Depois... Para Sempre...



Depois... Para Sempre...
(Música Tema: All I Need da banda Within Temptation)

O aroma delicioso de morango estava por toda a extensão do Salão Comunal, havia um burburinho de alguns alunos do 1º ano, eles pareciam maravilhados com a nova decoração de inverno do Salão Comunal, e ela concordava com eles, a sala estava realmente maravilhosa, havia flocos de neve caindo por todo o lado, derivados de um feitiço da Professora McGonnagal, pequenos vidrinhos cheios de morango estavam espalhados flutuando pela sala. Além de flores com um aroma decididamente relaxante.

Havia quase meia hora que Hermione estava lá, sentada lendo um livro sobre a Aritmância nos tempos modernos. Ela havia acordado relativamente cedo naquele dia, e com certeza não conseguiria ficar na cama com toda aquela maravilha para ser vista no salão comunal.
Ela depositou o livro sobre o mezanino próximo ao centro do salão, e apoiou-se suavemente sobre a sacada de uma grande janela, o lago, semi congelado, estava magnífico, e os gramados estavam completamente brancos, imaginou como seria bom se ele estivesse aqui para vê-la, ela sabia que isso não era possível, mas ela gostaria, com toda força que havia restado em seu coração frágil. Ela viu de soslaio um unicórnio percorrendo os gramados brancos com uma velocidade impressionante, o chifre que exibia era magnífico e imponente e suas patas, ao saírem do chão deixavam uma nuvem branca pelo ar. Ela continuou a olhá-lo maravilhada, e ele lentamente parou e a observou em resposta. Hermione acenou com as mãos, e o unicórnio empinou o corpo e depois fez gestos com a cabeça, ele a retraia para traz. Hermione entendeu, não precisou ter um significado claro, ela só entendeu, saiu do Salão Comunal correndo, um sorriso se formou em seu rosto, ela se chocou com duas alunas da Corvinal, pediu desculpa, mas não conseguia parar. Seus olhos arderam quando o vento gelado chocou-se com o seu rosto, mas ela não queria mais nada, ela só queria ir até lá, com ele.

O Unicórnio galopou em sua direção, e rapidamente a imagem do Unicórnio, dava imagem a ele sem sua forma de Animago. Harry Potter... Ela o abraçou, e o beijou, não foram necessárias palavras, eles só estavam lá se olhando como se ‘tudo’ tivesse acontecido.

Ela tirou a franja da frente dos olhos dele, e ele a beijou de novo, tamanha a força e a intensidade que não sabia se conseguiria respirar depois disso.

- Obrigado por vir - ele disse sorrindo, era bom poder vê-la novamente, os olhos dela continuavam chocolates, e seus cabelos, estavam perfeitos... Ele a amava, a amava mesmo estando tão longe.

- Oh! Harry, todo inverno, todo inverno eu sinto sua falta, sinta falta dos seus carinhos, sinto falta de suas mãos sobre as minhas... Dos seus braços em meu pescoço, os envolvendo para um beijo... Nos meus verões, sinto falta dos nossos passeios, sinto falta do seu olhar, do seu cabelo bagunçado pelo vento! Oh Harry, como amar você me machuca...

- Me desculpe querida... Sabe que esse era meu destino... Já faz dois anos... Dois anos que não podemos estar próximos, que estamos tão distantes... E você, olhe para você. – Ele sorriu e ela avermelhou-se – Tem uma vida, um emprego, seus alunos... Tem vida, precisa aproveitá-la. Sabe que meu amor será infinito, mas eu não poderei ser... – Ele soltou suas mãos das dela.

- Mas você voltou para mim, olhe... – ela apalpou-lhe os ombros. – Eu posso te sentir, você está aqui... Posso te beijar, sentir o calor e o desejo que você tem por mim... Você está vivo Harry... – Seus olhos se encheram de lágrimas. E ela o abraçou, estava desesperada – Diga que você não se foi... Diga que você vai ficar aqui, que vai me amar para sempre. Diga que você resistiu a grande batalha... Pelo amor de Merlin! Meu amor! DIGA QUE VOCÊ NÃO ESTÁ ALÍ!!! – Ela apontou para uma grandiosa lápide, exatamente igual de Dumbledore, do lado da mesma, a inscrição dizia, “Harry Potter, Grande aluno, Filho, Irmão... Amado, e, para sempre lembrado, em nossa memória e nosso coração, por sua valentia e sua coragem. Pelo seu sacrifício” – Eu não vou suportar viver mais tempo sem você... – Ela sentiu seu corpo despencar, sua força se esvair com total agilidade, e seu corpo cair sobre o chão gelado e embranquecido. Ela pôde ver ele se abaixando para abraçá-la... E assim eles ficaram por alguns minutos. Hermione não conseguia levantar, sabia para que ele havia vindo... E buscava uma maneira palpável de acabar com o resquício de vida que tinha dentro de si.

- Não poderá me tocar por muito tempo meu amor. – Ele disse com sua voz angelicalmente grossa em seu ouvido. – O que sustenta todo esse meu ser é o nosso amor, e a sua vida... Hermione, você precisa continuar vivendo, a minha sub-existência depende de você, e do que você irá enfrentar daqui para frente. Preciso que queira continuar vivendo... Preciso que seja feliz... Por mim...

Hermione soluçou e suas lágrimas escorreram rapidamente, fazendo com que a macia camada neve se corrompesse, ela não queria, não podia querer viver... Mas sim, ela devia, ele dependia dela, e ela sabia que o encontraria um dia, o dia que ela estivesse pronta para ir. Ele a ajudou a levantar, deu nela um último beijo, e se separou do corpo dela, Hermione ainda tentou tocá-lo uma última vez, mas não conseguiu. Ele olhou bem para ela, e fechou os olhos... Um ar leve e adocicado envolveu o ambiente e majestosamente, duas asas brancas como a roupa dele, brotaram de suas costas. As penas brancas e perfeitas balançaram com o vento... E ele sorriu para ela, um único sorriso, antes de correr para o lago, e farfalhar as asas... Ele a olhou uma ultima vez. – Estarei sempre, sempre, com você.

- Adeus meu amor... – Hermione secou as grandes lágrimas que lhe escorriam – Não imagina o quanto te amei, e o quanto te amarei. – Uma pena, tão branca como a neve caiu em sua frente, ela a segurou e apertou contra o peito. Ele desapareceu...


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Ela sorriu após lembrar de tudo isso, o ultimo momento em que havia sido completamente feliz. Aquela pena, ainda perfeita, estava lá, ajeitada pomposamente sobre a mão dela, novamente, ela a segurava, e a apertava contra o peito, como fizera há muitos anos atrás. E ela ainda o amava, não conseguia dimensionar o amor que sentia...
Passou a mão sobre os cabelos brancos, e tocou a pele, não mais jovem, e sabia, que, mesmo sem toda aquela beleza que tinha em sua juventude ele ainda amaria...
Ela deixou a pena sobre a penteadeira, e virou-se para guardar a caixinha de recordações que, ele havia lhe dado dentro do seu guarda roupas, o guarda roupas que havia sido de Dumbledore e McGonnagal um dia.
Ela guardou-a seguramente, e então, voltou-se para a penteadeira, seu olhos se encheram de lágrimas, e ela tocou o rosto para secá-las... A pele parecia jovial, sem as marcas da idade, e a franja que ela tanto adorava caiu-lhe sobre o rosto... Ela sorriu.

- Desculpe-me por demorar tanto... – A pena estava sobre a mão dele. E Hermione percebeu que estava certa de tudo, e que ele veio como ela imaginava... – Você continua linda...

- Meu amor... – O farfalhar conhecido irrompeu o quarto, e ela sentiu suas asas suavemente se abrirem e movimentarem o ar...

- Segure minha mão. Já está na hora. – Ela deu a mão para ele, ele a puxou suavemente para fora da grande janela de seu escritório. Bateu as asas e subiu ao ar, fez com que o cabelo dela se mexesse com o vento. – Estamos juntos novamente...

- E agora para sempre... Para todo o sempre não é? – Harry sorriu em resposta.

- É... Agora, você é... Para sempre minha, Hermione... – Hermione sentiu que ainda saiam lágrimas de seus olhos, ela o seguiu para o céu... E deixou, suavemente que aquele corpo mundano fosse abandonado, deixado para trás, assim como ela deixaria todo o sofrimento, ela o amaria, agora, ainda mais... Depois... E para sempre.



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N.A.: Mais uma short... Essa foi puro fruto da imaginação... Também está meio fraca. Mas achei melhor que a minha primeira short "Porque Você Sempre Tem a Razão?"
Espero que gostem... Votem... e que também comentem!!!
Obrigado!

Samuel Black

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