Fall To Pieces



Prólogo

Estava anoitecendo em Hogwarts. Eu estava deitada em minha cama, com os olhos fixos em um único ponto do livro, bem distante dali. Os últimos dias que vivera haviam sido um sonho se tornando realidade. Sem contar que eu nunca havia sonhado em ter um caso, às escondidas, com Draco Malfoy.

E, agora, pensando em tudo isso, não sabia mais o que fazer. O ano letivo estava chegando ao fim e não tinha ideia do que falar no nosso encontro, esta noite. Ok, ok. Nossos encontros não eram a base de palavras. Na verdade, quase nunca nos falavamos sériamente. Era um namoro estranho: quando chegava no jardim [ou aonde quer que o encontro seja], ele já ia me agarrando. E vice-e-versa, claro. Com um suspiro, fechei o livro e o coloquei em cima do criado mudo. E sai voando com meus pensamentos.

O que faria? Se algum grifinório, sendo conhecido ou não, iria me odiar por sair com Malfoy. Claro que passaria por cima deles todos, mas ainda havia os meus irmãos, os meus amigos. Como o Rony reagiria? Não sabia, mas estava começando a me perguntar se o enfrentaria, coisa que nem passaria na minha cabeça antes.

Ele xingava minha família, era O pior sonserino, o qual ninguém gostava por causa da sua suposta ligação com o Lord das Trevas. Mas eu sabia que, na verdade, ele não o seguia mais. Deixara membros da Ordem da Fênix verem [ou melhor, não usou oclumência contra eles] que não mentia e contou informações que foram cruciais para a última batalha, há algumas semanas. E eu era a única aluna que sabia. Não porque ele me contara, porque eu descobrira. Ouvir a conversa dos outros não era muito educado, mas, graças a isto, ‘namorava’ Draco, agora.

Engraçado, não? Uma Weasley saber do segredo de um Malfoy e guarda-lo. E ainda agarra-lo quase todas as noites. Ah, meu Merlin, o que meus irmãos diriam? O que Harry diria? Uii, Harry. O ponto-fraco desta história toda.

Quando eu o vi pela última vez, após a batalha, ele parecia achar que, quando ele se recuperasse, nós reataríamos. Eu achava isso, há poucos meses atrás. Mas daí veio o Malfoy e bangunçou a minha cabeça e, o pior de tudo, o meu coração. Ah, ele me paga!

Distraidamente, olhei o relógio e vi que já era melhor pegar a capa da invisibilidade de Harry e descer. E fui o que fiz. Ah sim, a respeito da capa. O Harry me deu ano passado, depois do casamento do Gui e da Fleuma. Disse que eu a usaria mais em Hogwarts do que ele a usaria em batalha. Vejo que ele tinha razão, mas não me sentia confortável usando a capa de Harry para ir encontrar o seu maior inimigo. Pena que era o único jeito.

Chegando na parte da orla mais distante da cabana de Hagrid , vi Malfoy encostado em uma àrvore. Por algum motivo que eu não entendia, minhas mãos suavam e meu coração paracia um trio-elétrico trouxa no carnaval, de tão forte que ele batia. Droga, sabia que isso não deveria acontecer. Fui até ele e só tirei a capa quando cheguei na frente dele. Os olhos dele brilharam um pouco, como sempre que me via. Quase sorri com o fato, mas notei que havia algo estranho em seu olhar. E achei ainda mais estranhos ele não me agarrar imediatamente.

Após alguns minutos nos encarando, eu fiquei irritada e me joguei em seus braços, o beijando. Pego de surpresa, ele demorou um pouco. Mas correspondeu. Ahh... Com aqueles beijos eu ia a lua e voltava.

De repente, ele se afastou e desviou-se de meus braços, que já estavam em volta de seu pescoço, subindo em direção a seus cabelos loiros-quase-brancos. O olhei com uma interrogação enorme estampada na cara e, antes que eu perguntasse alguma coisa, ele falou:

- Vamos - ele pegou meu pulso e me puxou em direção ao castelo. Eu não falava, tamanho o meu choque. Olhei para ele, ele permanecia sério e decidido. E aquele algo estranho no olhar dele, ainda estava ali. – Err... Nós vamos precisar da capa, sim? – Disse ele. E eu estendi a capa, completamente muda.

Andávamos pelo castelo tão rápido que, antes que eu notasse, já estávamos na Sala Precisa. Ela havia se transformado em uma nem grande nem pequena sala com piso de madeira, assim como a mesa, com um lampião e um vaso em cima, e as duas cadeiras, ao centro. Malfoy tirou a capa de cima da gente, jogando-a no chão, e se sentou. Vendo que eu permanecia de pé ele murmurou um ‘sente-se’ quase inauditível. Apenas para provocá-lo, disse:

- Não! Prefiro ficar de pé! – Caminhei até a mesa e apoiei-me lá, olhando para ele. – O que você quer, Malfoy? A gente nunca trocou muitas palavras, por que vamos começar agora?

Com um suspiro, Draco disse, em um tom arrogante demais, até para um Malfoy: - Weasley. As aulas acabam nesta semana, não? – Acenei lentamente com a cabeça. Droga, já sabia onde aquilo ia chegar. Achei melhor me sentar, então sentei-me na outra cadeira ao lado da mesa. Ironicamente, de frente para a porta. – Certo. Eu só quero, haam, garantir que você não vai correr atrás de mim quando sairmos da Escola, só Merlin sabe o que uma Weasley pode pensar. Você sabe que o nosso ‘caso’ acaba aqui, né? – Estava estática. Não, não podia ser! Ele levantou-se e saiu andando pela sala, evitando me encarar. – Quero dizer, nossas família são inimigas e eu não quero ser visto publicamente com Gina Weasley! Seria um insulto a minha imagem. Estes meses foram só, huuum, diversão. – Dizendo isso, ele se apoiou na mesa com as duas mãos, olhando para o vaso [ou para o lampião, sei lá].

Eu não podia acreditar. Não, não podia ser. Todos esses meses foram diversão? Durante aquele beijo no jardim, notara que estava apaixonada. E revi todo este tempo e o modo que ele agia: Os olhos brilhando quando olhavam os meus, como ele me provocava quando nos víamos nos corredores, as palavras que ele sussurrava nos meus ouvidos com aquela voz arrastada. Isso me fez pensar que, no mínimo, ele sentia ‘algo mais’ por mim. Bom, acho que me enganara. Havia sido uma tola, isso sim!

Lentamente e tentando conter as lágrimas, disse, notando a minha voz extremamente embargada: - Di-diversão?

Acho que ele também notou porque, ainda mirando a mesa, disse, ainda extremamente arrogante: - É Weasley! O que, vai chorar? – Depois de ouvir isso, uma lágrima caiu. Ele ergueu os olhos e seguiu a maldita enquanto ela chegava em meus lábios. Se tivesse olhado em seus olhos, não saberia mais o que achar, mas eu continuei encarando a porta a minha frente. – Qual é? Você realmente pensou que a gente iria ficar juntos depois que eu saísse de Hogwarts? – Ele deu uma risada debochada, que, se eu prestasse mais atenção, teria visto algo mais naquela risada.

Ainda não olhando para ele, levantei-me e senti os olhos dele me olhando. Pelo que eu consegui ver de rabo-de-olho ele se ergueu e cuzou os braços, ao meu lado. Não tentei decifrar sua expressão como sempre fazia. Quero dizer, se eu quisesse, consiguiria. Mas eu não quis. E só eu sei o quanto eu me arrependi depois.

- É Malfoy, acho que você tem razão – disse com a voz firme, caminhando lentamente em direção a porta. – Eu vou voltar para o Harry e você... Bem, e você vai continuar com a vida – Parei, segurando a maçaneta. Corgitei a opção de encara-lo, mas desisti. Novamente, me arrependi mais tarde. Peguei a capa de Harry no chão e, com a voz embargando, sussurrei: - Adeus...

Ainda ouvi Draco gritar, com raiva: - É, isso aí! Volte para o seu Potterzinho, vai! – Mas, sem raciocinar fechei a porta e me reencostei nela. Limpei as lágrimas e me endireitei. Cobri-me com a capa e sai, em direção a torre. Choraria na minha cama mais tarde.

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Se Gina tivesse esperado mais um pouco na porta, ou se espiasse pela fechadura, poderia deduzir, ou comprovar, o que acontecera assim que ela foi embora.

Draco chutou a cadeira que se sentara antes e derrubou a mesa, quebrando o que havia em cima dela. Chutando um pé da cadeira, que se desmanchara, para longe, sentou-se na cadeira que Gina sentara. Apoiou os cotovelos na perna e afundou a cabeça nas mãos, pensando:
“Foi melhor assim.”

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Capítulo Único

Ai, meu Merlin, esta festa está um porre! Odeio essas festas do ministério. Eu fico sorrindo para todo mundo, apertando a mão de meio-mundo e ainda tenho que trabalhar no dia seguinte. Bem, pelo menos ESSA festa é importante. Sabe, comemoração. Dois anos desde a derrota de Voldemort. Aliás, eu nem deveria estar aqui! Eu ainda estou no treinamento de auror, nem trabalho ainda. Mas, ter família toda trabalhando lá, é isso!

Dou um suspiro e dou um gole na bebida estranha que Luna me ofereçeu. É doce, mas o que será isso? Ergo na altura dos olhos e examino a bebida. Tudo atrás do copo fica cor-de-rosa, como o líquido dentro dele. Não tenho idéia do que seja, mas vejo uma Hermione Granger cor-de-rosa se aproximando. Abaixo o copo e a vejo acompanhada de Rony. Ah, ela está grávida! Eu vou ser tia! Eu já sabia disso, mas é diferente ver ela em pessoa.

Contendo as lágrimas, eu aceno e eles vem até mim, risonhos. Nos abraçamos, trocamos gentilezas e conversamos sobre as novidades do casal. Afinal, eles estavam viajando, na lua-de-mel deles. Só que ela se prolongara um pouco, porque achavam que havia um bruxo das trevas em uma cidadezinha de uma país chamado Brasil. Eles disseram que era lindo e tal, até ficaram mais do que deviam. E, também, que no fim era um engano. Não havia bruxo nenhum.

Depois de um pouco de conversa, Rony foi chamado por alguém e se afastou, deixando eu, Mione e meu, ai Merlin, sobrinho a sós. Ficamos em silêncio durante um tempinho até que ela disse:

- Gina, você está ótima! Sério mesmo – sorrio e dou um gole da bebida cor-de-rosa de Luna. Aonde ela quer chegar? – Huum, eu tenho uma perguntinha. Você sabe, eu andei fora tanto tempo e, sei lá, vai ver você não quis falar por carta e...

- Mione! – repreendo-a – Não precisa fazer cerimônia, pergunte logo! Juro que não ficarei magoada.

Ela sorri, desajeitada, e diz, ficando mais séria: - O que aconteceu entre você e o Harry? Ele parecia muito abatido quando o vi pela última vez. E não só fisicamente, emocionalmente também.

Droga, ela TINHA que falar nele? Isso me faz lembrar de Malfoy. Ok, na verdade eu penso nele o tempo todo, mas isso não vem ao caso. A questão é que não voltei permanentemente para o Harry, como falara a ele. Não era justo fingir que eu o amava, quando só de ouvir meu irmão o xingando, meu coração disparava e eu lembrava das nossas noites em Hogwarts.

Então, após um pouco mais de um ano com ele, terminei. Nem lembro o que disse a ele, pois foi quando soube que Malfoy estava indo trabalhar no ministério da Irlanda. Ainda mais distante. E (acabei de raciocinar um pouco. Uau.) eu sei por que não fui embora daqui. Porque sei que ele está aqui, ouvi duas pessoas comentando. Sei que a chance de eu o achar no meio de um salão escuro e cheio de gente é mínima, mas vale a pena esperar. É o meu sonserino em jogo.

Voltando a Mione, invento qualquer coisa sobre deixar de amar Harry e esperar tempo de mais, agradecendo a Merlin por Rony a levar para ver alguém, antes que ela cobrasse detalhes sobre o fim do meu namoro.

Caminho em direção a uma cadeira e me sento, colocando o copo vazio, na mesa ao lado. Olho em volta, buscando Draco com o olhar. Sem sucesso. Observo as pessoas. E viajo um pouco.

Todas elas passam por mim, nem imaginando que sonho TODAS as noites com o maior inimigo da minha família. Nem imaginando que o único lugar que eu queria estar neste momento era perto do loiro. Nem imaginando do que eu desisti por ele. Neste último itém encaixa-se: Harry Potter e time de quadribol de Hogwarts.

É, eu desisti do meu esporte favorito para no fim ser apenas uma diversão. Para ser justa, ele também desistiu do time da Sonserina. Acabou que, no fim do meu sexto ano, a Corvinal ganhou o torneio de quadribol. Eu nem assisti aos jogos. Estava ocupada demais agarrando o Draco. E o pior: Não consegui voltar no meu último ano.

I looked away
Eu olhei em volta


Eu deveria parar de pensar naquele canalha, como qualquer bruxa normal. Mas nãããão! Eu cismo que o que eu não consegui reconhecer no brilho do olhar dele na hora que terminamos, era tristeza. Não sei por que, mas alimento esperanças. Criei até uma teoria: Ele terminou comigo porque queria me poupar a explicação que faria a minha família, namorando ele. E também o choque que seria um Malfoy e uma Weasley juntos. Mas o que eu podia fazer? Era exatamente isso que eu queria.

Acho que ele não quer arriscar. E sabe o que eu também acho? Que eu tenho que pensar menos. Fala sério, eu não mereço amar um canalha que me usou e ainda achar que ele me ama. Merlin, eu estou confusa demais!

Examino novamente o local com o olhar. E então eu vejo. Não, não pode ser miragem, é ele mesmo. Draco Malfoy está de pé, bem na minha frente me encarando.

Then I looked back at you
Então olhei de volta para você


Ele continua lindo, gostoso e tudo o mais. E ainda tem o porte de um Malfoy. A única coisa que eu quero é agarra-lo ali, mas não dá. A não ser que ele esteja sentando bem ao meu lado para confessar que me ama, não dá. Droga, não consigo tirar os olhos dele! Olhe pro chão, Gina. O chão! Pronto, olhando o chão.

Com a voz fria e arrastada de sempre, ele sussurra para somente eu ouvir: - Está vendo este bando de gente? – Ergo o olhar e vejo umas pessoas passando, nos olhando e cochichando. Provavelmente querem saber que relacionamento tão amistoso é esse, entre uma Weasley e um Malfoy. – Eles sempre iriam fazer isso. Não tem jeito. Ainda bem que nosso caso era às escondidas.

Ouço um riso e, a próxima coisa que eu noto é que ele saiu da cadeira ao meu lado, mais rápido do que meu raciocínio.

Ok, isto foi estranho. Será que isso fortalece a minha teoria? Quero dizer, por que raios ele viria até o meu lado só para gozar da cara de gente que ele nem conhece direito? Tomara que aquilo tenha sido uma indireta.

You tried to say
Você tentou dizer
Things that you can't undo

Coisas que você não pode desfazer


Mas no que isso iria ajudar? Mesmo se fosse uma indireta, o que eu duvido, eu não poderia fazer absolutamente NADA. Eu sou obrigada a concordar com ele. E, ele tem razão, não tem jeito. Se eles soubessem, eu não teria casa para morar. Porque eu sei, assim como Draco sabe, que ninguém gosta do meu loiro. Ainda há muitas dúvidas. Acho que foi por isso que ele foi para a Irlanda.

Tipo, nos outros países ele é quase um herói. Ninguém sabe direito de seu passado, sabe. Só sabem que ele praticamente entregou o Lord. Dizem que lá ele já foi igualado ao Harry. É, o Potter.

Eles não sabem da marca negra do braço pálido dele. Eles não a viram. Eu vi. É, eu vi. Eu me lembro que quando eu a toquei, quase chorando, ele sussurrou no meu ouvido:

- Você não sabe o quanto eu me arrependo, ruiva. Ele... Matou minha mãe. Meu pai era um tolo, mas minha mãe...

Ele nunca terminou a frase. Eu o abracei e o beijei. Esta foi a conversa mais profunda que tivemos, e a mais significativa. Foi quando eu me toquei que ele é um humano. Arrogante, ambicioso, frio e tal, mas um humano. Com sentimentos.

Não, eu não vou chorar. Merlin, eu só quero que ele me ame! É difícil? Eu tenho que esquece-lo... Mas por que eu não quero isso, Merlin?

- Por que? – sussurro.

If I had my way
Se eu tivesse meu caminho
I'd never get over you

Eu nunca esqueceria você


Volto a procura-lo com o olhar. O localizo ao lado da pista de dança. Será que dá para chegar mais perto? Sei lá, talvez isso o inspire a dizer que me ama, ou sei lá. Quero dizer, talvez seja a penas um caso de superar o que passou.

Eu sei que para superar é preciso tempo... Dias, semanas. Meses até. Bom, já faz dois anos. DOIS anos. Talvez seja hoje. Tomara que seja hoje, porque eu não agüento mais. É ruim demais ficar longe dele.

Merlin, por favor! Me ajude a voltar para ele, sim?

Today's the day
Hoje é o dia
I pray that we make it through

Eu rezo para superarmos


O que nós superaríamos? O que ele disse, principalmente. Segundo a minha teoria, ele queria me proteger. Me poupar o trabalho que eu teria enfrentando a minha família, meus amigos e, praticamente, o Ministério todo. Ou melhor, todos que eu conhecia no ministério. E olha que não era pouca gente. Ok, ok. Isso não é a cara do Malfoy. Se bem que, depois do que ele me disse, não sei mais de nada.

O que ele falou... Deve ser por isso. Ele disse algo como: “Eu não vou manter minha imagem saindo com uma Weasley.” Quero dizer, na noite em que terminamos. Seria isso? Honestamente, acho que em parte. Só que deve ser mais pelo que ele me disse hoje.
Make it through the fall
Superar a queda


Isso une as duas teorias. Ele E eu passaríamos por muitos problemas juntos. Mas, quer saber? Eu não me importo! E ele não devia se importar também!

Make it through it all
Superar tudo


Ok, acho que eu vou para lá. Discretamente, me junto a multidão ‘dançante’ e vou dançando, até achar uma cadeira vazia, perto da onde eu o tinha visto. Quando acho, me sento, sem pestanejar. Depois de sentada, noto que estou entre uma mulher muito gorda e uma mulher com o cabelo mais volumoso do que o da Mione era no primeiro ano. Pouso meu copo no chão mesmo e olho para frente e me deparo com Draco Malfoy. Ele se sentou numa cadeira, enquanto eu dançava. Graças a Merlin, ele está olhando para a banda que toca no palco, ao fundo da sala. Então, a multidão ‘dançante’ fica entre eu e ele.

Ótimo! Mesmo, assim eu posso olhar para ele às vezes. E assim, olhando para ele de tempos em tempos, talvez eu não me sinta tão acabada e deprimida, como ando me sentindo. Parece que eu estou desmoronando, caindo aos pedaços.

Merlin, eu só quero olhar para ele, isso é crime? Se não, por que a multidão parece ter aumentado? Faz um cinco segundos que eu não vejo.

É, talvez eu esteja exegerando um pouquinho.

And I don't want to fall to pieces
E eu não quero cair aos pedaços
I just want to sit and stare at you

Eu só quero sentar e te encarar


Ah, uma brexa. Ele é a beleza em pessoa, um deus! E como eu o amo. Solto um suspiro quando a multidão ‘dançante’ me impede de vê-lo novamente. A mulher gorda, ao meu lado direito se levanta e alguém se senta no seu lugar. Me viro para olha-la. Ah, não! É a Mione. Sorrio, sem-graça e volto a olhar para frente.

- Quem você quer ver? – Pergunta ela. Quando eu a olho, ela suspira e diz: - Eu vi você parada olhando para frente. Quando a multidão se separou um pouco, vi seus olhos brilhando. Quem você olhava?

É, ela não sabe. A MINHA MELHOR AMIGA NÃO SABE QUE EU ME APAIXONEI! Quer dizer, era um segredo SÓ nosso. Meu e dele. Dele e meu.Com borboletas no estômago e torcendo para a multidão ‘dançante’ se juntar mais, digo: - Ninguém! Você está pirando, Mione. – A olho, séria. Não existe assunto pior, sabe.

I don't wanna talk about it
Eu não quero falar sobre isso


- Ah, você me conta, Gin! – Diz ela, corando de irritação. – Vamos conversar um pouco, sim?

Agora EU estou irritada.

- NÃO, Mione. Eu NÃO quero conversar. Não quero conversar nem com você e nem com ninguém. E eu não preciso de ninguém bancando a psicóloga ao meu lado, sim?

Eu devo estar MUITO vermelha, sinto meu rosto queimar, sob a maquiagem que minha mãe passou em mim. Hermione encolhe os ombros e sai de perto de mim, constrangida.

and I don't want a conversation
E eu não quero uma conversa


E começa a crescer uma angústia dentro de mim. Não porque eu humilhei a mãe do meu sobrinho [que, por um acaso, é a minha melhor amiga], mas sim, porque sei que ela vai contar para o Harry e daqui a pouco ele vai vir atrás de mim, querendo me ajudar. Porra, eu não quero ajuda! Eu só quero que alguém [como se eu não sobesse que esse alguém é o Draco] saiba o que ele faz comigo. Sinto vontade de chorar e, ao mesmo tempo, a janelinha na multidão abre e eu o vejo. Lutando contra as lágrimas, torço para que ele me olhe. Se isso acontecesse, pararia de resistir.

I just want to cry in front of you
Eu só quero chorar na sua frente


Não aconteceu. Na verdade, Harry se sentou ao meu lado falando um ‘oi’. Eu o olho, ele me olha, nós nos olhamos. Durante uns dez segundos. Segundos que eu poderia ter usado, olhando para Draco. Já ia me virar para o meu deus, quando Harry fala, em tom solene:

- Você... Quer falar alguma coisa?

I don't wanna talk about it
Eu não quero falar sobre isso


Reviro os olhos. Eu quase grito com o coitado. Ninguém merece esse carma, Merlin. Sim, eu quase passei uma noite [aquela que eu vi a marca], err, ‘dormindo’ com o maior inimigo de minha família. Mas eu O AMO, ó mago! Eu NECESSITO dele ao meu lado, não importa o quão canalha ele seja.

Tá bom, eu me importo. Mas isso não vem ao caso. O que importa é que o idiota com a cicatriz [não que ele seja um idiota, mas eu estou com raiva dele] pensa que eu vou ‘dormir’ com ele. E isso não vai rolar.

Cause I'm in love with you
Porque estou apaixonada por você


- Gina? – Ouço Alguém me chamar. Ai é, estava falando com Harry. E estou olhando nos olhos dele. Olhos muito bonitos, mas os do Draco são mais, muito mais, penetrantes. – Você... Precisa de um amigo?

Percebo que ele diz ‘amigo’ quase que ironicamente. Uau. O Harry. Que eu julgava tão certinho... As pessoas mudam, hein?

- Não, Harry. Eu não preciso de um amigo. Eu não preciso de ninguém. Eu só preciso de, sabe, mim mesma! – “E de Draco” quero falar. Ele parece entender e, pouco depois, ele, some.

Volto a esperar a minha janelinha aparecer. Acabei de dispensar mais uma vez o Harry por SUA culpa, Draco. Porque você é o único que pode me perguntar se eu preciso de um ‘amigo’. Rio sozinha da minha piada sem graça.

You're the only one
Você é o único
I'd be with 'til the end

Que eu ficaria até o fim


Eu acho que eu devia ir falar com ele. Oh, a janelinha! Olho para a cadeira do loiro e a encontro vazia. Uh-oh. Cadê ele? Quer saber, eu vou lá. Ele não vai aparecer lá mesmo.

Mais uma vez, eu me junto a multidão ‘dançante’ e saio dançando até o lugar de Draco. Só que há alguém sentado lá. E é ele, Draco em pessoa. Constrangida e corando, me viro [tinha parado bem na frente dele] e me sento ao seu lado.

When I come undone
Quando eu venho inacabada


A música agitada e dançante termina dando início a uma música romântica.A multidão se dissipa, dando lugar a casais apaixonados. A minha frente vejo um rapaz sussurrando algo no ouvido de sua acompanhante. A moça ri e o beija. E eu fico aqui, desejando que eu e Draco estivéssimos no lugar deles dois. Então, eu ouço ele pigarrear. Me viro e ele me olha, com seus olhos azuis-acinzentados.

- Quer dançar? – Ele simplesmente pôs em palavras o que eu não conseguia. Uhúúl! Eu vou dançar com o Draco. GENTE, EU VOU DANÇAR COM O DRACO! Concordo e ele sussurra em meu ouvido, enquanto vamos em direção a uma porta de vidro: - Vamos na pista do lado de fora. Vai ser mais fácil ver as caras abobadas das pessoas que nos verem juntas. – Ele ri. E não posso evitar rir também.

You bring me back again
Você me traz de volta


Ele tinha razão, metade das pessoas nos olham abobadas quando pisamos no jardim. Há uns casais dançando. Ele me guia até o meio da pista de dança e não consigo evitar: olho para cima e noto como as estrelas brilhavam.

- Noite bonita, não? – Disse ele, enquanto agarra minha cintura e eu o abraço pelo pescoço, pousando minha cabeça em seu peito. E sinto ele me abraçando com mais força, me fazendo sentir-me segura.

Back under the stars
De volta abaixo as estrelas
Back into your arms

De volta a seus braços


Ficamos em silêncio por um tempo, no qual eu noto que nenhum irmão meu está no meio das muitas caras abobadas que nos fitam. Se alguém os chamar para ver o show, eu vou ter uma imenso problema. Tomara que a Mione não apareça.

Quebrando o silêncio, Draco sussurra:

- O que você quer saber?

O olho, confusa. – A respeito?

Ele ri e não responde. Dou de ombros e volto a pôr minha cabeça onde estava antes. Então ele diz: - Sei lá. Achava que você gostaria de saber mais sobre mim. Depois de Hogwarts e tudo o mais.

Não sei por que, mas uma raiva começa a crescer dentro de mim, mas eu a controlo. Apenas levanto minha cabeça, o olhando. – Você não disse que era só diversão? Então... Para que eu iria querer saber mais sobre você?

- Você chorou quando te disse. E... – mas eu não o deixo terminar. Não, não vou dar esse gostinho.

- Foi quando eu me toquei que por mais sentimental que você possa ser a respeito de uma tatuagem, você é um Malfoy sem coração. Percebi que me iludi. – Reparo que paramos de dançar e que só estamos parados no meio da pista de dança. E isso só chama mais atenção.

Draco baixa a voz e diz: - Sobre a marca, não conte a ninguém. – Percebi que ele falava sério, então dei de ombros. Voltando ao tom de voz normal: - E não foi por isso que eu terminei com você. Se eu me importasse com minha imagem, não estaria dançando agora com você. O que você quer saber?

Ele voltou a dançar e eu o acompanhei. Voltei a deitar minha cabeça em seu peito, pensando. O que eu queria saber?

Não sabia nada sobre ele. Seria ótimo, pelo menos, saber se ele tinha ou não sentimentos. Porque orgulho ele tem de sobra. Mas... Será que ele, huum, chorou pela morte dos pais? Será que ele choraria pela minha morte? Não era muito, hmm, ‘coisa de Malfoy’, mas nunca se conhece por inteiro uma pessoa.

Want to know who you are
Quero saber quem você é


O que ele quer contar? Quero dizer, ele não teria feito essa LINDA pergunta se não quisesse contar algo. Ou conversar. É, talvez ele queira conversar! Mas... Eu não estou NEM UM POUCO afim de falar. Imagina se eu tivesse... Eu não falaria coisa com coisa. Nossa, seria humilhante!

Want to know where to start
Quero saber onde começar


O que ele quer comigo? Ele fala comigo como se não soubesse que eu fiquei magoada. Mas, provou-se agora, ele sabe. Então vem a pergunta: por que eu danço com ele? Eu não devia estar aqui, sei disso. Mas ele é tãão perfeito. Tãão lindo. E eu estou tãão apaixonada. Mas EU sou alguma coisa para ELE? Que nada, deve ser só mais uma dança com uma garota avulsa. A quem eu estou enganando? Eu sou apenas uma ‘namoradinha’ dele que sabe mais do que as outras.

I want to know what this means
Eu quero saber o que isso significa


E o que ele sente? Será que ele me ama? Se ele for capaz de amar, pode ser. Mas por mim? Eu sou só uma garota sem-graça. Eu só sou ruiva. O que um loiro gostoso daqueles ia querer comigo? Provavelmente, ele NÃO me ama. Mas será que, haam, gosta de mim? Seria bem melhor do que ele disse naquela noite.

Want to know how you feel
Quero saber como você se sente


Ele me quer de verdade? Ou ele está brincando comigo, me enganando para eu ir para a cama (ou para o banheiro, para mesa ou sei lá) com ele? Essa é uma difícil... Até que ponto o que ele fala é verdade? TEM alguma verdade? Se ele mentiu, não vai confessar. Então, torço para que ele não minta.

Want to know what is real
Quero saber o que é real


- Já se decidiu? – a minha amada voz arrastada murmura em meu ouvido. Estou meio indecisa, o que tenho vai fazer tudo piorar. Ergo a cabeça, novamente, e o olho, de novo. Mas, fazer o que? Concordo com a cabeça. – Então? – Ele tirou uma das mãos da minha cintura e agora acaricia meu cabelo. – O que você quer saber? – Meus olhos se fecharam quando seus dedos finos tocaram meus cabelos vermelhos.

Ainda de olhos fechados, digo: - Tudo.

I want to know everything, everything
Quero saber tudo, tudo


Ele sorri e começa a falar: - Não sei se devo te contar tudo, ruivinha. Posso tentar...

Concordo e encosto minha cabeça no peito dele, novamente. Nossa, eu posso ficar aqui para sempre. Maldita mania de olhar nos olhos das pessoas!

A mão dele ainda está no meu cabelo. E não consigo evitar sorrir e abraça-lo com mais força. Mentira, poderia evitar. Mas, errr, eu não quero. E a única coisa que eu quero é ficar ali. Sinto que se me afastar eu, tipo, morro. Ou quase, sei lá.

And I don't want to fall to pieces
E eu não quero cair aos pedaços


Ele começa a me falar, lentamente: - Bom, depois que meus pais morreram, eu realmente me senti mal. Foi, mais ou menos, a primeira vez que me senti triste. Quando voltei para Hogwarts, tinha certeza que não iam me aceitar. E não sei se foi, errr, bom eles terem me aceitado. Mesmo assim, nunca precisei de amigos para viver... – Ao ouvir isso, suspirei e fiz carinho em seus cabelos, onde minha mão aparecera por mágica. Ok, não por mágica. Eu que a coloquei lá. – E quando começamos a... Haam, namorar, acho... Fiquei mais confuso do que parecia estar. E, acredite, ficar com uma Weasley e ainda gostar disso não é uma coisa boa. Pelo menos, não para mim. Eu não sabia o que eu queria, e muito menos o que você queria com tudo aquilo.

I just want to sit and stare at you
Eu só quero sentar e te encarar


- Foi só na última semana que eu me toquei da gravidade do que a gente fazia juntos. Então, veio a pergunta: Como terminar? – Dessa vez foi de verdade. Eu realmente não pude evitar abraça-lo mais forte. Acho que ele notou, porque me abraçou mais forte também. Aii, como eu sou feliz!! – Não tinha certeza se você queria falar sobre isso, e agora tenho certeza. Quero dizer, você obviamente prefere ficar quieta a respeito disso, não é?

Uau. Ele me conhece melhor do que parece. Digo, vagamente: - É... – Só para ele parar de enrolar. Quer dizer, pelo tempo que ele esperou, não me parece uma pergunta retórica.

I don't wanna talk about it
Eu não quero falar sobre isso


- Você também não queria ter uma conversa a respeito, certo? Preferia que eu falasse, como estou fazendo agora, né?

Arrg, ele fica me perguntando coisas. Ergo o olhar e o encara. – É, Draco. E ainda mantenho a minha opinião, sabe?

Ele ri, antes de continuar.

and I don't want a conversation
E eu não quero uma conversa


- Certo, então. – diz ele, no meu ouvido. Recosto minha cabeça nele, noooovamente! – Como eu não era exatamente bom em inventar desculpas, principalmente quando se tratava de você, falei o que me parceu mais Malfoy, na hora – rio um pouco, e fico feliz ao ouvir ele rindo também. Ahhhn, eu AMO o riso não-sarcástico, não-irônico, não-frio e etc. É raro, mas vale a pena.

Bom, acho que ele acabou, já que ele não fala mais nada. Acho melhor falar alguma coisa.

- Por que você terminou comigo?

- Eu já te disse isso... – falou ele, com um tom de superioridade.

- Na verdade, você só disse que viu a gravidade do que a gente fazia – Há!

- Se você não entendeu, ruivinha, eu explico! – Sinto meu sangue ferver. Ele consegue me tirar do sério! Abro a boca para responder, mas ele fala antes. – Se um Malfoy saísse com uma Weasley, os dois sujariam suas imagens. – Opa, opaa! Minha teoria estava certa! Vivaa!! - Você não falaria mais com a sua família e eu não falaria com os poucos amigos, sonserinos, que me restaram. Fora que não daria para explicar para ninguém. Todos falariam pelas nossas costas, seria horrível sair para andar.

Então entendo. Finalmente entendo que a minha teoria não era realmente boa. Imagem... Como fui idiota em achar que terminar com ele por causa disso era plausível! Não posso evitar, uma lágrima cai. De tristeza. Ergo a cabeça, o encarando enquanto a segunda lágrima escorria. Ah, droga! Vai estragar o rímel! Bem voltando a você, Draco. Quer dizer que você não ficou comigo por medo de sujar a nossa imagem? E eu lá me com a minha imagem! Nunca me importei e não me importaria agora!

Ele ergue as sombrancelhas. Por quê? Simplesmente porque eu acabei pensando alto demais as últimas três frases. Droga!

Para completar: lágrimas caem livremente pelo meu rosto e todos me olham [não que eu me importe, é que, ao me verem chorando, certeza que alguém chamara algum outro Weasley].

I just want to cry in front of you
Eu só quero chorar na sua frente
I don't wanna talk about it
Eu não quero falar sobre isso


- Não foi só por isso, mas se você insiste em achar que foi... Não se importa? – Ouço o loiro dizer. – Não foi isso que me disse quando começamos a sair!

E, melhorando a minha situação, eu tenho que falar! ÓTIMO! – Mas, relacionado a você, eu não me importo!

- Ah, e eu posso saber por quê?

Sinto meu sangue ferver. GRANDE IDIOTA QUE VOCÊ ARRANJOU, GINEVRA! – Porque eu te amo!

Cause I'm in love with you
Porque estou apaixonada por você


Ainda estou chorando. E só agora, cinco segundos depois, me toco do que eu disse. Aiin, ele não deveria saber. Ele ergue uma mão e limpa minhas lágrimas. Não sei por que. E os dedos dele não ficam pretos! VIVAA! O rímel não tá escorrendo! Voltando ao Draco, ele encosta a testa dele na minha e diz, ainda com a voz arrastada que me provoca arrepios:

- E para explicar para sua família?

Fungo e digo, pensando nisso pela primeira vez: - Eu faço qualquer coisa, por você... – E, por mais que eu tenha acabado de pensar nisso, essa é a mais pura verdade.

Cause I'm in love with you
Porque eu estou apaixonada por você


- O que te fez mudar de ideia? Quer dizer, por que só agora você veio falar comigo? – Me ouço falar

- Bem, ruiva, eu não te encontrei de novo nos últimos meses, sabe – diz ele, com um sorriso malicioso. Eu dou uma risada fungada. As lágrimas pararam. VIVAA! Eu e ele estamos nos entendendo! – Há mais de um ano me toquei que não importava as pessoas.

Ele ia continuar, mas eu não deixo: - E por que você não me procurou na festa há exatamente um ano atrás?

I'm in love with you
Eu estou apaixonada por você


- Você namorava com o Potterzinho, lembra? – Passa no olhar dele uma sombra de raiva, que logo some. – E eu não sabia que você...

- Então você terminou comigo por medo e por que achava que eu não ia querer perder todos os meus amigos por você? – Não sei o que me deu! Eu tinha que esperar ele terminar, maldita boca!

- E você faria isso? – ele fica lindo com um sorriso irônico no rosto! Aii...

- Sim... – SIM?

É... Pensando bem, sim...

Os olhos dele brilham e ele fala: - Por que?

Cause I'm in love with you
Porque eu estou apaixonada por você


- Porque eu teria você – Nós sorrimos. Ele vai me beijar, mas eu não deixo. Há, ele pensa que eu sou tãão fácil assim? Enganou-se! – Bem, você não sabia que eu, o quê? – Digo, me afastando.

Ele bufa de raiva. – Eu não sabia que você estaria disposta a fazer isso por mim.

I'm in love with you
Eu estou apaixonada por você


- Agora você já sabe... E você? – Digo, me aproximando. Eu a-d-o-r-o provoca-lo! – O que você faria por mim?

Os olhos dele brilham ainda mais e ele diz, com o tom de voz mais sincero que um Malfoy consiguiria: - Tudo.

Aí eu travo. Tudo? TUDO? Ele não disse isso... Ahh, tomara que sim! Voltando a cena... Nós paramos de dançar faz um tempo. Opss... Mas isso não afeta o fato de que eu parei, a centímetros de distância dele. E nem que eu me afastei e tentei babucilar alguma coisa. No fim, gaguejo:

- Tu-u-d-do? – Ele ri. – Po-or quê-ê-ê?

Agora ele só sorri. Leva uma mão a minha nuca e diz: -Tudo. Porque eu te amo, Weasley – então, com um movimento rápido, ele junta os nossos lábios.

Ah, o beijo. O beijo que tanto esperei, durante todos esses anos [falando assim, parece que esperei uma década por ele!]. Eles me enlouquecem! A língua dele toca nos meu lábios, que eu abro. É incrível o que ele consegue fazer comigo! É um beijo que, pelo o que parece, nós dois esperamos durante muito tempo. E ele me beija com uma vontade [correspondida], que transforma o beijo em algo quase violento. Ele chega a morder meus lábios, a minha língua! É muito bom. De repente ele para e me olha. Falta de ar, de ambos os lados.

O loiro, preciona meu corpo contra o dele, como se achasse que eu não estava gostando. Idiota, é claro que eu estou amando! Nos olhamos e sorrimos. Nos beijamos mais umas vezes, então noto: A música parou. Me afasto, com muito custo, de Draco e olho em volta.

Todos, absolutamente TODOS, nos olham. O encaro, ele só me lança um olhar do tipo desafiador, como se dissesse “Você consegue?” Mas isso é o de menos. Atrás dele, vejo meu irmão, completamente vermelho, mais vermelho que nossos cabelos, e com os punhos fechados, ao lado do corpo. Bem, o Ron está entre o Harry, vermelho também, e a Mione, que está com a boca levemente aberta. Nossa, nosso beijo deve ter sido bem, haaam, sei lá. Proíbido para menores. Opss... Pelo menos eles perderam a fala!

Acho que Draco nota minha cara, pois olha para trás. Ri e... PERAÍ? ELE RIU? Não acredito! Ele é um idiota e...

- Antes que seu irmão me mate, é melhor eu perguntar logo: namora comigo? – Ele tá me pedindo em namoro? EM NAMORO? Opa, cadê a raiva que estava aqui? Fuigiu!

Sorrio e respondo: - Sim! – Ele nos aproxima de novo e nos beijamos.

Mas acho que o Ron pode falar de novo, já que ouço um berro: - MALFOY! SAIA JÁ DE CIMA DELA!

Nós nos afastamos. Ah, a hora de encarar o mais ciumento dos meus irmãos, chegou. Suspiro e olho para o Draco com uma cara de “é por sua culpa”. Ele ri. O que eu não faço por ele?

Por ele, o meu irmão está vindo para cá, com a varinha na mão. Me adianto para falar com ele, antes que ele mate o amor da minha vida.

Aiiin, hoje será uma longa noite. Quer dizer, maior do que já foi.

I'm in love with you
Eu estou apaixonada por você


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Nota da Autora: Quando eu era pequena e inocente, eu achava essa fic um máximo. Hoje que eu sou uma mulher madura (OU NÃO), eu vejo que eu preciso escrever mais. Sério, eu ando muito parada nesses últimos tempos. Me matem!

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