Orgulhosos e Molhados



Capítulo quatro – Orgulhosos e Molhados


N.A.: Ta aí o quarto capítulo! Agradecimentos no final! (risos)... Bjinhos e boa leitura!!


Gina poderia dizer que era como aparatar, pois, após sentir aquele leve tremor e um vazio já até comum, ela se encontrou num cômodo, muito luxuoso, por sinal. Era extremamente grande, três vezes maior que seu quarto, o qual ela tinha a sorte de não dividir com ninguém, já que era a única menina da família. Mas isso não vinha ao caso...Ela pensou enquanto voltava sua atenção para a decoração.

Não se via móvel algum por ali, e isso sim era algo estranho. Rodou de uma vez só pra visualizar rapidamente o cômodo todo e sentiu falta de Draco. Onde ele estaria? Era estranho tê-la levado para aquele lugar. O que ele estava querendo? Impressioná-la? Bem, se esse fosse o objetivo, ele já havia conseguido, e muito.

Aquele lugar era lindo demais para que ela acreditasse ser verdade. As paredes eram claras, o que a surpreendia muito. Malfoys gostando de cores claras, nunca! Também eram decoradas com alguns lustres que continham rosas vermelhas além das velas. Gina se aproximou para olhar melhor, pois, era uma das poucas apaixonadas por flores de todos os tipos. Sabia o nome de cada uma delas, até as trouxas, que aliás, considerava suas preferidas. Ali só havia rosas vermelhas, mas eram lindas e cheirosas. Aquele cheiro, ainda misturado à luz fraca do ambiente a fazia ficar um pouco tonta, mas era impossível conseguir fechar os olhos ao se deparar com um bilhete preso ao último lustre do local, quando ela se aproximou deste. Era parecido a um cartão, de cor dourada, ou talvez fosse a luz que dava a ele aquele efeito. Sua curiosidade aguçada a fez não hesitar nenhum um pouco ao pegar o cartão. Era como os que ganhava de aniversário, na maioria das vezes de seus irmãos ou até de Harry. Sempre adorava recebê-los e os lia rapidamente, mas aquele...Só pelo motivo de já saber de quem era...Mal podia se movimentar tamanha era sua vontade de abri-lo e ler logo. Suspirou fundo e o abriu, mantendo os olhos fechados. Com um sorrisinho ansioso, abriu os olhos vagarosamente e encontrou uma simples frase, mas que se tornou mágica pela letra caprichosa que ela conhecia e sabia exatamente de quem era.


“É só tocar na rosa, e você logo me encontrará...Mas acho melhor correr, pois o Natal está mais próximo do que imagina...”


Bateu em sua própria testa, nervosa por ter demorado tanto a abrir e encontrar aquilo...Ainda mais quando o natal estava próximo e ela não tinha nem como saber quanto tempo faltava. Percorreu os olhos pela sala vazia e deste para seu dedo indicador. É, era melhor se apressar... Após aproximar seu dedo da roda desenhada caprichosamente no cartão, fechou os olhos e sentiu um leve arrepio. Sentiu-se flutuar, mas não arriscou abrir os olhos.

“Quem me disser que eu sou corajosa está muito enganado...”, pensou rindo de si mesma. Sabia estar preste a ter outra surpresa, então era quase impossível se manter séria. O que mais queria no momento era abraçar Draco com toda força e dizer três palavrinhas especiais...Mas quem disse que ela queria só dizer? Queria ouvir também, mas não só uma vez! Queria ouvi-lo repetir milhares de vezes e todos os dias, pro resto da eternidade. Se tinha certeza de alguma coisa, era que passaria seus últimos dias ao lado dele. Queria dormir ao lado dele, acordar de manhã ao lado dele, tomar café junto a ele...

“Espero que ele não seja muito comilão...”, riu novamente. Era impressionante como se via quase uma criança ao pensar em Draco. Ela conseguia fazer de tudo uma diversão. E olha que seu “querido” nem era tão extrovertido assim, talvez fosse só impressão, mas ela não podia deixar de contar que o que mais apreciava nele era sua quietude. Parecia sempre calmo, ou então sabia disfarçar perfeitamente sua ansiedade.

Sentiu seus pés tocarem o chão novamente e apressou-se em certificar de que estava segura. É, não havia dúvidas de que o chão estava lá, então, por que se mordia por não conseguir abrir os olhos? Sentiu um leve tremor com a brisa gelada que chegou a levantar seus cabelos. Talvez Draco ainda não estivesse ali. Como ele tinha coragem de fazê-la esperar tanto? Pensando em como seu príncipe encantado era malvado, decidiu dar um passo. Sim, ali estava seguro. Aquele cheiro leve de eucalipto indicava que ela estava em algum lugar arejado. Fosse o que fosse, ela esperava chegar antes de meia-noite. Esse pensamento pareceu mexer com Gina e a fez abrir os olhos instantaneamente.

E ali estava ele. Parado do outro lado da piscina, segurando uma rosa daquelas vermelhas que Gina encontrara naquela sala, seja que lugar fosse. Ele sorria serenamente, como se não estivesse sentindo nada. Mas Gina encarava aquele sorriso como o mais galanteador de um Malfoy. Não podia pensar que todos eles tivessem aquele encanto “Draquinal”. Não conseguia imaginar Lúcio Malfoy com um sorriso tão puro e lindo como aquele. Era um sorriso tão diferente que a deixava mais feliz ainda!

Draco atravessou a piscina a passos largos, mas lentos. Aquilo estava mexendo intensamente com a ruiva do outro lado. Ela podia se sentir tremer ao ter aquela visão, qual percebeu que era uma das coisas que mais amava em Draco. Como ele podia ser tão elegante e arrogante ao mesmo tempo? As roupas pretas tinham um toque especial quando juntas a pele pálida dele. Aliás, ele estava usando terno, o que Gina só reparara agora, ao voltar sua atenção para as roupas dele. Deu uma olhadinha disfarçada, aproveitando que Draco ainda não estava tão próximo a ponto de localizar o local onde os olhos dela se fixavam. Sim, a blusa azul quase marinho ainda estava lá, o que garantia que não estivesse sonhando.

“Também, depois dessa tontura toda, é incrível eu ainda estar sã...”, pensou, voltando a observar seu menino andar. “MENINO, GINA!”, repreendeu-se novamente. De menino ele não tinha mais nada. Os cabelos dele, soltos como ela amava, balançavam e brilhavam ao longe. Eram quase como ouro...Como podiam ser tão perfeitos, ou será que era algum feitiço que Draco fazia? Ainda tinha que descobrir o que tinha de tão especial neles.

- Nele... – Gina sussurrou, um sorriso levado formando-se nos lábios ainda vermelhos devido ao efeito do batom que durava o tempo que quisesse. Ele estava demorando bastante para alcançá-la, nada como uma leve brincadeirinha para animar. Ele a fizera esperar, pois agora era sua vez de fazê-lo sentir-se como ela. E era especialista naquilo. Não que quisesse exatamente fazer aquilo, afinal, recusar um beijo de Draco quando ele estava quase acontecendo não era tão fácil assim, mas no fundo, no fundo, ele estava pedindo pra ser irritado quando fizera aquele tipo de joguinho romântico com ela.

- Você está atrasada... – Draco disse a poucos passos de Gina, apenas para provocar. Ela, com seu plano já muito bem formulado, retrucou com um sorriso:

- Ah, é? Quanto tempo, posso saber?

- Hum, faltam sete minutos pro Natal...Sabe que eu não gosto de atrasos. – ele disse se aproximando perigosamente, cruzando os braços frente ao peito, o que causou um leve arrepio assombrador em Gina. Mas em nada a afetou, já que ela tinha a resposta na ponta da língua. Calmamente, foi andando em volta dele e parou repentinamente atrás dele para dar-lhe um beijinho na nuca, o que o fez se virar e envolvê-la nos braços com o objetivo de beijá-la, mas Gina foi mais rápida:

- Então, que tal aproveitar esse tempo que ainda resta? – como era bom ser pequena. Ainda bem que não puxara sua família. Conseguira sair com facilidade dos braços de Draco sem muitos gestos que pudessem machucar ninguém. Bom, ela esperava, né, mas a cara do garoto não demonstrou que ele estivesse bem, ela só não sabia se era por ter o machucado ou por ter fugido tão repentinamente. Esperava que fosse a segunda opção, pois mesmo que ele ficasse bravo...Era isso mesmo que queria, não era?

Deixando seus pensamentos de lado, que era o melhor que podia fazer, sorriu travessamente e começou a correr. O que não esperava era que Draco bufasse, e logo depois mudasse sua expressão para algo realmente divertido. E menos ainda que saísse correndo atrás dela. Gina ficou tão perplexa que nem notou o quanto ele já estava próximo, fora que tinha uma grande vantagem, já que corria bem mais rápido que ela. Tentou correr novamente, mas não adiantou de nada. Draco já havia a prendido seguramente nos braços. Aliás, Gina não lembrava de já ter notado antes o quanto eles eram realmente fortes. E bonitos, ela se esforçou para não sorrir, admirada. Draco, com seu sorriso triunfante, esperou que Gina se acalmasse e desistisse de fugir. Na verdade, não foi tão difícil de segura-la dessa vez, já que a própria menina já havia desistido de sair daqueles braços.

- Pelo jeito a Weasley fugitiva foi derrotada! – Draco aproveitou que ela parecia pensar em algo, para provocar.

- Pelo jeito vou passar o Natal assim, e ainda descabelada! – ela disse choramingando de propósito. Draco aproveitou o momento, nem um pouco apropriado para reparar nos cabelos, realmente bagunçados, de Gina. Talvez, se não estivessem do modo que estavam, tampando parte do rosto da menina ele não os adorasse tanto. A roupa vermelha escura de Gina provava que os cabelos dela tinham um tom meio dourado, um pouco alaranjado que, o que não era feitio de um Malfoy, Draco adorava. Gina, antes de cabeça baixa, pareceu perceber que ele a observava, e tentou olhar pra ele, mesmo tendo que fazer certa força e obriga-lo a relaxar os braços que ainda se mantinham a sua volta.

- Ei, sabia que você fica linda descabelada? – Draco elogiou, sem sombras de um sorriso, observando também a respiração dela ir desacelerando. Ele a olhava tão fundo nos olhos, de modo que Gina ficou emocionada e, apesar de dar saltitos de alegria por dentro, ela se percebeu embaraçada diante dele. Quase que para fugir um pouco daquela observação que a deixava inquieta, Gina voltou para o comentário que ele fizera:

- Ah, eu sou a Weasley fugitiva, derrotada, descabelada...Não tem como ficar pior! – Draco não deixou de perceber o tom de choramingo que Gina fizera questão de acrescentar a frase e uma idéia não deixou de tomar conta de si. Soltou a menina, deixando que ela virasse de frente para si. Gina aproveitou para ajeitar os cabelos, e Draco, antes que ela pudesse terminar seu trabalho, voltou a envolve-la pela cintura, de modo que Gina tivera que se inclinar pra trás para continuar a ajeitar os cabelos. Draco sorriu divertido e Gina tentou ignorar, fingindo estar realmente chateada com o conjunto de características que ele lhe dera. Draco esperou que ela se cansasse de manter seu rosto afastado do dele, fingindo ainda estar alisando os cabelos, que já brilhavam intensamente de tão arrumados, e aproximou seus rostos dizendo baixinho:

- Que tal molhada também? – e antes que Gina pudesse sequer pensar no que Draco dissera, ela a pegou no colo e, correu rapidamente, pulando junto a ela na piscina. O grito de Gina foi abafado pelos fogos que anunciavam a chegada do Natal. Ela sentiu-se congelar ao fazer contato rápido, e tão inesperado, com a água fria. E aquela noite, ela até estranhava que estivesse quente, pois em Hogwarts estava nevando. Talvez estivessem em outro lugar, ela nem se dera ao trabalho de saber. Por um momento, toda aquela ignorância de sua parte, aquela brincadeira de Draco começou a incomodá-la. Afinal, o vestido colava em sua pele, as mangas compridas colavam nos braços a deixando com frio e o Natal chegava sem que nem ela se desse conta.

Logo que conseguiu se afirmar no chão da piscina, o ar de volta em seus pulmões, Gina olhou, nem um pouco amigável para o loiro que, com o susto da menina, acabar se separando bastante dela ao caírem na água. Mas ele ainda não percebera que ela parecia realmente chateada. Os fogos continuavam, e Gina achava impressionante como parecia que estavam na virada do ano. Não se lembrava de ter passado algum Natal com tantos fogos assim. Bem que, também, nunca passara algum Natal em Hogwarts.

“Mas nós nem estamos em Hogwarts!”, ela voltou a pensar. Viu que Draco se aproximava, na intenção de abraça-la, mas Gina foi mais rápida novamente e nadou até a pequena escadinha no canto da piscina. Com certa dificuldade, ela conseguiu levantar um pouco o vestido, sem se preocupar com o garoto que poderia estar vendo suas pernas nuas, e subir os degraus, saindo finalmente da água e alcançando “terra firme”. Sem olhar pra trás, espremeu um pouco a saia do vestido tirando o que conseguia de água, mas ainda assim sentindo o peso das vestes. As mangas também estavam encharcadas e ela começava a tremer de frio. Ignorando a presença do namorado, disse algumas palavras que não ousaria dizer na frente da mãe, enquanto se atrapalhava um pouco para tirar as sandálias. Os cabelos colados ao rosto também não ajudavam muito. Estavam embaraçados e encharcados e Gina realmente desejava ter uma toalha felpuda para se secar e se esquentar.

“Bem que seria melhor ter aqueles braços a minha volta de novo...”, ela não deixou de pensar, logo depois recobrando-se ter ficado chateada com o sonserino. “É, tinha que ser da Sonserina mesmo!”.

Os fogos ainda explodiam, mas Gina não podia vê-los. Pareciam vir do lado de fora, e ela não conseguia ver além do muro. Aliás, só no momento ela pudera perceber que estava numa casa. Se seguisse o caminho de pedras e passasse pela ponte ali, mas adianta, alcançaria uma bela casa, ela podia ver. Então, queria realmente saber onde estava, mas não queria falar com Draco. O que fazer, então?

O bruxo continuava ali. Tivera que reprimir a risada na garganta ao ver que Gina ficava extremamente balançada com o que fizera. Sabia que teria que agüentar depois sua bronca... “Você não tinha esse direito!”, provavelmente a ouviria dizer. Mas ela ficava impressionantemente linda naqueles momentos. Ainda mais molhadinha, o vestido colado ao corpo delineando as curvas belas e suaves. Os cabelos colados ao rosto, à boca, que ele ainda não conseguira beijar desde que ela chegara! Era simplesmente impossível se manter longe dela por muito tempo! Observou que ela fingia observar o local, mas mantinha os pés descalços cutucando um ao outro em sinal de nervosismo. Ela devia estar ensaiando algo para dizer. Ele sabia que ela era a única que batia em seu orgulho!

“Quase bate...”, ele voltou a pensar, orgulhoso. Mas não podia negar que o ar de criança com os pés descalços caiam perfeitamente bem nela. Mas ela parecia não querer se virar de modo algum, e ele também parecia não querer sair dali para falar com ela.

E os fogos continuavam a explodir...Assim como os dois corações orgulhosos tão idênticos e diferentes no momento.



N.A.: Não gritem, não batam, não me matem! Como diz minha maninha querida do coração....rsrsr, bom, queria agradecer a todos que estão lendo a fic, mesmo que não tenham falado nada...E eu espero que seja um AINDA não falaram nada! Quero saber a opinião de vocês!!! Ah, obrigada pelas reviews!! A todos que mandaram.

Um beijo especial para a Talita que tem me cobrado a fic!! Ai, e ela não cansa de me ouvir dizer: “...tô quase terminando...”. Obrigada!

Ah, e ignorem o título! Não consegui arranjar nada melhor...

Kel Minylops

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