A vida real bate a sua porta



Remus, Tonks, Sírius e Dumbledore aguardavam ansiosos a realização da última prova do Torneio Tribruxo, que seria no dia vinte e quatro de junho. Eles não viam a hora de Harry estar novamente em segurança.

Sírius havia conseguido a autorização de Dumbledore para aguardar o fim da prova nos terrenos de Hogwarts e havia combinado com Remus que lhe mandaria uma coruja com notícias. Tonks ficou com o namorado aquela noite.

A madrugada já ia alta quando Remus acordou com uma iluminação anormal em seu quarto e assustou-se ao ver o patrono de Sírius. Este lhe deu o recado e se desfez em seguida. Tonks ainda dormia.

Remus estava pensativo quando a campainha tocou. O enorme cão negro entrou rapidamente e tão logo a porta foi trancada o amigo deixou sua forma anímaga.

Ele não estava tão magro quanto há um ano, apesar de sua aparência estar mais suja e rota. Porém o que impressionou Remus foi a preocupação nos olhos de seu velho amigo.

-- O que houve Padfoot? Harry, ele está bem?

Eles haviam combinado que Sírius lhe enviaria uma coruja, se o amigo havia se arriscado a ir ate lá deveria ter acontecido algo grave.

-- Ele está a salvo! – disse largando-se no sofá.

Não era bem essa a resposta que Remus queria ouvir. Isso o preocupou ainda mais.

Sírius encostou a cabeça no sofá e fechou os olhos.

-- Aconteceu o que mais temíamos Moony! – respirou fundo – Ele voltou! Voldemort voltou!

Remus também desmontou no sofá. Seu cérebro não estava conseguindo computar tal informação.

-- Como assim voltou? – Não aquilo não podia estar acontecendo! – pensou.

-- Está acontecendo! – falou como se tivesse lido os pensamentos de Remus – Ele teve ajuda de Wormtail – falou com ódio – e Bartô Crouch Junior.

Remus arregalou os olhos surpreso demais para falar algo.

-- Eles levaram Harry para um lugar longe – continuou com a voz cava – realizaram um feitiço onde usaram o sangue do menino e Voldemort voltou a ter um corpo.

Ele teve que parar de falar. Só de pensar o quanto Harry esteve perto da morte já sentia aquele nó na garganta. Enquanto estavam no escritório de Dumbledore e depois na enfermaria ele teve que se manter forte, mas agora....

Remus percebeu o esforço que seu amigo estava fazendo para não perder o controle. Aproximou-se dele e tocou-lhe o ombro:

-- Venha Padfoot, vou preparar um chá para nós.

Só quando já estavam com suas xícaras é que Sírius continuou.

-- Depois que Voldemort recuperou seu corpo chamou os outros comensais, desafiou Harry para um duelo. – Seus olhos brilharam quase insanos de ódio – Aquela criatura sempre foi um covarde!

-- E como Harry escapou? – Remus estava impressionado. Bruxos muito mais velhos e experientes morreram nas mãos de Voldemort e seus Comensais. Harry não tinha nem 15 anos, era um milagre que tivesse conseguido escapar!

-- Pelo que Dumbledore explicou as varinhas deles são irmãs e quando os feitiços se encontraram aconteceu alguma coisa.

-- Priori Incantatem! – Exclamou Remus assombrado.

-- Foi isso que Dumbledore falou. Os ecos dos últimos feitiços da varinha de Voldemort apareceram. – Nesse ponto Sírius parou de falar e deixou mais algumas lágrimas rolarem.

-- Os ecos de Lilly e Jam.... – a voz de Remus também sumiu.

-- Eles “atacaram” Voldemort – continuou um pouco mais controlado e apenas acenando a cabeça para confirmar a pergunta de Remus. – E isso deu tempo para Harry chegar a Taça do Torneio que era uma chave de portal...

-- Como?! – Nova interrupção de Remus.

-- Bartô Junior estava tomando Polissuco e tomou o lugar de Olho-tonto.

-- Sírius essa história é inacreditável, Crouch Junior não estava preso em Azkaban? Eu me lembro do julgamento dele junto com os Lestrange.

-- Na verdade ele estava morto, mas ... – então Sírius contou rapidamente o que Crouch havia contado ao Diretor. – Eu sei que essa história é incrível, mas o próprio contou a Dumbledore, Harry, McGonagal e Snape, sob uso de “Veritasserum”.

Remus ainda parecia muito chocado para falar, alguns minutos se passaram até ele dizer:

-- Pelo menos o Ministério já deve estar procurando por Voldemort e seus Comensais.

Sírius riu sarcástico.

-- Sem notícias boas hoje, Moony! Fudje não acreditou na história de Harry ou na de Crouch – Remus tentou retrucar, mas Sírius resumiu – Bartô Junior já era! Ganhou um beijo de dementador – fez uma careta, Remus fechou os olhos e suspirou.

Nesse momento ouviram um barulho, Sírius pulou da cadeira já com a varinha em punho pronto para o ataque.

-- Remus?! Quem está aí com você? Ouvi vozes!

Ele também se levantou ao mesmo tempo em que Tonks entrou na cozinha. Sírius que havia reconhecido a voz da prima já havia baixado a varinha, mas continuava de pé ao lado da mesa e lançou um olhar interrogativo à moça registrando a pouca roupa que ela usava.

-- Sírius?! – disse com genuína alegria, para no segundo seguinte perguntar preocupada – O que aconteceu para você estar aqui?

Sírius lançou um rápido olhar para Remus, sentou-se e resumiu o que já havia contado ao amigo.

-- Por Merlin! O Ministério deve estar o caos! – suspirou pensativa, olhou o relógio da parede e então perguntou ao namorado – Mamãe me chamou por flu?

Sírius registrou que a situação de Tonks passando a noite na casa de Remus não era nada rara.

-- Não Nym. Por quê?

-- Os aurores têm que ficar alcançáveis. Sempre aviso a mamãe para que se alguém me procurar é para ela entrar em contato. – Explicou. As informações ainda penetrando em sua mente. Então se levantou – vou voltar para cama – falou sem perceber o constrangimento de Remus – acho que terei muito trabalho amanhã, é melhor tentar descansar mais um pouco.

Deu um beijo no rosto do primo.

-- Boa noite, Sírius – e um nos lábios de Remus – Boa noite.

Saiu sem ver o sorriso no canto dos lábios do primo e como o namorado estava corado. Assim que ouviram a porta bater os dois amigos se encararam. Sírius foi mais rápido.

-- Posso saber o que significa isso, Sr. Moony? – fez uma cara irritada, mas estava fazendo um incrível esforço para não rir.

Remus estava preocupado, não havia contato ao amigo sobre o namoro com Nymphadora. Sírius havia garantido que não havia nada entre eles, mas....

-- Estamos.... Han..... Juntos.

-- Como assim “juntos”, Moony? Quais são as suas intenções com minha prima?! – era impossível segurar o riso, mas ele não ia perder aquela oportunidade de “pegar no pé” do amigo.

-- Hei! Até parece que você é o pai da moça! – falou na defensiva.

-- Nossa! Que sensação de deja vù – disse rindo alto.

-- Do que você está rindo, Padfoot?

-- De você, Moony! Você não muda nunca! – ainda rindo abraçou o amigo – Vamos, me conte os detalhes – Fez uma cara diabólica. Remus desviou os olhos e ficou sério. Sírius riu mais alto. – Estou falando de como vocês se acertaram.

-- Tem uns quatro meses, mas na verdade estou apaixonado por ela desde que voltei da Albânia.

-- Moony!! – disse sarcástico.

-- Certo! Certo! Eu só aceitei que estava apaixonado quando voltei da Albânia, mas já estava antes – Sírius sorriu maroto e Remus também – morri de ciúmes quando soube sobre vocês dois, mas na época bloqueei o assunto.

“Eu sabia! Ainda bem que deixei claro para ele que não havia nada entre nós” – pensou, mas em voz alta perguntou:

-- E ela?

-- Me contou que também estava apaixonada desde o natal.

-- E porque vocês demoraram tanto tempo, Remus? – incrédulo.

-- Ela me disse que achou que eu estava com alguém – suspirou – e você me conhece, desde aquela estória com a Maggie que eu decidi que nunca mais iria me apaixonar ou namorar sério.

Sírius balançou a cabeça, nos anos seguintes ele e James sempre tentaram convencer Remus que ele não deveria desistir de encontrar uma mulher que gostasse dele do jeito que ele era.

-- Achei que se eu me afastasse um pouco... – sorriu – mas como vocês sempre diziam, terminei encontrando alguém que gosta de mim como eu sou.

-- E quem deu o primeiro bei... Quer dizer passo? – sorriu maroto.

-- Vi uma briga dela com o namorado, porque ela queria vir aqui e não queria dizer a ele aonde iria. Depois ela veio para cá e nos beijamos.

-- Moony! Você não era assim! – implicou, Remus corou levemente.

-- Depois tentei afastá-la de novo – suspirou – explicar que ela merecia alguém melhor que eu, mas ela foi embora achando que eu não gostava dela – Sírius bufou. – Nunca senti nada parecido por ninguém, Padfoot. Você mesmo já me viu afastar várias garotas – o amigo concordou com um aceno – Mas com Nym foi diferente, depois de alguns dias decidi que ia procurá-la.

-- É Moony, você está realmente mudado. – falou sério.

-- Mas nem foi preciso. O tal Steve tentou agarrá-la numa ruela do Beco Diagonal.

Sírius arregalou os olhos e rilhou os dentes como um cão pronto para atacar.

-- O idiota estava tão bêbado que até uma criança o teria derrubado. Só que ele a pegou de surpresa e a desarmou, sem falar que ele é mais forte.

Remus dizia isso muito sério, ainda tinha ódio do auror por ele ter ousado se aproximar de Nymphadora daquela forma.

-- Eu a trouxe para cá e então depois de conversarmos nos acertamos – terminou sem muita conclusão. Desviou rapidamente os olhos ao ver o olhar de Sírius. – não me olhe assim, Padfoot, não aconteceu nada naquela noite. Ela estava abalada e eu não vou falar mais nada! – cruzou os braços no peito na defensiva.

Sírius riu com gosto da atitude do amigo.

-- Você não precisa contar mais nada, não depois de eu ver você de robe e Tonks vestida com a sua camisa, Moony! Ou você acha que eu sou bobo?!

Remus dessa vez corou.

-- E que estória é essa de Nym? – perguntou ainda rindo do constrangimento do amigo.

Remus desviou os olhos, mas também estava rindo quando respondeu.

-- Você não queria que eu continuasse chamando ela de Tonks? Não depois de.... Hum.... Você sabe....

Sírius riu de novo.

-- E Andrômeda o que achou?

-- O problema maior foi Ted – Sírius franziu a testa – Não o culpo, eu também ficaria desconfiado se o namorado da minha única filha fosse dezesseis anos mais velho, vivesse desempregado e fosse um lobisomem – Respirou fundo.

Sírius apertou o ombro dele para dar algum apoio.

-- Com Andrômeda foi tudo bem. Quando fui almoçar lá ainda fiquei um pouco preocupado, até porque Nym disse que conta tudo para a mãe – olhou significativamente para o outro – Mas foi tudo tranqüilo.

Sírius se mexeu desconfortável na cadeira. Remus bem podia imaginar o que ele estava pensando.

-- Mas será que ela contou.... – Remus apenas concordou com um aceno – Como você sabe? Ela também contou para você?

Agora foi a vez de Remus se mexer desconfortável.

-- Moony, você não disse para Tonks que eu te contei, disse?

Remus estava verdadeiramente arrependido de ter sido tão indiscreto. Sírius passou as mãos nos cabelos, soltou um palavrão. Remus apressou-se a se defender.

-- Calma, Padfoot! Não foi de propósito, quer dizer eu terminei dizendo que achava que estava apaixonado por ela antes de voltar da Albânia. Sei que falei demais, tentei desconversar, mas não consegui enrolar ela. Desculpe cara! Juro que não quis te colocar em uma situação delicada.

Sírius se largou na cadeira.

-- Ela deve estar me odiando, achando que eu saí contando para todo mundo – Remus o olhou interrogativo – Tudo bem que não tenho contato com ninguém, mas não importa – falou chateado.

-- Não fica assim! Ela não esta te odiando. Ela ficou meio p* da vida quando eu tentei te defender e disse que você parecia um pouco culpado.

Sírius não pode conter um sorriso. Isso era inédito. O lendário Sírius Black se sentindo culpado porque havia transado com uma mulher maravilhosa como Nymphadora Tonks.

-- Você tem certeza que ela não ficou chateada?

-- Tenho! Agora vamos falar de coisas sérias.

Sírius concordou, mas ele teria que dar um jeito de conversar com Tonks, e de preferência longe de Moony.

-- O que Dumbledore pediu que fizéssemos?

-- Contatar o pessoal da antiga Ordem da Fênix e deixá-los de prontidão. Acho melhor você fazer o contato, muitos ainda acham que eu sou um traidor – seu rosto estava mais carregado.

-- Certo! Amanhã cedo mandamos corujas a todos e se for necessário irei procurá-los pessoalmente. – Sírius concordou – Agora, acho que você devia tentar descansar um pouco.

Sírius deitou-se no sofá, Remus seguiu para seu quarto.

Ficou feliz ao ver que Tonks dormia tranqüila. Sentiu um aperto no peito. Temia por ela. Sim, ela era uma Auror, de todos eles ela era a única que havia sido treinada para lutar contra bruxos das Trevas. Mas ainda assim ele se preocupava, ela era jovem, não sabia o que era viver em uma época onde Voldemort tinha poder. Remus lembrava-se muito bem daqueles anos, das lutas e das inúmeras perdas. Ele queria poder protegê-la, mas não se iludia, era óbvio que ela iria querer entrar para a Ordem. E mesmo sabendo que isso a colocaria em uma situação complicada com o Ministério também, ele não tinha o direito de tentar impedi-la.

Suspirou ainda olhando o sono tranqüilo daquela jovem mulher que ele tanto amava. Deitou-se ao lado de sua Nym e a abraçou. Ela sem acordar aconchegou-se a ele. Pensou por um segundo que tudo que queria era poder ficar assim com ela, para sempre, então embalado pela respiração dela, ele adormeceu.

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Tonks levantou-se cedo e conseguiu se arrumar sem acordar Remus. Pensava em ir ao Ministério para saber como as coisas estavam.

Logo após entrar na cozinha seu primo apareceu.

-- Sírius! Achei que ainda estava dormindo – falou lhe dando um sorriso.

-- Não consegui dormir muito – respondeu cansado.

-- Preocupado com o menino Potter, não é?

Um aceno de concordância foi sua resposta. Ele largou-se na cadeira próxima e Tonks o abraçou. Sírius aproveitou o contato. Era engraçado seus encontros com a prima haviam sido poucos, mas ele se sentia muito bem com ela. Ele havia ficado sinceramente alegre ao descobrir sobre o romance de Nymphadora e Remus. Na realidade depois que a prima voltou de Athenas ele conseguiu espremer qualquer sentimento por ela no fundo de seu coração e tratou de pensar em outras coisas. Havia conseguido a duras penas se convencer que jamais poderia acontecer algo entre eles novamente. Porém tinha consciência de que se ficassem muito próximos e ela estivesse sozinha talvez seus sentimentos se tornassem incontroláveis. Agora ele não precisava mais se preocupar, ele jamais disputaria uma mulher com Remus.

-- Você está feliz? – perguntou sorrindo quando o abraço se desfez.

Tonks ficou aliviada de perceber que ele não estava chateado por ela agora estar com o melhor amigo dele. Ela havia ficado um pouco preocupada, na manhã seguinte a noite que passaram em Athenas ela havia identificado alguns sinais em Sírius que lhe deram a certeza de que ele estava se apaixonando por ela. Isso era algo incontrolável, ela não entendia como, mas mesmo sem querer causava aquele fascínio nos homens.

-- Muito! – seus olhos brilharam – você se lembra quando conversamos em Athenas?

-- E falamos sobre nunca termos nos apaixonado de verdade?

-- Exato! Acho que foi isso que aconteceu comigo e Remus. É algo que nunca senti antes, simplesmente estar com ele me deixa feliz. Adoro conversar, passear, fazer amor... – sorriu para o primo e ele lhe devolveu o sorriso – É claro que já discutimos algumas vezes, mas depois tudo se resolve.

Sírius a abraçou e olhou-a nos olhos. Os olhos dos Black, aqueles que enfeitiçavam que conquistavam sem esforço, até mesmo sem querer. Mas pela segunda vez em toda a sua vida ele viu que esse feitiço havia sido quebrado, ela continuaria a enfeitiçar, mas seu coração já tinha dono. A vez anterior havia sido há muitos anos, quando encontrou Andrômeda em seu casamento com Ted.

-- Fico mesmo muito feliz por vocês, Tonks! – sorriu sincero – Moony é um cara ótimo. Se eu tivesse uma irmã iria querer que se casasse com ele.

-- Nada de casamentos por enquanto, Sr. Black. – falou soltando-se do abraço e rolando os olhos. – Sei muito bem que homens detestam mulheres que “querem se casar”.

-- Nem todos, Tonks – riu alto – Moony é um cara que adoraria se casar, mas concordo com você, nada de colocar a carruagem na frente dos testrálios. – deu um beijo estalado no rosto dela. – Deixe que eu preparo o café, não acredito que você tenha melhorado muito no último ano.

Ela lhe fez uma careta, mas sentou-se o observando e percebeu que ele ainda queria lhe falar algo. Não tinha idéia do que seria, mas tentou ajudá-lo.

-- O que você ainda quer me dizer, Sírius? Vamos pode falar!

Ele respirou fundo e olhou-a diretamente antes de começar.

-- Moony me contou que disse a você que eu contei a ele sobre nós em Athenas. – ela sorriu da frase confusa, mas entendeu – Você ficou chateada? – não a deixou responder, sentou-se ao lado dela e continuou – Não fiz isso para.... sei lá.... contar vantagens. Olhe eu sei que a minha fama é péssima, mas eu não quis expor você! Juro!

Ele estava um pouco preocupado, gostava muito da prima e não queria que ela ficasse chateada com ele.

-- Eu não estou com raiva de você, Sírius – sorriu e passou a mão no rosto dele.

Ele ficou um pouco mais tranqüilo, mas ainda assim quis explicar tudo a ela.

-- Eu e Moony somos amigos há muitos anos, ele percebeu como nós estávamos entrosados. Então terminei contando que você havia ido passar dez dias comigo na Grécia. E bem... – sorriu constrangido – a minha fama me precede. – Ficou sério para continuar – Eu poderia ter mentido, mas primeiro que acho que não ia adiantar, Moony me conhece bem demais e também não queria que nossa amizade recomeçasse com mentiras. – Ele respirou fundo – Você me perdoa?

-- Se você acha que é uma falta tão grave ter contado para alguém sobre o nosso caso – falou séria – eu também tenho que lhe pedir desculpas.

Sírius se mexeu desconfortável na cadeira, mas não falou nada.

-- Eu também contei para minha mãe.

-- E ela?! – ele esperava pelo pior.

-- Ela nada, Sírius! – Riu – Eu só contei porque sempre converso sobre tudo com minha mãe. E eu te disse naquela época que ela imaginava que isso poderia acontecer. Então não estressa com Dona Andrômeda, Ok!

Ele sorriu pra ela e voltou a preparar o desjejum de ambos.

-- Na verdade foi até bom que Remus já soubesse – continuou a moça – Não que eu tenha conversado com ele sobre todos os meus relacionamentos anteriores, mas sabia que teria que falar sobre nós.

-- Por quê? – colocou tudo que havia preparado em frente dela e ambos começaram a comer.

-- Você sabe como ele é, se um dia descobrisse iria ficar chateado com nós dois.

-- É você tem razão. Eu percebi que ele estava a fim de você naquele mesmo dia. Então tratei de deixar bem claro que eu não iria tentar “conquistar” você.

-- Muito bem Sr. Sírius “cupido” Black – riu da cara que ele fez – mas da próxima vez me mande uma coruja, para eu saber que posso agir.

Ele riu dela, a forma como ela encarava o namoro era bem engraçada. Ela e Moony se completavam, formavam um casal perfeito. Sabia que Remus não era um homem fácil e a mulher que o amasse precisaria ser muito determinada. Sírius achava que Tonks era perfeita para seu amigo.

-- Vocês ainda ficaram conversando muito depois que eu fui deitar?

-- Eu não ia perder a oportunidade de pegar no pé dele – sorriu maquiavélico.

-- Homens! – sorriu de volta.

-- Nós?! Você é que não foi nada discreta priminha!

-- Não tenho nada a esconder! Infelizmente tivemos que inventar uma estória que deixasse você de fora. Se bem que eu ainda acho que se eu contasse a Steve sobre eu e você ele enfartaria, o que seria um bem a humanidade – falou fingindo-se pensativa e então deu de ombros.

Sírius riu novamente. “Essa garota não existe” – pensou.

-- Mas nunca pretendi esconder meu namoro com Remus, ele bem que tentou ser discreto.

-- Mas.... – estimulou.

-- O convenci a me acompanhar a uma festa e grande parte do Ministério da Magia estava presente – Riu diabólica.

-- Tonks, você não presta! – riu também.

-- Falando sério. O que Dumbledore pediu para você fazerem?

-- Reconvocar a antiga Ordem da Fênix. Acredito que em alguns dias teremos uma reunião.

-- Certo! Não se esqueçam de mim!

Ele concordou e pouco depois ela seguiu para o Ministério.


Como Tonks suspeitava o Ministério da Magia estava o caos. Fudje estava furioso com Dumbledore e tentava desacreditar Harry Potter apoiando-se nos artigos escritos por Rita Skeeter, que para surpresa de muitos ainda não havia aparecido para saber das “novidades”.

Remus enviou corujas para Arabella Figg, Mundungo Fletcher, Dedalo Diggle, Estúrgio Podmore, Elifas Doge e Emelina Vance lhes avisando que o Diretor iria re-convocar a antiga Ordem da Fênix e que seria marcada uma reunião para os próximos dias. Até o final daquela tarde todos já haviam retornado o comunicado confirmando que estariam de volta à ativa.

A reunião foi marcada para dali a três dias na casa dos gritos.

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Mais uma vez eu tentei fugir dos clichês das Fics Remus/ Tonks que sempre colocam o Sírius tentando juntar o casal. Como eu já tinha provocado um “relacionamento” entre os primos foi fácil colocar o Sírius com um pouco de ciúmes, apesar dele disfarçar bem. Eu acredito que o Sírius apesar de ser um “colecionador de mulheres” jamais disputaria uma com James, Remus ou Peter, porque antes de qualquer coisa ele era um amigo leal.

Mais de um mês sem atualização. Parece maldade, mas não é. Primeiro foram os Challengers dos quais eu participei que me enrolaram um pouco. Depois foram algumas confusões familiares. Por fim devo confessar que não posso ser muito rápida nas atualizações porque só tenho mais três capítulos prontos (10,11 e 12).

O 13 está em construção, depois devo ter mais três ou quatro (entre eles a Fic Essencial que está participando do I Challenger Romance, que provavelmente será dividida em dois capítulos) e então entraremos no final da Ordem da Fênix e início do Enigma do Príncipe. O que acontecerá durante o sexto livro já está escrito, mas não digitado.
A princípio eu iria terminar a estória junto com o fim do Enigma, mas agora que já li o sétimo livro estou pensando em continuar a Fic até o fim de Relíquias Mortais. Mas isso ainda são idéias em formação.

Mais uma vez agradeço a todos que leram a minha estória, principalmente os que comentaram e quero reafirmar que NÃO ABANDONAREI A FIC (apenas estou meio enrolada com vários projetos, trabalho, família, etc).

Muito obrigada pela paciência de todos e não me abandonem!!!

Um beijão, Diana Black.

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