A vida por um amor
- Você não pode fazer isso... não comigo... - Ela falava desesperada em meio às lágrimas, buscando em vão encontrar os olhos dele.
Ao seu redor era tudo escuridão, com exceção da luz que saia da ponta das duas varinhas dos homens a sua frente. Como pode ser tão burra acreditando nas palavras doces dele? Como pode ser tão estúpida a ponto de acreditar naqueles olhos que agora evitavam os seus? Ela entendia o que estava acontecendo. Entendia muito bem. Ele a havia traído.
- Então não vai nos dizer onde está seus irmãos e o Potter, ou prefere continuar sofrendo Weasley?
- Nunca - ela falou entre os dentes cuspindo na cara dele logo em seguida.
Lúcio respirou fundo e encarou a garota a sua frente, passando a mão no rosto com visível nojo.
- Insolente. Você acha por algum acaso que agindo assim vai facilita as coisas pra você? Você morrerá de qualquer forma Weasley, me dizendo onde eles estão você ganhará uma morte menos dolorosa.
Ela apenas o encarou, forçando as lagrimas a pararem de descer. Não ia se mostrar fraca diante daquele crápula.
- Draco.
- Sim, senhor.
- Você terá o prazer de matar ela, já que é por mérito seu que ela está aqui. Mas, por enquanto eu ainda vou me divertir com ela um pouco.
Lúcio fez um movimento rápido com a varinha. Gina caiu de joelhos no chão. Logo o sangue começou a escorrer pelo chão. Ela estava ajoelhada em cima de lascas de vidro altamente cortante. O choro dessa vez não pode ser controlado, ela mordia o lábio forte enquanto as lágrimas desciam sem cesar.
- Continua com a mesma opinião senhorita .
- Draco... Porque? - ela falou num tom baixo, mas que dava pra ouvir perfeitamente pela distância que estavam.
Lúcio olhou da garota pro filho e começou a rir, um riso maldoso.
- Então, a pequena Weasley está apaixonada por um Malfoy... Interessante. O que a sua querida família acha disso? Oh não! Eu me esqueci que para vocês tolos o amor está acima de tudo.
Mas Gina não respondeu. Ela continuava a chamar insistentemente o nome de Draco em meio às lágrimas.
- Me larga Malfoy! Você não pode me obrigar a ir com você pra essa festa estúpida!
- Não quero te obrigar a nada. Quero que vá por vontade própria...
- Nunca!!! - ela gritou e ele não demonstrou sinal nenhum de surpresa ou qualquer outra coisa no rosto.
- O que mudaria sua opinião?
Ela sorriu, mas um sorriso cínico.
- Que tal... Você pedir ao Rony? Se ele deixar... Sem problemas.
Lúcio chegou perto da garota e a segurou forte pelo queixo.
- Vamos... chame mais o nome dele... chame. Ele não irá ouvir tuas súplicas.
- Me solte...
Ele por um momento pareceu obedecer e tirou a mão do rosto da garota. Mas logo após fez outro movimento com a varinha e as mãos dela se prenderam fortemente acima de sua cabeça.
Mais sangue e novas lágrimas do rosto dela.
- Desse jeito irá sangrar até a morte... - Lúcio fazia sua voz soar entediada com tudo aquilo.
- Você não vai me matar, não enquanto eu não dizer o que quer saber.
- Ah claro que não! Não sou eu que irei te matar... é o seu amado Draco.
Ela novamente procurou os olhos de Draco, mas ele tinha a cabeça voltada para o lado, longe da imagem da garota.
- Covarde... desgraçado...
- Você não irá desistir e nos dizer logo Weasley ? - ela apenas lhe lançou um olhar mortificante - Parece que não. Deixarei que você pense melhor então.
Os dois desapareceram da frente da garota, a deixando na total escuridão. A dor invadia todo o seu corpo, seus joelhos estavam em pura carne viva e seus pulsos sangravam tanto que ela achava que perderia todo o seu sangue em poucas horas. Mas nenhuma dor era maior do que a do seu coração. Ela o amava, mais do que amou a si mesma durante a vida inteira, e ele a havia levado até ali, até a sua morte. Pois morreria a chamar por seu nome. Não o nome do Draco que estivera ali em sua frente há alguns minutos, mas o Draco que ela amou durante aqueles últimos 12 meses, o Draco que a surpreendia com presentes quando ela menos esperava, o Draco que quando a beijava a fazia esquecer que existia vida ao seu redor, o draco que por muitas vezes enfrentou a toda a sua família e amigos para a ter perto de si, o Draco que lhe confessou segredos e deitou em seu colo quando estava mal, o Draco que era somente dela... para sempre. Ele não poderia ter fingido o tempo inteiro. Ela não queria acreditar nisso. Não podia.
Dois dias se passaram. E a dor física que antes a incomodava, tornou-se tão normal e rotineira que ela mal sentia. Na verdade, não sentia nada. Estava completamente fora dali. Imersa em sonhos, em lembranças e em tudo que poderia se esconder. Era seu modo de não ser afetada por tudo aquilo. Por aquele ar que tinha o cheiro da vingança e da dor.
Então quando ela menos esperava, dois vultos apareceram a sua frente num clique.
- Vejo que ainda está viva. Isso é um grande progresso. Mudou de idéia?
Mas Gina não estava ali. Não mesmo.
Ela tocou seu rosto com delicadeza. Ele dormia como um anjo. No seu rosto um sorriso foi se abrindo, um sorriso de admiração diante de tanta beleza. Fazia horas que ele estava ali dormindo em seu colo, como uma criança. Apenas um menino.
- Agora deu pra não responder os outros Weasley ? - Lúcio sacudiu a varinha e um feitiço acertou em cheio a barriga de Gina.
Ela abriu os olhos assustados e sua boca se abriu, mas ao invés de um grito de dor, sangue escorreu por entre seus lábios.
- Não... não... não...
- Draco. Mate-a. Cansei dela.
-Não... - as lágrimas já não desciam, seu rosto era só desespero. - Não... não...
Draco levantou a varinha e murmurou um feitiço que acertou em cheio o peito de Gina. Foi inevitável não a olhar. Seus olhos se encontraram e por alguns segundos eles ficaram se olhando. Ela chamou por seu nome e abaixou a cabeça.
Aqueles segundos pareceram séculos. Draco piscou os olhos e um misto de compreensão e medo passou pelos seus olhos.
- Não me deixa sozinha... nunca.
Ele a olhou e assentiu com a cabeça, deixando que ela se aconchegasse em seus braços .
Ele correu até ela se ajoelhou a sua frente.
- Draco... eu...
- Me desculpe... - Ele falou a encarando e deixando que uma lágrima descesse por seus olhos.
- eu... - ela se engasgou com o sangue em sua boca e tossiu um pouco, já perdendo as forças. Seus olhos estavam quase fechados. - t... amo.
Gina estava nervosa, apertando as mãos de segundo em segundo. Não sabia como ele reagiria a notícia. Draco chegou suando a torre de astronomia.Como sempre se encaminhou até a namorada por trás e lhe deu um beijo no pescoço. Ela se virou para olha-lo e começou a chorar. Ele não entendeu nada. - Draco... eu preciso conversar com você. - o que houve! - eu... não sei como começar... . Ele apenas a olhou, e se sentou numa cadeira. -... estouesperandoumfilhoseu. - como? Não entendi. Ela volta a chorar. Ele se aproxima dela e a abraça. - Gina... calma. Eu não entendi o que você falou... pode repetir... ham... sem chorar. - estou grávida. .
Draco a abraçou desesperado, a sacudindo, tentando fazer ela acordar. Mas ela não acordou.
- Ginaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!
Atrás dele Lúcio observava a cena friamente.
- Não... eu prometi nunca te deixar sozinha... Gina acorda! - ele dizia desesperado, sua face e corpo já todos melados pelo sangue dela. - ela não vai acordar... - e dizendo isso ele se levantou e apontando a varinha pra si próprio, murmurou o mesmo feitiço que atingiu ela. - então eu irei com você...
Lúcio não teve tempo de impedir que o filho fizesse aquela loucura. Quando chegou ao lado de Draco, só teve tempo de ouvir ele sussurrar.
- cuide... filho...
Com um feitiço rápido ele produziu um corte na barriga de Gina. Com um pouco de sorte a criança ainda estaria viva. Um choro de bebê foi ouvido muito alto. Ali em meio a todo o sangue se encontrava uma pequena criatura de cabelos extremamente vermelhos, que berrava no meio dos pais, como se quisesse informar que ela estava ali, viva. Lúcio olhou para a criatura e essa parou de chorar para ficar o encarando também. Uma menina, a filha de um amor que não era pra existir, mas que persistia vivo ali na figura daquela pequena criatura.
FIM
N/A: Vocês devem estar se perguntando o porque de Draco ter matado a Gina. Primeiro, a Gina tinha razão, aquele não era o mesmo Draco que havia se apaixonado por ela. Ele estava sob uma maldição que foi lançada pelo seu próprio pai e que só foi rompida quando ele viu a Gina morrendo. Vocês também devem estar se perguntando qual o destino da pequena Íris Weasley Malfoy, (ta... esse o nome que imaginei pra ela), bom... eu não sei =P isso vai da imaginação de cada um! =))) espero que tenham gostado. E por favorrrr deixem comentários!!! (pra quem preferir... meu e-mail é: [email protected])
N/A 2: Qualquer semelhança com Romeu e Julieta não é mera coincidência. Qualquer semelhança também com alguma certa cena de Peter Pan, também não é coincidência.
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