Capítulo Único



Um abismo profundo. É isso que ela sentia dentro de seu peito. Um abismo profundo, escuro, assustador e daqueles que você acha que nunca vai conseguir sair. Não havia mais nenhuma felicidade dentro de si, como se sua alma tivesse sido sugada através do beijo de um dementador. Já não via mais motivos para viver. Queria pôr um fim em sua existência já inútil. E faria isso se não tivesse muito bem presa no St. Mungus.
Foi internada no dia em que sua vida desmoronou, à dois meses atrás. Ali mesmo, no St. Mungos. Desde tal acontecimento, nunca mais saíra de lá. Havia entrado em depressão. Os curandeiros aconselharam que seria melhor deixá-la lá e seus pais, mesmo com o coração apertado, concordaram. Fora um dia muito difícil e que ficaria marcado na memória dos Weasley e de Hermione Granger para sempre.


--- Flash Black ---

Estava muito feliz. Finalmente o Cara-de-Cobra havia sido derrotado, agora poderia viver uma vida em paz com Harry. Queria casar-se, ter filhos, netos, bisnetos e, por fim, morrer velinha ao lado de seu amor. Agora não havia mais nada que os impedisse de viver em paz.
Harry ainda estava internado, havia saído muito fraco de seu confronto final com o Lord das Trevas, mas ela tinha fé que em breve ele já estaria plenamente recuperado e sorrindo, como nunca pudera antes.
Tinha passado a noite toda ao seu lado, segurando sua mão, mas agora sua mãe a fizera sair, alegando que ela precisava comer alguma coisa. Estava na lanchonete do hospital com Rony e Hermione, mas todos estavam muito calados.

- Vamos voltar? – perguntou Hermione.

- Será que ele já acordou? – indagou Rony, levantando-se, no que foi seguido pelas outras duas.

- Não, sei. Os curandeiros disseram que era necessário mantê-lo sedado, ainda está muito fraco.

- Mas ele vai sobreviver, não é Mione? – estava cheia de esperança.

- O Harry é forte, Gi! Ele vai superar.– afirmou Hermione.

Em pouco tempo já estavam à porta do quarto em que Harry estava instalado. Mas a cena que presenciaram não era nada acolhedora: A Sra. Weasley chorava descontrolavelmente, enquanto era consolada pelo Sr. Weasley, o que não fazia muito efeito, pois esse também era só lágrimas.

- O que houve? – desesperou-se Gina.

- Ele piorou? – quis saber Rony.

O Sr. Weasley afirmou com um aceno de cabeça.

- Onde ele está? – questionou Hermione.

Novamente com acenos de cabeça, o Sr. Weasley apontou a porta do quarto. Gina apressou-se em ir em direção à mesma, mas uma curandeira impediu-a de entrar.

- Dá para vocês me dizerem o que está acontecendo? PELO AMOR DE MERLIN!

- Você tem que ser forte, menina.

À essa altura, Gina já chorava.

- Mas... ele não... foi?

- Infelizmente, ele não resistiu, Você-Sabe-Quem era muito poderoso, ele até viveu tempo demais, se fosse uma pessoa qualquer, teria morrido na mesma hora, ele recebeu uma carga muito forte de magia negra quando derrotou o...

Mas ela já não ouvia. Sentiu seu coração congelar. Mesmo estando no verão, foi arrebatada por um frio imenso. Já não sabia mais quem era, onde estava. Mas... e os filhos? Os netos? Os binestos? Isso não era justo... Sentiu as cores sumindo, tudo estava se apagando, até que já não via mais nada, somente as trevas.


--- Fim do Flash Back ---


Agora, lá estava ela. Sentindo-se derrotada. Ela não entendia. Se sua família, como eles diziam, queriam o melhor para ela, por que sismavam em prende-la nesse mundo, quando tudo o que ela mais queria era estar ao lado do seu eterno amor?


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Os anos passaram-se e, junto com eles, a depressão de Gina. Depois de três anos muito sofridos, Gina finalmente percebera que não seria certo acabar com sua vida, por mais que amasse Harry. Fora convencida que ainda tinha muito a viver e que poderia sim ser feliz.
Aguardava anciosamente a chegada de seus pais. Já não agüentava mais ficar trancafiada dentro daquele quarto de hospital. Precisava voltar para casa, queria voltar a viver. E dedicaria toda a sua vida à Harry. Prometera a si mesma nunca mais se envolver com outro homem.
Uma batida na porta a despertou de seus desvaneios.

- Entra!

A porta abriu-se revelando não seus pais, mas seu irmão e sua mais nova cunhada.

- Como vai minha irmazinha preferida? – Rony fez graça.

- Como se eu não fosse a única, né?

Rony riu.

- Olha que ingratidão! Eu elogio, pergunto como está e ela só me maltrata.

- Ah, tadinho dele.

- Mas é sério Gi – dessa vez foi Hermione – como você está?

- Me sentindo bem melhor.

- Que bom...

- Então, pronta para ir?

- Claro, Rony! Não suporto mais esse confinamento.

- Então vamos logo!

Poucos minutos depois, eles já estavam em casa. Gina foi recebida com muito carinho por seus pais e irmãos. Todos estavam morrendo de saudade. Agora, mais do que nunca, ela queria esquecer todas as sombras do passado, começar uma vida nova...


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- Vamos, Mione, vamos! – insistia Gina.

- Você quer o quê? Que seu irmão coma meu fígado?

- Ele pode ir junto!

- Amanhã ele acorda cedo, Gi.

- Ah, então eu vou sozinha!

- Tem certeza, Gi? Quando eu disse para você sair para se divertir, não quis dizer que você tinha que ir para uma boate.

- Mione! Eu quero mudar de vida, okay? Tudo o que eu quero é dançar pouco...

- E você não podia arranjar um lugar mais calmo, não? Você saiu do hospital à um mês, Gina!

- Você falou certo: Eu sai do hospital, Mione! E você quer que eu dance onde?

- Não sei... qualquer lugar que não seja tão agitado.

- Uhm, já sei! Acho que hoje tem um baile da terceira idade aqui pertinho...

- Até que não seria um má idéia...

- Ah, Hermione! Poupe-me, tá?

- Mas seria um bom lugar.

- Você não está falando sério, né? Me diz que você está brincando.

- Gina! Eu to falando sério!

- Hermione, eu tenho vinte anos e não cem!

- Okay... mas depois não diga que eu não avisei... e, por Merlin: nada de beber, Gina! Por favor! Você saiu do hospital...

- À um mês... okay...

Uma hora depois, Gina já estava saindo de casa. Iria em um lugar perto, que não era muito movimentado. Chegando lá, foi logo dançar. Já queria fazer isso à muito tempo. Adorava dançar. Esbaldou-se. Não estava nem aí que estava sozinha. De vez em quando, algum homem se oferecia para dançar com ela, mas ela recusava. Resolveu fazer uma pausa. Precisava beber alguma coisa. Foi até o bar e pediu uma água com gás. Havia prometido para Hermione que não beberia e também, tinha que confessar, ainda não se sentia preparada.

- Uma água para a senhorita mais linda que eu já vi – cortejou o barman, que deveria ter, no máximo, uns vinte e cinco anos.

- Você diz isso para todas? – perguntou Gina divertida.

- Não...

- Ah, tá bom! É para acreditar?

- Okay, só algumas. Mas você é realmente linda – afirmou antes de dar uma piscadela para ela e sair para atender outros clientes, deixando Gina aos risos.

- Ora, ora! Mas quem eu vejo aqui! A pequena Weasley. - falou uma voz fria e carregada de ironia.

Gina conhecia aquela voz. Mas não podia acreditar, não ali. Não agora. Virou-se, só para confirmar e deu de cara com um lindo louro de vinte e um anos e uma cara debochada.

- O que você faz aqui Malfoy?

- Nossa, mas não é que você ficou gostosa. – comentou Draco, ignorando a pergunta dela.

Gina irritou-se profundamente. Tanto com o fato de ter Draco Malfoy ali na sua frente, quanto por ele ter simplesmente ignorado sua pergunta e, ainda mais, com o “elogio” da parte dele.

- Vai te catar, Malfoy.

- Quer dançar? – perguntou ele sem dar atenção, novamente, à ela.

- Mas nem que eu estivesse muito louca.

Mas ele não quis saber da resposta dela e saiu puxando-a para a pista de dança.

- Me solta seu nojento!

- Vamos, você vai gostar.

- Eu mandei você me largar, imbecil!

Draco não deu atenção.

- ME LARGA!!! – esguelou-se Gina antes de ficar de frente para o louro e dar uma joelhada com força nas “partes baixas” dele, fazendo-o cair no chão em posição fetal. – Isso é para você aprender a não brincar comigo! – “cuspiu” ela antes de ir embora.

Chegou em casa bufando. “Quem aquele idiota pensa que é? ”.

- Gina? O que houve? – perguntou uma preocupada Hermione, logo assim que Gina entrou na cozinha.

- O que houve? O que houve? Você não vai acreditar em quem eu encontrei lá, na boate.

- Bom, pela sua cara, não foi ninguém muito agradável.

- Ninguém muito agradável? Eu encontrei a criatura mais repugnante da face da Terra! – Gina quase gritou antes de sair em disparada para o seu quarto.

- Gina! Mas quem...? Gina!

Entrou em seu quarto e foi direto para o banheiro, tomar uma ducha. Precisava de um banho bem gelado, para “desinfectar”.
Depois do banho, jogou-se na cama e adormeceu na mesma hora.


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Ainda sentia dor. Muita dor.

- Merda! Mas aquela ruiva me paga! Ela vai aprender a não se meter com um Malfoy.

Draco Malfoy não era um ser muito adorado no mundo bruxo. Tanto os seguidores quanto os perseguidores do extinto Lorde Voldemort não queriam vê-lo nem pintado de ouro. Após fugir de Hogwarts em seu sexto ano, Draco dedicou sua vida à ser um Comensal da Morte. Porém, ele nunca fora uns dos seguidores mais fiéis. Perseguia, batalhava, torturava, seqüestrava, mas nunca tivera coragem suficiente para matar. E sentia-se inútil por isso. Porém, quando o reinado das trevas começou a extinguir-se, quando Lord Voldemort já não era mais tão poderoso, mais tão temido, ele foi pego. Foi levado ao ministério, para ser julgado. E, para livrar sua cara, entregou os nomes e localização de todos os Comensais que conhecia, inclusive onde Severo Snape se escondia, o que foi o ponto chave para conseguir se livrar de Askaban.
Tinha consciência do quanto era odiado, mas não se importava com isso. Não estava preocupado em agradar ninguém. Não estava nem aí para o que os outros achavam dele ou que quando saia na rua muitas pessoas olhavam-no e cochichavam indiscretamente. Os Comensais que poderiam ser uma ameaça à sua vida, estavam presos, ou até mortos, e quanto aos outros, bom, esses ele sabia que não fariam nada à não ser olha-lo, cochichar, ou soltar uns xigamentos de vez em quando.

Entrou em casa. Morava em um apartamento trouxa no centro de Londres. Não era muito grande, ele não fazia questão, mas era bem luxuoso. Foi até a cozinha, abriu a geladeira e pegou gelo. Voltou à sala e jogou-se no sofá para, então, pôr o gelo na virilha, mas não sem antes amaldiçoar, mais uma vez, a ruiva maldita que fizera isso com ele. Prometeu para si que iria perseguir Gina. Não a deixaria em paz até conseguir deixa-la caidinha aos seus pés.


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Estava no Beco Diagonal. Tinha ido lá à pedido de sua mãe, para comprar algumas coisas que estavam precisando e tirar um pouco de dinheiro no Gringotes. Passeava distraidamente. Não estva com pressa. Parava de vez em quando para olhar uma vitrine ou outra que achava mais interessante. Passou pela loja de seus irmãos, falou com eles, levou algumas coisas que eles haviam dado e agora ia em direção ao banco. Mas uma vitrine um pouco mais distante chamou atenção dela, que foi até lá. Foi quando sentiu uma mão sobre sua boca e um braço forte segurando-a pela cintura antes de ser arrastada até um beco mais afastado e um pouco escuro. Tentava gritar, se esperniava, mas nada fazia efeito, seja quem for que a esivesse segurado, era muito forte. Sentiu seu corpo encostando em uma superfície fria ao mesmo tempo que a pessoa virou-a para si, tirou a mão de sua cintura e encostou na parede, só não estava encurralada pois a outra mão continuava em sua boca. Sentiu uma fúria imensa invadi-la quando encarou aqueles olhos cinzentos e frios em frente aos seus. Tentou falar, mas não conseguia.

- Promete que não vai gritar? – perguntou ele, com sua voz debochada.
Gina não apresentou reação.

- Promete que não vai gritar? – ele repetiu, no mesmo tom.

Novamente, nenhuma reação da parte dela.

- Okay, assim você só está dificultando as coisas. Eu não tenho pressa para sair daqui. Agora prometa! Vai gritar?

Gina balançou a cabeça em negação. Então ele começou a tirar a mão, colando-a do outro lado de seu corpo, deixando-a presa. Obviamente, a primeira coisa que fez quando viu sua boca totalmente livre foi gritar, mas não teve muito sucesso, em pouco tempo o louro já tapara sua boca novamente.

- Olha só – agora adotava uma voz fria – eu estou tentando ser civilizado, mas se eu fosse você não difultaria as coisas, pode ser pior.

Após essas palavras, levou novamente a mão para a parede.

- O que você tá fazendo aqui? Anda me perseguindo?

- Eu? – voltou ao seu tom debochado – Não... Acho que é o destino.

- Cretino, idiota! Você é despresível!

- Você bem que podia ser um pouquinho mais original, né? Eu escuto isso toda hora na rua.

- O que você quer comigo?

- Nada... só falar.

- Então pronto, já falou! Agora posso ir?

- Com pressa ruivinha?

- Seu... seu... seu... diabo oxigenado!

Draco soltou uma gargalhada.
- É, tá ficando original ruivinha.

- Dá para parar de me chamar de ruivinha? Isso me dá nojo.

- Por que, ruivinha?

- Tá a fim de levar outro chute?

- Sabe ruivinha, essa conversa já está enchando o saco – exclamou Draco.

Então ele fez uma coisa totalmente inesperada. Entreabriu os lábios e começou a se aproximar lentamante. Gina poderia ter dado outra joelhada nele, mas parecia que tinha perdido o controle de suas pernas, não as sentia mais. O louro então colou seus lábios nos dela e ela não conseguiu fazer mais nada além de, inconscientemente, fechar os olhos e largar as sacolas que ainda estavam em sua mão. Ela não sabia o que sentir estava beijando Draco Malfoy! E o pior, não conseguia evitar. “Gina,, você não está gostando! É o Malfoy, o nojento do Malfoy!”. Então ela sentiu a pontinha da língua dele em seus lábios, pedindo passagem. Mais uma vez sem perceber, entrabriu, dando início a um movimento selvagem entre suas línguas. Não sabia se estava realmente gostando. Mas droga, fazia anos que ela não sentia um homem assim, tão perto de si, estava carente e uma coisa ela não podia negar: apesar de não prestar, Draco era lindo e bem atraente. “Gina! O que você está pensando?!”. Draco colou seus corpos, imprensando-a mais contra a parede. Depois de bastante tempo, quando ambos já estavam sem ar, ele separou seus lábios e afastou-se.

- Admita, você gostou. – debochou ele antes de desaparatar, deixando- a lá, sozinha e totalmente confusa com o que tinha acabado de acontecer.

Ela esqueceu-se completamente do que tinha ido fazer no Beco, pegou as sacolas que estavam no chão e foi direto para casa.

- Filha, lembrou de trazer o...

Mas a Sra. Weasley parou no meio da frase quando Gina largou as sacolas no chão da cozinha e subiu correndo para o quarto. Quando entrou no quarto não agüentou mais, encostou-se na porta e começou a chorar. Foi escorregando pela porta até cair sentada no chão. Chorava descontroladamente. Não sabia o exato motivo do choro, mas estava fazendo bem.

- Gina! – era a voz de Mione.

Gina nada respondeu, apenas soltou um soluço na tentativa de reprimir o choro.

- Gina você tá chorando?

Novamente, Gina nada disse.

- Por Melin Gi, o que está acontecendo?

Gina achou melhor abrir a porta para a amiga, precisava desabafar e sabia que Hermione era a melhor pessoa para isso. Levantou-se e abriu a porta.

- Gina! – exclamou Hermione antes de abraçar a amiga.

Ambas entraram no quarto e Gina fechou a porta.

- Mione, eu preciso desabafar! – disse sentando-se na cama. Hermione fez o mesmo.

- O que foi, Gi? – perguntou ela carinhosamente segurando nas mãos da amiga.

- Sabe aquele dia na boate?

- Sim. Afinal, quem você encontrou?

- Você não vai acreditar... – começou ela, voltando a chorar.

- Fala, Gina.

- O Malfoy, Mione. O Malfoy!

- O Malfoy? Mas o que ele estava fazendo lá? O que aconteceu? Ele te fez alguma coisa?

- Calma, Mione. Sim, era o Malfoy. Também não faço a mínima idéia do que ele estava fazendo lá. Aliás, eu perguntei e ele me ignorou. Bom, não aconteceu nada demais, ele deu em cima de mim, queria me levar para dançar, mas eu logo dei um jeito nele.

- Como assim, um jeito?

- Ué, dei um chute nas partes baixas!

Mione soltou uma risadinha.

- Você é malvada, Gina! – Gina deu pequeno sorrisinho, mas que foi logo apagado com a próxima pergunta da amiga – Mas e hoje, Gi? Você encontrou ele de novo?

Ela balançou a cabeça afirmativamente.

- Mas que azar! Duas vezes?

- Na verdade, eu acho que ele estava me seguindo.

- Meu Merlin? Te seguindo? Mas o que ele fez?

Gina voltou a chorar.

- O que ele fez Gina? – Mione voltou a perguntar, super preocupada.

- Ele tapou minha boca, me segurou pela a cintura e me levou para um canto deserto do Beco.

- Merlin! E então?

Gina começou a chorar descontroladamente.

- Gina, eu to ficando muito preocupada, fala logo!

- Ele.. ele... ele me... me... beijou – a última palavra saiu em um sussurro inaldível, Hermione precisou fazer leitura labial.

- Beijou? Gina, isso é terrível! Mas e aí, você deu outro daqueles chutes nele?

Gina negou com a cabeça.

- Empurrou?

Gina negou.

- Então fala, Gina!

- Mione, essa é a pior parte!

- O que foi?

- Eu... correspondi – mais uma vez Hermione teve que fazer leitura labial.

- Gina! – Hermione gritou audivelmente – diz que eu entendi errado!

- Não Mione. E pior ainda, eu acho que gostei.

- Gostou? – ela estava incrédula.

- Não sei, Mione! Poxa, eu estou tão carente, faz anos que não sou beijada.

Hermione abraçou Gina e disse:

- Gina! Olhe, não se deixe levar pelo Malfoy, ele não presta. Mas como dizem os trouxas: se conselho fosse bom não de dava, vendia. Então, estarei aqui para qualquer coisa, okay? Para qualquer coisa...

- Ah, Mione! Muito obrigada mesmo! Eu precisava tanto desabafar!


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Depois do dia no Beco, Gina ficou um bom tempo sem ver Draco e acabou voltando a sair sozinha mais regularmente. Mas esse foi seu erro, pois Draco ainda não tinha desistido, ainda queria a ruiva à seus pés.
Estava em Londres. Não estava fazendo nada importante, apenas passeando. O dia estava lindo. Andava por um parque florido, onde havia muitas árvores. Olhava para uma linda flor quando sente braços fortes puxando e encostando-a em uma árvore. Não, não, não podia estar acontecendo de novo.

- Sentiu minha falta? – perguntou Draco antes de aproximar-se perigosamente de Gina, fazendo ela, novamente, não sentir as pernas.
Mas não a beijou nos lábios. Deu um leve beijo na bochecha, depois foi descendo levemente, até que chegou no pescoço. Gina estava se sentindo cada vez mais fraca, mais entregue. Até que não agüentou mais tanta provocação, enterrou os dedos de uma das mãos no cabelo dele e puxou-o para um beijo intenso. “Merda! Por que ela não conseguia resistir?”. Quando Gina pediu passagem com a língua, ele interrompeu o beijo.

- O que foi? – perguntou ela.

- Pede.

- O quê?

- Eu quero que você me peça um beijo – falou ele sedutoramente, voltando a provocá-la.

- Não.

- Então okay. – ele não parou de provoca-la. Beijava seu rosto, seu pescoço, seu colo, acariciava seu corpo com a mão. “Seja forte, seja forte”. Gina já não agüentava.

- Me beija – pediu ela em um sussurro.

- O que disse? – ele fingiu não ouvir.

- Me beija!


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Depois de muito tempo e muitos beijos, Draco foi embora. Gina estava confusa. Será que estava gostando de Draco? Não, não podia ser...
Então lembrou-se de Harry e da promessa que tinha feito de não se envolver com nenhum outro homem. Estava traindo Harry... e a si mesma. Sentia-se suja, repugnante. Uma forte tristesa abateu o seu peito. Sentiu como se tivessem pego seu coração e espremido dentro de uma minúscula caixinha, se é que ainda tinha um. Ela não podia, não tinha o direito de fazer isso. Ela fez exatamente o contrário do que Hermione aconselhara, deixara se levar por Draco, tinha se rebaixado a ponto de pedir-lhe um beijo.
Começou a andar sem rumo. Não queria mais saber de nada. Até que teve uma idéia. Sim, seria a sua salvação. Aparatou no Beco Diagonal. Mas não era lá. Foi andando até que as ruas começaram a se tornar mais desertas e sombrias, então avistou a placa: Travessa do Tranco. Entrou sorrateiramente e avistou uma loja que julgou ser apropriada.

- O que quer? – perguntou a voz grossa e assustadora do balconista.


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Chegou em casa e foi direto para o seu quarto. Estava mais do que decidida. Precisava estar ao lado de Harry, desculpar-se. Olhou ao redor e abriu o pequeno frasco em suas mãos. Fechou os olhos e tomou todo o seu conteúdo.
Rony, que vira a entrada misteriosa da irmã, entra no quarto e a vê caindo no chão, com um baque surdo. Vê um pequeno vidro que estava na mão dela quebrar-se, chega mais perto e percebe que há um resto de líquido no chão. Sem cor. Sem cheiro. Água? Não...

- GINAAAAAAA!!!


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Trágico?
Sim, muito trágico...
É uma short meio doida... mas espero que tenham gostado! =D
Ah! E eu gostaria de dedicar esse final à Line ;D

Beijão***

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