Acordos e Brigas.




- Ginny...? - Harry bateu com as costas da mão na porta trancada, levemente. Silêncio por alguns segundos e então uma voz de garota:
- Entre. - Harry respirou fundo e adentrou o quarto, apreensivo, encontrando a garota sentada na cama com as mãos limpando as lágrimas. O perfume floral de Ginny atingiu-o como um raio e ele se sentiu meio tonto antes de se aproximar:
- Ginny... Podemos conversar, por favor?
- Claro, Harry. - A menina limpou um pouco as lágrimas e cruzou os braços. - Pode falar. - Seu olhar era duro.
Harry havia treinado o discurso mil vezes com Rony e Hermione, mas, parecia muito mais difícil lembrar de tudo agora:
- È que... Gin... Eu-u... não vou te impedir de ir comigo atrás das Horcruxes e de Voldemort. Seria injusto deixá-la para trás quando Rony e Hermione também vão. Mas, você precisa entender. - Ele se sentou ao lado da garota que agora o olhava com os olhos mais abertos. - Se peço para que você não se envolva é porque quero somente te proteger...
- Mas, Harry...
- Não, Gin... me deixe continuar. - Harry pediu, levantando a mão para pedi-la para ficar em silêncio. Ela se calou. - Aonde parei mesmo...? Ah, sim. Ginny, se te peço para não nos seguir é somente porque quero te proteger. Quero você segura, não correndo perigo comigo Rony e Mione. Eu mesmo não queria que eles viessem.
- Harry, lá vem você com essa história de super herói hipócrita! Você não pode fazer tudo sozin...
- Eu sei disso. E sei também que nada que eu diga vai te impedir de vir junto. - Nesse momento, Harry parou de falar e sentiu suas faces rosadas. - Mas, eu não vim aqui para dizer isso... Eu vim aqui porquê... Estou feliz que você esteja aqui.
Ginny olhou para Harry com surpresa e um leve sorriso desenhou-se em seus lábios vermelhos.
- Quando Voldemort estava no poder há 16 anos atrás, só sobreviveram as pessoas que se juntaram á quem amavam e inclusive, foi o amor de minha mãe que me salvou da morte. Bem... - Ele engasgou. Jamais havia dito para ninguém o que diria agora. Seu coração parecia que ia saltar pela garganta. - Não quero desperdiçar o pouco tempo que talvez me reste. E-eu... quero ficar com quem amo em um momento como esse. Você. Você, Gin... - Ele enrubesceu totalmente e viu os olhos de Ginny brilharem lacrimosos. - Unidos somos mais fortes do que separados, não é... Isto é, se você ainda estiver disposta...
- Oh, Harry... - Ginny exclamou, estendendo os braços pra ele. Harry correu até ela e a enlaçando pela cintura deixou que seus lábios se encontrassem. Era tão bom sentir de novo o calor daqueles lábios rubros e quentes, daquela língua delicada e daquela pele de veludo encostando-se na sua. Suas bocas e línguas movendo-se em igual sintonia, deliravam Harry de tal maneira que ele achava que sua cicatriz seria capaz de latejar como certas partes de seu corpo faziam naquele momento. O corpo magro, mas, curvilíneo da garota espremia-se contra o seu tórax com desespero, como se dessa maneira, a garota pudesse fundir seu corpo ao dele. Harry não poderia dizer se aquele beijo de paixão durou segundos ou minutos, mas, quando percebeu, Ginny estava chorando de encontro ao seu peito:
- Pensei... Pensei que a história de Voldemort fosse em parte apenas uma desculpa para terminar comigo Harry... Realmente pensei... - Ela soluçava, agarrando a suéter Weasley que ele ganhara no natal do ano anterior. - Eu... E-eu... - ela gaguejou e desta vez ergueu os olhos para os dele, lágrimas peroladas escorrendo do azul. - ... Eu te amo, seu idiota metido a herói.
Harry riu e calou o começo de risada dela com um beijo doce e suave, assim que se separaram ele murmurou:
- Eu te amo também. Muito, Ginny. - Ela riu. - Não entendo como foi pensar que eu terminei com você porque não te amava. Eu apenas quis...
- Me proteger, eu sei, Harry. - Ela riu de novo, deslizando a mão pelo ombro dele e descendo-a pelo seu braço. - Você sempre teve o dom de salvar o dia. - E com um suspiro, os dois juntaram suas bocas novamente.

Quando desceram para o almoço, mais tarde, encontraram Rony e Hermione discutindo em altos brados ao pé da escada.
- Então quer dizer que ele quer vir pra cá? = berrava Rony com o rosto todo vermelho. - Que gracinha! Veio salvar você, foi?
- Não! Ele não vai vir pra sede da Ordem, ele vai ficar em Londres na casa de um primo! E eu não preciso... - A garota estava totalmente ruborizada, com os cabelos em pé quando foi interrompida:
- Então quer dizer que a senhorita contou tudo pra ele? Você não tem cérebro, Hermione? Você é tão idiota assim? - Rony indagou sarcásticamente, pronunciando cada palavra devagar para poder apreciar os efeitos que causavam nela. A garota parecia ter sido socada no rosto:
- EU JAMAIS CONTARIA Á ELE! JAMAIS! - berrou, segurando com força a gola da blusa que usava. - Eu apenas disse que Hogwarts foi fechada, e que nós tínhamos algo em mente para...
- E você acha que ele não descobrirá desse jeito?? O que você conhece desse tal de Krum? Ele pode muito bem ser a droga de um Comensal da Morte fingindo gostar de você, só pra entregar o Harry nas mãos de Você-Sabe-Quem!
- Como você ainda pode ter a mesma teoria ridícula de que ele está atrás do Harry??? È tããão difícil assim admitir que alguém REALMENTE goste de mim??
- A questão não é essa! A questão é que você está revelando nossa posição e se correspondendo com um cara nojento, potencialmente perigoso... Por Merlin, o diretor da escola dele era um Comensal da Morte!
- Sabe que eu acho que a questão é realmente essa! Você não consegue suportar a idéia de que alguém demonstre um interesse maior por mim, e inventa essas histórias e suposições ridículas, de que Krum é perigoso!
- Ele atacou Harry aquela vez no labirinto! - berrou Rony, que parecia desesperado para encontrar um argumento convincente. - Estuporou Fleur e torturou Cedrico!
- Não seja burro, Ronald, você sabe perfeitamente bem que ele estava sob a Maldição Imperius! - Os dois ainda não haviam notado Harry e Ginny ali parados no alto da escada, olhando boquiabertos para os dois. - E aqui mesmo... - Ela sacudiu a carta que trazia na mão. - Ele se diz disposto a se juntar á nós custe oque custar!
- Mas, isso é óbvio não é? Você acha que ele perderia uma chance de ficar perto de você?
- E com isso nós chegamos na mesma questão! Você não gosta dele justamente por ele gostar de mim!
- Não seja idiota! - Rony exclamou, procurando palavras para retrucar. - Quis dizer que ele... ele... Só porque ele se ofereceu para ajudar, não quer dizer que ele é de confiança! Ele disse isso só pra chegar aqui e dar uns amassos em você... - A última frase foi dita em voz baixa e completa amargura. Hermione ficou indignada.
- Dar uns amassos? Rony, você está pensando que eu sou você e a Lilá?
Rony ficou mais vermelho do que já estava e exclamou:
- Oque eu faço ou deixo de fazer não te interessa!
- Ahh... E o que eu faço deve ser julgado cruelmente, não é assim?
Harry e Ginny do alto da escada se entreolharam impacientemente. Aquela discussão não ia terminar nunca. Ou desciam e faziam os dois pararem, ou subiam de volta e torciam para que os dois não subissem discutindo e acordassem o quadro da mãe de Sirius.
- Não é minha culpa se as garotas gostam de mim!
- Ah, pelamordedeus! Não seja ridículo, Ronald! Além da Lilá, que não tem nada na cabeça...
Trocando outro olhar significativo com Ginny, Harry desceu e exclamou:
- Dá pra pararem com isso? Vão acabar acordando os quadros todos do corredor de cima.
- Harry! - Rony exclamou olhando pra ele como se ele estivesse ali desde o início. - Você não sabe o que a Hermione fez! Ela...
- Eu não fiz nada, Ronald! Krum não...
- Claro que fez, você contou tudo pra ele! Você...
- Harry, não acredite nele...
- È verdade, ela quer...
- Rony é patético! Ele acha...
- ... nos sabotar!
- E mesmo assim...
- CHEGA VOCÊS DOIS! - Harry gritou, fazendo com que os dois se calassem. - Rony, Krum não é perigoso até onde sabemos e a Mione se corresponde com ele há 3 anos, pará de ser tapado e aceita isso! - Rony abaixou a cabeça, como se estivesse sendo repreendido pela Sra. Weasley. - Hermione, o que você andou dizendo ao Krum, afinal?
Hermione estava extremamente vermelha e fuzilando Rony com os olhos murmurou:
- Eu disse á Krum que não voltaria a Hogwarts esse ano, pois queria me juntar as pessoas que lutariam contra Voldemort e contei que Dumbledore foi morto e ele ficou realmente chocado, Harry! E disse que quer vir ajudar, que também quer o mundo bruxo em paz e que...
- Ok, ok, Hermione... Eu sei que o Krum é de confiança, mas, não diga mais nada... Certo? - Rony lançou um olhar de puro ódio á Harry, mas, abaixou a cabeça quando este olhou para ele. - Podemos almoçar em paz agora?
- Não. - Rony murmurou, olhando para Hermione com os olhos semi cerrados. - Não estou com fome.
E sem dizer mais uma palavra, subiu as escadas, 3 degraus de cada vez.
- Babaca tapado... - sussurrou Ginny. - Esquenta não, Mione... Temperamental esse aí. Vem comer.
Mas, Hermione olhava tristemente as costas de Rony sumirem na curva do corredor.
- Não, Ginny... Também perdi a fome. Acho melhor eu me deitar e escrever a resposta de Krum, pedindo para que ele não venha... - Ela deu um aceno para os dois e também subiu a escada, mas, de forma lenta e um degrau de cada vez.
Ginny olhou para Harry, revirando os olhos e suspirando:
- Doidos...

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