Ela é minha irmã...



CAP 1. ELA É MINHA IRMÃ...

(narração de James)

Toc. Toc. Dlin dlon. Dlin dlon. Toc. Toc...

Era o que eu conseguia ouvir, batidas insistentes na porta e um dedo colado com um Feitiço Permanente na campainha provavelmente. Quem seria o infeliz que me acordava as nove da manhã em um dia de chuva gostoso pra dormir? Independente de quem fosse... Estaria a sete palmos a baixo da terra em pouco tempo...

Direcionei-me em direção a porta cambaleante, com os óculos meio tortos, cabelos... Mais bagunçados impossível... (Lily morreria se visse isso, mas como eu sei que ela não vai ver porque não é ela que está batendo na porta, Merlin não seria tão bom assim, então não tem problema), só com as calças do pijama, e a cara amassada de sono.

Abri a porta e ainda bem que eu sou jovem, sarado e saudável... Porque o que eu vi em seguida quase me fez ter um enfarto! Uma Lily vermelha de raiva, meio molhada com uma mala azul piscina na mão e uma capa de chuva laranja com florzinhas roxas pingavam no meu capacho e olhava feio para a amiga Hannah sorridente ao seu lado com um guarda chuva preto e rosa e uma mala amarela. Merlin, eu retiro o que disse, você é o melhor! Abri meu melhor sorriso e antes que pudesse abrir a boca a Lily falou:

-Ô Potter... Se toca, a gente ta na chuva, não vai chama pra entrar não?

-Ah sim... Er... Perdão. – abri passagem e a Lily entrou deixando uma poça de água a cada passo. Hannah entrou em seguida ainda sorrindo e piscou para mim.

-E ai? Tudo em cima Jay? – ela perguntou.

-Tudo ótimo... Um pouco surpreso, mas ótimo... E quer saber como ficaria melhor? Se você dissesse que a Lily é o meu presente de Natal! – sorri enquanto Hannah gargalhava e resmungava um “mais ou menos” e Lily olhava arrasada para nós dois. Eu sei que disse que ia matar quem estava fazendo aquele estardalhaço todo na porta da mansão, mas eu mudei de idéia! – Er... Sem querer ofender, mas o que vocês estão fazendo aqui? – perguntei sem graça passando a mão nos cabelos e vendo Lily revirar os olhos e olhar para Hannah raivosa.

-Tudo começou em um belo dia de sol...

-Hannah... – a Lily ameaçou.

-Ta, não tava sol, tava chovendo, mas enfim, estávamos nós duas e mais a Emelinne no salão comunal, entediadas, chateadas, acabadas, morgadas...

-Ta! Chega de “adas”! – a Lily reclamou.
-E resolvemos animar as coisas. A Emelinne deu a idéia de jogar verdade ou conseqüência e nós lindas e saltitantes começamos. A senhorita Evans aqui com medo de que fizéssemos alguma coisa escolheu a verdade, mas na segunda rodada ela não podia escolher mais verdade... Então escolheu desafio e nós a desafiamos de passar todas as férias de Natal sem se apaixonar por você. E ela disse que era fácil, mas ela achava que ia ficar em Hgowarts, porém o desafio seria mais interessante se a trouxéssemos para passar as férias de Natal aqui... Você não se incomodaria não é?

-Claro que não! – falei animado.

-E então Potter vai deixar a gente pegar pneumonia?

Percebi que elas ainda estavam muito molhadas. Chamei Ruby, a elfa doméstica, e pedi para que ela cuidasse da sala que estava molhada enquanto eu levava as meninas para o quarto de hóspedes e ia acordar Sirius.

-Bem, estão entregues. – falei a porta do quarto de hóspedes. – Se precisarem de alguma coisa me chamem! – dei o meu melhor sorriso e se eu não estivesse preparado para pular para trás com certeza estaria a caminho do St. Mungus para arrumar o meu nariz que a Lily provavelmente estraçalharia com a porta devido à força que ela a bateu. E na minha cara... Como vocês já devem ter percebido.

-Siriuuuuuuuuuuuuuusssss! – chamei o sacudindo feito louco.

-Huuuummmm?

-A Lily ta aqui! – falei pulando pelo quarto.

-Ahan e eu sou a Minerva vestida de super homem... – retrucou sonolento.

-Sério! Acorda e vai ao quarto do lado pra ver! – parei por alguns segundos e aí percebi como poderia fazê-lo se levantar rapidinho. – E a Hannah, aquela amiga da Lily que você acha er... Como se diz... Ah, sim! Acha “interessante” ta aí também. – ele levantou a cara amassada do travesseiro.

-Jura?

-Juro.

Ele se levantou correndo e se trancou no banheiro do meu quarto.

-Nossa Almofada, você ta mudado hein? Achei que ia correr para vê-la e não se esconder dela.

Ele abriu a porta do banheiro completamente ofendido, me olhou feio e sorriu logo após.

-Ao contrário de você viadinho eu não sou desleixado, eu vou vê-la cheiroso e com os cabelos penteados, já que eu consigo esse feito, ao contrário de você que recebeu a Lily todo remelento e cheio de bafo... – bati a mão na testa, havia feito isso mesmo, agora é que a Lily ia pensar que eu era um imbecil mesmo...

Meia hora depois nós descemos e encontramos as meninas sentadas no sofá, a Lily delicada como sempre, com as pernas cruzadas e Hannah com as pernas meio abertas batucando no braço do sofá. Quando ela viu Sirius ela quase caiu pra trás. Sirius a acha bonita e inteligente e divertida, e ela o acham “simpaticosinho”, mas não o trata mal, só que também não deixa de brincar.

-Alguém me mata? – ela falou brincando depois de ver que Sirius estava na casa também, mas Sirius sabe brincar.

-Eu! Eu! – falou fingindo empolgação. 1x1. Porém Hannah não quer empatar tão facilmente.

-Ah! Desculpe, mas sabe... Eu disse alguém, não ninguém! – 2x1 pra Hannah e o Sirius ta sem resposta.

-Adoro quando você dá as suas respostas inteligentes. – falou retomando a pose. 2x2.

-Você adora quando uma garota fala com você! – Ai! 3x2.

-Eu prefiro quando elas estão caladas, fazendo outras coisas, se é que você me entende. – 3x3.

-Não entendo, minha mente não é tão pervertida a esse ponto! – 4x3.

-Sem problemas, eu te mostro exatamente do que eu estava falando. – 4x4.

Eles estão empatados e antes que ela responda, eu vou interromper.

-Ok, vocês estão empatados, e agora chega, mais tarde vocês terminam e discussão e vejam quem ganha.

-Não preciso, eu sei que eu ganho. – Hannah retorquiu.

-Esse é o seu desejo. – Sirius falou.

-Não, é o seu desejo. Você deseja que eu ganhe e fique com pena de você e te dê um prêmio consolação.

-Olha com quem você está falando!

-Você também!

Ta, eu perdi as contas, chega de tiradas!

-Sr. Potter o café da manhã está servido. – a elfa doméstica falou.

-Tudo bem Ruby, já vamos.

Nos sentamos a mesa e comemos civilizadamente, mesmo com Lily me censurando com o olhar e o porque eu não sei! Até que a paz restabelecida se acaba quando...

-Sabe James, eu tava pensando, quando voltarmos a Hogwarts, fazermos uma eleição para ver quem é o mais bonito de Hogwarts. – Sirius começou animado, mas não terminou assim.

-Aaaaatchiiimmm! – Hannah fez um grande estardalhaço fingindo espirrar. Olhou para nós e deu uma risadinha cínica. – Desculpe, sou alérgica a bobagens! – Sirius bufou, é parece que as férias não serão longas só para a Lily. E olha que ainda estamos somente no começo de longos doze dias.

O dia se passou calmo, Lily e Hannah desfizeram as malas, Lily brigou comigo, Hannah e Sirius brigaram, eu apanhei da Lily, Sirius apanhou da Hannah, Hannah recebeu uma carta de um garoto Lufa de Hogwarts e Sirius ficou de cara fechada o resto do dia, até de noite, quando o jantar foi servido, o prato era peixe grelhado e salada.

-Não como peixe, obrigada. – disse Hannah a Ruby.

-Por quê? – perguntei curioso.

-Eles mijam no mar. – respondeu se servindo ela mesma de salada.

-Crianças também. – Sirius tinha que pirraçá-la.

-Também não como crianças. – respondeu séria.

-Potter? – Céus! A Lily ta falando comigo e com a voz normal, sem gritar! Ai eu vou ter um treco aqui mesmo! Chamem os Medibruxos!

-Sim? – respondi olhando com um meio sorriso pra ela, ela deu um pequeníssimo sorriso, quase imperceptível e disse.

-Seus pais não vêm jantar?

-Sei que está curiosa para conhecer os seus sogros, querida, mas... – não consegui continuar porque vi estrelas, Hannah havia chutado minha canela por debaixo da mesa, e eu vi o olhar furioso que Lily me lançou, ai eu sou estúpido. Vamos concertar! – Quero dizer... – falei reprimindo uma careta de dor. – Eu só estava brincando Lily, é quase Natal, dá um desconto... – sorri sem graça e ela deixou de lado o olhar furioso. – Bem, meus pais viajaram de feiras, para um chalé, segunda Lua de mel... – falei corando um pouco, porque discutir sobre a lua de mel dos seus pais não é nada comum...
-Meu Deus, eles devem ter um bom seguro então. Deixar vocês sozinhos em casa, vocês podem destruí-la.

Dei uma risada.

-Eu não me atreveria, você não conhece a Senhora Potter, ela não mataria simplesmente se chegasse e a casa estivesse destruída, ela faria coisa muito pior do que matar.

Assim terminamos de comer e as meninas dizendo estarem cansadas foram se deitar. Assim como eu e Sirius após escrevermos para Pedro e Remo, e jogarmos Snap Explosivo. Mas eu não consegui dormir por muito tempo. Desistindo completamente de dormir, me levantei e fui caminhar pela casa até que encontrei Lily na varanda que havia no final do corredor, olhando o céu.

-Sem sono? – perguntei.

-Só pensando. – ela não estava brava nem nada, falou sincera.

-No quê?

-Nunca passei um Natal fora de casa. Essa vai ser a primeira vez.

-Lily eu estou adorando ter você aqui, mas se quiser ir passar o Natal com a sua família, tudo bem...

Ela olhou para mim e sorriu triste.

-Não posso.

-Por quê? Por causa da aposta? Isso é...

-Não. Não é isso, você sabe que eu iria mesmo com a aposta se quisesse, ou se pudesse... – sorriu agora menos triste.

-É, eu sei... – sorri também.

-É que... Minha irmã vai fazer uma festa de noivado, e ela e o namorado detestam tudo que é diferente, para eles anormal, coisas como magia... E ela me escreveu uma carta até educada para o jeito como a Petúnia costuma falar comigo, dizendo que não queria me ver de jeito nenhum no noivado dela. E eu escrevi para minha mãe dizendo que o sétimo ano requer mais cuidado com os estudos e que eu ia ficar em Hogwarts aproveitando o feriado para estudar, e dizendo que sentia muito. Obviamente ela não sabe que a Petúnia me mandou aquela carta, e eu não iria contar porque não quero minha mãe brava com ela na época do noivado da Petúnia...

-É legal da sua parte defender a Petúnia mesmo quando ela faz tudo isso com você.

-Ela é minha irmã... – passei os braços pelos ombros dela.

-Vamos entrar?

-Vamos. – ela sorriu doce.

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