O comande real



Capítulo 2


Era o caos. Pessoas corriam de um lado para o outro. Gritos, choros e lamentos, era o que se podia ouvir. Mulheres choravam por seus homens, crianças por seus pais. Corpos, sangue, medo, era como se todos estivessem no inferno.

Gina abraçava sua mãe. Estavam as duas encolhidas em um canto na pequena casa, ambas choravam e rezavam para que Merlin protegesse os homens de sua família. Artur, Carlos, Guilherme, Percy, Fred, Jorge e Ronald haviam fugido pela manhã ao canto do galo, antes do ataque a vila.

Os Orks, sem a menor piedade, retiravam os homens das casas e os colocavam em fila. Alguns, os mais fortes, eram levados para suas cavernas para quem sabe transformá-los em escravos ou, novos Orks. Os outros, sem dó nem piedade lhes cortavam a cabeça e deixavam os corpos no chão. Um a um os homens da vila foram mortos. Somente restando mulheres e crianças. Era o caos.

Gina olhou nos olhos da mãe. Beijou-lhe a face. Pediu-lhe desculpa. A mãe não a compreendeu.
- Adeus mamãe. - ela disse com lágrimas nos olhos.
- Aonde você vai Ginevra?
- Vou buscar ajuda. – respondeu determinada.
A mãe caiu em prantos. Chorava e falava ao mesmo tempo.
- Não, Gina minha filha. Já estou sem seu pai e seus irmãos. Só me resta você, minha menina. Não se arrisque por nada.
- Mamãe, eu não vou me arriscar por nada. Vou por minha família. – dizendo isso ela agarrou sua sacola e saiu da casa.


O sol da manhã batia na lateral do castelo, entrando curioso pelas janelas. A cortina que protegia as janelas do quarto onde Gina dormia, balançou com o vento, deixando o sol entrar. Os raios curiosos banharam o delicado corpo da jovem, que se mexia entre os lençóis. Em um solavanco Gina sentou-se na cama, assustada. Tivera um sonho, do seu último dia na vila, da despedida de sua mãe.

A aia entrou no quarto cuidadosamente para não fazer muito barulho, mas o ranger da porta a sentenciou. Gina que já estava novamente deitada na cama levantou-se para poder ver quem chegava.
- Bom dia Senhora, desculpe acordá-la. Só vim deixar roupas limpas para a senhora, e trazer o seu café da manha. – disse a aia depositando a bandeja de prata em cima da mesa e depois colocando os vestidos em cabides.

- O café não é servido no salão? – perguntou Gina.
- Sim senhora, mas o café já foi servido. O senhor e a senhorita Potter já tomaram seus cafés. O Senhor Potter está nos estábulos com Hagrid e a senhorita esta no pátio.
- Hum...então eu devo ter me atrasado. Dormi demais. – levantou-se da cama. – Qual desses vestidos devo usar? Nunca vi nada tão belo!
- Esse, senhora. A senhorita Hermione disse que você e ela irão até a vila para comprar roupas para a senhora. Então este é muito bom, a Senhora Potter o adorava.

- Senhora Potter?
- Sim, essas roupas eram de Lílian. O senhor Potter pediu para lhe dar.
- Da mãe dele? - perguntou espantada.
- Isso senhora. – respondeu a aia
- Qual seu nome?
- Aläis. - respondeu a aia.

- Aläis, por favor, não me chama de senhora. Gina, esse é meu nome, me chame assim, somente Gina. – disse a moça delicadamente. – Agora, você pode ajudar a me vestir?

Nunca usei um vestido assim.
- Claro. – respondeu a aia pegando o vestido e ajudando Gina a se vestir.


Hermione estava sentada em um dos bancos de madeira do Jardim de entrada do Castelo. O jardim fora construído por seu pai para presentear Lílian como prova do amor dele por ela. Essa era uma das razões de Hermione amar tanto aquele jardim. Era como se a alma de Lílian repousasse ali, junto com as rosas. A outra razão é que ali ela podia ficar em paz, sem Harry, criados, e tudo mais, somente ela e seus pensamentos.

Ela lia um livro, com capa de couro. O título era Romeu e Julieta. Uma historia contada há séculos, de duas famílias que se odiavam e dois jovens apaixonados. Hermione já estava com idade para se casar, e muitos reis ofereciam seus filhos como pretendentes. Por mais belos, fortes e ricos que eles fossem Hermione sempre os dispensava.

Harry como rei de Avalon deveria oferecer sua irmã a algum rei amigo. Isso sela um contrato de paz entre os reinos, mas ele não quis fazer isso, pois ele sabia que a irmã queria se casar com um homem que ela amasse. Então ele a deixou livre de seu compromisso para encontrar o seu amor...

Harry estava nos estábulos com Hagrid. Estavam escovando os cavalos. Harry fazia questão de sempre cuidar de seu cavalo favorito. Ébano, era um belo corcel negro, foi lhe dado por seu pai quando ele fez 12 anos. Ébano era um potro quando o ganhou, mas se tornou um belo cavalo que o acompanhou em longas viagens e batalhas.

Harry estava pensativo enquanto escovava os pêlos do cavalo. Estava pensando no dia anterior, no encontro com Gina, no Ovo do último dragão. Ele e Hagrid haviam combinado de juntos procurarem o cavaleiro que pudesse ser o “prometido” para o Dragão, pois somente encontrando o cavaleiro o dragão nasceria.
- Senhor. – chamou Hagrid.
- Pode falar Hagrid. – respondeu Harry.
- O senhor tem alguma idéia de quem poderia ser esse cavaleiro?
- Diz a lenda que deve ser um homem justo, bom, leal, e que não possua mal em seu coração.

- E onde podemos encontrar alguém assim? Nossos cavaleiros viveram muitas batalhas, batalhas suficientes para encher um coração de maldade.
- Bom, talvez haja um cavaleiro inteiramente bom...
- Ou talvez ele não seja um cavaleiro...
- Como assim Hagrid? – perguntou Harry sem entender o amigo.
- Bom ele pode ser um homem comum.
- Um plebeu?

- Talvez...
- Impossível! – disse Harry parecendo um pouco irritado. – Deve ser um cavaleiro, nenhum outro homem possui as qualidades que os cavaleiros possuem. E precisamos encontrar o melhor de todos os cavaleiros!
- Pois ele esta aqui, Potter. – disse um jovem da porta dos estábulos. – O melhor cavaleiro da Guarda de Avalon ao seu dispor majestade.
- Pare de brincadeiras Malfoy! – exclamou Harry indo cumprimentar o amigo com um abraço.

- Não me diga Senhor, que existe cavaleiro melhor que seu Comandante? – perguntou Malfoy já sabendo a resposta do amigo.
- Draco, não há cavaleiro mais fiel a Avalon que você. Tão pouco melhor espadachim, mas o cavaleiro que procuramos... não se encaixa com você.

- Por quê?
- Por que você é muito convencido. – respondeu o Rei rindo junto com Hagrid.
- Eu? Draco Malfoy, Comandante da guarda real de Avalon, melhor amigo do rei, e o jovem mais belo de Avalon, Convencido? – respondeu o rapaz realmente parecendo indignado.
- Não, me desculpe caro amigo – disse Harry batendo no ombro de draco – você não é convencido, é o mais humilde de todos os cavaleiros...
- Okay, você venceu majestade. – disse sorrindo - Mas, meu caro amigo Harry, por onde anda Hermione?

- Imaginei que você não viria até mim por outra coisa.
- Por favor, majestade. O que eu iria querer com você? Sua irmã é bem mais bela...a mais bela...
- Você não se cansa, não? Quantos não ela já lhe deu? Mil?
- Creio que mais majestade! – exclamou Hagrid que estava fora da conversa até o momento.

- Até você Hagrid! – exclamou Draco. – Bom creio que terei de procurá-la por mim mesmo. - antes que Draco saísse dos estábulos alguém falou com a voz mais doce que ele já havia ouvido.
- Ela esta nos jardins senhor. – Draco virou para contemplar a dona da voz. E o que viu fez seus olhos não acreditarem. Uma jovem ruiva, cabelos longos, vestida em um lindo vestido de passeio, olhos castanhos hipnotizastes. Era um anjo.


O primeiro a falar foi Harry, que olhando para o amigo disse:
- Para de babar Malfoy. – disse logo se dirigindo a Gina. - Bom dia Gina, dormiu bem?
- Bom dia Harry. E sim, como uma princesa!
- Permita-me me apresentar. Draco Malfoy, comandante da guarda real.
- Muito prazer Comandante Malfoy. Sou Gina Weasley. Venho do reino de Éravem.
- Com certeza a princesa mais bela deste reino.

Gina riu.

- Não, me desculpe, mas não sou princesa. Sou aldeã.
Ele pareceu surpreso.
- Bom então deves ser a mais bela de todo o reino! – completou.

Harry afastou Draco de perto de Gina, sorriu para a moça antes de perguntar.
- Por que você não foi com Hermione ao Jardim?
- Por que ela está lendo, senhor, e creio que não gostaria de ser incomodada. E como eu adoro cavalos...e soube que você e Hagrid estariam aqui, juntei o útil ao agradável.
- E ainda ganhou um bônus - falou malfoy e todos o olharam estranho – Me conheceu!

Todos riram inclusive o rapaz.

- Senhor – foi a vez de Hagrid falar. – Por que o senhor não mostra os estábulos a senhorita enquanto falo sobre você sabe o que com Malfoy.
- Claro Hagrid. Você tem razão. – e se virando para Gina. – Aceitas?
- Por que não? - disse a moça dando o braço para o rapaz.
Hagrid e Malfoy foram em direção ao castelo, enquanto Harry e Gina passeavam pelas aias dos cavalos.
- Esse é o meu. – disse ele apontando para o corcel negro. – O nome dele é Ébano. È bem manso. Pode passar a mão nele.

Nisso Gina se aproximou do cavalo e acariciou seu focinho.
- Ele é lindo. Adoro cavalos, são ótimos companheiros. – disse ela sonhadora. - Eu tinha um. Uma égua, Lourien. Meu irmão Ronald a levou quando fugiram.
- Gina... Não se preocupe. Nós vamos encontrar a sua família.
- Como você pode ter certeza disso Harry. – perguntou a moça olhando nos olhos do rapaz.
- Por que eu não vou desistir de encontrá-los.
A moça sorriu e abraçou-o bem forte, deixando sua cabeça repousar no ombro do rapaz, e disse:

- Obrigada Harry, você é uma pessoa maravilhosa. – e encarando ele. – Você nem ao menos me conhece e...
- Não te conheço? – perguntou ele sorrindo – Claro que conheço. Você é Gina Weasley de Éraven. Uma linda aldeã que arriscou sua vida para libertar sua família.

Ela sorriu, com os olhos marejados.
- Não se preocupe Gina. Agora mesmo Hagrid foi com Malfoy organizar os cavaleiros para irem encontrar seus irmãos. E eu mesmo, junto com Hagrid irei buscar sua mãe na aldeia. E, se não me engano, meu conselheiro já marcou um encontro com Voldemort para discutirmos sua parceria com os Orks.

A jovem sorriu. O mais belo sorriso que ele já viu em sua vida, e novamente o abraçara.
- Muito obrigada Harry. Não sei como posso agradecer.
- Você já agradeceu. – disse ele, e ela lhe olhou estranha. – O ovo. Você não imagina o quanto eu o procurei Gina, você não imagina.
- Mas o que você vai fazer com ele?
- Vou encontrar seu cavaleiro! – disse ele orgulhoso.
- E eu vou te ajudar. Adoro aventuras. – disse ela voltando-se para o cavalo. – Mas creio que vou precisar de um cavalo. Você tem algum para me emprestar?
- Claro! – respondeu ele. – Vamos deixe eu te apresentar, Linda. Ela era de minha mãe, é realmente linda, uma égua muito mansa. Você vai gostar dela, e ela de você.
O resto da manhã passou rapidamente. Depois de Harry mostrar a égua para Gina, convidou-a para um passeio á cavalo, que durou até à hora do almoço.

Hermione estava no jardim lendo seu livro, quando ouviu passos atrás de si. Conhecia aquele jeito firme de caminhar. Só poderia ser uma pessoa, a única, ou melhor, o único que se atrevia a incomodá-la quando estava lendo.
- Não adianta você andar devagar, ou mais leve Malfoy, as pedras o denunciaram. – disse ela sem tirar os olhos do livro.
O rapaz seguiu até ela e se ajoelhou em sua frente.
- Bom dia Princesa. – cumprimentou cordialmente.
- Bom dia cavaleiro. – disse ela ainda com os olhos no livro.
- Hum...relendo Romeu e Julieta. – disse ele - Belo romance - completou.
Ela levantou os olhos até fitar os olhos dele. Cinza como o céu em dia de chuva, mas profundos.

- Não me diga, cavaleiro, que você lê romances? - perguntou ela encarando-o.
- Leio sim princesa, mas esse. – disse apontando para o livro. – Esse é especial.
- E por que seria?
- Por que fala de amores impossíveis ou proibidos, como o nosso. – disse ele sentando-se ao lado dela.

- Bom, então acredito eu que você está enganado. – disse ela com ar de professora.
- Por quê?
- Porque, Malfoy, não existe amor entre nós. – Completou a moça saindo do jardim com passos firmes.


- Você é quem pensa, jovem princesa de Avalon e rainha do meu coração. Um dia você será minha.






N/A: Então???/

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