Lembre de mim.



Cap. 06_

_O que pensa que está fazendo? _Hermione perguntou dando uma passou para trás e com uma expressão assombrada.

_O que eu estou fazendo? _Harry perguntou erguendo as sobrancelhas _O que você está fazendo?

Mione encarou-o por alguns segundos sem entender. Então sacudiu o rosto e virou-se para Rony. _Vamos, ele está muito machucado, Harry. _e curvou-se para o ruivo desacordado _Me ajude a levanta-lo, antes que... _mas Harry, indo até ela, colocou sua varinha em seu caminho, fazendo-a parar.

_Eu não estou brincando. _ele murmurou em um tom sério e ameaçador. Hermione ficou em pé. Seu rosto acabou a apenas alguns centímetros do dele. Milhões de emoções explodiram, repentinamente dentro dela. Saudade. Muito amor contido durante todo aquele tempo. E uma vontade de abraça-lo, aguçada ainda mais pelo perfume que ela conhecia tão bem e que ainda emanava dele.

_Por que você está fazendo isso? _ela perguntou com um tom desolado.

_Quem é você? _ele perguntou fingindo que não ouvira a pergunta.

_Você não se lembra? _ela retrucou indignada _Não se lembra de mim?

_Lembro. Você é a ministra. Mas eu queria ouvir de você.

_Eu sou só a ministra? _sua indignação aumentou _Não lembra de nada mais sobre mim?
_Deveria?

Ela entreabriu a boca como se fosse dizer algo, mas mudou de idéia e cruzou os braços. _Então, quem é você? _ela perguntou com um tom irônico.

_Eu sou a arma secreta do mal. A face oculta, por trás de tudo. _ele respondeu, ainda com a varinha apontada para ela _O lord das Trevas me criou para...

_Voldemort criou você? Desde quando? _sua voz saiu como um berro contido. Se alguém a ouvisse ela perderia a chance de fugir.

_Desde... _fez uma pausa _Desde que eu me lembro.

Então ela pareceu entender. Seus olhos se estreitaram _Desde que você nasceu, você quer dizer.

_Não. Eu não lembro de quando eu nasci. _ele respondeu. Não entendia porque estava falando disso com ela. Mas, simplesmente, saia. _Nem da minha infância. Nem de nada que tenha acontecido antes do Lord me salvar, me acolher e me criar como a um filho.

_Ele acolheu você?! Merlim, eles fizeram uma lavagem cerebral em você ou algo do tipo?! _ela sibilou com uma raiva desmedida dentro de si _Ele odiava você, Harry. Porque VOCÊ o derrotou quando ele estava quase dominando totalmente o mundo bruxo. Porque você frustrava todas as tentativas dele de voltar ao poder. Ele queria matar você, Harry!

_Mas é claro que não queria! _ele retrucou como se a idéia fosse absurda _Ele podia ter feito isso muitas vezes durante os últimos meses e não fez!

_Porque ele notou que podia usar você! Que podia incorporar você em seus malditos planos! Por você estar sem memória!

_Não fale como se você me conhecesse. _ele sibilou lentamente.

Os olhos de Hermione assumiram um tom triste. Ela deu um suspiro cansado. _Eu sei que _ela deu um passo na direção do garoto _você ainda tem um coração bom. Eu sei que _mais um passo _você não se lembra de quem é, mas isso não quer dizer que você tenha deixado de ser quem sempre foi. _ela encarou-o e sua respiração bateu em sua face. A mão de Harry que segurava a varinha abaixou-se. Por que seu coração batia tão forte por ela? _Eu sei que você ainda é o mesmo Harry. E sei que você nunca faria mal a mim nem ao Rony, nem a ninguém. _e, estendendo a mão, tocou levemente seu braço.

Instantaneamente, uma recordação explodiu em sua mente. Um beijo doce. Suave. Uma alegria quente. A mulher a sua frente em uma cama de lençóis brancos, acordando lentamente.

_Você me... Harry, o que você fez? _ela perguntou com a voz baixa e pousando a ponta dos dedos nos próprios lábios.

E tudo isso seguido de uma tristeza efusivamente fria.

Harry puxou o braço bruscamente. Encarou-a com raiva.

_Você está errada. _Então, apontou a varinha para o alto e as barras de ferro das janelas explodiram.

Hermione se encolheu instintivamente, mas ergueu-se novamente com a velocidade da luz. Com os olhos faiscando, sacou a varinha e apontou para ele.

_Você está louco? _ela perguntou e ele não respondeu. Apenas estreitou os olhos e os archotes nas paredes balançaram _É briga que você quer? Eu posso muito bem brigar com você.

Da ponta de sua varinha saiu um jato vermelho, mas Harry o bloqueou com uma transversal da varinha.

Ele riu com ironia _E você é ministra??

O rosto de Hermione se contraiu em uma expressão emburrada. No segundo seguinte, raios luminosos começaram a sair de ambas varinhas uns atrás dos outros.

_Você ficou bom nisso, Harry. Em feitiços silenciosos. _ela provocou, produzindo um escudo luminoso que a protegeu de algumas pedras que ele fez desabar do teto. Em seguida atacou-o com um feitiço estuporador. _Você nunca conseguiu faze-los.

Harry abaixou-se e encarou-a com raiva _Você não me conhece, garota.

Hermione pulou para fora da cela para escapar de um feitiço de impedimento. –Talvez não conheça mais. _ela respondeu com tristeza. Dois comensais apareceram no alto da escada. Alerta, Mione desviou de Harry, que também saia da cela, e nocauteou um dos comensais. O outro sacou a varinha, mas antes que pudesse fazer algo, um feitiço passou por cima de seu ombro e derrubou-o. Mione olhou para trás e viu Harry com a varinha erguida.

_Agora é pessoal. Só entre a gente. _ele explicou com uma expressão perigosa.

_Com certeza. _ela concordou, e no segundo seguinte voltaram a duelar ferozmente.

Os rápidos movimentos da dupla acabaram levando-os pelos corredores e através de escadas. Mione sentia-se em um labirinto. Não saberia voltar para o calabouço depois de derrotar o garoto.

Mas no fundo... Nem sabia se queria derrota-lo.

Diversos comensais acabaram aparecendo enquanto eles digladiavam pelos corredores. Harry não tinha trabalho nenhum para faze-los sumir. Bastava um movimento e eles acabavam estuporados ou paralisados.

Hermione subia uma estreita escada em caracol de costas, atenta a cada movimentos do garoto. Ele usava todo tipo de ardil para acerta-la. Ela, habilmente desviava, e retrucava com todo o arsenal de feitiços que conhecia.

A escada levou-os a uma redonda torre, com janelas altas e abertas. Alguns banquinhos se espalhavam pelo lugar. Harry aproximou-se o suficiente para corta-la, com uma magia negra muito forte que Voldemort em pessoa lhe ensinara. Mas não queria. Por algum motivo, não queria.

A distração acabou permitindo que Hermione o desarmasse. A varinha de Harry descreveu um arco, e caiu do outro lado da torre.

_Há. _Hermione exclamou vitoriosa, apontando a varinha diretamente para o peito do garoto.

Harry sorriu. _Quem disse que eu preciso de uma varinha? _e fez a torre tremer. Ele ergueu uma das mãos e os bancos começaram a explodir, um a um.

Mione mirou no último banquinho, que ainda não explodira e transfigurou-o em uma vassoura.

Antes que Harry entendesse o que ela estava fazendo, ela correu para a janela e ficou em posição de quem pode pular a qualquer momento.

_Você não fugiria e deixaria seu amigo para trás.

_Esse é o ponto. _ela respondeu _Mas eu posso muito bem fugir. E, já que essa briga não nos leva a lugar nenhum, eu quero negociar com você.

Harry cruzou os braços indicando que não ia mais fazer nenhum feitiço e ela continuou: _O que é melhor para você? A Ministra da Magia, ou um goleiro todo estropiado preso no calabouço? Eu sou difícil de prender, Harry. Você já deve ter percebido.

Harry deu um sorrisinho espontâneo. Ele a queria presa. Não se importava de ter que soltar o goleiro ruivo, contanto que ela estivesse presa no lugar dele. Achara-a interessante.

_Eu fico sem oferecer resistência, Harry, _ela continuou em um tom solene _se você deixar meus amigos em paz.

Ele sorriu para ela. _Negócio fechado. _e estendeu a mão para ela descer da janela. Mione virou-se e esticou a mão. Assim que seus dedos se tocaram, Harry estremeceu, como se já conhecesse aquilo. Como se soubesse o que vinha depois daquilo.

Mas dessa vez ele não puxou sua mão da dela. Apertou-a com mais força.

Mione saltou da janela e parou a sua frente.

_Você não... Não se lembra mesmo? _ela sussurrou. Seus corpos quase se colavam. Suas respirações se cruzavam. _Da nossa casa da praia? De quando fugimos para Londres? Ou do baile de inverno em Hogwarts?

Harry fez um pequeno não com a cabeça. Mione sentiu o coração se despedaçar. A alegria de te-lo visto vivo foi levemente esfriada com uma desilusão. Era difícil ser esquecida por ele, quando ela o mantivera tão vivo em sua memória.

_Ok. _ela baixou a cabeça _Vai me levar para a cela agora?

Harry deu de ombros. _Não acho que você precise ficar lá. _Mione ergueu o rosto novamente. _É meio frio lá. _e, soltando-a, ele desceu as escadas. Mione deixou escapar um leve sorriso de esperança e desceu atrás dele.

***

Sem ter muita certeza do que fazia, Gina passou por um portão enferrujado e alto. Aquilo era meio óbvio para ser o esconderijo verdadeiro dos comensais, mas, se não fosse, poderia haver alguma pista ali que a levasse para o lugar verdadeiro.

A mansão dos Ridlle parecia ainda mais abandonada do que da última vez que ela estiver ali. E fazia muito tempo.

Seus passos estalavam na grama seca. No fundo, sentia uma certa apreensão por ter deixado Draco para trás. Havia muito tempo eles não faziam nada separados. Ele sempre estava ali para protege-la. E ela sempre estava ali para tomar conta dele.

Mas era seu irmão.

Ela não ia simplesmente deixar isso de lado.
Alcançou a porta de madeira escura e empurrou
-a com força. Ela estava aberta. Mas, assim que ela entrou, um sininho tilintou em algum lugar acima de sua cabeça.

Gina olhou em volta, alerta. Sacou sua varinha e prendeu a respiração, tentando ser o mais silenciosa o possível.

E, em meio a todo seu silêncio, começou a ouvir um farfalhar medonho vindo de outra sala. Um ruído de ar sendo aspirado com força e sendo expelido com dificuldade de pulmões debilitados. Um agouro de morte.

O barulho começou a aumentar e a se multiplicar. Gina começou a tremer. Um frio começou a se espalhar rapidamente das pontas de seus dedos até o último fio de seu cabelo ruivo.

Antes de ver o primeiro deles surgir pela porta, ela já sabia do que se tratava. Assim que começou a imaginar como seria sua vida sem Draco, na possibilidade de que ele morresse nessa guerra, ela soube que eram os medonhos devoradores de bons sonhos.

Dementadores.

Vários deles. Surgindo por todos os lados.

Forçou-se a pensar no dia em que conhecera Draco. Mas seu patrono não foi muito eficiente. Na verdade, ela não estava exatamente feliz naquele dia.

Forçou-se a lembrar de seu casamento. Draco a pedira em casamento quando ela saíra da enfermaria. E fora tudo tão...

Ok, não fora necessariamente perfeito. Os gêmeos conseguiram ser bem inconvenientes ao colocarem capuzes pretos e perucas loiras para se fingirem de Lucius Malfoy.

Ninguém acreditou, já que as sardas dos ruivos eram mais visíveis do que eles pretendiam que fossem, mas foi muito sem graça mesmo assim.

Seu patrono não foi mais forte que o anterior.

Os dementadores se aproximavam cada vez mais. Gina sentiu o coração congelar. Seu peito ardia de frio.

Tentou lembrar dos olhos azuis de Draco. De seu sorriso. Mas seu rosto era sempre substituído por uma imagem do loiro, morto, no chão.

Sentiu uma mão áspera em sua bochecha. O dementador mais próximo tentava erguer seu rosto.

Mas ela não queria. Ela não podia deixar. Ela queria viver. Precisava viver. Viver para proteger o filho que ia ter com Draco Malfoy.

Ela tinha um bebê em sua barriga para proteger. Ele precisava dela.

Ela ia ser mãe.

Mãe!

Então, da ponta de sua varinha saiu um clarão prateado, que tomou forma e afugentou todos os dementadores do lugar.

Gina sorriu fracamente enquanto via o último dementador debandar. Nem repara que já havia caído de joelhos no chão. Mas estava tão fraca que acabou caindo deitada sobre o braço esquerdo. Sua varinha soltou-se de sua mão e foi parar embaixo de uma cadeira a centímetros de onde estava.

Tentou respirar tranqüilamente. Passara. Podia relaxar agora. O pior passara.

Então, ouviu o ressoar de passos a sua frente.

Ergueu o rosto do chão e viu um par de sapatos pretos lustrosos.

Ergueu mais o olhar, e, de onde estava, pôde divisar um sorriso satisfeito em um rosto arrogante com molduras de um cabelo loiro e comprido.

_Quem diria... _Lucius comentou com um tom de voz que ela teria vivido muito feliz sem ouvir _Norinha.

No minuto seguinte, ergueu a varinha, arremessando a ruiva através da sala e fazendo-a bater na parede oposta.

Gina caiu no chão e tentou se erguer sobre os joelhos, segurando o ventre com uma das mãos.

Sentiu medo, como há muito tempo não sentira.

Não por si mesma. Mas pelo filho.

***

_Tem certeza, Sr Harry? _Crabbe perguntou confuso com as ordens do garoto.

_Absoluta. _ele respondeu resoluto olhando seriamente pra o ruivo _Joguem-no longe daqui.

Rony acabara de acordar. Ainda estava fraco e confuso, mas ver Hermione parada ao lado do rapaz foi o suficiente para entender o que estava acontecendo. Tentou se erguer e ficar em pé, mas aparentemente estava com o tornozelo quebrado e não conseguiu se manter firme.

_Eu não vou deixar ela aqui. _ele resmungou, tentando se livrar de Crabbe e Goyle que o seguravam cada um por um braço _Vocês não podem fazer isso! _ele berrou enquanto eles tentavam puxa-lo para fora _Não podem prende-la aqui no meu lugar! _mas não tinha muitas forças para lutar.

_Posso. _Harry murmurou quando ele já estava do lado de fora _E vou.

Os gritos de Rony ainda puderam ser ouvidos enquanto o arrastavam pelo corredor. Mione fechou os olhos com força. Pediu mentalmente que Rony cuidasse do Thiago. A curtas distâncias, eles conseguiam se comunicar assim.

_Eu cuido dele pra você. _Harry murmurou ao seu lado, fazendo-a se sobressaltar.

_Está invadindo meus pensamentos? _ela perguntou, virando-se para ele.

_Não deu pra evitar. _ele respondeu, nem um pouco constrangido. _Mas não precisa se preocupar com seu filho. Enquanto eu estiver vivo, nenhum mal vai atingi-lo. _e virou-se para olhar através da pequena janela com as barras de aço arrebentadas.

Mione sentiu o coração se aquecer. Era o filho dele. Era o sangue dele que corria nas veias da criança. E ele sequer sabia disso.

Mione não sabia o que fazer. Se contasse, ele nem ia acreditar mesmo. Contentou-se em abaixar a cabeça, indecisa, e a murmurar um “obrigada”.

_Não agradeça. _ele respondeu ainda sem se virar _Você é minha prisioneira. Uma prisioneira não deveria agradecer aquele que a mantém cativa.

Mione ergueu o rosto e foi até ele, parando ao seu lado e olhando também para a janela. _Você não vai me fazer mal. Você não pode.

Lentamente, Harry girou seu rosto para ela. Ela o encarou de volta. Assim que sentiu os olhos castanhos da garota recaindo sobre si, uma sensação familiar e confortante despertou em seu coração. Então, ela ergueu a mão para afastar uma mecha de cabelo que lhe caíra no rosto. E ele viu um brilho fugaz, de relance, eu seu dedo.

Seus olhos se estreitaram. E aquilo o deixou extremamente perturbado.

_Isso é o que você pensa. _ele respondeu com maus modos e saiu da cela, batendo a porta atrás de si.

_Ei! _Mione gritou correndo e indo até as grades _Você disse que não ia me deixar aqui!

Harry voltou com uma expressão bem irritada. Mione deu um passo para trás. _Por quê? Por que você é ministra?

_Não. _ela respondeu sem se alterar _Porque você me ama.

Harry estreitou os olhos. _Eu não vou ser bonzinho com você, garota. _e, virando-se, foi embora pelo corredor.

Confusa com tudo o que acontecera nas últimas horas, desiludida, preocupada com o filho, e aguardando o inesperado, Mione escorregou pela parede até o chão, deixando algumas lágrimas escorrerem por sua bochecha.

Como Harry podia não lembrar dela?

***

Harry entrou em um quarto frio no último andar do castelo, batendo a porta. Cortinas negras cobriam a janela. Poucos archotes iluminavam o lugar. Sua cabeça doía.

Tinha alguma coisa naquilo tudo que o perturbava. Ele sempre achara sua vida muito estranha. A falta de memória. Os olhares tortos que os comensais lhe dirigiam.

E agora... Ela.

Ela e toda a torrente de sentimentos que ela despejava sobre ele.

E que ele não fazia a mínima idéia de onde vinha.

Com passos firmes, ele caminhou até o criado mudo, abriu a primeira gaveta e tirou de dentro dela um minúsculo embrulho de papel pardo.

Sentou-se na cama e abriu o embrulho.

Uma pequena aliança dourada caiu na palma de sua mão. Ele segurou-a entre o polegar e o indicador e ergueu-a a altura dos olhos.

Assim que acordara, a primeira coisa que vira fora a aliança na mão direita.

Sempre se perguntara quem era sua noiva.

E, naquela noite, vira uma aliança idêntica na mão direita da ministra.

Com o mesmíssimo HH gravado.

Sua cabeça doeu ainda mais. Ele levou as duas mãos às têmporas e, sem querer, derrubou a aliança.

A imagem de um pôr do sol surgiu em sua mente. Ele quase pôde sentir a areia quente sob si. E uma linda garota de cabelos castanhos entre seus braços.

_Acho que o noivado me cai bem, não acha? _a garota perguntou erguendo a mão contra o sol, à altura dos olhos, examinando a aliança.

Então a imagem sumiu. Harry tentou reter a recordação e lembrar de mais coisas, mas alguém bateu na porta e distraiu-o.

_Quem é?! _ele berrou frustrado.

_Eu. McNair.

Irritado, arremessou um protótipo de forca que se espatifou na parede de pedra.

_Entre.

McNair abriu a porta e pôs a cabeça para dentro. _O Lord quer vê-lo.

Harry levantou-se e ajoelhou no chão para pegar a aliança. _Diga que já vou. _ele respondeu desinteressado.

_O Lord não gosta de esp...

_Quer que desenhe para você, McNair? _ele perguntou ainda procurando a aliança.

McNair não respondeu. Apenas saiu do quarto com um olhar reprovador.

_Mas onde diabos... ?_Harry resmungou sem encontrar o que procurava. Então, sentindo-se muito idiota por não ter pensado nisso antes, sacou a varinha _Accio aliança. _e o arinho de ouro saiu de baixo da cama diretamente para sua mão.

Levantou-se novamente, mirando a aliança.

Não tinha como se enganar.

A garota da lembrança... Era a mesma que ele prendera há alguns minutos nas masmorras.

***

Harry entrou na biblioteca e Voldemort levantou-se da cadeira. _Quem deu ordens para você negociar com a ministra? _ele esbravejou atravessando a sala a passos decididos. Harry sequer piscou.

_Eu não ligo para ordens. _ele respondeu assim que Voldemort o alcançou. _Faço o que quero.

_Mas EU o queria aqui! Eu o queria morto!!

_E eu queria a ministra. No lugar dele. Pense bem, ela é bem mais difícil de capturar, e agora está como uma dócil ovelhinha presa nas masmorras.

Voldemort virou-se sacudindo a capa negra que usava.

_Por esse lado, você tem razão. O goleiro já está machucado, e vai ser muito simples prende-lo novamente.

_Na verdade, o acordo inclui deixar os amigos dela em paz. _Voldemort virou-se com um olhar irado _Não adianta, eu prometi.

_Sinto muitíssimo, eu não prometi nada.

_Você é quem sabe. Você os prende, eu os solto. Isso vai cansar bastante.

Voldemort parecia capaz de atacar. Qualquer pessoa teria corrido o mais rápido possível para o lado oposto, mas Harry mantinha um sorrisinho minúsculo e satisfeito.

_Eu não quero que você se aproxime dessa mulher.

_Sinto muito, mas eu tenho a pretensão de cuidar dela enquanto ela estiver aqui.

_Belatriz vai cuidar dela.

_Belatriz não aparece há horas.

_Então você vai procurar Belatriz.

_McNair vai procurar a Belatriz. _Harry respondeu em tom de última palavra e virou-se para sair _Eu vou cuidar da ministra. _e caminhou até a porta. Mas, antes que pudesse abri-la, alguém abriu-a por fora, interrompendo sua saída triunfal.

Frustrado, ele parou para ver quem era. Lucius Malfoy entrou majestosamente, puxando pelo braço uma garota de cabelos longos e ruivos.

Ao passar pela porta, ele deu-lhe um puxão particularmente forte e ela caiu no chão da biblioteca, a centímetros dos pés de Harry.

Com um olhar de quem passava por uma provação horrível, ela ergueu o rosto.

Não pôde acreditar no que via.

Foi como se houvesse uma quebra no tempo e no espaço e ela estivesse em um universo paralelo.

_Harry? _Gina perguntou fracamente.

_Você é como uma irmã mais nova para mim, Gina.

Harry ia curvar-se e estender-lhe a mão para ajuda-la.

_Você não queria cuidar da ministra, Harry? –Voldemort interrompeu-o. Suma logo daqui, antes que eu mesmo desça lá e a mate.

Harry quase desafiou-o a tentar, mas estava mais interessado em descer do que em arrumar problemas.

Gina ainda estava surpresa demais, mas não pôde deixar de perceber, enquanto ele saía da sala.

Voldemort o chamara de Harry.

No segundo seguinte, Lucius agarrou a raiz de seu cabelo ruivo e puxou seu cabelo para trás. Ela apertou os dentes com força para não gritar.

_Lembra-se dela, MiLord?

Lentamente, Voldemort entrou no campo de visão da ruiva. Ela já estava preparada para aquilo. Sabia que ele tinha voltado. Sabia que uma hora ela ia encontra-lo.

_Certamente. _ele sibilou felinamente _Lembro-me de um dia no ministério _ele aproximou-se dela e curvou-se para tocar seu rosto. Gina se debateu e Lúcio segurou-a com mais força _quando ela ajudou Potter a me impedir de pegar a profecia. _então virou-se novamente _Peste ruiva. Eu ainda vou acabar com essa raça.

_Posso... Mata-la, Lord? _Lucius perguntou em um tom esperançoso.

_Não. –ele respondeu enfático. Lucius soltou o cabelo da menina e abriu a boca, pronto para argumentar, mas Voldemort não lhe deu a chance _Leve-a para as masmorras, junto com a outra.

_Outra? _Gina perguntou reunindo toda a força que tinha e tentando se levantar _Não é outro? Não é meu irmão?

Voldemort virou-se para ela com um sorriso malignamente satisfeito. _Seu irmão está bem mais livre do que você pensa. A ministra da Magia se ofereceu para ficar no lugar dele. _e virou-se novamente, quando Lucius, a contra gosto, agarrou-a novamente pelo braço e começou a puxa-la para fora da sala.

A boca da ruiva se entreabrira de surpresa. No segundo seguinte, foi arrastada grosseiramente pelo corredor, para os andares mais baixos do castelo.

***

Quando Harry entrou na cela, Mione estava sentada em um canto, abraçando os joelhos e com o rosto escondido entre os braços. Quando ouviu o barulho da porta se fechando, ergueu os olhos vermelhos de choro.

_Com medo? _Harry perguntou aproximando-se dela.

_As pessoas só têm medo do desconhecido, Harry. _ela respondeu com uma voz serena _E eu conheço você.

Harry sentou-se na cama e apoiou os braços nos joelhos.

_Posso lhe perguntar uma coisa, ministra?

_É Hermione. _ela respondeu levantando-se do chão e indo sentar ao lado dele.

_Isso. Hermione. _chamá-la pelo nome lhe pareceu estranho _Por que você usa... _ele apontou constrangido para a mão dela. Mione aninhou a mão na outra _Você sabe. Aliança?

_Sou casada. _ela respondeu sem encara-lo.

_Não é, não. _ele respondeu com plena certeza do que dizia _Todo mundo sabe da sua vida. Você é ministra. E você não é casada.

_Eu já fui.

_Com o pai do seu filho? _Mione estava prestes a cair no choro novamente. Apenas fez que sim com a cabeça _E ele morreu? _Mione fechou os olhos e respirou fundo. Então reabriu-os e encarou-o.

_Harry, você não entende? Não percebe o que está acontecendo?

Harry não soube o que responder. A vida que construíra há meses se fundiria com uma realidade totalmente diferente da qual ele vivia, se ele se dispusesse a aceitar tudo aquilo.

Ele não sabia se podia acreditar.

Não sabia se devia.

Duas lágrimas escorreram pelas bochechas de Hermione. Harry ergueu a mão e limpou-as. Não queria vê-la daquele jeito.

_É muito bom sentir sua respiração. É muito bom sentir seu toque, seu perfume e só saber que você está aqui.

Harry puxou a mão bruscamente. Era mais um daqueles flashs que vinham repentinamente e sumiam mais repentinamente ainda. Fechou os olhos com força. Essas imagens desconexas o deixavam com dor de cabeça.

_Você está bem? _Hermione perguntou ajoelhando-se a frente dele. Mas então, um barulho de passos e de uma voz que ela conhecia distraiu sua atenção.

_Você vai se arrepender! _alguém gritava fracamente pelo corredor _Draco vai vir atrás de mim! E vai acabar com você!

_Gina. _Mione sussurrou para si mesma, e levantou-se do chão, indo com velocidade até as grades da cela.

Então, viu Lucius atirando Gina, sem delicadeza nenhuma na cela a frente. _Ele é quem vai se arrepender. _Lucius ameaçou e, com raiva, voltou a subir as escadas para os andares de cima do castelo.

_Gina! _Mione exclamou angustiada. Aquilo não podia estar acontecendo _Merlim, Gina, o que está fazendo?

_Mione! _Gina exclamou também, apoiando-se nas grades de sua cela _Eu... Ia salvar o Rony.

_Oh, Gina, céus, eu disse que ia cuidar disso. _Mione se lamentou com o rosto franzido _E agora? Você não pode ficar aqui... Você... _agitou os braços, nervosa. Então lhe ocorreu algo e ela virou-se novamente para Harry.

_Você! _ela exclamou com energia indo até ele e ficando a sua frente. Harry ergueu os olhos intrigado _Você me prometeu! Prometeu que ia deixar meus amigos fora disso, se eu ficasse!

Harry levantou-se, sério. _Ela é sua amiga?

_É! _ela berrou _É minha amiga! Você mentiu pra mim, Harry! _e com os punhos fechados acertou-lhe com pequenos socos, que não aparentemente sequer faziam efeito nos músculos de seu peito. _Mentiu! Eu acreditava que você não tinha mudado! _então começou a chorar. Aquilo fora a gota d’água para sua frustração _Mas você mentiu pra mim! Você me traiu!!

Harry segurou seus dois pulsos com força e a fez parar. Ela ergueu os olhos inchados para ele, e ele curvou o rosto para mais perto do seu. _Calma, ok? Eu vou tirar ela daqui. _Mione puxou os braços, soltando-se, mas não se afastou _Confia em mim?

Mione ainda encarou-o por alguns segundos. Ele ainda era o Harry que ela sempre amara. Ela sempre confiaria nele.

_Ela está grávida, Harry. _e voltou a chorar com mais intensidade ainda. _Tire-a logo daqui.

Harry sentiu o coração se despedaçar. Conhecia aquela mulher há um dia. E ela já o desarmava totalmente.

Sem ter respostas exatas para o que estava fazendo, ele puxou-a para si e abraçou-a, passando a mão em seu cabelo.

_Vai ficar tudo bem. _ele sussurrou em seu ouvido. E Mione escondeu o rosto na curva de seu pescoço, sentindo saudade da segurança que isso lhe transmitia.





Na:

Jack, eu sei q jah ganhei coment no orkut, mas eu keru akii tbm!!! hauhauhauhauha... folgada eu neh? rsrsrsrs Aaaaii, nem me fale em organizar tempo. Todo santo dia, minha gerente diz q eu devia organizar meu tempo, aí eu naum ia ficar tanto tempo lah. Quase q eu respondo q se ela naum me desse tanta coisa pra fazer, eu tbm naum ia passar tanto tempo lah... Mas enfim, rsrsrsrs... Eeeh eu sei... Tah um pokinhu mais rápida neh? Eh q naum tah com mts detalhes... :P Rsrsrsrs Bjssss Jack!!! Teh maissss

Kamila, use essa cadeira apenas para sentar na hora de ler a fic, hein? rsrsrsrsrs Aaaaahhh brigada, viu? Brigada d verdd pelo seu coment. Eu fico moh feliz :D rsrsrsrss Continue aki, tah? Bjssssssssssss

Jessi, chegou o prox cap... rsrsrsrs... Fico feliz por vc ter gostado. Espero q tenha gostado desse tbm ^^ Bjssssssssss

Thata, O q eh Cannon e Fannon? (oh a ignorância da autora, desculpe isso hauhauhauhauhauha) Neh, rsrsrs, td criança tem uma dessa pra contar ^^ Ainda bem q eu naum derrubei a árvore hehehe... Espero q agora q a cena q vc esperava mais jah passou, vc naum pare de ler por isso hehehehe... Ixi se a Gina naum kiser eu tbm naum me importo de adotá-lo naaaum. Nem um pokinhu rsrsrsrs Eeeeee fico moh feliz por vc estar gostando.... E eskecer de vcs jamais... ^^ A floreios pediu pra diminuir o coment??? Huahuahuahuhauha Como ela pediu isso? Espero q tenha gostado do cap. Diz o q achou tah? Bjsssssssssssss

Ruth, naaaaaum, naum morre naum rsrsrsrs... Demorei menos, neh? rsrsrsrsrs... eu viii lah... Rsrsrs Bagunçam msm... Mas elas saum mto legais msm... hauhauhauhauhauhauha tadinha da irmã da Jack... Q mah ela, ainda zoa... Rsrsrsrsrs Jack má, má, mto má rsrsrsrs... Vou tentar naum demorar naum... ^-^ Mas continue aki viu? Vivinha da Silva, e escrevendo tbm, pq vc escreve mto bem ^^ Bjssssssssssssss

Lílian, como sempre, vc vai no caminho certoo rsrsrsrs... Psiu, naum espalha, q perde a graça hauhauauha... ^^ Vc viu, o Harry assustando ateh o Lord das Trevas rsrsrsrs... Ainda vai fazer pior hehehe... Espero q vc esteja gostando, Lílian... Continua comentando viu? Suas idéias saum sempre esperadas e bem vindas rsrsrs... Bjssssssssss

Vulcana, eeeee q bom q vc me achou aki rsrsrsrs... Eh q eu naum keria divulgar na pr´[opria quatro faces q tinha continuação pra naum estragar o baque "oh o Harry morreu" sabe? rsrsrsrs Aaaiii o Draco eh O cara neh? rsrsrsrs o Cara com C maiúsculo hehehe.... Espero q vc esteja gostando ^^ Bjsssssssss

Laninha, ele vai lembrar logo, logo rsrsrs... Q bom q vc estah gostando dos flashbacks rsrsrs... Ainda tem bastante deles pela história ^^ No fim dessa eles ficam felizes e contentes sim... rsrsrs Espero q vc fike por aki ateh o fim ^^ Bjssss Teh maisssss

Mi, aaah q bom q vc estah gostando... Espero q vc tenha gostado desse tbm ^^ Siiim logo logo tem mais... naum saia daki ^^ Bjsssssss

Rhaíssa, pretendo naum demorar naum ^^ Espero q tenha gostado desse tbm ^^ Bjssssssssss

Edilma, rsrsrsrsrs naum sie se foi bem grande, mas tah aí o cap seis ^^ rsrsrsrs... Puxa, fico mto feliz por vc gostar assim. Eh mto bom ouvir isso... Pode dexar, dessa vez vai ser um final bem feliz :D Fike por aki, tah? Mtsss Bjssss Teh maisssss

Jack, uma resposta nova... hehehehe Mentira??? Sei naum hein rsrsrsrs Zueraaa... hauhauhauhauhauhauhauauhauhauh olhaaa isssooo soh vou se acertar meu nome de primeira hauhauhauhauhauhauhauha....

Sy, neh? ela mentiu pro Draco... Ooooo pecado, neh? rsrsrsrsrs... aaaahh naum vou matar a FeiaTriz ainda naum rsrsrsrs... ELa vai sofrer vivinha da silva ^-^ o q achou deles juntos? rsrsrs Bjssssss Teh maissss

Mah, q bom q vc me achou!!!!!! rsrsrsrsrsrsrs Eu naum contei em quatro faces q ia fazer cont pra naum estragar o impacto do Harry ter morrido rsrsrsrs... Mas me fala o q achooou viu? Rsrsrs Bjssssss

Julia, puxa, fico mto feliz por vc ter gostado e estar gostando ^-^Logo logo o Harry lembra ^^ Espero q vc esteja aki pra ver ^^ hehehehe o Thiago eh uma graça neh rsrsrsrsrs... Tadinha da Mione msm... Mas logo logo vai valer a pena :D Continue por aki, sim? Bjsssss

Nick, Gostou do encontro? Espero q tenha gostado :D Tomara q eu naum demore msm :D:D rsrsrs Bjssssss

Nayara, vc me achou na comu? Q legal!!! Espero naum tenha se arrependido rsrsrsrs... Aaaahh naum tenha um troço naum :D Continue por aki, pra ver o final... hehehe... Me fala o q achou tah? Bjssssssssssss

Shay, moh da Mione neeehh? Mas vai valer a pena, logo logo, rsrsrsrs... O Harry naum ia ter coragem de machucar ela de verdd rsrsrs... Mas o q vai acontecer eu naum vou contar rsrsrs... Vc vai ter q ficar por aki pra ler :D hehehe.... Jah tah add ^^ Bjsssssssss

Poly, hauhauhauauha verdd, tirando a varinha, tah bom neh? rsrsrsrs... Mas nesse cap jah melhorou :D A gIna eh cabeça de ovo msm neh? rsrsrs iiihhh nem t conto hehehe... Mas se o Draco me dissesse naum... eu certamente naum contestaria hehehe... Continue por aki, tah? Bjssssss

Aline e Júlia, postadooooo... rsrsrsrsrsrsrs Mtssss Bjssss Teh maisssss


^-^

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Comentários (1)

  • Isis Brito

    TUDO MUITO LINDO, MUITO PERFEITO!!Eu ainda estou sem palavras pra dizer o quanto estou adorando essa fic!!Harry, mesmo sem memória, já está apaixonado pela Mione de novo...Ownnnn... *----------*Ai, ai... Amanhã eu continuo a ler! xDParabéns pela fic mais uma vez! =D 

    2012-08-06
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