Departamento de Mistérios



Capitulo 4 – Departamento de Mistérios



Draco caiu sobre um corpo frágil, pôde sentir pelas formas miúdas. Em um golpe bem calculado tentou controlar a situação, deixando as mãos livres, segurando o sujeito com uma chave feita por suas pernas, na altura do que deveria ser uma cintura, que em nada parecia masculina.

O coração do loiro acelerou enquanto ele mantinha o criminoso embaixo de si, mesmo com os reflexos rápidos ele permaneceu um pouco aturdido com os seus sentidos, ou Draco estava maluco, ou não se tratava de um homem. Por fim, ambas as sensações deveriam ser um tanto verdadeiras pensou.

O camaleão investia a parte do corpo livre contra Draco, em uma tentativa desesperada de se libertar. A cena a Draco parecia surreal, quem o vi-se acharia que ele estava ali, a se debater solitário, já que o seu oponente não era detectável aos olhos. O loiro era atingido nas costas a todo o momento, e a briga parecia completamente muda, como em uma foto bruxa.

O embate sem som era protagonizado por joelhadas e sacudidelas do “Camaleão”, que tentava desequilibrar o corpo mais forte sobre o seu, em uma tentativa fraca e impensada, motivada pela vontade se ver livre do loiro. Draco o segurava a todo custo, tentando do modo mais simples neutralizar o criminoso.

Por sorte o loiro agarrou os punhos do “Camaleão” quando esse tentou golpea-lo no rosto, e Draco se surpreendeu mais, ao detectar que os punhos do intruso pareceram também muito finos, para serem de um homem. Não conseguia ver os traços do sujeito. Era como se estivesse olhando através da água. Pela posição que os dois se encontravam ele pôde calcular mais ou menos onde era o rosto, a idéia de não ser um homem se defendendo o fez vacilar por um instante, mas quem quer que fosse, ou o que pretendia, tinha como prioridade atingi-lo para sair correndo dali o mais rápido possível. O loiro se esquecera completamente de que podia sacar a varinha e pelo menos estocar o indivíduo, e agindo de acordo com seus instintos se manteve firme, mesmo com as investidas do Camaleão.

Seu sangue circulava rápido, agitado pela adrenalina que galopava pelo seu corpo, aguçando os seus primitivos instintos de auto defesa. Seu objetivo era deter o homem o máximo de tempo até conseguir paralisa-lo, nem que para isso fosse preciso ficar ali em uma luta de resistência sem som. Draco controlava a respiração no pomo de adão, o ar escapava-lhe de forma rápida e forte, dissipando tensão e bravura ao mesmo tempo, seus músculos fortes, determinados a serem mais que parte de uma bela aparência. O Camaleão parecia afetado pelo medo, seu corpo parecia tremulo retido por Draco, havia desespero em sua tentativa de libertação. Pela pulsação acelerada ao extremo, e a respiração irregular e faltosa do indivíduo o loiro sentiu o medo do oponente, isso era uma vantagem ao seu favor, o medo reduzia a vitalidade do Camaleão. Draco questionou-se como um homem tão sagaz como o Camaleão poderia se tão vulnerável a força física.

Cansado de ser atingido, deixou que seu miraculoso instinto falasse por sua razão. Soltou uma de suas mãos que segurava o sujeito, e mesmo sendo atingido e sacudido pelas joelhadas dolorosas nas costas, deu o melhor de seu punho, premeditando atingir o nariz do infeliz.
Um uivo agudo e extremamente fino irrompeu pela sala quando Draco o atingiu com força fazendo seu punho fechado doer pela intensidade do soco, e a situação que parecia ruim se tornou pior.

Como se encontravam na sala de “Poções Inomináveis” o tilintar dos frascos e garrafas foi assustador, em seguida uma quantidade absurda de líquidos se espalhou pelo ar em todas as direções. Como no outro local, na sala das profecias, depois de algum tempo, os frascos se reconstituíram, mas ao se distrair com os líquidos, Draco levou um solavanco mais forte do que os outros, que o desequilibrou, caindo assim, ao lado do Camaleão.

Não contava com tamanha falta de sorte, e em uma fração de segundos, as possibilidades mudaram completamente. Sentiu um leve roçar de tecido em sua pele do rosto, resvalando e se afastando, enquanto suas partes baixas eram atingidas com toda força. Draco não tinha idéia que poderia gritar com tamanha intensidade, e em seguida achar que ficou mudo, a dor era lancinante, completamente desnorteado ainda largado ao chão, seus sentidos embaralharam-se completamente.

O ambiente reagiu novamente ao segundo grito, em seguida se ouviu um barulho agudo e agourento dos frascos partindo novamente, e com a dor e a distração, o Camaleão escapara.

Alguns segundos depois, ainda no chão Draco presenciou a sala voltar ao silencio novamente, o loiro tentou se recompor, mas a dor na região mais sensível do seu corpo era aguda e forte demais para ser racionalizada. Ele procurou por sua varinha no bolso interno da veste, mas se frustrou ao descobrir que estava machucado e dolorido, não impedira o camaleão de sair ileso, e sua varinha tinha desaparecido.

Após cinco longos minutos se achando o maior dos idiotas, foi encontrado por Harry e Rony com os rostos pálidos e assustados. Sabia da encrenca que se metera assim que viu Rony apontando para o próprio rosto sardento, em silencio, indicando a Draco que acabara de ganhar um olho roxo por causa da sua idéia insensata de voltar sem avisar a eles. Os dois ajudaram Draco a sair do departamento em silencio. Assim que o loiro conseguiu erguer o tronco de maneira a parecer um idoso ele foi interrogado na parte de fora do departamento de mistérios.

- Céus Draco! Tem idéia da cagada que você acabou de cometer? Se suspeitou de algo por que não nos disse? O cara passou pela gente! A minha vontade é de matar você primeiro e depois me matar! – disse Harry exasperado ao amigo.

Com a voz falha Draco perguntou:

- Se eu soubesse o que estava fazendo e procurando, tinha dado certo não acha? Tive um pressentimento, e resolvi checar... Desculpe se eu não autentiquei em três via e te mandei um memorando uma semana antes Harry! Foi simples... me deu vontade de voltar, como se eu tivesse esquecido algo, fui até a ultima sala de novo, olhei tudo por um bom tempo, ai senti uma coisa estranha, depois disso foi rápido, a porta se abriu, eu pulei, não sei por que, e cai em cima dele. – Disse Draco aturdido.

- Burro. – sibilou Harry com raiva em língua viperina.

- Ah... Não começa Harry! – ralhou Rony. – Deixa ele terminar de contar! Quero saber como aquele cara passou por nós dois e me deu um olho roxo. Pior... Com o meu próprio feitiço. Aquele... Aquele... Miserável – resmungou Rony com o maxilar tencionado de raiva.

- Eu não falei nada demais... Ele é mesmo um... – disse Harry com a voz controlada, mas antes que terminasse o que ia dizendo Draco o cortou falando a frente.

- Vocês dois vão parar de brigar como se fossem casados? Ou vão me deixar contar o que aconteceu lá? Depois Harry você continua me xingando em língua de cobra e o Rony pode até me fazer um olho roxo também, eu não ligo, não peguei mesmo o cara. E bem, o que restar de mim é da Tonks! Querem me xingar, me matar... Me aleijar, tudo bem! Mais peguem a senha antes para fazer isso outra hora ok? Estou cansado, dolorido, - em com a palavra dolorido Draco indicou seu ponto de dor e aflição, um palmo abaixo da cintura - E muito, mais muito, fragilizado, então... É melhor que isso acabe logo para eu poder cuidar de mim!

Harry e Rony se calaram olhando sisudos de um para outro. Rony não se conteve.


- Cara, a Tonks vai querer a sua cabeça! – disse Rony sem saber se sentia pena, raiva ou ria da situação ridícula do amigo, Draco ainda estava com o tronco encolhido e sua voz era baixa e fraca. Mas Rony achava melhor preparar os ouvidos do amigo para o belo sermão que ouviria de Tonks, que nesse momento era uma auror e chefe furiosa com cede de resultados e amargando o gosto do insucesso. - Precisava ver a cara dela quando se deu por conta que você não estava com a gente! Depois disso ouvimos um grito, em seguida outro grito pior do que o primeiro. Tonks queria voltar para ver onde você estava mais como estávamos em três.... Ela foi buscar reforços, eu e o Harry voltamos para achar você! Foi onde o Camaleão passou por nós e me deu um olho roxo! Vai por mim irmão, se eu fosse você... Fingiria a minha própria morte! Quando Tonks colocar as mãos em você... Duvido que vá deixar alguma coisa inteira para as suas companhias se divertirem! Se é que o Camaleão já não fez isso! Você está péssimo Draco, tomara que ele não tenha dado um fim em sua alegria! Essas coisas são frágeis... sabe como é amigo! Deveria ver um curandeiro... Urgente!

- Obrigado mesmo Rony! Você sabe confortar as pessoas muito bem, estou impressionado. Mas se eu estiver com alguma coisa quebrada... Vou lembrar-me de liberar toda a minha ira e frustração me vingando da primeira cenoura sardenta que ousou rir da minha cara. E... Puxa! Adivinha quem vai ser? - disse Draco de forma azeda.

- Engraçadinho... Quero ver quanto tempo o seu senso de humor vai resistir quando falar com a Tonks.... – disse Rony com um sorriso desafiador.

- Ela não é nossa chefa Rony, lembre-se... Não temos chefe! Se ela não gostou... Que seja! Mas aposto o meu rostinho perfeito que ela não quer esse trabalho de novo. – Draco olhou para Rony estreitando os olhos, esperando que o amigo fosse responder a altura. Depois que Hermione finalmente se entendeu com o ruivo Draco a substituiu perfeitamente como sendo o alvo para atritos prediletos de Rony. Os dois se encaram por alguns segundos antes de ouvir um silvo estranho e arrastado, o que indicava: Harry Potter estava xingando em língua de cobra novamente.


- Dois idiotas – sibilou Harry grave e fraco em língua ofídica impaciente com seus amigos.
Draco e Rony se viraram para encarar Harry, e se surpreenderam com a cara displicente do moreno encarando o teto.

- Harry! O que quer que tenha dito... Você é pior! – resmungou Rony.

Quando Harry encarou Rony, Tonks apareceu no corredor a uns dez metros de distância deles dizendo em alto e bom som o que queria.

- Vocês três... Na minha sala... A-G-O-R-A! – Rony empalideceu, Harry bufou e sibilou algo incompreensivo, olhando para Draco fuzilando o amigo, Draco só suspirou e se virou para atender sem demoras o “pedido” nada educado de Tonks.

Pisando duro, a passadas largas ela deu meia volta girando nos calcanhares esperando ser seguida.

- Eu só quero um dedinho de uísque de fogo! Minha cabeça esta doendo... – Harry murmurou com sinceridade, sacudindo a cabeça de leve, como um cão que quer se livrar de uma incomoda pulga enquanto caminhava normalmente ladeado por Draco e Rony, um tanto mal humorados por ter deixado o criminoso levar a melhor sobre eles.

- Acho que não deveria beber tanto Harry... Não vai melhor o que você sente.... E nem mudar nada do que aconteceu.... - Rony olhou de esguelha para Harry e viu a cara de poucos amigos do moreno.

- Não bebo demais... E é só um uisquinho para relaxar... Só isso! – Harry tentou se defender, fechando a cara ainda mais, como seu ainda fosse possível.

- É só mais uma garrafinha você quis dizer não é? - disse Draco com deboche, ainda sentindo dores incomodas.

- Opa! Não sabia que vocês andavam controlando o nível de álcool no meu sangue! – o moreno já estava muito irritado, prestes a azarar os dois amigos se a conversa terminasse por citar Gina.

- Somos seus amigos, estamos falando que nada do que você “ingerir” principalmente emexcesso, vai te trazer alguma solução Harry. – Draco falou assim que chegaram à porta da sala de Tonks. O loiro deu três batidas educadas na porta da sala, esperou até ouvir a voz feminina e irritada dizer “entra”. Draco fitou os amigos revirando os olhos, em seguida girou a maçaneta.

- Então! – disse Tonks furiosa quando Rony, Harry e Draco entraram em sua sala se acomodando, no ambiente - Qual de você três vai começar a me explicar o que aconteceu dentro do departamento de mistérios? – Tonks falou austera, de pé atras de sua mesa de escritório, seus cabelos eram violeta berrante, cumpridos até a cintura, a onde ela estava com as duas mãos depositadas esperando um dos três homens a sua frente lhe dar uma justificativa plausível para o que tinha acontecido. Os três amigos se olharam, e Draco deu um passo à frente. Era ora das explicações.


Continua...




N/A: Imperdoável, cruel, sem coração, maligna, ok...ok... aceito todos esses “apelidos carinhosos” por conta do atraso na atualização.

Simplesmente, nada do que eu disser para me retratar adiantaria, sei que ninguém gosta de esperar, e quando as pessoas esperam, por algo, ou por alguém, ficam realmente bravas, nesse caso sei que causei decepção. A única coisa que esta ao meu alcance é dizer:

“ESPERO QUE ME PERDOEM” E que o capitulo esteja a atura da espera.

Diante disso, só tenho a agradecer pela paciência de vocês e por continuarem a ler a minha fic!

Agradecimentos: Carol Potter, Maria Lucinda Carvalho de Oliveira, Priscila Bananinha, Felipe Vieira, Lola Potter, Amanda Regina Magatti, LiLi Negrão, Scheil@Potter Malfoy, Zoey Evans Black, TheBlueMemory.



Em especial para a minha amiga e beta, Márcia e para Clow Reed meu amigo, primo e também a pessoa que sempre me ajuda com as capas e com todo o resto....

A todos muito obrigado.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.