Elijah Sirius Black
- O que? Ela disse isso pra você?- Perguntou Hermione no quarto de Rony onde os três estavam conversando. – Está brincando!
- Não, ele não está Mione. – Afirmou Rony fielmente. – Ouvi tudo.
- Mas... Mas... Sirius nunca disse nada pra gente! – Exclamou indignada.
- Por acaso está levando essa mulher a sério Hermione? – Perguntou Harry zangado.
- Pode ser sabe Harry. Realmente poderia ter acontecido isso! – Disse
Hermione com cuidado.- Quando Voldemort te atacou (francamente Rony para com isso já está na hora de agüentar ouvir esse nome) todos pensaram que Sirius havia denunciado você e seus pais, então Eline, supostamente sua madrinha, poderia não ter querido encontrá-lo. Ele teria denunciado a melhor amiga dela e seu marido Thiago! Provavelmente como todos, deve tê-lo achado um traidor! E Sirius quando saiu de Askaban, não foi encontrá-la ou não nos falou dela porque provavelmente ficou com raiva de que ela tivesse acreditado em tudo que vinham falando dele! E não culpo nem ele e muito menos ela Harry veja bem... Foi um grande mal entendido! É claro que ela devia ter acreditado nele visto que era marido dela, mas Harry, às vezes até as pessoas mais intimas nos desapontam! E ele não pensou nisso, e não culpo também porque também esperaria que meu cônjuge fosse um dos poucos que acreditasse em mim!
- Hermione você fala de mais. – Disse Rony olhando assustado para a amiga.
- Ah Rony, pelo amor de Deus. Você é ridículo. – Disse Hermione com desprezo.
- Ah, Mione, pode até ser que isso tenha acontecido – Disse Harry ignorando a briga dos dois – Mas, como eu vou saber se ela está falando a verdade?
- Por que você não vê o álbum que você ganhou de Hagrid no primeiro ano com fotos dos seus pais e você? Tinha fotos do casamento deles não é? – Respondeu Hermione prontamente. – E pelo que eu lembro, quando você descobriu Sirius foi a primeira vez que você o viu na foto. Não tinha prestado atenção nele antes. Quem sabe acontece a mesma coisa agora.
- Sua memória é incrível Mione! – Exclamou Harry indo até seu malão e pegando o álbum e deixando Hermione corada.
Foi folheando as páginas até deparar com uma foto...Seu pai abraçando sua mãe que segurava o Harry bebê no colo. Ao lado de seu pai estava Sirius e ao lado de sua mãe estava aquela secretária, Eline bem mais nova.
- É Harry, acho que você achou mais um membro da sua família. – Disse Rony assustado.
- É ela? – Perguntou Hermione que, Harry havia esquecido, não tinha estado lá.
- É sim. – Respondeu Harry com a voz trêmula.
- Ah Harry... Que bom. – Respondeu Hermione incerta.
- Ah, não sei se é bom. Ela não quis me ver Hermione, todo esse tempo. – Disse Harry abaixando a cabeça tristemente.
- Mas não era essa atitude que você queria que Gina tivesse? E eu e Rony também? Não ficar ao seu lado para Voldemort não nos usar contra você? – Disse Hermione triunfante.
- Bom, é... – Sussurrou Harry.
- Acho, que quando Edwiges chegar, ela vai ter uma carta para entregar. – Disse Rony rindo.
- Também acho que sim. – Disse Harry sorrindo constrangido.
Nos dias que passaram, Harry não via sinal de Edwiges. Rony, Hermione, Gina e Harry divertiam-se jogando quadribol, snap explosivo e xadrez de bruxo. Rony fazia tudo com mágica e com os freqüentes olhares apreensivos de Hermione, sempre dizia “Sou maior de idade”.
No dia anterior a véspera do aniversário de Harry, todos já estavam durmindo e Harry só conseguia pensar em Edwiges, deitado no colchão no chão. E se ela chegasse? O que escreveria para sua madrinha? Deveria mandar carta por corujas? Será que não seria interceptada? Então Harry lembrou que interceptou sem querer uma carta que não foi enviada por coruja. Uma carta destinada à Voldemort. Olhou para sua calça que havia chegado da casa dos seus tios e tinha jogado em cima do malão e pegou a carta dentro do bolso.
Leu uma, duas, três vezes. Mas só uma parte o intrigava além da assinatura: “Roubei a Horcrux verdadeira”... “A Horcrux...”. E lembrou-se de Dumbledore dizendo “Ele estava se referindo à suas Horcruxes, no plural Harry, o que acredito que nenhum outro bruxo jamais tenha possuído”. Será que RAB não sabia da existência de outras Horcruxes? “Enfrento a morte na esperança de que, quando você encontrar um adversário à altura, terá se tornado outra vez mortal”. É claro! Ele achava que Voldermort havia feito só uma horcrux! Se não, não acharia que ele se tornaria mortal! É claro! A euforia tomou conta de Harry e quando ia acordar Rony, Edwiges adentrou o quarto pela janela piando satisfeita e pousou ao lado de Harry.
- Olá Edwiges – Sussurrou Harry. – Lamento, mas vou escrever uma carta pra você entregar para mim.
Edwiges piou em um tom de afirmação e lealdade.
Por onde começaria? Tentou várias coisas até conseguir escrever:
Eline,
Gostaria de pedir desculpas sobre o jeito que tratei a senhora.
Amanhã é meu aniversário. Gostaria que viesse onde estou para conversarmos.
Conhece A Toca? É a casa do Sr. Weasley que trabalha no Ministério.
Talvez a senhora poderia falar com ele e vir com ele também.
Desculpa mesmo,
Harry Potter
-Acho que ficou boa. – Sussurrou Harry para Edwiges amarrando a carta na sua pata direita. – Não sei onde Eline Black mora, por isso estou amarrando, talvez você se canse de segurá-la. Se não achar a casa dela, vá ao ministério. Ela trabalha lá. Mas vá durante o dia está bom?
Edwiges deu uma bicada na orelha de Harry e saiu pela janela.
Harry olhou para sua coruja das neves voando pela noite, deitou no colchão e fechou os olhos. Amanhã poderia falar com Hermione sobre o que concluíra sobre a carta de R.A.B.
- Harry, é mesmo! - Exclamou Hermione impressionada ao escutar o relato de Harry sobre o que descobrira sobre a carta. – Como não pensei nisso antes? Mas... Mas no que isso te ajuda?
- Ah, não sei ainda Hermione. Mas eu tenho que saber não é mesmo? – Diz Harry sorrindo.
-Ah, sim. – Diz Hermione olhando para Rony que estava mechando na colcha da sua cama. – O que foi Rony?
- Não sei... Acho que ele deve ter sido comensal... não sei.. – Diz Rony incerto.
- Também acho Rony. Eu estava pensando nisso ontem à noite. – Concorda Harry.
- Mas Harry, Rony, pelo amor de Deus vocês dois! – Exaspera-se Hermione - Ele saber sobre o segredo de Voldemort não quer dizer que ele seja um comensal! Ele pode ter sido, mas não é obrigatório.
- Hermione, ele teria que ser do círculo íntimo de Você-Sabe-Quem! – Rebate Rony mais confiante agora que Harry concordara com ele - Pra saber de uma coisa dessas...
- Mione, acho que ele seja comensal porque as informações que Dumbledore teve sobre o assunto foram colhidas de gente que não seriam persuadidas tão fácil assim. Imagine que na época que essa pessoa escreveu essa carta, ou antes, quando reuniu provas da existência da Horcrux, as pessoas estavam atordoadas demais para confiar suas lembranças a alguém que demonstrava tanto interesse em Voldemort! Acho que alguém que conviveria com Voldemort tanto tempo pudesse reconhecer as marcas em seu rosto de uma alma dividida como disse Dumbledore. Mas ele imaginava que fosse só uma.
- Mas quanto a descobrir o local Harry? – Pergunta Hermione ainda não convencida, acostumada a ser quem deduzia tudo.
- Não sei Hermione. – Diz Harry impaciente - Estou só tentando descobrir isso. Imagine Hermione! Alguém da Ordem. Não poderia ser! Dumbledore mesmo não tinha certeza sobre isso na época! Alguém comum. Estaria muito assustado a enfrentar Voldemort! Quem tinha coragem estava na ordem! Alguém comensal. Muito mais provável. Escutava mais coisas sobre a vida de Voldemort, estava perto o suficiente pra descobrir tudo e descobrir também o local. Mesmo que não saibamos como.
- Ok, ok Harry! Mas em que isso nos ajuda? – Reclama Hermione insistente.
- Você mesmo concordou que ele deveria saber tudo o possível. – Finalizou Rony rindo.
Hermione emburrou-se.
- Ah pelo amor de Deus, não vão brigar de n... EDWIGES! – Harry sai em direção a sua coruja branca e abre a janela pra que ela entre. Ela sai voando pelo quarto e pousa no ombro de Harry largando uma carta no seu ombro. Harry olha para o papel e nota que Hermione e Rony os olhavam confusos.- Escrevi para Eline sabem... Ontem à noite quando Edwiges chegou. – Disse abrindo a carta.
Harry,
Fiquei tão feliz em receber sua carta!
Gostaria muito, muito mesmo de ir à casa do Sr. Weasley.
Já falei com ele hoje ainda agora e ele disse que me leva amanhã, no seu aniversário.
Fico muito contente que você tenha me perdoado.
Ou pelo menos esteja tentando perdoar.
Temos tanta coisa para conversar...
Espero que eu seja pra você uma família que eu sei que é o que precisa.
Com carinho,
Eline Black
Quando acabou de ler, mostrou-a para Rony e Hermione.
- Que ótimo Harry! Espero mesmo que vocês se entendam de verdade! – Desejou Hermione de coração.
- Legal. – Disse Rony sorrindo.
- É, legal. – Disse Harry olhando para a janela desejando que chegasse logo amanhã.
Mas o dia passou rápido. Rony, Harry, Gina e Hermione foram fazer um piquenique no jardim da Toca. Sentaram-se em uma toalha e levaram um lanche dentro da cesta. Ficaram conversando e contando piadas a tarde toda e a noite caiu sem que ao menos sentissem o tempo. À noite ninguém foi jantar. Ficaram somente os quatro e a Sra. Weasley que parecia muito deprimida.
- Mamãe, não fique assim. Amanhã papai vem com certeza. – Disse Gina consolando a mãe quando iam subir para dormir.
- Eu sei querida. Vou dormir. Estou cansada.
O ânimo que Sra. Weasley não tinha pareceu passar para Harry que esperava ansioso pelo dia seguinte. Foi dormir e não conseguia pensar em mais nada além na sua madrinha que viria visitá-lo. Adormeceu e sonhou que Sirius e Eline vinham trazendo notícias sobre a morte de Voldemort, que caiu da escada e partiu o crânio.
- Harry, feliz aniversário! – Disse Rony sacudindo o amigo. – Acorde, acorde!
- Que foi Rony? – Perguntou Harry resmungando e sentando-se.
- Vamos tomar café! Acho que papai já trouxe sua madrinha! – Exclamou Rony alegremente - Ele deve ficar em casa o dia inteiro!
Harry levantou-se de um salto e correu para se arrumar. Desceu com Rony calmamente para não demonstrar ansiedade. E lá estava ela sentada ao lado de Sra. Weasley. As duas pareciam estar se dando bem e Sr. Weasley estava lendo o Profeta Diário.
- Ah, Harry! – Exclamou Eline levantando-se - Feliz aniversário! Tome aqui. –
E entregou-lhe um embrulho bem pequenino e fino, mas no meio havia uma protuberância.
Harry foi abrindo o embrulho rapidamente, ansioso pelo que encontraria. Quando desembrulhou encontrou uma carta e uma caixinha de veludo azul igual às caixinhas que carregam anéis de casamento. Primeiro abriu a caixinha e havia um anel de ouro com um pequeno rubi de enfeite. Olhou para sua madrinha indagador.
- Era um anel de sua mãe. – Disse Eline com lágrimas nos olhos - Seus avós deram pra ela quando souberam que entrou para a Grifinória. Dourado do ouro e vermelho do rubi entende? Sua mãe passou a guardar nessa caixinha depois que passou a usar a aliança de casamento com seu pai que usava no mesmo dedo. Ela me deu esse anel para recordação quando entrou pra Ordem, pois não sabia se sairia viva.
Harry olhou para o anel e de repente sintiu imenso carinho por aquela mulher que mal conhecia.
- Abra a carta, por favor Harry. – Pediu Eline ansiosa.
Harry entregou a caixinha a Rony que continuava ao seu lado e foi abrir a carta.
Querida Eline,
Indo direto ao assunto,
Gostaria que fosse madrinha do meu pequeno Harry.
Se quiser, mande-me uma carta.
Beijos,
Lílian Potter.
Harry ficou olhando para a carta depois de ter lido pelo menos três vezes. Sua mãe escreveu, sua mãe.
- Obrigado. – Disse Harry a Eline com a voz embargada.
- De nada. – Disse Eline com os olhos cheios de lágrimas.- Ah Harry, venha aqui. – E pegou Harry pelo braço e deu um abraço apertado. As lágrimas dela começaram a cair nas costas dele e ele sentiu muito carinho por ela.
-Não fique assim... Dona... Senhora...Eline... Hum... – Acalmou-a Harry.
- Me chame de madrinha mesmo. – Disse Eline olhando pra ele carinhosamente. – Acho que temos muito que conversar não é Harry?
- Acho que sim. – Disse Harry olhando para seus pés. – Acho que sim...
- Vamos começar pelo seu primo emprestado, Elijah Sirius Black. Meu filho e de Sirius.
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