Wisteria Walk
Harry sentou na cama apertando as mãos contra a cicatriz na esperança de fazê-la parar de arder. A dor era imensa. Sentiu raiva de si mesmo por ter dormido esta noite sem praticar Oclumência como de costume desde quando chegara a casa de seus tios há duas semanas, até tocar-se, finalmente, sobre o que fora o seu “sonho”. Pulou da cama desesperado, e a primeira coisa que veio à sua cabeça foi: A ORDEM!
Agarrou um roupão, jogou sobre o pijama, meteu os pés nas pantufas e correu em direção à porta do quarto, abriu-a e saiu correndo pelo corredor, desceu as escadas e dirigiu-se à cozinha para pegar a chave sob um dos potes de açúcar de Tia Petúnia sobre um armário. Correu para a porta da sala e já ia colocando a chave no buraco quando ouviu a voz de Tio Válter gritado enquanto descia a escada de roupão.
- O que você pensa que está fazendo, moleque?
Harry fingiu que não ouvira, e continuou como se estivesse fugindo de uma prisão. Seu tio chegou ao patamar.
- Onde você pensa que vai? - disse cuspindo conforme aproximava-se dele. Harry abriu a porta.
- Preciso ir.
- Você não vai a lugar algum - berrou segurando o braço do garoto, Tia Petúnia e Dudley, apareceram atrás do grandioso corpo do Tio Válter - nenhum garoto anormal vai começar a fazer suas esquisitices enquanto estiver sob o meu teto - disse cuspindo encima de Harry, com a carona vermelha, tentando manter a voz baixa para que os vizinhos não escutassem.
- E é exatamente por isso que eu quero ir, disse Harry com raiva tentando desvencilhar-se das gordas mãos de seu tio. Só então lembrou-se de que esquecera sua varinha, passou correndo pelo seu tio, soltando seu braço, correu em direção ao quarto pensando, ao subir as escadas, como pudera esquecê-la?
Entrou no quarto, abriu seu malão e pegou a varinha. Desceu as escadas novamente fazendo barulho e quando chegou à porta viu seu tio barrando-a completamente com seu corpo.
- Saia da minha frente - disse Harry profundamente irritado mas tentando, inutilmente, se conter.
- Você não vai passar por esta porta, garoto - gritou ele.
Harry apontou a varinha pra ele.
- Saia da minha frente, disse, já quase gritando.
- Guarde essa coisa, moleque - disse ele, afrontado, como se os vizinhos pudessem vê-los dentro de casa.
- Saia da minha frente ou eu te amaldiçôo - gritou, Dudley e Petúnia se encolheram aterrorizados ao verem ele gritando daquele jeito empunhando uma varinha.
- Pare de gritar ou os vizinhos irão ouvir, seu insolente, e eu sei muito bem que você não pode usar essa coisa (olhou meio amedrontado para a varinha) fora da escola!
- Nessas circunstâncias eu tenho certeza de que não iriam!
- De que circunstâncias você está falando?
- Aaaaaah - disse começando a perder completamente a cabeça, aquele idiota estava fazendo-o perder um precioso tempo - NÃO TE INTERESSA, SAIA DA MINHA FRENTE… AGORA!
O tio olhou-o tão horrorizado que Harry teve tempo de empurrar o seu roliço corpo para o lado e sair correndo.
- Volte aqui, menino! - ele saiu gritando, mas parou à porta, para não correr o perigo de que algum vizinho o visse.
Harry saiu pra rua e começou a andar rapidamente, só então se tocou, e começou a imaginar como pudera ser TÃO burro. Como poderia avisar a Ordem? Olhou para um lado e para o outro como se a solução fosse vir correndo de algum lugar escuro. Então lembrou que deveria estar sendo vigiado, mas como poderia avisar Mundungo? Pensou em gritar, mas acabaria chamando a atenção de todos os vizinhos. De repente lembrou! A única bruxa nas redondezas, a Sra. Figg!
Correu em direção à Wisteria Walk novamente pensando como pudera demorar tanto para lembrar-se dela. A noite estava escura e o céu cinzento, andou rápido quase correndo, parando finalmente para pensar no que ocorrera. Era simplesmente incrível, como os comensais conseguiram invadir Azkaban, burlar todo o sistema de segurança, e ainda, além de libertar os comensais presos, persuadir todos os prisioneiros a caminharem a seu lado; e depois de tudo ainda fugir em meio a uma chuva de bolas de fogo lançadas por um exército de heliopatas que duelavam com um exército de dementadores.
Precisava urgentemente avisar a Ordem, provavelmente, a essa hora ninguém saberia ainda do ocorrido. Como se não bastasse, METADE de Azkaban havia sido levada ao chão. Rabicho utilizara o mesmo feitiço na prisão que usara contra Sirius quando matou todos aqueles trouxas. Naquela ocasião ele destruíra o quarteirão inteiro matando doze trouxas, dessa vez conseguira destruir toda a estrutura inferior da fortaleza, fazendo os andares superiores daquele lado da construção desabarem.
Imaginando qual seria aquele feitiço, que teria tamanho poder destrutivo, o garoto adentrava a Wisteria Walk, avistou o atalho que ligava a rua ao largo das Magnólias, o atalho onde vira Sirius pela primeira vez. Lembrando-se dele, sentiu uma forte pontada no coração, uma profunda falta, e uma imensa vontade de chorar ao lembrar-se que tivera parte na sua morte. Continuou tentando controlar-se, e avistou a casa da Sra. Figg, correu em direção a ela pela escura noite.
Alcançou a porta da casa e bateu sem cerimônia, aquilo estava além de formalidades, não importava que horas eram. Nenhum barulho. Bateu novamente. Escutou alguns resmungos e miados de gato ao longe. Esperou impaciente enquanto ouvia o barulho de passos em direção à sala.
- Quem está aí? - perguntou a velha mal-humorada, sem necessidade pois olhava através do olho-de-gato na porta, pareceu ter identificado o causador de sua perturbação, pois meteu a chave na porta rapidamente e abriu-a. - Pelas barbas de Merlim, o que estás a fazer aqui, garoto, viestes até aqui sozinho? - disse olhando em volta dele como que para verificar se houvesse alguém que o trouxesse. - Ensandeceste? Andando por aí há estas horas da noite?
Harry ignorou os questionamentos da velha maluca, assim como os olhares inquisidores dos gatos que olhavam, com olhos brilhantes, por entre as pernas da Sra. Figg.
- Sra. Figg, rápido! Eu preciso saber como Mundungo me protege? Saber onde está ele - disse exasperado.
- Por que, menino, o que houve?
- Eu preciso contatar a Ordem, urgentemente, agora! - disse de um só fôlego.
- Eu não sei onde está Mundungo - Harry praguejou baixinho sem paciência, não haveria outro jeito, precisaria tomar o Nôitibus Andante para ir até Grimmauld Place. Virou-se rapidamente e dirigiu-se à rua correndo.
- Ei, Harry, espere, aonde vai?
- Para a sede da Ordem.
- NÃO, de jeito algum - disse ela indo em direção a ele, entre e me conte o que aconteceu, eu tenho uma maneira de entrar em contato com a Ordem - disse com sua voz rouca.
Harry virou-se para ela.
- Tem?
- Tenho, vamos, entre!
Harry correu em direção a ela, e juntos eles entraram na casa da velha. A casa cheirava fortemente a repolho, e os gatos da Sra. Figg rodeavam suas pernas enroscando-se e levantando os rabos. A mobília era antiga, tudo muito mofado; e a casa era escura, apesar dos abajures ligados.
- E então, a Ordem!
- Acalme-se, Harry, conte-me primeiro o que aconteceu.
- Não há tempo para contar-lhe, preciso da Ordem o mais rápido possível, Azkaban foi envadida… - disse esbaforido.
- Como? - perguntou ela incrédula.
- Isso mesmo, Voldemort (ela tremeu ao ouvir o nome) invadiu-a com os comensais ainda soltos e libertou os outros. Preciso da Ordem, ela precisa agira o mais rápido possível, ela precisa fazer algo, só eu sei…
- Como você sabe?
- Depois eu conto - disse quase gritando -, RÁPIDO!
- Está bem, está bem! - ela dirigiu-se ao quarto, batendo o chinelo no chão.
Harry sentou-se no estofado puído, agoniado, ansioso. Na mesinha defronte, estava o Profeta Diário, o mesmo que Harry recebera no dia anterior. Na capa uma matéria sobre o gradativo aumento do comércio alimentício, ocasionado pelas famílias bruxas que começaram a estocar comida com medo da escassez de produtos, que poderia vir a ocorrer devido à guerra.
A Sra. Figg reapareceu segurando um pote com um pó dentro, Harry reconheceu o pó, já o utilizara diversas vezes.
- Dumbledore conseguiu secretamente que conectassem minha lareira à rede do Flu.
Harry adiantou-se e retirou o pó da velha, jogou um pouco na lareira e disse:
- Grimmauld Place.
Ele enfiou a cabeça e novamente sentiu o mesmo que sentira no dia em que Sirius morrera quando enfiou sua cabeça na lareira, Harry sentiu outra pontada de remorso.
De repente viu à frente de si um lugar subterrâneo, e absurdamente escuro.
- LUPIN - gritou -, LUPIN.
Alguém entrou na cozinha escura, mas não era Lupin, era Monstro.
- Quem é esse? Ah, é o garoto Potter, sim, é ele, Monstro não gosta dele - começou a falar consigo mesmo - ele não é bem-vindo, ah, não, a minha senhora não gostaria de ver a sua cara aqui…
- Cale a boca e suma da minha frente - disse quase gritando, de repente sentiu um imenso ódio daquele elfo maldito, sentiu vontade de apertar sua garganta, apertar sua garganta até matá-lo. Porque sim, fora por causa dele que Sirius morrera, de repente sentiu uma onda de ódio invadi-lo, um ódio como nunca sentira antes, até que sua cicatriz começou a doer.
De repente Tonks entrou na cozinha, pelo jeito estivera acordada, pois ainda estava vestida, apesar de carregar grandes olheiras.
- HARRY, o que está fazendo aqui?
- Tonks, rápido, eu precisei vir avisar a Ordem. Voldemort… Voldemort e os comensais invadiram Azkaban, eu vi, eu sei, eles libertaram os presos do Corredor de Segurança Máxima… - ele disse isso tudo muito rápido.
- Espere! Espere! Eu não estou entendendo nada! Bem, antes de tudo, acalme-se, eu vou buscar os outros, só um minuto, fique aí…
Tonks saiu correndo da cozinha e esbarrou pesadamente contra a lateral do arco da porta, quase caindo. Harry esperou ansioso, se remoendo de ansiedade, se passaram alguns minutos, e ele ouvia barulho de gente correndo pela casa e de repente o retrato da Sra. Black começou a gritar:
- Escória, sangues-ruins e traidores do sangue invadindo a casa da minha nobre família…
Harry esperou ouvir a voz de Sirius dizendo: - Cale a boca! Mas sua voz não veio. Harry sentiu-se mal novamente, olhou para toda aquela casa, era como se Sirius ainda estivesse ali, sentiu sua falta intensamente, e começou a lacrimejar, tentando não chorar, ao lembrar de seu rosto canino sorrindo…
Lupin entrou exasperado.
- Harry, o que você pensa que está fazendo?
Ele foi seguido por Tonks, Quim, Vance, Diggle, Doge, Gui e Carlinhos (que pelo visto retornara da Romênia). Todos olharam incrédulos para Harry.
- O que aconteceu Harry, onde você está? - perguntou Lupin.
- Lupin, rápido, Voldemort invadiu Azkaban…
- Como?
- Ele tomou Azkaban de assalto, junto aos comensais que não estavam presos, houve luta, muita luta, entre eles e os aurores, eles os derrotaram, depois eles entraram pelo prédio até chegarem até o Corredor de Segurança Máxima…
- Mas e os obstáculos que enchiam a fortaleza? - perguntou Quim aflito.
- Eles passaram, eles driblaram tudo e chegaram ao Corredor, houve mais luta com os aurores, mas eles venceram, os comensais ficaram muito fortes ao lado de Voldemort…
- E os aurores? - perguntou Elifas.
- Alguns foram estuporados ou derrubados por outros feitiços, mas muitos deles morreram - Tonks levou a mão à boca, e virou-se de costas aterrorizada, tremendo. Harry então lembrou-se de que ela como aurora deveria conhecer todos aqueles outros que caíram em Azkaban. Olhou para Quim, sua expressão não era muito diferente.
- E depois? - perguntou Lupin.
- Eles desceram e… e encontraram um exército de seres… de fogo.
- O exército pessoal de heliopatas de Fudge - completou Lupin, confirmando com cabeça, Harry lembrou então de Luna ter dito algo parecido no ano letivo anterior.
- Então apareceu uma espécie de general que os comandava, e eles atacaram os comensais, mas… mas apareceram os dementadores, centenas deles, e eles começaram a batalhar contra os heliopatas - todos olhavam com os olhos arregalados, incrédulos, com a boca levemente aberta. - Então os comensais conseguiram fugir em meio à confusão, todos estavam muito feridos, mas conseguiram, somente Voldemort conseguiu escapar ileso. E… e Pettigrew estava com eles… e ele… ele explodiu Azkaban.
- O QUE? - perguntaram todos em uníssono.
- Pedro utilizou contra alguém o mesmo feitiço que utilizou contra Sirius há quinze anos. Ele destruiu a estrutura da fortaleza, os andares de cima desabaram, metade da construção foi abaixo.
- E os aurores? Os que estavam lá dentro? - perguntou Tonks com olho arregalados, exasperada.
- Ninguém saiu de lá antes da explosão.
Ela cobriu a boca com as mãos, soluçando. Harry nunca vira-a daquele jeito, sempre estivera tão acostumado a vê-la animada. Quim caiu sobre uma cadeira lacrimejando. Ambos com o rosto extremamente branco.
- Como você sabe que era Pettigrew, Harry? Voldemort viu ele fazendo isso?
- Eu… eu tenho praticado Oclumência, mas naquela noite eu acabei dormindo antes de conseguir esvaziar minha mente, eu trabalhei o dia inteiro para minha tia e estava muito cansado…
- Não precisa se justificar Harry, você provavelmente não conseguiria fechar-se diante de tamanha exaltação emotiva dele.
- Mas eu sei que Pettigrew fez isso, não sei como, mas sei, porque Voldemort não viu-o quando ele lançou o feitiço.
- Voldemort tem uma forte ligação com os comensais, através da Marca Negra, ele provavelmente ficou sabendo do ocorrido sem mesmo ter visto, por isso você sabe!
Harry sentiu-se mais reconfortado.
Lupin olhou os outros. Todos estavam altamente perplexos e olhavam-se boquiabertos.
- O que vamos fazer? - perguntou Emelina Vance.
- Tonks, Quim, vocês provavelmente não estão em condições de ir…
- Não, eu vou - disseram ambos.
- Não, vocês vão ficar aqui, será melhor, vocês só irão atrapalhar se forem. Elifas, você vai avisar Dumbledore; Emelina, você contate todos os outros membros da Ordem; Diggle, você vai atrás de Fudge e do Ministério, eles também precisam ser avisados, Voldemort deve ter feito bem o seu trabalho, eles vão demorar a saber, imagino eu; Carlinhos, Gui, vocês vão comigo à Azkaban - ele virou-se a Harry -; Harry, onde você está?
- Na casa da Sra. Figg.
- E como você chegou aí?
- Eu vim andando?
- Às quatro da manhã? - perguntou ele perplexo.
- Eu tinha que fazer algo e…
- E Mundungus, ele não percebeu que você saiu?
- Eu vim até aqui com a esperança de que a Sra. Figg me dissesse como encontrá-lo.
- EU NÃO ACREDITO QUE ELE SAIU NOVAMENTE! - gritou Lupin, Harry nunca o vira daquele jeito - Agora, Harry, escute, pegue a Sra. Figg e volte pra casa dos Dursley, imediatamente, o importante agora é que você esteja a salvo, Azkaban já foi destruída, mas você ainda está vivo, agora vá - Harry hesitou - Agora - disse ele com firmeza.
Harry tirou a cabeça da lareira, e olhou para trás, a Sra. Figg olhava-o temerosa, segurava duas xícaras de café.
- Café, querido?
- Não, não, eu… eu tenho que ir pra casa - após ver Lupin daquele jeito sentia-se na obrigação de seguir o pé-da-letra as palavras que ele dissera - e… e Lupin pediu-me para que a senhora, para que a senhora me acompanhasse no caminho de volta… - ele disse sem graça em pedi-la isso.
- Ah, sim, claro, é claro que vou, pegue essa xícara de chá e espere enquanto eu coloco alguma roupa para sair naquela noite fria.
- Sim, sim, claro.
Harry pegou a xícara de café e esvaziou-a numa planta feia que tinha ao lado da lareira. Sr. Tibbles olhava-o sentado sobre o encosto do sofá de uma maneira esquisita. Harry aproximou-se dele e passou a mão sobre sua cabeça com as costas de seu dedo médio, o gato fixava-o com imensos olhos âmbares. Harry lembrou-se então de Bichento, e Hermione veio à sua cabeça, lembrou então também de Ron. Preciso escrever a eles assim que chegar em casa, pensou.
A Sra. Figg voltou vestindo uma roupa preparada para o frio e trouxe também um casaco para Harry. O garoto cobriu-se pois estava realmente com frio.
Eles saíram porta afora. Harry olhou pela Wisteria Walk, não havia ninguém. A velha trancou a porta e eles saíram em direção à Rua dos Alfeneiros. Conforme andavam Harry começou a contar à Sra. Figg o que ocorrera. Ela ficou tão impressionada quanto os membros da Ordem.
Eles chegaram à Rua dos Alfeneiros, e dirigiram-se ao número quatro. A noite estava escura e silenciosa. Chegando à porta dos Dursley, a Sra. Figg disse:
- Pois bem, Harry, fique aí, e NÃO saia, NÃO tente avisar mais ninguém, a não ser por correio-coruja.
- Pode deixar.
Harry entrou, a porta estava aberta, provavelmente os Dursley estariam esperando-o. Ele entrou e viu que as luzes estava todas apagadas. Harry estranhou, os Dursley não teriam ido dormir após tamanha afronta do garoto, ainda mais deixando a porta aberta, fariam questão de deixá-lo para fora, mas apareceriam para rir dele. Harry entrou na sala com a luz apagada, deu uma olhada para ver se eles não estariam ali esperando no escuro por ele, apesar de saber que não fazia o estilo deles. E se soubesse que não faz parte da índole dos tios fazer piadas, acharia que seria uma.
Andou pela sala e pela cozinha extremamente limpa, e nada. Subiu as escadas e foi em direção ao quarto dos tios, quase nunca entrara ali, e sabia que eles irritariam-se quando descobrissem que ele entrou ali.
Abriu a porta, o quarto dos tios era antes de tudo limpo, muito limpo, havia uma cama de casal no meio, criados-mudos ao lado e um armário na outra parede. Mas o quarto estava tão escuro que ele mal enxergava alguma coisa, entrou devagarinho, cautelosamente, e de repente sentiu seu corpo ser agarrado com força e ser puxado para trás, com uma grande mão masculina coberta por uma luva cobrir-lhe a boca, os braços do indivíduo apertando seus braços de modo que não conseguia mexê-los. Olhou para cima e viu um rosto, de olhos claros, azuis, cabelos louro-claros, e da sua boca saiu uma voz que já ouvira antes.
- Olá, Potter! - disse uma voz arrastada, que Harry, no escuro, identificou como sendo a de Lúcio Malfoy.
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