Apatia



Harry Potter e o Poder de Cronus


Capitulo 1 – Apatia


Harry Potter dormia inquieto, em seu solitário apartamento. Seu despertador jazia no chão ao lado da cama, fazendo companhia a uma garrafa de uísque de fogo inteiramente vazia, e suas cobertas fofas e macias. Quando achou estar sonhando com batidas nada gentis na porta do apartamento.

" TUM... TUM... TUM... TUM... TUM... " - e assim continuaram as batidas insistentes na porta até que Harry ouvia uma voz muito forte abafada pelas repetidas pancadas na pobre porta:

- Harry Potter! Deixa de ser lixo! Abre essa porta! Se você não acordar com isso vou entrar de qualquer jeito e te acordar a soco se for necessário! Levanta sua ameba! – Ronald Weasley conhecia bem o sono do amigo, o escândalo a porta, quase colocando-a abaixo era um dos últimos recursos é claro. Mas de uns tempos para cá era preciso uns bons chacoalhões para que Harry despertasse.

Com um desejo terrível de permanecer deitado, o moreno se espreguiçou como um felino.

Como era de costume nos últimos dois anos, seus primeiros pensamentos do dia eram amaldiçoar qualquer coisa ou pessoa que o acordasse, os outros pensamentos eram dedicados a uma única pergunta: Por que ele estava vivo ainda?

A resposta do seu coração era simples... Ele não sabia o porquê, mas vivia, mesmo que miseravelmente só para que a memória daqueles que morreram em sua defesa não fossem em vão.

Só não tinha a menor vontade de fazê-lo, sem o grande amor da sua vida, que se fora para sempre, morrendo e o deixando só a dois longos anos.

Rony parecia histérico, por isso Harry saiu da cama irritado e meio vacilante.

- Cala a boca Ron! – a voz do moreno saiu baixa e pesada, por longas horas de sono ininterrupto. Sono esse que se deve atribuir a façanha do moreno esvaziar por completo mais uma das tantas garrafas de uísque de fogo que ele já se encarregou de exterminar.

Harry abriu a porta esfregando os olhos, sentindo sua cabeça latejar, nada ligado a cicatriz que agora não tinha a menor importância.
A dor de cabeça, a boca seca e a terrível sensação de que seu estômago tentava um longo caminho garganta acima era sinal de uma impetuosa ressaca.

- Caracas! Achei que você tinha morrido! Merda Harry! Você não tem despertador não é? – Rony esbravejou invadindo a sala, se sentando sem ser convidado. Harry ainda estava atordoado, odiava acordar tão subitamente, e os gritos de Ron não melhoravam em nada o seu humor.

- Da para se acalmar, por favor? – Harry pediu, na verdade suplicou, a caminho do banheiro dando as costas ao amigo. Sua vontade de urinar e deixar que Ron ficasse feliz por tê-lo achado vivo era prioridade agora.

Já que ele estava acordado, teria que dar continuidade a mais um patético dia de sua vida, esperando que algum criminoso mais sagaz pudesse por fim na vida ridícula em que ele fingia que seguia.

O moreno fez sua higiene pessoal, ouvindo Rony reclamar da geladeira e da despensa miserável dele, sem contar nas inúmeras observações de Rony falando que Harry não tinha um lar decente. O moreno voltou à sala, alguém tinha que falar para Rony que o casamento com Hermione tinha mudado o seu modo de ser, mais que isso não se estendia aos amigos.

- Rony... já mandei você calar a boca hoje? Por que não segue meu conselho? – Harry massageava a têmpora, desejando que a dor de cabeça diminuísse.

- É assim que você agradece os seus amigos? – Rony tentou ser divertido na observação, mas sua voz transpareceu muito mais magoada do que irônica.

Harry odiava quando magoava alguém, ainda mais seu melhor amigo, alguém que poderia ter sido seu cunhado. Vendo o semblante do ruivo Harry não pôde deixar de se animar pelo menos um pouco, Rony às vezes agia como uma criança levada.

- Ta legal Ron! Vou dar um jeito nessa espelunca! E... Prometo fazer umas comprinhas! Assim quando você vier derrubar a minha porta para me acordar vai ser menos rabugento com a geladeira cheia de guloseimas! - Rony deu risada, em seguida acertou Harry com um dos seus costumeiros soquinhos no ombro, nada sutis.

Mas demonstrava que o moreno tinha acertado o ponto fraco do amigo em cheio mais uma vez, o conforto e comida. Rony continuou sorrindo, mas mudou o assunto, por que brigaria com Harry mais uma vez se continuasse o assunto. Era preciso mais que uma casa arrumada e uma boa geladeira, para ter certeza de que seu amigo fosse ficar bem.

- Cara! Tem noção do horário? É quase meio dia! Você dormindo assim e o Malfoy nada de aparecer também... – falou Rony.

- É... Draco, esta atrasado mesmo! – concordou Harry - E olha que ele nem é disso... deve ter perdido a hora na cama de alguém...

Rony sorriu e balançou a cabeça, como se fosse o único ajuizado na sociedade em que os três formavam. Nem bem começaram a rir, pensando aonde se metera Draco e a campainha tocou no apartamento de Harry.

- Deve ser ele – Harry saltou do sofá para atender a porta. Rony que estava jogado em um charmoso divã disposto ao fundo da sala só suspirou.


Continua....

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