.

Não nesse sentido, isso não havia a menor dúvida. Hermione em muitas coisas lembrava Lilly, mas elas eram diferentes em muitas outras. Snape só amara uma vez, e quando ela morreu levou consigo seu coração. Sírius nunca teve qualquer sentimento diferente de amizade pela esposa de seu melhor amigo, mas amava Hermione, como nunca fora capaz de amar ninguém.

Snape balançou a cabeça num gesto discreto, mas que confirmava o que a moça havia afirmado. Ela se aproximou da mesa onde estavam os ingredientes e passou a analisá-los.

-- E Black aceitou isso sem reclamar? – perguntou um tanto surpreso, um tanto sarcástico.

Talvez aquele véu tivesse alguma influência estranha sobre a personalidade das pessoas. Ele imaginava que Black seria o tipo de homem que quando contrariado coloca a mulher sobre os ombros e a leva para sua caverna.

-- Bom ele reclamou um pouco! Mas quem ama respeita e eu acredito que ele me ame e por isso aceitou a minha decisão. E também eu tive sete anos para treinar argumentação com Harry e Rony. – sorriu – Não foi tão difícil! Ele apenas pediu que eu não comesse nada que você me oferecesse enquanto estivesse aqui – terminou com um sorriso cúmplice.

-- Ele acredita mesmo que aqui é o inferno* – deu de ombros. Então retornando ao seu tom “professor de poções” – E chega de papo, vamos começar logo com isso!

No segundo seguinte ambos começaram a trabalhar e qualquer outro assunto foi deixado do lado de fora daquelas masmorras.


Eles trabalharam na preparação da Wolfsbane durante toda à tarde. Hermione terminou não comendo nada durante sua permanência nas masmorras, mas apenas porque ficou tão entretida com a preparação da poção que se esqueceu que só havia comido no café-da-manhã.

Às sete da noite estava tudo terminado, ela ofereceu-se para levar a primeira dose para Remus, ao que Snape aceitou prontamente. Combinou de retornar na terça-feira à tarde para discutir as provas dos NIEMs.


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Depois de conversar com Harry e reservar lugares em um dos melhores restaurantes de Londres, Sírius foi para Hogwarts. Contou ao amigo e a prima toda a história sobre o feitiço que Hermione havia feito para salvá-lo e como eles terminaram se acertando.

No entanto pouco antes das sete horas, Sírius já estava nervoso, andando de um lado para outro como uma fera enjaulada.

-- Eu vou até lá! – falou parando por um minuto de passear pelo aposento.

-- Não vai nada, Padfoot – Respondeu Remus sem nem levantar os olhos do livro que estava lendo.

-- Mas e se ele a tiver enfeitiçado? Ou se a tiver prendido naquelas masmorras? – se aproximou do amigo que ainda não o olhava. – Droga, Moony! É do Snape que estamos falando, dele e da minha garota. Eu não confio nele! – sentou-se ao lado de Remus e segurou a cabeça com as mãos.

-- Exatamente Sírius – falou finalmente o olhando – estamos falando de Severo Snape, professor de Hogwarts, um homem que lutou ao NOSSO lado na guerra contra Voldemort. – pôs uma mão no braço do amigo para lhe passar força. – Seja racional, meu amigo. Você acha que ele faria qualquer coisa a Hermione? Você tem que deixar de ser tão paranóico, senão como será quando ela se tornar aprendiz dele? – falou sério.

Sírius lhe lançou um olhar entre o desesperado e o irritado, levantou-se de um pulo e voltou a andar pela sala.

-- Inferno! Eu tinha até me esquecido disto!

-- Pois é bom não esquecer. Não tenha dúvidas de que Severo aceitará Hermione como aprendiz dele – Sírius bufou – e os aprendizes moram no castelo – completou já esperando a explosão.

-- Isso não! Eu não vou deixá-la voltar a viver em Hogwarts! Só falta quererem que ela fique nas masmorras!

Remus o olhou dizendo “isso seria o mais lógico!”, mas falou tentando acalmar o amigo.

-- Padfoot, se você não se acalmar o seu namoro com Hermione não vai completar um dia! Não se iluda, ela não é o tipo de mulher para quem você diz “eu não quero que você faça isso” e ela responde “sim senhor”. Até porque se fosse você não teria se apaixonado por ela!

-- Você tem razão, Moony – mais uma vez sentou-se – Mas que droga, porque ela tinha que escolher se especializar justamente em poções? E porque com o Snape? Não é possível que não existam outros mestres em poções no mundo mágico! – terminou incrédulo.

-- É claro que existem, mas ele é um dos melhores – falou com um sorriso – e você pode não gostar dele, mas tem que admitir que ele sabe o que faz.

-- Humf! Como eu vou ficar quando ela se mudar para o castelo, Moony?! Eu já estou acostumado com ela morando na Mansão Black! – falou abrandando a voz.

-- Já pensou na proposta que Minerva te fez? Seria ótimo ter você como professor de Transfiguração e Hermione como estagiária de poções.

Os olhos de Sírius brilharam e um sorriso enorme surgiu em seus lábios.

-- É claro! Ótima idéia, amigão! – Abraçou Remus tão forte que quase o sufocou.

-- Ei Sírius você quer parar de tentar matar o meu noivo! – falou Tonks saindo de dentro do quarto onde estava descansando – Se eu ficar viúva antes de casar, você é que vai ter que se entender com o meu pai.

-- Como assim? – perguntou sorrindo e soltando o amigo que ainda estava um pouco roxo.

-- Nym, nós não combinamos que iríamos esperar um pouco para contar? – aproximou-se dela e lhe deu um beijo.

-- Já esperamos o bastante, Remus! – deu de ombros.

-- Esperar para contar o que? – perguntou agora curioso.

-- Eu estou grávida! – falou sorrindo a Srtª Tonks. Sírius arregalou os olhos – e nós vamos nos casar logo depois da lua cheia. Antes que papai descubra, né Remus? Da última vez não foi nada agradável! – bufou um pouco irritada. Ele desviou os olhos do amigo.

-- Moony, o que você andou fazendo com a minha prima?! – fingiu uma cara de bravo.

-- Hi! Ele também é daqueles que acha que nós passamos as noites montando quebra-cabeças, Remus – rolou os olhos e o namorado segurou o riso.

Sírius não.

-- E porque Ted não pode saber? – perguntou gargalhando.

-- Eu estava grávida, sem saber quando fui atacada por Bellatrix no Dep. de Mistérios. Eu terminei perdendo o bebê por causa do feitiço – falou séria e Sírius a olhou sem saber bem o que dizer, não soube dessa estória. – Quando Remus foi contar para meus pais, papai o atacou – bufou irritada cruzando os braços.

-- Mas depois ele me pediu desculpas, Nym! Vamos você não pode ficar irritada. – falou fazendo um carinho nela e dando um beijo nada inocente na noiva.

-- Hum, Hum! Eu ainda estou aqui, viu! – falou Sírius cruzando os braços, mas sem disfarçar o sorriso.

-- Se é por falta de adeus? – falou Tonks sorrindo.

-- Nym! – a cortou Remus – Pode ficar Padfoot, nós vamos nos comportar – sorriu para ela.

-- Só se você me levar para comer Pizza! – fez charminho.

-- Pizza não é saudável, Nym! – falou sério.

-- Eu quero Pizza! – falou rolando os olhos – Senão seu filho vai nascer com cara de calabresa – Remus arregalou os olhos. Sírius riu com gosto.

-- Também quero ouvir a piada! – falou Hermione parada a porta olhando e sorrindo para Sírius.

-- Mione! – falou aliviado em vê-la ali. Moony podia dizer o que quisesse, ele nunca confiaria em Snape. Atravessou o quarto em três passadas e a abraçou.

-- Socorro, Remus! Ele vai derrubar a sua poção. – sentiu que alguém retirava o cálice de sua mão antes de ser elevada do chão pelos braços fortes do namorado e ter seus lábios “atacados” pelos deliciosos beijos dele.

-- Hum, Hum! Nós ainda estamos aqui, Padfoot! – Sírius soltou a namorada sorrindo, mas Hermione estava extremamente vermelha.

-- Fica assim não Mione! – falou Tonks se aproximando – Então você estava mesmo trabalhando com o Snape?

-- Oh sim! – agradeceu internamente a ajuda da amiga – Mais alguns meses e provavelmente eu já poderei preparar a Wolfsbane sozinha. Mas porque vocês estavam rindo?

-- Tonks e Remus vão ter um bebê! – contou Sírius.

-- Ah que legal! Parabéns – abraçou a amiga e depois fez um carinho na barriga ainda inexistente. – Parabéns Remus!

-- E foi ... hum ... tudo tranqüilo durante a tarde? – perguntou tentando disfarçar a ansiedade.

-- Porque não me contou que vocês haviam discutido na quinta-feira? – Sírius e Remus trocaram um olhar – Bom não importa! Sev... o professor Snape disse que se eu passar nos NIEMs me aceitará como sua aprendiz – os olhos dela brilharam de alegria.

-- Ah então já podemos considerar você a mais nova aprendiz de poções – falou Tonks animada ignorando o bufo e a cara de poucos amigos do primo.

Remus o olhou “controle-se, lembre-se do que já conversamos!”. Sírius suspirou e deu de ombros. Aproximou-se da garota e abraçou-a pela cintura, dando-lhe *aquele* seu olhar sedutor.

-- Você me deve um jantar, Srtª!

-- Podemos passar em casa para eu me arrumar a altura? – perguntou pensando que se ele a continuasse olhando com aquele sorriso não ia ter jantar nenhum.

-- A dama que manda. – falou beijando a mão dela – Vamos! – guiou-a para a lareira.

-- Tchau Remus, Tchau Tonks – acenou Hermione.

-- Moony, leve Tonks para comer Pizza, eu não quero ter um primo com cara de calabresa! – Falou sério antes de entrar na lareira, mas ainda pode ouvir o agradecimento da prima e o riso do amigo.

Aquela noite prometia....

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* Uma referência a estória mitológica de Plutão e Proserpina, em que ele após ser atingido por uma flecha de cupido se apaixona por ela e a leva para o reino dos mortos. A mãe de Proserpina, Ceres, após muito procurá-la descobre o paradeiro da filha e pede para que Júpiter interceda para trazê-la de volta. O Deus diz que a moça poderá voltar para o lado da mãe desde que não tenha tomado nenhum alimento durante sua permanência naquele reino. Porém quando os mensageiros chegam ao Hades a moça já havia aceitado uma romã e isto foi o suficiente para impedir a libertação completa dela.
Snape refere-se ao “seu reino” – as masmorras – como o “inferno” – forma como é designado os reinos inferiores (que na Mitologia era o reino dos mortos ou Hades) na cultura ocidental.

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