Capítulo único
– O que significa isso, Harry? – Perguntou ainda atordoada.
– Eu... Desculpa... Eu... – Fez uma pequena pausa – Não sei – E suspirou vencido.
– Olha... Rony e os outros Weasley devem estar querendo te ver, eu vou pro meu quarto. Depois nos falamos, okay?
[Flash Back]
Estava sentada pela milésima vez naquele mesmo banquinho de madeira do vasto quintal dos Wealey. Olhava para tudo e ao mesmo tempo para nada, seus pensamentos voando para bem longe dali. Para junto de um garoto de olhos encantadoramente verdes.
Queria ter ido com ele até o final e se culpava todos os dias por ter caído inconsciente em uma câmara fria e escura do ministério da magia; levaram-na para a Toca e ele prosseguiu sozinho. Desde que acordara, seu coração vivia em constante alerta. Batia cada vez mais forte e ela não conseguia passar um minuto sequer sem pensar em Harry. Não comia direito, não conversava com ninguém e passava tardes e tardes sozinha naquele banquinho de madeira, que acabara se tornando seu único companheiro. De início, Rony tentara levá-la para dentro, explicar que o que tivesse que acontecer aconteceria, mas ou seus argumentos eram demasiados fracos ou Hermione queria mesmo ficar sozinha, porque jamais lhe dizia coisa alguma e desencorajado pelo silêncio da morena ele parou de procurá-la.
Naquele dia o sol lhe parecia mais brilhante, a grama mais verde e seu coração batia mais forte do que jamais antes. Os primeiros raios de sol ainda apontavam no horizonte quando ela foi para o jardim. Permaneceu ali, firme e forte, sem vacilar, sem reclamar de fome ou do calor que fazia. Não comeu nada nem se mexeu do lugar de tal forma que alguém que não a conhecesse, talvez dissesse se tratar apenas de uma estátua demasiadamente real. A noite já era alta quando aquele som estralado que ela tanto almejara se fez ouvir. De longe ela pôde ver um vulto se aproximando com aquele andar peculiar a qual tanto se acostumara e teve certeza de quem se tratava. Era Harry que havia retornado para ela. Com os olhos cheios de lágrimas avançou em direção a ele e após examiná-lo com o olhar – Não havia nada mais do que alguns cortes que ainda sangravam e uns hematomas – abraçou-o com todas as suas forças. Não era necessário dizer nada. Ele havia retornado e ela sentia que poderia explodir de felicidade a qualquer momento.
O que se passou a seguir, talvez nenhum dos dois jamais consiga explicar. Em um instante seus corpos estavam ligados por um forte abraço, e no seguinte compartilhavam um beijo apaixonado.
[Fim do flash back]
Subiu correndo as escadas que levavam ao quarto que estava instalada, ignorando os comentários e perguntas dos Weasley que a viram.
Nem bem atravessara a porta do quartinho quando sua cabeça começou a doer, sentiu-se zonza e caiu desmaiada no chão, o que era altamente compreensível pois a morena ficara exposta ao sol forte sem comer absolutamente nada o dia inteiro e há dias que apenas mordiscava uma fruta ocasionalmente.
Quando tomou consciência outra vez, Harry estava ao seu lado acariciando-lhe a face e ela pediu para ficar sozinha. Assim que ele saiu do quarto, pôs-se a pensar e pensar. Estava muito feliz por Harry estar bem, mas quase igualmente confusa. O que significava aquele beijo? Era madrugada quando ela deixou-se vencer pelo cansaço e adormeceu.
Abriu os olhos lentamente no dia seguinte e uma das primeiras coisas que enxergou foi um buquê com os lírios mais lindos que ela já havia visto em toda a sua vida. Procurou algum bilhete e achou apenas um pedaço de pergaminho com aquela letra que vira todos os dias por sete anos.
“Rosas vermelhas significam ‘estou apaixonado por você’, amarelas querem dizer ‘És uma amiga especial’, cor de rosas são algo como ‘Amo-te’, mas você sabe o que dizem os lírios, Hermione? Significam ‘desafio você a me amar’.
Harry Potter”
Hermione corou até a ponta das orelhas, mas bem... Ela não era o tipo de pessoa que recusava um desafio.
Fim
Comentários (1)
Perfeita =D
2013-03-16