Um Dia
Clocks - ColdPlay
Viver é um drama, todo dia a gente sofre, todo dia a gente aprende, todo dia a gente ri, todo dia a gente mente, para nós mesmos e para as outras pessoas. Todo dia nós vemos coisas novas, vemos coisas que não reparamos antes, vemos as coisas de outro modo. E como podemos mudar de opinião tão rápido não é mesmo? Basta um olhar, uma palavra, um sorriso, uma ajuda.
Nos decepcionamos todos os dias também, com coisas que acreditávamos e pessoas em quem confiávamos.
A vida é um drama, onde muitas pessoas são apenas mascaras. Outras tão transparentes que não causam nenhum furor, nenhum suspiro, ou pelo menos acham que não.
Ginevra Weasley, ou simplesmente Ginny, acordou como todos os outros dias, suspirou, colocou o uniforme sem nenhum cuidado, não se arrumava como todas as colegas de quarto, por isso como de costume terminou de se arrumar primeiro. Desceu as escadas de cabeça baixa como todas as vezes. Entrou no salão, sentou afastada do seu irmão que conversava algo que devia ser realmente fantástico, pois Harry ria abertamente, e Hermione disfarçava com um livro tampando-lhe quase completamente o rosto. Ginny já havia lido este era sobre poções muito fortes, ela com a autorização de Minerva o retirou da seção restrita, era uma das melhores alunas do seu ano. Hermione devia telo conseguido do mesmo modo. Suspirou, o seu inferno acabou de entrar com toda aquela pose no salão principal. Ele e sua turma, torcia tanto para ele ficar doente, quebrar uma perna em algum jogo, algo que fizesse ele parar de infernizar a vida dela. Porque sempre onde ele estava ela tinha que passar? Suspirou resignada, não havia nada o que fazer e o ano estava apenas no começo. Pelo menos as férias de natal passaria longe.
Pegou os matérias, não tinha nada para fazer ali, nenhuma amiga para fofocar, nenhum garoto para paquerar, nenhuma pessoa que realmente se importasse com ela.
Quando estava passando pela entrada Lilá Brown e sua capangas estavam entrando, má idéia Ginny.
- Olha quem está aqui, a garotinha Weasley, querida...
Ginevra tremeu, ela não tinha nada de querida. Não com ela.
- ... Podia pelo menos pentiar os cabelos, não podia?
- Essa menina é horrorosa.
- Vamos embora daqui a pouco eu choro, meus olhos são muito sensíveis a feuiura.
Ginny podia sentir, feliz ela não era, então porque iria querer ser igual a ela, melhor triste e assumida, do que ter que fingir sempre estar bem. Tinha até pena dela, mas quem Ginevra era para ter pena de alguém?
Estava na hora do almoço, mas Ginny não estava com fome. Comeria algo depois tinha a tarde inteira livre, e terminaria de ler algum livro.
Virou um corredor. Se eu fosse ela não teria virado.
- Olha só que sorte a minha! Eu estava justamente conversando com meus amigos...
“Amigos, ta mais para inimigos.”
- ... em como eu não tinha nada de interessante para fazer, mas isso é passado, uma das minhas diversões preferidas acabou de chegar.
Ginevra tentou passar sem se causar maiores danos, mas Malfoy estava empenhado em atazanar sua vida naquela hora.
- Onde você pensa que vai, querida Weasley?
O querida de novo, odiava que a chamassem de querida, querida lembrava Fleur que lembrava o seu irmão que vai ter a coragem de casar com, aquilo que chamam de ser humano.
Malfoy fez o feitiço de pernas presas.
- Coitada da Weasley, sempre tão indefesa, tão sozinha, tão mal amada, nem seu irmão que é seu irmão se importa com você, quem dera alguma outra pessoa.
Ginny fechou os olhos, não chorava a muito tempo. Não choraria agora, mas a verdade sendo jogada na sua cara doía mais, ainda mais coma platéia gritando uns “UHhhhhh” “Pegou pesado Malfoy” “Quem se importa?!”. E ainda mais que um Malfoy dizia sentir pena dela, era ironizado, sim ela sabia, mas mesmo assim, ela não queria pena de ninguém.
- Vamos Weasley, abra os olhos é ruim enxergar a verdade? Lide com ela. Ela é a sua verdade.
Rindo eles saíram dali deixando ela com as pernas presas sem nem poder correr.
Chegou na biblioteca soluçando, mas ninguém nem se dava ao trabalho de ver quem era. Tão insignificante até mesmo para a família. Foi na seção de contos trouxas. Queria ser trouxa as vezes, parecia tão mais simples.
Sentou em uma mesa e começou a ler, mas não se concentrava na leitura, não conseguia, as palavras do Malfoy sempre voltavam a sua mente. “...sozinha ... mal amada.... abra os olhos é ruim enxergar a verdade?..... Lide com ela.... Lide com ela.... Lide com ela... Lide com ela.... a sua verdade.... verdade...”
Adormeceu ali em cima do livro, mas se esqueceu do que tinha lido, a vida não é feita de verdades e sim de mentiras bem contadas ou contadas até virarem uma verdade.
Acordou e já era de noite, se assustou. Ninguém nem a chamou. Uma lágrima escorreu em sua face. Mas logo tratou de Limpa-lá, não iria se auto humilhar, já era o bastante os outros a humilhando. Pegou suas coisas e saiu apressada, não reparou que era observada.
- Ela não merece o que estão fazendo com ela. É para o seu bem... Ginny.
E suspirando a pessoa saiu da biblioteca.
Ginevra, não costumava falar, não costumava protestar, na verdade ela acaba sempre aceitando as coisas como são. Somente nas aulas ela tinha voz. Ou usava a sua voz.
- Weasley, teve um bom jantar?
Passou reto, não queria nem se dar ao trabalho de parar por culpa do Malfoy, tinha um trabalho a terminar.
- Weasley, porque você não se arruma um pouco?
- Weasley, porque você é tão estranha?
- Weasley, onde você arranjou essas roupas, pegou emprestado da sua avó?
- Weasley, você é lésbica?
- Weasley, desse jeito você não vai arranjar nunca ninguém.
- Wesley...
- WEASLEY...
- Weasley...
Tudo começou a girar, porque as pessoas simplesmente não a deixavam em paz? Ela não era invisível o suficiente, não era indiferente a tudo o suficiente? Ela não respondia a ninguém que não fosse as perguntas dos professores, porque todo mundo não a deixava em paz como ela deixava tomo mundo? Ela estava começando a ficar louca. Se abaixou em um canto do quarto e tapou os ouvidos, mas as vozes continuavam na sua cabeça. E uma se destacava.
“...sozinha ... mal amada.... abra os olhos é ruim enxergar a verdade?..... Lide com ela.... Lide com ela.... Lide com ela... Lide com ela.... a sua verdade.... verdade...
- PARA, PARA, PARA!
- Weasley, você é tão estranha...
E suas colegas de quarto fecharam a porta acharam que era alguém passando mal, mas era apenas a Weasley, tendo um surto ou coisa do tipo. E essa noticia, espalhou como um foquete, bem Lilá Brown ficou sabendo. E ela e suas capangas não deixariam isso por menos.
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Muitas pessoas acham que ser popular é bom, é fácil tem tudo que quer na mão, pelo menos no começo é muito bom, mas ai vem as pessoas que querem saber tudo sobre você, querem se aproveitar de você, querem te passar para trás, querem te vencer na inteligência, querem simplesmente acabar com você.
São tantas coisas que eles falam subentendidas. Por exemplo, quando me elogiam querem falar, que vadia que ela está com essa roupa, ou, como ela tem coragem te usar isso, ela engordou, ela está como uma espinha, e várias outras coisas.
Quando eu encontro um cara legal ou pelo menos acho que é, bem ele só quer aquilo de mim e logo cai fora se não consegue. Ou se não, ele é conquistado por uma das minhas melhores ‘amigas’.
Acordei cedo, tenho que sempre estar perfeita, se não todos sabem, bando de fofoqueiros. As vezes até tenho inveja de quem está no anonimato, mas nunca as pessoas sempre ficam no anonimato não comigo, eu faço uma fofoca dessas pessoas e logo todo mundo sabe quem é e zoa delas, se eu não posso ter privacidade, ninguém vai ter também.
Desci para o café da manhã estava quase atrasada, mas não importa pois eu não como, se não logo vão começar a falar que eu estou gorda e que eu tenho celulite, estria e todas as coisas do tipo.
Ginevra Weasley, no fundo é minha idola, ela não se importa realmente com que os outros falam, por mais que eu tente ela é intocável, nunca se abala, nunca responde. Mas eu não importa, continuarei tentando até atingi-la.
- Olha quem está aqui, a garotinha Weasley, querida podia pelo menos pentiar os cabelos, não podia?
Eu vi que ela não gostou de ser chamada de querida, minhas amigas começaram a falar algumas coisas que eu não dei bola, mas com certeza era sobre ela e não era boa coisa, mas ela simplesmente não estava nem ai. Saiu andando como se nada tivesse acontecido e me lançou um olhar que eu não entendi bem o que significava, compreensão? Todo mundo zoa dela, eu não posso fazer nada, mas nunca esperaria que ela tipo assim, entendesse.
Fui até a minha mesa. Hermione Granger estava com a cara enfiada dentro de um livro, Harry Potter ria de alguma coisa realmente engraçada que Ronald Weasley contava, o nosso melhor goleiro.
Meu dia é, paparicar quem eu preciso paparicar, fingir que está tudo bem quando não está, sempre ter um sorriso na cara, maltratar quem precisa ser maltratado, para impor respeito. Por exemplo uma garota loira esquisita da Lufa-lufa, acho que o nome é Lua, Luana, alguma coisa assim, em fim, ela me respondeu.
- Não sei como alguém pode ser que nem a Weasley!
- Você fala isso porque tem inveja...
Sabe é esse tipo de coisa que eu não posso pensar em tolerar.
- Quem você pensa que é para falar assim, sua vadia loira lésbica, vai chorar com a murta vai!
Bom, todo mundo agora comenta que ela deu pra metade da escola e que é lésbica, mas eu sei que ela anda saindo com um grinfinório, um tal de Cola, Cole, Collin isso, Collin, em fim ele me lançou um olhar que poderia botar medo se não fosse lançado a mim.
Quando a Weasley entrou ela estava estranha, quer dizer mais que o abtual, eu acho que ela ia surtar todo mundo ficava perguntando coisas para ela. Eu não iria querer ser ela. Sério. Ela meio que subiu cambaleando as escadas e logo nós escutamos uns gritos tipo PARE AHH PARE e uma colegas de quarto dela foram ver o que é, mas logo desceram rindo falando que eu realmente surtou. Todo mundo estava tão preocupado em rir, que nem perceberam quando o trio maravilha trocou alguns olhares e saíram no dormitório, como é meu direito como aluna eu os dedurei, horas já passava das 11.
Be Continued
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