Save me from myself



******Esse cap longuíssimo é dedicado pra Lety Snape.******

(Lety, o seu nome é tão Snaposo que eu decidi dedicar à vc... ^^ Muito Snape para uma Snape!!!)

(O titulo do cap é o titulo de uma musica da Christina Aguilera... ¬¬’... Mas não se enganem, A Christina é a única popstar que eu curto!)

Nham, sim: E comentem muuuuuito!

Bjokas pra todas a minas e minos!

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Capitulo 14. Save Me From Myself

A manhã de sábado chegou alegre e cantarolante. Snape havia saído do castelo logo cedo para buscar alguns ‘musgos fedorentos’ para uma poção da turma de estudos avançados. Ele caminhava com as vestes negras farfalhando, enquanto passarinhos voavam felizes cantando em algazarra e dando rasantes em sua cabeça...

- Estupefaça! – Grunhiu o bruxão mal humorado. E dois passarinhos caíram paralisados no chão.

Ele estava quase chegando à porta do castelo quando uma esquilinha passou correndo em sua frente. Ele parou por um instante. Respirou fundo para não soltar uma maldição imperdoável na criatura.

- Maldita criaturinha peluda!!! – Disse ele rabugento para o ar.

Mas logo em seguida, um outro esquilo passou correndo em sua frente, agarrou a esquila e tentou um acasalamento forçado. Já era o suficiente para Severo.

Pobre esquilo. Resolveu importunar a dama esquila na frente do mestre de poções bem quando este estava em um de seus acessos de mau humor. Snape, que ainda estava de luvas, pegou um punhado de ‘musgo fedorento’ que havia acabado de colher e atirou um punhado certeiro no esquilo macho, que cambaleou, e logo em seguida farejou o ar. Percebeu que o cheiro desagradável vinha de seu pelo, olhou para Snape e chiou indignado com a agressão. Snape fez uma de suas piores caretas e grunhiu alto mostrando os dentes:

- GRRRRAAA!

O esquilo olhou apavorado e fugiu, deixando em paz a pobre esquila assediada.
Ele caminhou rapidamente para e entrada principal, teria muito que aprontar antes do almoço que ele iria na casa de Hagrid.

Entrou no castelo virou e fechou a porta bem em tempo de ver os passarinhos que ele havia estupefeito recuperarem os movimentos. Bateu a porta, e voltou o corpo para o salão de entrada. Com um susto viu a mulher em pé em frente à porta com um sorriso cínico.

Hermione estava ali, à poucos metros. De fora do castelo ele não tinha visto-a, pois o contraste da luz clara do dia que o rodeava do lado de fora, não permitia aos seus olhos ver quem estava no interior escuro do castelo à apenas alguns metros da porta do saguão.

Snape embrulhou o ‘musgo fedorento’, colocou-o numa sacola de couro, arrancou as luvas e guardou-as na sacola também. E disse estendendo uma mão:

- Bom dia.

- Dia não muito bom para a fauna silvestre de Hogwarts. – Disse ela com um sorriso enviesado recusando apertar a mão de Severo. – Você sempre acorda com todo este bom humor? – disse a mulher sarcasticamente.

Snape recolheu a mão estendida acanhadamente e perguntou:

- O que você esta fazendo aqui?

- Ah sim... Severo Snape... Sempre educado... Sempre receptivo. – Disse a moça azeda. Mas continuou: - Não acho que seja de sua conta, mas tudo bem. Eu vim aqui, pois McGonagall e Hagrid me convidaram para um almoço.

- Você também vai? – Perguntou Snape com uma sobrancelha atrevida levantada.

- Eu é que pergunto: ‘VOCÊ’ Também vai? – Disse Mione com desdém.

Snape não estava entendendo tanta hostilidade. Aqueles modos não eram característicos na moça. “Por que será que ela está tão agressiva?” – Pensou o bruxão.

- Pelo jeito, alguma influência eu tive sobre você... – Disse Snape.

Hermione endureceu a postura. Será que o mestre havia percebido que ela estava brava com ele? Será que ele iria desculpar-se. Ela estava louca para que ele o fizesse, assim poderia voltar a investir no professor.

- Quero dizer... Esses anos todos tendo aula comigo deixaram-na tão educada e receptiva quanto eu. – Disse Snape em uma reprimenda velada à moça.

Hermione bufou. Não era isso que esperava ouvir. Talvez ela tivesse que ser mais dura:

- Creio que não professor. Acho que meu temperamento agressivo de hoje deve-se exclusivamente à variação hormonal característica à todas as mulheres em determinado período do mês. – Disse ela satisfeita ao ver a cara vermelha do professor. Com certeza ele havia percebido que ela estava falando sobre Tensão Pré-Menstrual, e o assunto tão intimamente feminino chocou-o. – Agora o senhor não é mulher, mas parece que está o tempo todo nessa dita (ou maldita) variação hormonal não é?

Snape não sabia o que dizer. A moça estava abertamente falando sobre intimidade feminina, e o pior, comparando-o com esta. Ele, por alguma razão, decidiu flagelar-se:

- Não ‘senhorita Granger’, é só as agruras de um ‘velho’. – Disse Snape amargamente. Ele sentia o peito apertar quando pensava na diferença de idade entre os dois. Quando lembrava que era quase vinte anos mais velho que a garota, era como se levasse uma punhalada. Snape era um homem com pensamento medieval. Ele levava muito à serio a diferença de idade. E depois que começou o estranho relacionamento com Hermione, várias vezes ele puniu e reprimiu seus pensamentos íntimos, pois sentia como se estivesse praticando pedofilia.

Hermione olhou perplexa para o professor. Como um homem tão sexy poderia estar com a auto-estima tão baixa – Pensou ela.

- Má educação não é característica dos ‘velhos’. Ou você alguma vez, enquanto Dumbledore era vivo, o viu sendo injusto ou mesmo mal educado com alguém? – Disse Mione mal humorada.

Ela havia tocado na ferida. Snape ainda sentia muito a falta de Dumbledore. O velho bruxo fora o exemplo mais próximo de um pai, que ele já tivera. Lembrar de Dumbledore era lembrar da tarefa tão dolorosa que teve que cumprir para o bem do mundo trouxa e bruxo: Matar Dumbledore. Ele ainda não havia se recuperado da tarefa. E por alguma razão Hermione tocou-o mais do que qualquer um poderia. Ele engoliu em seco por não ter uma resposta para aquilo, e sentiu uma súbita vontade de vomitar.

Hermione percebeu que havia tocado em algo delicado. Sentiu-se mal por ter sido tão agressiva. Mas quando ia pedir desculpas, o bruxão girou nos calcanhares e saiu à passos largos pelo corredor, sem nem ao menos se despedir. Então ela sentiu novamente a raiva fervilhar em suas veias. Hermione nunca gostou de ser deixada no ‘vácuo’ por ninguém.

Em poucos segundos ela se viu sozinha. A raiva tomou conta de seu corpo. E da mesma forma que fazia quando era criança, ela mordeu o meio do dedo indicador para reprimir um grito de ódio, e pulou insatisfeita, batendo o pé direito no chão com toda força que poderia.

- Esta serrr uma nova dança? – Perguntou alguém às costas dela.

Hermione voltou-se para o lado da voz, e extremamente envergonhada, ela viu o moço parado perto das escadas.

- Ola Herminini.

- Desculpe. Eu o conheço? – Perguntou Hermione insegura. Muitas vezes ela se deparava com pessoas que sabiam seu nome por ela ser primeira ministra trouxa, mas que ela não conhecia.

- Sim. Você conhecerrr. – Disse o rapaz.

Hermione realmente achou aquela voz conhecida, e algo nos olhos do moço remetiam-na ao passado. Mas quem seria ele?

O jovem parecia divertir-se com a falta de memória da bruxinha. Então, decidindo que já era hora de acabar com o mistério, ele disse:

- Victor Krun. – Disse estendendo a mão.

Hermione pegou a mão do moço em um aperto suave, e olhou para ele com mais atenção, mas agora ela olhava maravilhada. A barba curta e bem desenhada dava ao moço um ar de seriedade e responsabilidade. Parecia um executivo trouxa. Ele estava vestido com um terno cinza escuro que delineava o tronco em uma forma triangular. Os ombros largos testemunhavam a força de atleta que provavelmente o bruxo mantinha. E agora, ela pode perceber, ele estava com uma postura mais firme e ereta.

Victor olhou para a mão que permanecia junta com a de Hermione. Eles por muitos anos haviam se comunicado por cartas, até que problemas de uma vida de negócios dele, e atribulações de uma vida política por parte dela, findaram a comunicação entre ambos. Ele puxou a mão dela que ele que segurava fazendo com que ela aproximasse o corpo. Estavam à poucos centímetros um do outro. Hermione abriu um sorriso, e sentindo que podia, deu um abraço apertado no rapaz. Um abraço digno de velhos amigos.

*******

Snape fugiu sem nem ao menos dizer tchau, pois foi acometido por uma vontade louca de vomitar. Já longe dos olhos de Hermione, ele colocou a mão na boca e desatou uma corrida para o primeiro banheiro que encontrou. Abriu violentamente a primeira porta e jogou-se de joelhos em frente ao primeiro vaso sanitário, e com a cabeça quase enfiada dentro do vaso, ele levantou os cabelos que lhe caiam como uma cortina no rosto, e expeliu todo o café da manhã daquele dia.

Desde os 10 anos de idade, depois da morte prematura de sua mãe, Snape nunca mais derramou uma lágrima. No entanto, segurar tanto sofrimento era como chicotear a si próprio. Ele terminou, e pegando a varinha do bolso, ele conjurou um pequeno feitiço para amarrar os cabelos no alto da nuca.

Ficou algum tempo abaixado, ali naquela posição. Sua cabeça corria pelos fatos ocorridos durante o ultimo ano de vida de Dumbledore, ate o dia que ele teve que cumprir a promessa de matar o velho bruxo. Com esse pensamento, ele agarrou o vazo novamente e vomitou mais uma vez.

- Dumbledore. – Disse Snape amargamente olhando para o botão da descarga. Depois de um tempo, tomando o cuidado de ter certeza que não tinha mais nada que pudesse sair contra sua vontade, ele levantou-se bem em tempo de ouvir um choramingo em suas costas.

- Murta. – Disse ele fraco.

- As pessoas só aparecem aqui para fazer essas coisas! – Disse a fantasminha indignada.

- Ah, cale-se! – Disse Snape azedamente.

- Isso aqui é um banheiro feminino! O que você faz aqui? – Disse a alma penada.

- Não é de sua conta sua tontinha! Eu ainda sou o diretor da sonserina lembra? Posso arranjar uma moção para que você abandone o castelo! Agora saia daqui! Vá assombrar um lavabo! – Disse Snape mal educado.

- UNHÉÉÉE... UNHÉÉÉÉ.... – Berrou a fantasma em um choro indignado entrando pelo encanamento de uma das pias.

-Fantasma idiota! – Disse Snape para o encanamento enquanto dava descarga nos restos mortais do que fora seu café da manhã.

*******
A diretora caminhava disparando reprimendas aos alunos. Estava mais dura com todos hoje, pois não estava tendo uma manhã muito boa.

Assim que descobriu sobre o almoço na casa de Hagrid, McGonagall pediu para que o meio gigante autorizasse-a a levar uma companhia. Minerva à muito havia notado a aproximação entre Hermione e Severo. Os dois combinavam em alguns quesitos importantes em uma relação: o desejo obvio que um sentia pelo outro e a admiração mutua pelas façanhas que cada um havia realizado. Minerva não sabia ao certo se já poderia dizer que havia amor, mas sabia que o primeiro empecilho à união, era a cabeça dura de ambos. Então, precisaria de muita ajuda externa e força de vontade para uni-los.

Então, naquela manhã, ela chamou Hermione mais cedo, sob a desculpa de precisar falar com ela a respeito de uma suposta palestra ‘sobre a influencia do mundo trouxa sob o bruxo’. A velha bruxa sabia que Mione nunca iria se negar a passar informações às outras pessoas. Então, mesmo não existindo uma ‘semana trouxa na escola’, McGonagall inventou uma, para que Mione pudesse chegar mais cedo para o almoço de sábado na casa de Hagrid, sob o pretexto de acertar detalhes sobre a ‘palestra’.

Na verdade Minerva ficou satisfeita com a desculpa, pois de qualquer forma, esta, além de fazer Hermione chegar mais cedo, faria também que ela retornasse ao castelo em um dia normal, possibilitando um novo encontro entre a moça e o mestre de poções. Então, assim que Bruxinha chegou ao castelo, Minerva combinou alguns detalhes rápidos e disse que estava ocupada, deixando a moça sozinha para vagar por Hogwarts, e eventualmente encontrar-se com Snape.

Estava tudo certo. Até que descobriu, pelos lábios do próprio Snape em um encontro casual nos corredores da escola, que o novo ajudante dele era Krun, e por uma infelicidade do destino, este havia sido convidado pelo próprio Snape para acompanha-lo no almoço na casa de Hagrid.

Ela conhecia a vida de seus alunos, porém a de alguns mais do que outros. E Hermione era uma das alunas que ela conhecia e sabia cada detalhe do que a moça havia passado na escola. Dessa forma, ela tinha conhecimento do antigo relacionamento que a garota tivera com o ex-jogador de quadribol. E este fato poderia reaproximar o antigo casal, colocando tudo que ela havia planejado a perder.

Conhecendo bem Severo como ela conhecia. Sabia que ele, mesmo sem querer, iria acabar metendo os pés pelas mãos. Deixando o caminho livre para outro se aproximar da fragilizada ministra trouxa.

Apertou o passo. Teria que corrigir alguns pergaminhos antes do tão esperado almoço. Entrou em sua sala de aula. Os pergaminhos de redação já estavam empilhados e organizados por turma. Ela iria pega-los e voltar para seus aposentos. Mas decidiu lavar as mãos antes de pega-los para evitar uma eventual mancha em algum trabalho. Entrou no lavabo da sala e com um susto deparou-se com a imagem incorpórea e perolada de Murta que geme. Sentada no vaso de privada a fantasma soluçava baixinho.

- O que faz aqui? – perguntou minerva duramente.

- UNHÉÉÉÉE – Berrou murta em um choro incontido.

- Cale-se! Você esqueceu qual banheiro pode assombrar?! O que esta fazendo aqui? Sabia que como diretora eu posso manda-la para bem longe de Hogwarts com uma moção??? – Disse Minerva com um ar severo.

- Aiiii! Eu não tenho mais lugar para viver! – Lamentou-se Murta.

Minerva revirou os olhos com a referência de Murta à palavra viver. E estalando a língua ela perguntou:

- Porque não está assombrando seu banheiro?

- FUI EXPULSA DE LÁ POR AQUELE MORCEGO VELHO! – Disse a fantasma gritando indignada.

- Snape? – Perguntou Minerva pela primeira vez interessada na conversa com Murta.

- Claro! Que outro morcego velho a senhora conhece? – Disse murta maldosamente.

- Murta! O nome dele é Professor Snape. Se eu ouvi-la novamente se referindo à um professor por apelidos eu juro que te expulso dessa escola! – Avisou a bruxa ameaçadoramente, fazendo Murta encolher-se um bocadinho. – Agora diga-me. O que Snape estava fazendo em seu banheiro?

- Cuidado professora. É essa curiosidade da senhora que faz sua fama de fofoqueira. – Disse Murta com a voz fininha destilando puro veneno.

- Responda minha pergunta! – Disse Minerva ignorando a ofensa que a fantasma havia lhe feito.

Murta ficou chateada por não ter conseguido irritar a velhota com a afirmação. Mas a vontade de fofocar para alguém o que ela havia presenciado do professor era muito maior. Então disse:

- Ele entrou no meu banheiro para vomitar.

- Snape? – Disse Minerva com uma ruga entre as sobrancelhas.

- Sim senhora. Ele entrou em meu banheiro. Parecia muito chateado. Não sei... Ele correu para o primeiro box, e vomitou... Acho que a chateação dele tinha algo a ver com o Ex-diretor Dumbledore, porque ele disse o nome do falecido assim que terminou de fazer aquela porcaria toda em meu box preferido... Será que o quadro do ex-diretor ofendeu-o? – Perguntou Murta curiosa. – Porque aquele quadro é muito impertinente! Uma vez aquele retrato abusado disse que eu parecia uma daquelas gordotas das pinturas renascentistas! – Finalizou Murta com uma bufada.

Minerva ouviu apenas as primeiras afirmações de Murta. Estava chocada. Ela sabia que no passado, quando a morte de Dumbledore ainda era recente, Snape havia agido dessa forma por alguns meses. Mas não fazia idéia de que o bruxão ainda sentia tanto a morte do ex-diretor.

Ela suspirou pesarosa. E sentindo um peso de dor, compartilhou novamente da aflição de Snape. Ela sabia que a tarefa que o bruxo tivera que cumprir foi muito dura. Ela mesma não sabia se teria coragem de cumprir tal tarefa. Assassinato era algo muito pesado, mesmo com o consentimento da outra parte. E ter de assassinar um amigo, era no mínimo cruel.

Minerva deixou a fantasma sozinha em seu lavabo e resolveu deitar-se um pouco antes da hora do almoço ao invés de corrigir os trabalhos. Estava triste. E não teria cabeça para mais nada naquela manhã.

******

Snape saiu do banheiro. Estava decidido à falar com Hermione novamente. Só em pensar na mulher ele sentia o coração pulsar na garganta, e um calor abrasador nas calças.

Não sabia ainda o que iria dizer, mas iria tentar voltar às boas com a moça. Ele sabia que ela, por alguma razão desconhecida, estava brava com ele. Ela era a primeira chance de relacionamento que ele tinha em anos (talvez de sua vida), e não estava nem um pouco inclinado à perde-la. Mesmo que isso significasse ter de se desculpar por algo que ele nem sabia o que era.

Andou à passos largos em direção ao saguão de entrada. Talvez ela ainda estivesse lá – Pensou ele sentindo o coração na garganta.

Alcançou o lance de escadas que dava para o rol de saída e parou com se tivesse virado pedra com a visão que se descortinou logo abaixo, ao pé da escada.

Hermione e Krun ainda estavam abraçados. Victor estava segurando a nuca da moça contra seu ombro. E Mione estava com as duas mãos pousadas nas costas do jovem bruxo.

Snape, agora recomposto do choque, colocou no rosto sua melhor mascara de indiferença e pigarreou alto.

Hermione olhou para o alto da escada, onde o bruxão estacara. Ela viu-o pegando com cada mão uma beirada da capa, e puxando esta quando cruzava os braços, como se estivesse se agasalhando.

Fechar a capa daquele jeito sempre fora um ato reflexo, que Snape fazia instintivamente quando sentia-se ameaçado. Então, com os braços cruzados em cima do peito ele levantou uma sobrancelha e disse:

- Vejo que já conheceu meu novo ajudante senhorita Granger.

A bruxinha percebeu que ainda estava abraçada à Victor, e soltando-o rapidamente disse:

- Ajudante?

- Sim. O ministro da magia chamou-me para investigar um suposto surto de ‘perda repentina de magia’. Isto inclui você.- Disse Snape mansamente - Em breve o senhor Krun ira fazer com a senhorita um questionário que eu desenvolvi...

- Já está na hora de irmos para casa de Hagrid? – Disse Hermione interrompendo.

- Creio que ainda falta uma hora para sairmos. – Disse Snape descendo as escadas e parando em frente ao casal. – Talvez nos possamos adiantar esse trabalho enfadonho senhor Krun. Que tal se o senhor usasse esta uma hora que nos resta antes do almoço para aplicar o questionário com a ministra? – Disse Snape indiferente.

- Sim senhor. Poderíamos senhorita? – Perguntou Krun dirigindo-se à Hermione.

- C-claro. – Disse Mione entre um gaguejo apavorado e ao mesmo tempo satisfeito. O que será que Snape estaria pensando? Será que ele está com ciúmes? – Ela se perguntava.

- Então devemos ir para um lugar que possamos estar sentados. Que tal a biblioteca? – Sugeriu Krun.

- Ótimo – Disse hermione recomposta. Ela pegou no braço de Krun e disse: - Vamos?

- Ah... Creio que a biblioteca não seja uma opção viável – Disse Snape – Madame Pince não gosta de falatório.

Hermione olhou para baixo deixando os cabelos caírem na face para esconder o meio sorriso de satisfação que ela não estava conseguindo conter. Snape provavelmente queria-a por perto. Não queria que ela ficasse sozinha com Krun. – Pensou ela - Mas o sorriso logo sumiu quando ela ouviu as novas palavras de Snape:

- Podem conversar em meus aposentos. Lá tem uma ante-sala. Creio que a senhorita Granger já conhece o caminho não é? - Disse ele retoricamente, e continuou: - Eu estarei com Minerva na sala da lareira ao lado do salão principal esperando por vocês.

Hermione engasgou com a própria saliva. Snape estava empurrando-a para Krun? Ela arregalou os olhos de indignação. Ela sentiu um aperto no coração, e uma vontade súbita de chorar. Mas engoliu o choro duramente e disse:

- Ótimo. Mas o senhor não ira aparecer subitamente não é?

- Não - Disse Snape sentindo um solavanco de susto no estomago – Como eu disse, estarei na sala da lareira com Minerva. Não esqueçam que sairemos ao meio dia.

E levantando a própria varinha para o alto, Snape fechou os olhos e com um feitiço não verbal, desfez as proteções de seus aposentos.

- Pronto. Podem ir. – Disse se virando e largando o casal sozinho.

Hermione ficou embasbacada por alguns instantes, mas logo recobrou a razão e foi com Krun para os aposentos de seu antigo professor de poções.

*******

- Por um acaso você viu a senhorita Granger – Perguntou Minerva quando viu Snape entrar pela porta da sala da lareira.

- Sim. – Snape respondeu seco.

- E? – Perguntou Minerva esperançosa.
- “E” o que? – Perguntou Snape rabugento.

- Prensei que estariam juntos... Conversando – arriscou Minerva.

- E o que ela iria querer com... Como foi mesmo que ela disse naquele almoço? Ah sim: “VELHO ASSANHADO”. – Disse Snape amargamente.

Minerva percebeu o desagrado do professor. O que teria acontecido – Pensou. – Então perguntou:

- Onde ela esta?

- Ah... Ela esta na ante sala dos meus aposentos com meu novo ajudante Victor Krun. – Disse Snape jogando-se pesadamente numa poltrona ao lado da que Minerva estava sentada.

- Hummm. – Minerva gemeu em compreensão. – Severo, eu não sou a sua mãe. Mas eu conheço-o desde quando eu coloquei o velho chapéu seletor em sua cabeça. Tanto eu quanto Dumbledore sempre tivemos uma atenção especial com você. Seu talento acadêmico e sua coragem sempre foram características que eu admirei em você. Por um tempo, logo que você chegou, eu não entendi o porque você não foi escolhido para a Corvinal (na verdade eu sempre me perguntei sobre isso com relação à Hermione também) – Disse Gonagall levantando sugestivamente as sobrancelhas - . Eu cheguei até a sentir uma certa inveja de meu colega diretor de sua casa, o professor Slugorn, pois ele tinha de longe o melhor aluno de toda a escola. Mas mais cedo que eu gostaria você mostrou talento também para as artes escusas da magia. Talvez eu tenha determinada culpa nisto. Eu o via sendo perseguido o tempo todo pelos integrantes de minha casa. Mas você sempre soube se defender. Talvez se eu tivesse sido mais dura com meus alunos... Talvez... Talvez... Talvez... – Disse a bruxa com um olhar triste – Mas não posso mudar o passado. Por mais que eu queira, eu não posso. Dumbledore o tinha como um filho. E eu não posso deixar de sentir o mesmo que ele. Pois quando seu caráter foi posto à toda prova, você reagiu voltando-se para o lado correto. Você pode não sentir isso, mas eu tenho plena convicção, que se não fosse por sua coragem, seu empenho, sua batalha, seu desapego com sua própria vida (que muitas vezes você colocou em risco pela causa) nos não estaríamos aqui. Harry não teria derrotado Voldemort. Essa escola não mais existiria.

Minerva suspirou com tristeza, e esticando a própria mão ela pegou atrevidamente a mão de Snape que estava pousada sobre o braço da poltrona. E disse:

- Quando você vai dar uma chance à si mesmo e se perdoar ‘meu filho’?

Snape, que ouvira tudo calado não retrucou. Nem poderia. Sentia que se abrisse a boca naquela hora, poderia acabar extravasado o nó na garganta que estava sentindo. Então fechou um pouco os dedos, de forma a apertar levemente a mão de Minerva. E permaneceu olhando quietamente para as cinzas da lareira forçando o máximo que podia uma cara de indiferença.

Os dois bruxos permaneceram daquela forma, e mantendo um silêncio cúmplice até ouvirem os passos dos dois jovens se aproximando no corredor.

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