*/*Alarme no lago negro*/*
Era primavera em Hogwarts. De alguma forma o clima encaixava-se com a atmosfera saudável em que os alunos estavam vivendo, pois era verão, setembro, pouco tempo para o tão venerado MÊS DAS BRUXAS! Porém os testes que estavam sendo entregues exigiam o dobro do esforço aplicado pelos alunos em testes anteriores. A escola estava um alvoroço de pessoas que não paravam para respirar, pois todos ocupavam-se em algo. Os alunos que não estavam estudando estavam ajudando os professores, e os professores, quando não estavam deixando-se ajudar pelos alunos ou dando aulas, estavam elaborando o mais complicado dos testes.
Tudo isso era impossível de entender aos olhos de muitos, afinal, não era tão fácil assim viver em Hogwarts. Muitas perguntas não eram respondidas, mas, afinal, saber se conformar com o fato de que nem tudo deve ser descoberto era o desafio principal em Hogwarts.
Todavia nem todos os alunos eram completamente dedicados. Hermione, por exemplo, já não estava tão preocupada com os estudos como no começo do ano (antes e durante a passagem do torneio Tribruxo). No entanto, Hermione tirara boas pontuações o ano inteiro e, na verdade, nem precisava se preocupar. E estava fazendo bom uso do fato.
- Vamos Mione! – Rony insistiu – O que você tem, hein? Vamos nos atrasar para a aula de transfiguração!
- Rony, tudo que você poderia aprender nas aulas de transfiguração que serão dadas no resto do ano, você aprendeu ontem à noite. – Ela estava dando Aulas particulares a Harry e Rony. Eles estavam completamente desesperados! Estudavam o dia inteiro, e ainda faziam a coitada da Hermione ensina-los tudo o que não tinham e tudo que tinham direito. Viviam sobrecarregados de livros e cadernos, mas se não fosse por Hermione, provavelmente os dois nem teriam passado em muitas matérias do N.O.M.S. – E aquelas horas em que não me deixaram dormir fizeram seu efeito. Estou exausta e com a cabeça, inexplicavelmente, rodando!
Hermione estava sentada em baixo de uma grande arvore, onde, no chão, os amigos forraram um grande tecido para descansarem no pequeno intervalo que teriam. Os amigos estavam em pé, impacientes. Dessa vez foi Harry quem se queixou:
-Mas, Hermione, você está muito dispersa. – Era verdade. E esse fato deixava muitos professores desapontados, o que lhe trazia detenções sem causa muito importante.
- Harry, Rony, vão na frente. Não demoro. Só preciso descansar um pouco, certo? – Hermione pronunciou palavras preguiçosas, enquanto suspirava.
Rony fez uma careta pra começar a brigar, porem Harry foi mais rápido.
- Tudo bem, Mione. Mas faça um esforço para não perder tantas aulas, tudo bem?? – ele sorriu e Hermione retribuiu o sorriso. Já Rony, aumentou a carranca de preocupação.
Os garotos viraram as costas e começaram a caminhar devagar e se achando o máximo, porque agora já não era Hermione quem os aconselhava a estudar e sim eram eles que lhe chamavam a atenção. Porem seus pensamentos de justiça própria foram bruscamente interrompidos... Hermione chegou-se silenciosamente perto das orelhas dos dois...
-VÃO LOGOOO!!! – Hermione gritou, rindo e batendo palmas.
Os garotos deram um pulo e um grito alto, ao mesmo tempo. O mais engraçado foi o esquisito grito de Rony... Enquanto Harry soltou um ruído grosso, Rony fez um ruído fino que mais parecia o cocoricar de um galo. Após a breve e momentânea cena, os três pararam imediatamente, sérios...
- HAioHAioHaiohAio !!! !!! (essa será a denominação dada os risos, daqui por diante)– Harry e Hermione dobraram-se em risos altos.
- O que foi isso Rony..HAioahiaoIoahaio! Você engoliu uma mosca foi???!!!HiaoAhioa – Harry riu mais ainda
- Eu acho que não foi só isso Harry!!!HAiuoahiOAhioahIoahioa! Que tal uma galinha?!!! - Hermione fez Rony ficar tão rubro quanto a cor dos seus cabelos. Talvez até mais um pouquinho. - Eu engasguei só isso! O susto me fez engasgar-se! - Rony tentou ponderar
- Ah ta! Será???!HAioAhioHIaoHIAoaio – Hermione e Harry não paravam de rir.
Rony foi ficando cada vez mais vermelho, até ter o ímpeto de sair correndo dali. E o fez. Saiu correndo e olhando por cima do nariz. Bom... Pelo menos ele tentou correr... De um instante para outro, um fino, porem comprido, galho de arvore apareceu de súbito em sua frente, e se pode imaginar o que aconteceu... Rony tropeçou e caiu a um metro de distancia de onde estava com o seu característico grito à moda galo. Harry e Hermione, que já estavam se recuperando, quase tiveram um enfarte do coração e começaram, agora, a rir descontroladamente!
- Engasgou, é Rony...?!!!HAioHAioHIAoihaohAio – Hermione colocou a mão na barriga
- Eu acho melhor ,HIoHIAoioaIHoa, você cuspir o galo!!! HIoHIoaiHoaiHoaihoAio!– Harry não queria rir do melhor amigo, mas não conseguia se controlar. Hermione também queria ajudar o amigo que estava estirado na grama, porem não conseguia parar de rir, o que era bem estranho, pois ela não era garota de piadinhas.
Rony, humilhado, girou os calcanhares e foi embora (com todo o cuidado possível na face da terra) resmungando. De alguma forma, os dois restantes só conseguiram parar de rir quando Rony desapareceu de vista. Foi um alivio, pois estavam passando mal.
- O que foi isso, hein...?HIoaio Eu nunca ri tanto na minha vida!HIoaihioahi! – Hermione sentiu-se confusa
- Não sei. É estranho! O Rony já caiu assim outras vezes e eu não ri. Mas não conseguia me controlar. – Hermione, após ouvi-lo, coçou a cabeça. Harry sabia que ela estava procurando uma razão pro fato, ela ficou olhando para um grupo de arvores que se encontravam a certo ponto ao norte dali. Sua expressão, por um breve momento, se modificou, e Harry logo olhou para o grupo de árvores também, todavia não viu nada. Logo a expressão de Hermione voltou ao normal, por isso achou melhor apressar-se e ir à aula acompanhar Rony, sem rir. Se conseguisse.
****
Hermione voltou ao pé da árvore e sentou-se. Não estava nem um pouco dispersa. Viu alguém naquelas arvores. Alem do mais, aquele galho deve ter aparecido ali por ação de algum feitiço, e ela descobriria esse mistério. Na verdade, ela só iria comprova-lo. Ouviu de súbito um leve crepitar de galhos e, com isso, sorriu também, de leve. Era agora.
- Imobillous! – Isso! Ela tinha conseguido! Agora só faltava abrir os olhos... Sim, estava de olhos fechados e momentaneamente sem respirar.
Lá estava! Só podia ser! Aquele louro de olhos acinzentados não a deixara em paz nos últimos dias!
Antes de gritar, Hermione olhou para Malfoy, cujo olhar mostrava desespero e vergonha. A azaração que Hermione jogou sobre ele não paralisa o olhar ou a voz (a pessoa podia fazer ruídos, porem sem movimentar a boca). Todavia, Malfoy rapidamente assumiu uma expressão de superioridade
- O que você está fazendo aqui, louro oxigenado – Hermione berrou, mas logo se enrubesceu com a pergunta sem nexo que fez – como ele responderia sem poder falar
- Olha, Malfoy – Hermione falou com mais calma – Eu sei que foi você quem azarou o Rony agora pouco e eu quero que me explique o que lançou em mim e Harry. É muito idiota mesmo! Como se eu não soubesse que aquilo era um feitiço! – ela riu, com raiva.
Logo após falar, ela fechou seus olhos e se concentrou num contra feitiço para desmobilizar Malfoy, que a olhava com desprezo, inerte, encostado no tronco da arvore. O feitiço de Hermione, como sempre, funcionou.
Malfoy imediatamente relaxou, seriamente, porem, logo depois, começou a rir. Seu riso debochado de sempre. O sorriso que fazia noventa e nove por cento das garotas de Hogwarts suspirarem de amor. Os lábios de Hermione tremeram por um segundo, entretanto, Malfoy a ignorou e respondeu:
- Foi hilário! Aquele pobretão com aquele gritinho de bicha! HIaohiaoHaio!!! – Ele agora ria mais ruidosamente.
-Não foi hilário! Foi idiota! – Hermione fechou a cara.
Malfoy parou de rir, apenas abriu “aquele” sorriso novamente. Hermione tentou continuar impassível, no entanto, se assustou quando percebeu que Malfoy se chegava ao seu ouvido.
-Então foi idiota você rindo daquela forma... “Hermione”?? – Ela quase desfaleceu ali mesmo, encostada na arvore, matando aula, e ainda com o garoto que mais odiava na vida a chamando pelo primeiro nome de forma tão sedutora. Estremeceu de tal maneira que Malfoy chegou a sentir suas pernas fraquejarem. E ele simplesmente adorava isso.
Draco podia sentir a fragrância delicada de rosas silvestres que emanava daquele corpo esguio. A dias ele vinha observando Hermione. Muito discretamente, é claro. Porem sabia que aquela garota tinha olhos aguçados e nem sempre passava despercebido.
- Faça-me o favor de nunca mais me chamar pelo primeiro nome...”Malfoy”. – Draco decepcionou-se quando percebeu que o momento de perturbação foi breve. Ele se surpreendia cada vez mais com a garota que estava tão próxima naquele momento.
- Não se preocupe, Granger! – Ele continuava com o sorriso, todavia, estava mais afastado dela – Eu só fiz isso porque me dá satisfação te ver irritada.
- Ta! Ta! Não me venha com mais idiotices! – Hermione deu alguns passos pra longe da arvore – por que fez aquilo com o Rony!?!? – Perguntou agora mais irada ainda.
- Por nada. Só queria ver aquele pobretão no chão! – Respondeu sem rodeios.
- Primeiro: não fala assim dele! – Draco fingiu sentimentalizar-se com as palavras de Hermione, que prosseguiu. – Segundo: não acho que foi por nada. – Agora foi a vez de Hermione sorrir de leve. Fato que, por um lado, fez Draco ranger os dentes, mas, por outro lado, o fez interessar-se mais pela conversa. Ele escolheu a segunda opção.
- É mesmo, Granger?? Então me diga por que foi então. – Ele foi novamente se chegando a Hermione que, por sua vez, também avançou devagar, ainda com o sorriso no rosto. Draco surpreendeu-se com aquela atitude, porém não se deixou intimidar e continuou.
- Acho que a inveja e o ciúme não o deixam agüentar me ver se divertindo com meus verdadeiros amigos, já que você não os tem! – O sorriso de Hermione já não estava tão intenso, mas ela aproveitou que Draco se encontrava momentaneamente “paralisado” com suas inesperadas palavras e foi embora sem olhar pra trás.
Ele não sabia como agir. Pensou em retrucar, mas não encontrou palavras. Quando isso acontecia, ele era obrigado a usar sua justiça própria. Mentia.
- Eu tenho amigos de verdade, sim, sua sangue ruim!!! – Ele gritou mais alto que o normal, pois a garota a quem ele se referia como sangue ruim, juntou seus livros e partiu antes que ele percebesse.
Hermione não parou de andar, no entanto, virou pra trás e retrucou a tempo de deixá-lo mais desconsertado ainda.
- Acredite em mim, Draco Malfoy... VOCE NÃO TEM! – falou estas palavras abrindo um sorriso grande para que Draco pudesse vê-lo.
Ele a seguiu com o olhar até ela desaparecer. Era incrível o que tinha acontecido naquele dia! A Granger o tinha surpreendido três vezes num ato só.
* O imobilizou, e o envergonhou com isso.
* Mostrou que ele não tinha amigos e que sentia ciúmes dela – o que de certa forma, era verdade...
* O chamou pelo primeiro nome a sangue frio! Logo a Granger! É loucura!
Ele precisava descansar a cabeça, digerir e pensar em tudo.
******
Draco era um Malfoy e os Malfoy não se deixam sucumbir assim. Já se passara uma semana e ele ainda estava confuso e desequilibrado a ponto de não ter noção dos dias. Por um motivo que ele não sabia qual era, (não podia ser por aquelas palavras idiotas da sangue ruim) , estava desprezando muitos de seus “amigos”. Até Grabe e Goyle ficaram um pouco de escanteio. Malfoy estava preocupado mesmo era em ganhar o jogo de quadribol que ira rolar em duas semanas.
Era terça. E neste dia ele estava um pouco mais descansado. Depois da briga com a Hermione sentiu-se diferente. Mas não podia ser! Ele Brigava com a Hermione todas as vezes que a via, no entanto, depois de tudo, ao vê-la na escola só a observava. As vezes com ódio, as vezes com curiosidade...
Malfoy balançou a cabeça como para desmanchar seus pensamentos. Ele não podia pensar em nada que não tivesse a ver com o jogo, sobretudo naquela pateta da Granger!
E foi assim que continuou sobrevoando o rio em sua firebolt, procurando críticas para se referir a Hermione.
- Sem falar que ela é feia! Bom... Talvez nem tanto... Mas noventa por cento das garotas que estudam em Hogwarts são bem mais bonitas que ela e, por ventura, esta porcentagem “me” pertence. E aquele cabelo... Parece mais as raízes de uma mandrágora! – Malfoy viu à frente um pássaro, no entanto não deu importância. Não iria desviar. Se o pássaro não quisesse morrer era melhor não passar por ele. A vassoura, que voava lenta, pegou um pouco mais de velocidade e diminuiu a altitude sobre o rio. As arvores que ciliares não eram muito baixas e Draco podia ver em baixo de algumas delas. Continuou – E aquele corpo! Mais parece a Macgonagal no auge dos duzentos anos. Parece mais um hipopót...
Algo chamou sua atenção neste momento. Viu alguém em baixo de uma das árvores, mas ainda estava longe para distinguir quem era... Tinha que chegar mais perto.
Malfoy não estava tão interessado, porém sua curiosidade era razoável.
Tomou um enorme susto ao perceber que era uma garota, muito bonita por sinal, e desequilibrou-se da vassoura ao perceber que ela estava quase nua... Com um vestido sendo subido pelas suas mãos até o pescoço. Ele não pode ver muito. Quando obteve uma visão melhor, o vestido já estava nos quadris da moça.
De repente a garota sentiu a presença e olhou para trás. Malfoy arregalou completamente seus olhos e desesperou! Seu coração parou e ele não conseguia respirar! Sabia das duas causas que o fez ficar completamente sem ar:
1- Um gavião atracador de elite colidiu com ele com força e o fez cair vassoura abaixo no rio.
2- Uma garota linda e sexy... Não podia ser! Agora ele lembrava! Aquela garota era... Era...
- Por Mérlin! O que aconteceu?! – Hermione gritou para o garoto que estava surpreso a ponto de se afogar. Ambos com sentimentos que passavam da surpresa ao desespero e à vergonha.
Sem pensar, Hermione novamente pulou no rio – porém agora vestida – e foi tentar salvar aquela alma em desespero. Nadou alguns metros (o garoto não tinha caído muito longe da margem, porém o bastante para de afogar se não souber nadar muito bem) e percebeu que a pessoa começava a afundar, desfalecida. Aumentou a velocidade com preocupação e mergulhou para tentar pegar o infortunado. Logo podia vê-lo, já que o rio tinha as águas claras. Com todo o cuidado, grudou a mão nos cabelos do afogado e o trouxe para a superfície.
Quando chegou, respirou e voltou a sua atenção para o garoto, o qual só conseguia ver os cabelos. Olhou para a mão esquerda e viu um emaranhado de cabelos louros, por uma fração de segundo pensou que poderia ser uma garota, mas ela pôde ver que o dono dos cabelos louros usava calças. De repente pode acordar de toda a sua preocupação quando olhou novamente e com mais interesse para os lisos do garoto. Teve um flash e viu cabelos brilhantes e louro acinzentados sacudiam ao sol a admirá-la... Nua. E essa pessoa era... Com um pouco de esforço conseguiu levantar o corpo e deita-lo na água para poder ver a face...
-Malfoy!!!? – isso foi a única coisa que Hermione conseguiu proferir antes de paralisar-se completamente e começar a se afogar como Draco.
Entrou em pânico e largou-o num impulso, esquecendo-se do que estava fazendo ali. Engolia água e debatia-se tentando salvar a si mesma quando lembrou de Malfoy, inerte e desfalecido em seus braços, na água. Tinha que salva-lo ou ele ira morrer, e isso se ele já não o tivesse feito a esta altura do campeonato.
Outra onda de pânico a invadiu e ela só conseguia pensar em salvar Draco. Mergulhou esquecendo da dor que sentia no peito e foi em busca do desventurado. Desta vez não foi tão fácil encontra-lo e teve de mergulhar fundo, olhando para todos os lados e direções, até que viu algo afundando mais e mais. Usou toda a sua perpiscásia para poder distingui-lo. Novamente puxou-o pelos cabelos e, ofegante, o trouxe para a margem sem hesitar e nem pensar em nada a não ser numa vida em perigo.
Com um esforço desconhecido por ela própria, colocou o corpo de Draco na grama que cercava as arvores. Ele mantinha uma expressão pacífica, porém ao mesmo tempo assustada. Hermione tremia, um tanto de frio e outro de preocupação.
Ela abaixou-se bem perto do desfalecido para checar o coração e a respiração. Assustou-se ao perceber que Draco não respirava. De súbito pensou nos filmes trouxas que viu na casa de seus pais, onde a mocinha se afoga e o mocinho vai salva-la fazendo algo que se chamava “respiração boca-a-boca”, enquanto olhava para aqueles cabelos molhados espalhados pela grama. Ao ter este pensamento, olhou os lábios finos, porém, apetitosos de Draco. Eles estavam roxos pelo efeito da pressão da água, ou eles eram assim mesmo, convidativos, no entanto Hermione nunca os havia reparado...
Após passar por este turbilhão de pensamentos, se viu, sem realmente entender, que já estava com seus lábios colados aos de Draco Malfoy. Ele era um legítimo Malfoy! O garoto que sempre a odiara e a quem ela sempre odiou! E ela o estava beijando... Melhor, fazendo a estranha respiração boca-a-boca que ela vira na TV. Notou um leve movimento e, desesperada, descolou seus lábios dos dele. Aquilo era loucura! E nem fazia a mínima idéia de como um simples beijo podia reavivar alguém.
Decidiu então por usar o método mais anti-neurótico e usou um feitiço que desentupia os pulmões e controlava levemente a respiração da vítima. Ela tinha aprendido isso num livro que o próprio malfoy a vira lendo e a debochou dizendo que era mesmo tonta das caraminholas para conseguir lê-lo. O efeito aos poucos foi mostrando o seu eficaz afeito. Draco começara a movimentar-se pouco a pouco, e, mesmo que inconsciente, a soltar leves gemidos. Eles que alarmaram Hermione.
-Hermione... Venha Hermione... Venha me salvar...
Ela, sem acreditar no que ouvia, abaixou-se novamente para mais perto do garoto, com o intuito de ouvir melhor.
- Venha minha Heroína... Só você. Venha só você pra me tirar das trevas... Ah Hermione... Hermione... Mione.
Depois de quase se afogar no lago, pensou estar afogando-se em terra. Não acreditava no que ouvia! Tinha de pegar um ar. Percebeu que Malfoy não demoraria a acordar, sobretudo depois de começar a falar inconscientemente. Ou isso demonstrava que ele estava muito bem ou muito mal – só podia estar delirando para pronunciar novamente o primeiro nome dela daquele jeito – e decidiu sentar-se. Encostou-se na arvore mais próxima que viu e, ao fazer isso, percebeu que estava extremamente cansada. Mergulhou em seus pensamentos tentando processar os últimos acontecimentos, mas ela só conseguia lembrar-se do beijo que dera em Malfoy. E foi neste momento que Hermione assustou-se vendo a figura do jovem sentado no chão. Correu até lá preocupada. Ao chegar, em vez de soltar o turbilhão de perguntas que lhe vinham na cabeça, Hermione limitou-se a olhar ternamente para o jovem extremamente confuso que estava à sua frente e perguntar:
- Como se sente? – agachou-se ao seu lado na tentativa de passar-lhe segurança.
Ele parecia não ter ouvido a pergunta da garota ao seu lado, todavia não desviava seus olhos dos dela nem por um segundo. De repente sentiu a garganta coçar e começou a tossir freneticamente, colocando a mão no pescoço, olhando-a mais desesperadora e fixamente como que para pedir que Hermione explicasse por que aquilo acontecia naquele exato momento.
Hermione entendeu sem esforço e apressou-se a explicar:
-Não se preocupe – falou calmamente - Você se afogou no lago e eu te salvei. Lancei um feitiço curativo em você, e foi ele quem o fez acordar e tirar a água do lago que você engoliu.
Draco tossia mais forte agora e soube que Hermione estava falando a verdade, pois começou realmente a cuspir a água do lago. Foi um curto momento. Malfoy logo parou de tossir e sentiu-se melhor após isso. Enervou-se um pouco ao lembrar do acontecido. A garota ao seu lado o tinha salvado da morte.
- Não sei nadar muito bem. Mas não era para isso ter acontecido. Entrei em pânico – ele tentava explicar-se enquanto Hermione o admirava falar.
- Já disse pra não se preocupar Malfoy. Você está bem e é isso o que importa agora.
Ele olhou agradecido para ela, porém não murmurou nenhuma palavra. Simplesmente deitou-se no chão e colocou suas mão como travesseiro. Hermione acordou para a realidade e percebeu que tinha de voltar para a escola. Já eram quase seis da tarde e ninguém sabia onde ela estava. Ela tinha ido até o lago seguindo o seu gato, o bichento, e o danado subiu numa arvore que tinha um galho longo e podre que chegava só longo do rio. Divertindo-se foi até o galho, que pendeu com o simples peso de bichento e quebrou-se para o rio. Hermione, temendo por seu gato, sem pensar duas vezes, tirou as roupas pesadas, e pulou no rio para salvar o gato em desespero. Depois de lutar com o gato, ela conseguiu trazê-lo para terra, que estava como ela e malfoy agora, encharcado.
Ela levantou-se do chão.
- Tenho de ir. Está tarde. – Como o jovem deitado não fez nenhuma menção de levantar-se, ela perguntou – você vai ficar aí, sozinho? Está anoitecendo. Não quer ir à madame Ponfrey?
-Não. – Malfoy a interrompeu sem rodeios. – Vou ficar bem aqui. Já estou voltando para a escola. Pode ir.
- Entendo. Bom... Então até logo. – Hermione viu que o garoto agora a olhava.
- Até logo, Granger. – Ela pensou ter visto uma sombra de sorriso, porém, ficou na dúvida, pois malfoy voltou a assumir a feição séria de antes novamente.
Ela deu as costas e foi embora sem olhar para trás, evitando pensar em qualquer coisa que não fosse um bom jantar e na cama quente e acolhedora que a estava esperando.
Já Dráco não sabia se ria ou desabava em completo pânico. Ela o tinha beijado. Sim, ele sentira. Não era um beijo normal, e sim, de certo modo, estranho. Estava imóvel, todavia, consciente. No momento em que Hermione foi chegando perto dele, sentiu uma fragrância inebriante e doce de rosas silvestres. Ele conhecia bem aquele cheiro, já o sentira outras vezes. Obviamente foi muito discreto nisso, pois Hermione, sempre que o via se aproximar, mesmo quando ele estava conversando com seus amigos, se afastava sem conter a repulsa. Ele, de certa forma não dava a mínima para aquilo, no entanto, apreciava quando tinha a oportunidade de sentir o cheiro que delicadamente emanava da garota.
Fechou os olhos concentrando-se nos lábios macios que friccionaram os seus há minutos atrás. Já era uma lembrança fraca. Fora tão breve!
No momento em que sentira o toque do beijo, abrira os olhos e percebeu que as pálpebras de Hermione tremiam por algo que parecia indecisão. Ele não sabia ao certo o que achar de todos os acontecimentos. Descobrira que realmente não tinha amigos de verdade, sabia que não conseguiria se concentrar para o jogo de quadribol, como não conseguiria se concentrar em absolutamente nada. E não estava dando a mínima para tudo isso. Se sentisse vontade, passaria a noite ali na margem do rio.
No dia, após ter saído de perto do Malfoy e ido para a escola, Hermione tivera, na sua concepção, muita sorte, pois não encontrara nem Harry e nem Rony, apenas Gina no quarto, pra quem ela não conseguiu inventar nenhuma mentira diante do batalhão de perguntas:
- Mione! O que aconteceu? Porque você está molhada deste jeito? Já são seis horas, as aulas já acabaram há tempos! O que estava fazendo? Não choveu! O que aconteceu? – Ela deu um pulo da cama quando Hermione chegou com uma aparência horrenda.
- Calma Gina! Fala baixo! – Hermione sussurrou trancando a porta e logo depois chegando perto da amiga – Aconteceu uma coisa incrível e totalmente surpreendente! E foi surreal e surpreendentemente BOM! – Hermione gritava aos sussurros. Gina abriu um largo sorriso antes de comentar.
-Mione, você disse algo relacionado à SUPREENDENTE duas vezes. – Gina deu ênfase à palavra surpreendente.
- Eu sei! Mas não consegui evitar! Foi surpreendente, surpreendente, surpreendente! – Ela retrucou com seu típico sorriso de canto de boca.
- E de novo. OK! CONTA LOGO O QUE FOI TÃO SURPREENDENTE! – Gina não acreditava que o que a amiga ia lhe contar fosse tão “surpreendente” (você leitor, deve estar completamente cansado dessa palavra!), porém estava muito curiosa. – Mas resuma!
- Certo... Resumir... Mas gina, acho que você vai odiar o meu resumo! É melhor eu contar a história completa.
- Mione! Conta o resumo para eu saber do que se trata. Daí você me conta todo o fato! – Gina suspirou impacientemente.
- EU BEIJEI O MALFOY LOGO APÓS DE TER SALVADO A SUA VIDA!!! – Hermione cuspiu as palavras de modo que fez com que gina ficasse totalmente confusa.
-O QUE... VOCE SALVOU A MINHA VIDA E BEIJOU O MALFOY...!!!
-NÃO! EU SALVEI A VIDA DELE!!! E O BEIJEI!!!
- MEU DEUS!!! – Gina iniciou a tossir engasgada com as palavras da amiga. As duas estavam histéricas! – VOCE... VOCE... – Gina soltava gritinhos de surpresa, enquanto Hermione soltava gritinhos de excitação. No entanto deram uma pausa para respirar e se acalmar um pouco. – Como foi o beijo dele... – Gina perguntou curiosa, porém percebeu que a amiga encolheu os ombros, completamente corada.
- Eu fiz uma coisa muito errada, gina. Ele não me beijou... EU o beijei. Na verdade ele nem estava consciente, pois estava desacordado, no chão... Eu tentei fazer a respiração “boca-a-boca” nele. Mas não deu certo, porque na realidade eu não queria fazer isso, quer dizer, querer, eu queria, mas o que eu queria mais era... Era... – Hermione, como sempre, tagarelou quando estava nervosa. No entanto, Gina estava tão confusa e tão paralisada, que alem de não ter lembrado que Hermione tinha dito que tinha salvado Malfoy, entrou num silencio tão intenso, que as palavras da amiga entravam como berradores em seus ouvidos. – Era beijá-lo.
Passaram-se minutos, até Gina se recompor e conseguir dizer alguma coisa.
- Acharia melhor se você tivesse começado pelo princípio mesmo... – Disse ela pendendo a cabeça de lado para a amiga (ela desconhecia a garota que acabara de beijar e confessara que queria beijar seu arquiinimigo) de roupas encharcadas que estava a sua frente naquela noite.
Hermione, após tomar um banho, lhe contou tudo detalhadamente, e Gina tranqüilizou-se ao perceber que a sua velha amiga, aos poucos voltava a ser a mesma. E no final emendou:
-Surpreendente!!!
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N/a
OI gent!! bem... essa eh a minha PRIMEIRISSIMA fic, portanto... deem-me um crédito neh! hehe!
mas eu peço por favor q comentem... pra eu saber se tem alguém lendo msm e o q acharam.
Eu to betando a fic, por isso o cap. pod vir a demorar uns dias, mas logo logo estarei de volta. Revews!!! =p
*_*Dahi Blackfoy*_*
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