Torta de Limão.
Modo de Preparo.
Capitulo 1 – Torta de Limão.
-... E fora esses probleminhas nas batidas da Ordem, está tudo bem mamãe.
Andrômeda ouvia as peripécias da filha e não gostava nem um pouco. Certo que a filha já era maior de idade e uma excelente auror, mas mãe é mãe. Nymphadora sempre seria sua menininha.
- Bom mamãe, eu já vou indo. Remus ficou de passar aqui para me passar uns relatórios que eu perdi – Nymphadora tentava sem sucesso esconder o sorriso ansioso que a vinda iminente de Remus lhe causava.
- E as coisas com ele, como vão? – Andrômeda perguntou. Já havia consolado a filha várias vezes, enxugando-lhe as lágrimas enquanto ela soluçava e dizia “Ele não me ama”. Sentia um pouco de raiva de Lupin por isso. Era óbvio que ele a amava, apenas era covarde demais para romper seus dogmas e confessar seus sentimentos.
- Elas não vão mamãe... - Tonks respondeu com uma expressão triste – Evita falar comigo qualquer coisa que não seja da Ordem – Soltou um suspiro cansado. – Eu realmente achei que as coisas iriam mudar depois do St. Mungus, sabe? Ele ficava lá, cuidando de mim, só saía para resolver coisas da ordem e voltava. Mas quando eu saí de lá, voltou à maneira super reservada dele. – Tonks ficou mirando o chão da lareira em que estava por um tempo.
- Vamos Nyphadora, anime-se! Aqui – Andrômeda se levantou e correu até a mesa da cozinha e voltou trazendo uma enorme travessa de torta de limão. – Leve essa torta. Vai te deixar um pouco mais animada, você gosta tanto da minha torta de limão!
Tonks levantou os braços para fora da lareira, alcançando a travessa.
- Obrigada mamãe! Agora eu já vou indo. Mande um alô para o papai!
- Está bem, minha filha. Fique com Deus.
Tonks retirou o tronco de dentro da lareira e as chamas que estavam verde-esmeralda voltaram à coloração normal. Mal ela depositara a torta na mesa e a campainha tocou. Ela correu para a porta, abrindo-a e se deparando com um homem de aspecto cansado, cabelos castanhos, olhos cor-de-âmbar e várias cicatrizes espalhadas.
- Olá Nymphadora! Como você está?
- Remus! Estou ótima! Vamos, entre!
Remus passou pela porta e Tonks o fitou por um tempo, pensando que aquele era o homem que povoava seus sonhos e lhe causava insônia.
- Eu trouxe os relatórios prometidos. Estão todos aqui. – Ele deu uma batidinha na maleta preta que trazia. – Bem, quase todos. Eu tirei os de Snape que estavam demasiados enfadonhos e inúteis. – Completou com um meio sorriso. – Mas tem um do Bill Weasley que está realmente hilário! É sobre alguns elfos sob a maldição Imperius que ficavam dançando uma espécie de funk em cima de garrafas de cerveja amanteigada! Todos morreram de rir quando ele contou! Bom, todos menos Hermione Granger, que quase voou no pescoço dele e disparou mais um dos seus discursos sobre a libertação dos elfos... - Ele contava tudo isso com uma voz que embriagava. Tonks gargalhou da sua maneira “discreta”.
Um silêncio desconfortável reinou sobre eles e Tonks percebeu que se ela não fizesse algo rápido, ele iria embora com mais uma desculpa esfarrapada.
- Você está com fome? Quer alguma coisa? – Ela perguntou a primeira coisa que lhe veio à cabeça.
-Não se preocupe,Tonks. Eu já estou de saída e...
- Ora, vamos, Remus! Coma alguma coisa! Tem essa torta de limão aqui...
Remus percebeu a travessa com um doce que parecia ter sido feito com mágica! Estava com uma cara ótima um cheiro muito convidativo.
- Eu...Eu aceito um pedaço da torta, se não for incômodo...
- De jeito nenhum! – Tonks respondeu animada, cortando uma fatia gorda da torta para Remus. – Sente-se enquanto eu vou pegar um suco na geladeira.
Remus sentou-se na cadeira de madeira e levou a primeira garfada de torta à boca. Quando o gosto da torta tocou seus lábios, Remus sentiu que nunca tinha provado algo tão delicioso. Tonks voltou à mesa com a jarra de suco de abóbora e viu que Remus até fechava os olhos para saborear melhor.
- Está gostosa, Remus? – perguntou num tom divertido.
- Isso está divino, Tonks! Foi você quem fez?
Tonks já se preparava para responder “Não, foi a minha mãe”, quando uma idéia mirabolante surgiu na sua cabeça:
- Sim, fui eu quem fiz. – Ela respondeu num sorriso charmoso para esconder o nervosismo de estar mentindo.
- Céus! Essa torta é fabulosa! Eu nunca iria imaginar que você... Quero dizer, você parece tão...
- Eu já entendi, Remus. É, parece que pelo menos o dom para a cozinha eu herdei da minha mãe. – Tonks respondeu enrolando uma mechinha de cabelo com o dedo para esconder o nervosismo. Apesar de ser auror, não era muito boa em mentir.
Remus comeu mais uns 5 pedaços oferecidos por Tonks, antes de ir embora.
- Então depois de amanhã eu volto para pegar os relatórios e comer mais algum doce fabuloso. – Despediu-se com um abraço e se sentiu inebriado com o perfume de Tonks. – Bem, até terça então. Cuide-se, Nymphadora!
Ela deu um bufo irritado. – É, Tonks! E até terça-feira, Remus. – completou já no seu habitual jeito animado.
Tonks mal fechou a porta da sala e já saiu correndo para a lareira da sala, pegou um punhado de pó verde-musgo na estante e metendo a cabeça na lareira falou “Casa de Andrômeda Tonks!”. Sentiu um pouco da conhecida tontura e já estava encarando a sala impecavelmente arrumada da casa de sua mãe.
- Mãe! Mãe! Mãe!
Andrômeda desceu as escadas correndo e parou de frente a cabeça da filha na lareira.
– O que foi, Nymphadora? Por que esse alarde todo, menina?!
- Mãe, eu preciso da sua ajuda! Caso de vida ou morte!
- Nymphadora Tonks! Você não explodiu a máquina de lavar outra vez, explodiu?
- Não! Claro que não! Apesar de que ela está fazendo um barulho estranho ultimamente...Mas não é nada disso, é sobre a sua torta.
- Minha torta? Mas como a minha torta vai salvar a sua vida, Nymphadora?
- Mamãe, será que pelo menos uma vez na vida a senhora não poderia me chamar de Tonks? – Outro bufo irritado. – Bom, mas o caso é o seguinte: Remus ficou encantado com sua torta e eu disse que fui eu que a tinha feito...- Ela completou meio envergonhada.
- Você, Nymphadora?! – Andrômeda esbravejou. – Você não sabe nem fritar um ovo sem colocar o fogão inteiro em chamas!
- Eu sei mamãe! Não precisar ofender também! Mas eu...Eu tive a idéia de que se ele viesse mais aqui pelos meus doces, que na verdade são seus doces, eu teria a chance de conversar mais com ele sobre coisas alheias a Ordem e talvez eu conseguisse fazer ele olhar pra mim... De outro jeito, sabe? Ah, mamãe, por favor! Eu estou desesperada! Você sabe disso...
Andrômeda deu um suspiro cansado. – Está bem, Nymphadora. Eu já entendi. Você quer que eu faça os doces para você dizer que são seus, certo?
- Aham! Eu precisava de uma torta de...- Ela pensou por um tempo. – De morango! A mais deliciosa que você puder, mamãe! Para terça-feira!
- Você tem sorte de eu estar desocupada ultimamente...Terça-feira à noite a sua torta vai estar pronta.
- Ah, mamãe, obrigada! Eu juro que nunca mais explodo nada aqui!
Então ouviu-se um estrondoso “BUM” vindo da direção de Tonks.
– A partir de agora, quero dizer...- Completou envergonhada sob o olhar irritado da mãe.
N/A: Comentários são sempre bem vindos! ; )
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