As novidades da Ordem
Oi gente demoro, mas estou aqui...sem mais demora, ai está. Bjos
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"As novidades da Ordem"
Harry sentiu seus pelos da nuca se arrepiarem dramaticamente, tateou o local e não encontrou nada, a voz não parava de voltar e fugir ao longe, cada vez mais alta e gritante, de repente tudo ficou em um silêncio absoluto e as luzes na sala comunal voltaram a trabalhar.
-Quem está ai? – perguntou Harry com uma nota de pânico na voz.
-Meu senhor Harry Potter... é Dobby – disse animadamente o elfo doméstico – O que meu senhor Harry Potter está fazendo acordado até essa hora?
-Dobby eu ...perdi o sono...Dobby você ouviu vozes...digo, você ouviu alguém gritando meu nome? – perguntou afoito.
-Não menino Potter, Dobby não ouviu nada quando acendeu a lareira, o que Dobby deveria ouvir? – perguntou o elfo esganiçando cada vez mais sua vozinha rouca.
-Nada Dobby... bem eu vou subir, depois nos falamos tudo bem...- e Harry subiu correndo as escadas, com um profundo pânico de que talvez estivesse ficando louco, mas não era possível ele ouvira a voz claramente, era Voldemort ele tinha certeza absoluta, por outro lado, Dobby jamais mentiria para ele, e pelo tom com que lhe respondeu, ele realmente não tinha ouvido nada. Harry chegou á sua cama trêmulo, ele teria de descobrir o que ocorreu, pois aquilo não era ilusão da sua cabeça, nem muito menos um sonho, era real.
Na manhã seguinte Harry acordou assustado pelos sacolejos de Rony ao seu lado, ele já estava afoito achando que estava atrasado para aula, porém percebeu que estava numa bela manhã de sábado, e agradeceu mentalmente por essa dádiva, pois havia muita coisa que ele devia fazer.
-Você vai continuar dormindo? Eu e Hermione já tomamos café e tudo – perguntou Rony.
-Hã?...Ahhh já to levantando...
-Escuta você não dormiu essa noite não, você sempre se levanta mais cedo...
-É só que me aconteceu uma coisa estranha nessa madrugada...
Então Harry narrou seu momento de pânico naquela noite, e Rony cada vez que ouvia a história á fundo enrugava mais a testa.
-O que você acha? – perguntou Harry procurando algum consolo.
-É estranho...o mais estranho é que sua cicatriz não doeu, porém você ouviu a voz de Voldemort, mas Dobby não...
-Então?!?
-Será que ele não poderia ter usado a legiminência em você?
-Não...com certeza não...isso geraria outro efeito...e ouvi claramente, era como se ele estivesse ao meu lado, falado ao meu ouvido...
Rony ficou meio pálido ao ouvir Harry dizer isso, realmente a sensação de ter o maior bruxo das trevas falando ao ouvido que você estará morto, não devia ser nem um pouco interessante, pensou ele.
-Vamos descer Harry e vê o que a Hermione acha disso, ok...
-Vamos...
Harry se trocou rápido e foi ao encontro de sua amiga, pois precisava de qualquer argumento que lhe tranqüilizasse sobre o ocorrido. Chegaram à mesa do salão e encontraram Hermione concentrada no seu exemplar do Profeta Diário. Rony foi o primeiro a contar toda a história, e Hermione ficava mais interessada á cada palavra que ouvia.
- Então Mione, o Harry tá ou não está com um problemão...
-Mas Harry sua cicatriz não doeu nem um pouquinho?- perguntou ela.
-Não, não senti nada...
-Nada...?nem uma ardência, incomodo...
Ele balançou a cabeça em reposta á pergunta de Hermione.
-Acho que você devia procurar a diretora Minerva, ou então...o Lupin...mas de fato isso é estranho...
-Como você acha que eu estou me sentindo?...Bom talvez Voldemort esteja entrando em Hogwarts na calada da noite, Malfoy conseguiu isso...porque "ele" não conseguiria?
-Harry eu não quero ser frio nem insensível, mas se Voldemort estivesse em uma sala sozinho com você no meio da escuridão em plenas três horas da madrugada, você estaria com um arranhão no mínimo...
-É Harry, Rony tem razão...em hipótese nenhuma ele conseguiria entrar, a segurança está bem maior...e tem outra se ele estivesse com você na sala, você teria visto...
-Mas não vi nada...esse é o problema...eu só ouvi a voz dele...
-Você pode ter ouvido a língua das cobras - disse Rony chutando mais uma alternativa para tentar acertar...
-Não...não era a lingua das cobras, eu tenho certeza...cobras não gritam nem esperneiam...e era isso que ele tava fazendo gritando e gargalhando que nem louco...
-Harry pela ultima vez vá procurar Minerva ou o Profº Lupin...
-Não...pra eles ficarem com as caras que vocês estão e me chamarem de louco, não mesmo...
-Nós não estamos chamando você de louco... - disse Hermione indignada.
-É nós acreditamos em você...
-Táh, mas mesmo assim, o que eles podem fazer...nada...eu vou aguardar, se isso acontecer de novo eu tomo uma atitude...
-Se você prefere assim...- disse Hermione dando de ombros.
-E então o que vamos fazer no nosso primeiro final de semana? - perguntou Rony com entusiasmo.
-Creio que devíamos fazer todos os deveres que temos pendentes...
-Ahhh não, por Merlin Hermione, ficamos aturando essas aulas chatas a semana inteira, e você já está pensando em deveres? - disse Rony encolerizado - Temos amanhã ainda para fazermos e...
-Tá, Tá, Tá entendi...não precisa chorar...Vamos visitar o Hagrid....
E juntos saíram para o tempo cinzento que os aguardava do lado de fora. O pátio estava completamente repleto de alunos, e para surpresa de Harry havia aurores circulando por eles.
-Mas o que eles estão fazendo aqui?
-Estão nos protegendo...-disse Hermione meio incerta.
-Ahahahaha...e desde quando esses aurores do ministério já fizeram algo de útil??? - disse Rony sarcasticamente.
-Mas de qualquer maneira quanto mais segurança melhor...
-Há...Há ai estão vocês neh? - disse Hagrid, que alimentava carinhosamente seus pelúcios.
-Dia Hagrid, como foi a semana? - perguntou Harry sorridente.
-Foi tranqüila neh...alguns favores ali, alguns pedidos de Mcgonagall aqui, nada demais...e vocês como estão, animados com o último ano de vocês?
-Estamos bem Hagrid, também tivemos uma semana tranqüila, mas me diga que favores são esses que McGonagall está pedindo? -perguntou Hermione curiosa.
-Nada ...na verdade...nada que interesse á vocês. - disse ele rabugento com os três.
-Por acaso é algo que envolva a ordem?...-perguntou Rony.
-Por acaso é sim...mas não vou dizer á vocês...seus curiosos...
-Hagrid você tem que nos dizer, pois agora somos membros da ordem, temos todo o direito de saber...-disse Hermione ofegante.
-Bem vocês são membros, mas isso é um pedido de McGonagall - disse ele encarando Hermione, e ignorando os outros dois - e ela sabe o quanto Harry fica nervoso quando o assunto é Snape...então...eh...
-O que tem o Snape Hagrid? - perguntou Harry nervoso.
-Não tem nada...você ouviu mal...
-Ora Hagrid, ninguém ouviu mal aqui, o que tem o Snape? -perguntou novamente
-Pelas Barbas de Merlim se controle menino, com esse seu gênio explosivo você não vai chegar á lugar algum...bom eu conto á vocês, mas se eu souber que...
-Nós não iremos contar pra ninguém...-disse Rony impaciente.
-A questão é que McGonagall está preocupada com Malfoy, ela teme que ele morra...
-Você está brincando...Malfoy escolheu esse caminho porque quis, ele não é mais nenhuma criança... ele ia MATAR Dumbledore...
-Eu sei Harry, eu sei...mas a mulher do Lucio, Narcisa; procurou McGonagall e disse que está correndo risco de vida...e que ela morreria se Você-sabe-quem matasse Malfoy...
-Porque Voldemort mataria Malfoy?Ele seria mais um pro exercito dele...isso é um beneficio, não é mesmo?
-Harry, Harry pare e pense, aconteceu mais coisas do que você imagina...Narcisa contou para Mcgonagall que Você-sabe-quem quer se vingar da falha de Lucio, colocando Malfoy numa prova de fogo...foi ai que ela desesperada procurou por Severus Snape, e fez um voto perpétuo para que ele protegesse Malfoy ou que assumisse a missão que ele tinha de matar Dumbledore, caso viesse a falhar...
-Então que dizer que foi ai que...- ia dizendo Hermione.
-E o que Narcisa quer afinal? - perguntou Rony atormentado com a descoberta.
-Pra falar a verdade, ela quer proteção e é isso que tenho feito, Mcgonagall, pediu que eu a vigiasse constantemente...
Harry soltou riso de indignação pelo nariz, e ficou imaginando a "nova" da diretora.
-Mas Hagrid, como vamos descobrir se ela está falando a verdade ou não? - perguntou ele, querendo achar qualquer vestígio de falsidade para acusar os Malfoys.
-Ahhh...não pense que não pensamos nisso an...A ordem está mais preparada do que da primeira vez, sabemos com quem estamos lidando...então logo que Narcisa nos procurou abrigo, fingimos ter acolhido ela, mas ela estava muito nervosa, e não foi difícil fazer com que ela aceitasse um copo de água com uma boa dose de veritasserum...ela bebeu todinho e nos contou tudo o que sabia.
-Vocês deram Veritasserum pra Narcisa??? - perguntou Hermione incrédula.
-E de quem foi essa idéia brilhante? - perguntou Rony rindo da cena.
-Foi do Olho-Tonto...
-Só podia ser... - disse Harry sorrindo.
-É mas Mcgonagall não estava concordando, porém não tínhamos outra escolha, era uma chance de ouro...e então descobrimos que na verdade ela e Malfoy corriam perigo, e para proteger a mãe, Malfoy aceitou a proposta de Você-sabe-quem, só que ela teme que ele coloque Malfoy em risco novamente para que ele morra na tentativa.
Por mais que Harry não quisesse, ele não conseguiu suprimir a angustia em seu peito da descoberta dos fatos, e ficou profundamente abalado sobre a situação de Malfoy e sua mãe. Por mais que houvesse diferenças e rancor entre os dois, ainda assim, Harry nunca deixara de pensar que Malfoy não iria ter coragem de matar o diretor naquela noite.
-E onde está Narcisa, Hagrid?
-Bem ela está no beco Diagonal, mas Mcgonagall quer trazer ela pra Hogwarts...
-AQUI??? - perguntou Rony aos berros.
-Fale baixo menino...- disse Hagrid nervoso - E o que tem demais nisso? Já sabemos que ela está arrependida, e do nosso lado...
-É todos pensavam o mesmo sobre Snape - disse Harry enfurecido.
-Sim, sim, mas Snape sempre foi um grande bruxo, sempre foi o que aquele-que-não-deve-ser-nomeado mais estimou, portanto o ser humano sempre está exposto á falhas...eh- disse Hagrid em tom sabedor.
-É mais seria melhor que a gente não cometesse falhas novamente Hagrid...-disse Hermione séria.
-E vamos deixá-la morrer...deixá-la sozinha fugindo de comensais da morte? Jamais Dumbledore iria recusar abrigo e proteção para qualquer pessoa que o solicitasse, e devemos seguir o pensamento dele...ahh devemos sim..
-É nós sabemos Hagrid, desculpe...eh que não é fácil aceitar essas coisas tão facilmente depois de tantas tragédias... -disse Harry por fim.
-É Hagrid...o Harry tem razão, mas a gente vai apoiar a ordem e a Narcisa, afinal creio que ela não esteja realmente mentido...o veritasserum é uma poção fortíssima...e creio que ainda não descobriram uma contra-porção...
-Sim, sim...eu tenho que conversar com Minerva sobre ela, creio que na próxima semana ela já venha se hospedar no colégio...
-Eai Hagrid, como tem sido suas visitas á Narcisa, aposto que um saco não eh mesmo? - perguntou Rony com uma careta, lembrando-se do mal humor característico da mãe de Malfoy.
-Eh seu pestinha você pode até se surpreender, mas Narcisa não é tão antipática quanto parece, ela até é legal...- disse o gigante com aquele olhar bondoso de sempre.
-Ela é legal... -falaram o três em uníssono, como se isso fosse a coisa mais improvável do mundo.
-Eh...eh seus malévolos...ela é legal sim, pelo menos depois que apareceu chorando e desesperada ela se tornou uma pessoa muito branda e bondosa, a gente conversa muito, ela diz que adora ter minha companhia para ela se distrair, ela me pergunta sobre os animais, Hogwarts, e outras coisa...e disse que não vê a hora de retornar ao colégio...- Hagrid falava sonhadoramente, como se estivesse se lembrando de uma tarde alegre com a "amiga" Narcisa - ela me disse que se lembra de muitas coisas alegres que viveu aqui, e que talvez possa consertar alguns erros que cometeu...
-Que erros? - perguntou Harry, que achava que a senhora Malfoy talvez tivesse que percorrer a Inglaterra inteira para corrigir os erros que tivera cometido.
-Não sei...- confirmou Hagrid.
-HAGRID....Hagrid você está ai??
De longe os três viram que a diretora Minerva vinha em direção á cabana de Hagrid com muita determinação.
-Bom, Minerva quer falar comigo, agora vocês três podem circulando, eu realmente gostei da visita, mas tenho que atender a diretora.
-Porque não podemos ficar pra saber o que vocês vão falar, afinal somos da Ordem.- disse Harry convincente.
-Mas você é tão intrometido, quanto o seu pai foi um dia einh Harry...sabe porque você não vai ficar? Eu te respondo...isso é assunto entre a diretora e "eu" -ele enfatizou o "eu" apontando para si próprio, o que soou muito engraçado- Agora vão andando seus curiosos de meia tigela...depois nos veremos. - disse ele se levantando e indo em direção á Minerva.
Sem outra opção, os três seguiram para os terrenos da escola, e foram conversando sobre o assunto em questão: Narcisa Malfoy. Rony ainda achava graça de tudo, Hermione estava decidida de que se a diretora Mcgonagall havia decidido que ela era de confiança, então o assunto estava encerrado, Harry no entanto, preferiu não opinar muito com relação ao assunto. Ele ficou pensando, na situação vivida por sua mãe, e na situação em que Narcisa se encontrava, eram iguais...e realmente Harry entendera a bondade ás vezes incompreensível de Dumbledore. Por mais que nosso próximo tenha falhado, devemos ser piedosos e perdoa-los quando estão em uma situação de alarme. E era exatamente esse sentimento que havia em seu peito, piedade, e perdão, e também estava preocupado com a mulher que um dia o ofendera, e mais ainda, queria fazer algo que pudesse ajudá-la. E nada que lhe falassem iria fazer com que ele mudasse de idéia, pois esse sentimento humano era mais forte do que ele, e ele certamente não saberia explicar.
Voltaram para o castelo em meio á correrias, devido á chuva momentânea que caiu sobre Hogwarts, Harry tentava sugar a água da roupa com sua varinha, quando um aluninho do segundo ano lhe estendeu uma carta anunciando: - O professor Lupin pediu que eu lhe entregasse. – e saiu correndo para o grupo de amigos que o espiavam.
- Obrigado. – disse Harry para as costas do garoto, que já havia sumido.
- É do Lupin? – perguntou Rony.
- Sim... – respondeu o garoto, que já percorria com os olhos a estrutura caligráfica de seu professor – Ele quer que eu vá me encontrar com ele.
- Mas ele não disse pra quê? – questionou-o Hermione.
- Não...certo...estou indo lá ver o que o Lupin quer conversar comigo. – E com uma rápida mudança de cenário, Harry se distanciou dos demais na sala comunal.
Sua curiosidade já estava lhe afligindo, “será que ocorrera algo com a ordem”, pensou. Quando chegou á frente da tão conhecida sala de Defesa contra as artes da trevas, que já fora de tantos professores, ele parou por um momento e apenas bateu na porta em anuncio á sua chegada.
- Pode entrar Harry. – respondeu a voz calma de Lupin.
Harry adentrara no interior da sala particular, e como sempre obtivera um senso de curiosidade devido aos diversos objetos que Lupin possuía para uso disciplinar.
- Boa tarde Profº... – disse ele sorrindo, era engraçado sua posição com relação á ele quando estavam em Hogwarts, considerava Lupin como um amigo, assim como seu pai e eles foram na adolescência, porém não conseguia conter o sorriso para a figura séria e compenetrada que um dia foi um maroto.
- ‘Tarde Harry, você deve está se perguntando por que eu te chamei, pois bem...eu tenho uma proposta para lhe fazer, e se possível que você aceite. – disse ele, Harry percebeu que ele também se continha para não rir do amigo.
- Pode falar Profº...
- Harry, como você bem sabe, eu tenho um certo “probleminha peludo” como dizia seu pai...-disse ele em tom cômico, o que fez Harry rir diante do comentário – e...certamente terei de me ausentar enquanto estiver tratando da minha fase lupina.
- E...? – perguntou Harry que ainda não entendera, qual a finalidade da conversa.
- E...que eu gostaria que você desse as aulas para mim enquanto eu estou ausente...
- Quê? – perguntou Harry se entender – Você quer que eu seja o professor de Defesa enquanto você ficar fora?
- Isso...
- Mas Lupin, quero dizer, Professor eu não sou professor de nada, eu não tenho experiência alguma.
- Ahhh...tem sim, o que você me diz da AD?
- Bem aquilo, eram apenas reuniões sem compromisso. – disse ele dando de ombros.
- Sim reuniões sem compromissos, que tinha um grande propósito e que você tirou de letra.
Harry sentiu que estava ficado um pouco encabulando diante das afirmações de Lupin.
- Táh...mas...eu não faço a mínima idéia do que se deve ensinar no sétimo ano, então não tenho como...
- Harry, você acha sinceramente que se eu não tivesse pensando em todos estes detalhes eu estaria propondo isso á você? – disse ele sorrindo, ao mesmo tempo que cortava as indagações de Harry – Eu escolhi você, não pelo fato de ser uma pessoa que eu amo como se fosse um filho, ou porque você é filho dos meus melhores amigos, e sim pelo fato de você ter sido o melhor aluno em todos esses anos em que esteve matriculado em Defesa contra a artes das trevas.
Harry ficou um pouco calado, não conseguiu controlar a emoção á menção de “como se fosse um filho, ou o filho dos meus melhores amigos”, e apenas o escutou.
- Mas claro se você não aceitar, estou receptivo para um “não”, porém caso aceite, saiba que já tenho tudo preparado para você ensinar aos alunos a matéria.
- Eu aceito Profº - disse ele decidido.
- Ótimo...eu tinha certeza que aceitaria...Harry não quero que você fique preocupado com o peso que vou lhe colocar nos ombros, entenda que você será meu auxiliar, por não ter outras palavras meu estagiário, que irá prosseguir com meus afazeres enquanto eu não estiver presente, portanto não se sinta na obrigação de ensinar e se provar com encenações esplendidas de aula para os alunos.
- Tudo bem, mas e com relação à matéria que eu não conheço? – perguntou ele, que já sentia o interesse e a curiosidade que tinha diante das magias das trevas.
- Eu vou lhe entregar uma cópia do meu plano de aula, assim como livros, que espero que você encontre tempo para ler, e de resto vou lhe ensinar feitiços, que tenho certeza que você irá aprender mais rápido do que o restante da turma, então assim...você apenas estará um nível a mais adiantado de todos e passara o que eu te ensinar para eles, ok?
- OK...
- Bom Harry de momento é só, todos os professores já estão cientes da escolha que eu havia feito, portanto já sabe que você será meu sucessor, e saiba que você – disse ele apontando para o peito do garoto com uma certa “ênfase” – terá autonomia e toda autoridade enquanto estiver em sala de punir, tirar ou dar pontos para os alunos, e que sua avaliação será contada nos exames e trabalhos.
- Isso é legal... – disse ele sorrindo, mal esperava a hora de dar punições para Crabbe e Goyle.
- Bom então pode ir e aproveite o seu sábado, qualquer assunto eu lhe chamarei novamente.
- Ah tudo bem Profº, eh...posso perguntar algo sobre a Ordem? – perguntou Harry.
- Bom...- Lupin olhou em volta da sala, como se quisesse se certificar de que não havia intrusos na conversa – Pode falar Harry.
- Eu queria saber como anda as coisas, se vocês estão tendo sucesso em alguma ação...Lupin – disse certo de que agora estava conversando com um amigo, e não mais com seu professor - eu preciso saber o que estamos fazendo para acabar com Voldemort, ou com os comensais que seja...
- Harry, estamos indo bem, temos muitas informações confidenciais, e as reuniões na casa do grito tem nos dado resultados, e em breve você vai gostar de saber...que...tanto você, quanto Hermione e Rony, também participaram em breve das reuniões e planos da Ordem.
Com um sorriso de satisfação, Harry concordou com a cabeça.
- Ótimo Lupin...e você tem idéia, de quando vamos começar em definitivo na Ordem?
- Em breve Harry, em breve...estamos só finalizando alguns últimos retoques na casa do grito, pois aquele lugar estava em estado deplorável, então Moody e McGonagall estão tomando conta da segurança em torno, e Molly tem nos ajudado muito com a limpeza do ambiente, em breve ele estará pronto para receber mais pessoas, em breve...Harry.
- Fico feliz Lupin, então...até...
- Tchau Harry, e bom final de semana...
- Pra você também...
Harry deixara o ambiente particular de Lupin, e se dirigiu para a sala comunal, mal podia esperar para contar a novidade para seus amigos. Ao chegar em frente ao retrato da mulher gorda, ele prontamente lhe forneceu a senha, e de imediato a abertura do quadro ganhou vida para recebê-lo.
-Harry, estávamos nos perguntando se havia ocorrido algo, você demorou...
- Está tudo bem Hermione, o que aconteceu é que o Lupin me convidou para ser seu substituto quando ele estiver ausente.
- O que você ta falando Harry? – perguntou Rony em uma careta que denunciava que ele não havia entendido direito.
- Isso que vocês ouviram, eu vou ser digamos “o estagiário de defesa contra a artes das trevas”. – disse ele, não contendo o sorriso que insistia em aparecer em seu rosto.
- Cara legal!!!
- Parabéns Harry, você mais do que ninguém da turma merecia essa oportunidade.
- Obrigado Mione.
- Isso significa, mais descanso em pelo menos uma matéria.
- O que você quer dizer com “mais descanso em uma matéria” Ronald Weasley – Hermione se virara para o amigo, com os olhos apertados.
- Ora, o Harry é o nosso amigo, ele não vai ser tão mala, ao ponto de forçar a situação pro nosso lado.
- Você é que pensa Rony, na minha opinião, Harry deve forçar ainda mais “a barra” pro nosso lado, para demonstrar que ele não facilita a situação pros amigos. Tenho certeza que ele não irá facilitar...
- E nem posso, bem o Lupin disse que já tem um plano de aula totalmente estruturado, e eu terei de segui-lo a risca. E também darei as notas, aplicarei questões e etc, portanto sinto muito Ron, mas nem que eu quisesse.
- Tudo bem cara, eu sei que você não faz por mal, mas se fosse a Hermione ai sim eu duvidaria.
- Rony...- a garota lhe protestou com um tapa no ombro.
- Aiii brincadeira...
- O único ponto negativo nisso, é que essas aulas pode me prejudicar na busca pelas horcruxes.
- Lógico que não Harry, ao contrário, você terá a chance de visitar a ala restrita da biblioteca, e também poderá pesquisar áreas proibidas pelos alunos.
Harry parou pra pensar um momento, e se assustou pelo fato de ainda não ter pensado nisso. Mas de fato Hemione tinha razão, ele poderia fazer bom uso das suas novas regalias. Já estava em pensamento longe, quando foi tirando de suas novas intenções, por um aroma tão bem conhecido por ele.
- Mione, eu preciso falar com você – era Gina.
- Oi Gina, aconteceu alguma coisa? – perguntou a garota assustada.
- Aconteceu que você tem que estar no salão principal ás 15 horas.
- Mas porque?
- Porque a Profº Kate, irá selecionar os alunos que poderão fazer aula de dança.
- Precisa ter seleção pra dançar? –perguntou Rony irônico.
- Claro maninho, senão trasgos dançarinos como você poderia entrar e atrapalhar todas as aulas. – disse Gina lhe devolvendo a pergunta. Hermione riu da cara de Rony.
- Boa Gina.
- Obrigada Harry.
- Bom Mione eu te espero na escadaria pra gente ir juntas.
- Ótimo Gina, eu estarei lá...
- Falou galerinha...
E saiu com os cabelos de fogo dançando em suas costas.
- Eu agradeceria se parasse de olhar para minha por detrás. – arrebateu Ron.
- Ei eu não estou olhando...
- Está sim Harry – disse Hermione rindo da cara do amigo.
- Mione eu te defendo e...
- Ora, apenas estou sendo sincera...
- Calado vocês dois, sei que ainda não posso, mas não me importaria que vocês cumprissem uma detenção daqui á algumas semanas...
- Desculpe Profº Harry... – disse Rony.
Eles se entreolharam e caíram na gargalhada, um momento totalmente sincero e tão conhecido por eles, fazia tempo que eles não provavam de momentos descontraídos nesses tempos de guerra, e eles receberam saudosos essa oportunidade.
Já era 14:50, quando Harry viu Hermione se adiantar para o salão principal, Harry ficou realmente curioso em saber como seria essa eliminação de supostas dançarinas, e mais ainda em quem seria o par de Gina. Ele olhou para o amigo Rony, e viu que ele estava absorto em sua poltrona, em mais um de seus cochilos após sua habitual maratona em terminar os deveres. Ele então tomou de assalto por uma idéia, que ele julgava engraçada.
Harry descera as escadarias tranqüilamente, e lá estava o grupo de meninas e de... “meninos”, ele até aceitou o fato de ter muitas garotas ansiosas e animadas, para fazer aulas de dança com uma professora profissional, mas tinha que confessar que ficou totalmente surpreso por ver tantos garotos, querendo aprender a dar uns passinhos de valsa.
Ele foi se encaminhando para perto do grupo, quando ouviu sua madrinha Kate falar.
- Gente, eu quero que fiquem aqui somente quem irá participar do teste eliminatório. Somente quem irá participar, ok?!? - deu seu recado a Profª de dança.
“Ainda bem que eu trouxe a capa”, pensou Harry.
Ele começou a observar quem estava prestes a ser testado, e pode ver que de sua turma se encontrava Neville Longbotom e Dino Thomas, logo mais atrás estava Colin Creevey que conversava com Miguel Córner, três alunos do 3º ano da lufa-lufa, e mais quatro da corvinal, e pelo o que ele pode notar não havia nenhum aluno da Sonserina. Entre as garotas, tinha várias que ele nunca havia conversado na vida, e mais a frente estava Lilá Brown, Parvati, Padma, Luna e...Pansy Parkinson “o que ela ta fazendo aqui”. Mas ele não pode chegar à conclusão alguma, porque de repente ele foi tomado pela imagem serena de Gina, que adentrou ao salão ao lado de Hermione. Gina estava diferente das outras garotas, ela tinha os cabelos presos em um coque, e algumas mechas lhe caiam pelo rosto branco e delicado, seus olhos expressivos e castanhos estava sendo o destaque de toda sua beleza, diferente das outras garotas, Gina não estava vestida de calça folgada e blusão, e sim de sapatilha de bailarina, e um vestido justo que era arredondado e esvoaçado a partir da cintura, tudo em tom rosa claro, que lhe dava a aparência de uma boneca de porcelana.
- Muito bem, estão todos aqui não é mesmo. Vamos separar por grupo de 5 alunos, para que eu possa avaliar melhor cada candidato, vamos começar pelas meninas. Bom na minha lista eu vou chamar o nome das cinco, e eu quero que vocês se postem aqui na minha, e quando eu colocar a musica para tocar, quero que vocês dancem de acordo com o som, e explorem o que vocês sabem sobre dança.
Com a ajuda de um elfo, a Profª Kate colocou a musica em um alto som, e chamou o grupo de 5 garotas, Harry novamente não conheceu nenhuma delas, e apenas ficou observando o teste. As meninas estavam apavoradas e assustadas, todos a olhavam e após um encorajamento de Kate, elas começaram a dançar tímidas, Harry notou que algumas dançavam totalmente ao oposto da musica proposta, e entendeu porque devia haver uma eliminatória, era notável que havia pessoas ali que não levavam o mínimo jeito pra dançar, assim como ele. Logo após a apresentação de Luna que por algum tempo, pareceu á ele, que estava ali ao acaso e não sabia porque, porém passado alguns segundos a garota tomou um tom leve e surreal que combinava com ela, e no instante seguinte ela estava deslizando pelo salão, já Hermione, parecia rígida e compenetrada em seus passos duros, porém exatos, e lhe foi estranha a imagem de sua melhor amiga dançando, não lhe pareceu que Hermione levasse tanto jeito para a dança como ele estava presenciando naquele momento, enfim as duas dançaram bem, e na opinião dele, haviam passado no teste, e agora só havia mais três garotas, e uma delas era Gina. A profª chamou-as e então colocou uma musica para a apresentação das três, era uma musica de ritmo, um balanço legal, e que um homem e uma mulher cantavam, Harry tinha certeza que já ouvira essa musica em algum lugar, mas não se recordava onde. Então ele parou de tentar lembrar quando viu os primeiros passos de Gina pelo salão, ela parecia ter nascido pra aquele momento, seus passos eram perfeitos e ela se balançava e se alongava de acordo com o ritmo, até que em um determinado momento ela fez um movimento com os braços e virou o rosto para o lado oposto (que era onde ele estava), e como se soubesse que ele estava parado ali a admirando, ela lhe sorriu, um sorriso deslumbrante que só ela sabia dar, então retornou para sua posição anterior e continuou a dançar até os últimos acordes pararem de tocar, e Harry não notou o passar de todo esse momento, pois ele estava enfeitiçado pela beleza de Gina. Foi quando ele ouviu um “ótimo” da Profª Kate, seu raciocínio voltou a real cena.
- Todos foram ótimos, mas aguardem a resposta no jantar, tudo bem... Vocês receberão um envelope dizendo se foram ou não aceitos, obrigada a todos.
Todos já estavam saindo do salão e Harry se precipitou para que ninguém esbarrasse nele, ele se escondeu e esperou que o grupo passasse, e logo que percebeu que não havia ninguém por perto, ele tirou a capa, e a guardou no bolso. Hermione e Gina já estavam no topo da escadaria, prestes a entrar na sala comunal, quando Harry correu e as alcançou.
- Eai, como foi o teste de vocês.
- Oi Harry, onde você estava? – perguntou Hermione.
- Ahh eu...estava dando uma volta, o Ron acabou dormindo na poltrona, e eu não queria ficar lá só.
- Ahh...
- Mas então foi legal? –perguntou ele novamente.
- Sim, foi divertido...
Gina encarava Harry divertida, como se dissesse para ele através do olhar, que ele estava mentindo. Hermione notando essa deixa, tratou de sair de cena o mais rápido possível.
- Bom eu vou subir, quero tirar essa roupa, e preciso terminar meus deveres.
- Mione...- Gina tentou agarrar sua única desculpa, porém Hermione foi mais rápida e deixou a garota na situação que se instalara entre ela e Harry.
- Você foi bem Gina? – perguntou Harry, que não sabia porque mais estava sentindo um acesso de nervosismo lhe subir a garganta.
- Não sei... o que você achou? – ela encarou ele, e os dois seguiram escadaria abaixo.
- Como assim “o que eu achei?”
- Você acha que eu dancei bem? – perguntou ela novamente, se fazendo de desentendida.
Harry sabia que Gina tinha sentido a presença dele no salão, ele não sabia explicar como, mas também não teria motivo para lhe mentir sobre o fato dele tê-la visto dançar.
- Tudo bem Gina, eu desci com a capa para lhe ver dançar.
Gina abaixou a cabeça, para esconder o sorriso que brotava em seus lábios, e apenas balançou a cabeça.
- Porque você ta rindo? – perguntou Harry também achando graça da cena.
- Eu sabia que você estava lá...
- E como você sabia?
Dessa vez a garota parou de rir, e tomou de um tom vermelho que lhe foi perceptível.
- Ora, sabendo...isso é simples, qualquer um...
- Hermione não notou minha presença...
- Harry...eu sabia que você estava lá, porque eu posso sentir o seu cheiro á metros de distancia, porque eu posso sentir seu calor, posso sentir seu olhar até no escuro, não há nada que eu possa fazer, eu apenas consigo te sentir e...
A garota ficara de olhos fechados por um momento, como se quisesse esquecer de algo doloroso.
- Eu sei, eu também, acontece o mesmo comigo Gina...não tem porque se envergonhar, isso quer dizer que temos uma ligação forte.
- Não Harry, não temos uma ligação forte...
- Gina...- ele sabia da frustração dela, queria lhe dizer algo, mas não sabia o quê.
- Esquece! – disse ela se repondo do momento – ma então você acha que eu tenho chances de entrar na turma da Kate?
- Claro Gina, você estava sublime enquanto dançava, era como se o tempo tivesse parado, e enfeitiçado todas as pessoas no mundo para que a vissem dançar. – Harry falou aquilo, com os olhos brilhando para ela.
- Ei não precisa exagerar...
- Não estou exagerando, estou sendo sincero.
- Obrigada Harry.
- Onde você aprendeu a dançar daquele jeito.
- Em casa, mais precisamente no meu quarto. – Gina voltou com seu sorriso maroto, e lhe parecia uma lembrança gostosa aquela que estava pairando em sua cabeça – uma vez minha mãe e eu fomos ao centro de Londres, eu tinha 6 anos, passamos em frente á uma escola de balé, e várias garotas, estavam prontas pra entrar na aula, eu insisti para minha mãe que deixasse eu vê-las dançando, e então entramos e assistimos á uma aula inteira, a partir daí a nova obsessão de Ginevra Molly Weasley era ser bailarina, eu insisti que minha mãe me colocasse na aula, até que desisti.
- E porque ela não colocou você na aula de balé?
- Papei tinha medo, que eu apresentasse algum feito mágico por acidente na frente dos trouxas, e também tinha o fato de não termos dinheiro para pagar as aulas.
- Entendi...
- Mas não pense que eu desisti, fiz minha mãe comprar sapatilhas, e revistas de bailarinas, e todo o dia eu treinava sozinha em meu quarto. - disse ela divertida. Essa era uma das virtudes de Gina, não se envergonhar de sua condição e encontrar solução para as maiores dificuldades. Era notável o quão de força e objetividade ela tinha. Mais uma vez Harry se pegou com uma sensação de perda, e de burrice em sua mente. Ele parou de chofre, e a encarou.
- Que foi Harry, aconteceu alguma coisa?
- Não, não aconteceu nada...- disse ele sorrindo – sabe que lugar é este?
Gina olhou em volta e sorriu para o moreno.
- Claro que eu sei...mas porque...
- Psiu – Harry posou o dedo nos lábios dela, e nesse momento, ele notou que Gina fechara os olhos - Um dia nós iremos dançar aqui.
- No nosso jardim? – perguntou ela risonha.
- É no nosso jardim, foi aqui que tudo começou.
- Mas você detesta dançar.
- Por isso mesmo, ninguém vai poder nos importunar aqui, e eu deixarei que você seja minha professora.
- Tudo bem senhor Potter, quando quiser.
Os dois permaneceram naquele silêncio, em que o olhar fala mais do que as palavras, e Harry percebeu que se não interrompesse aquele momento, ele não iria se conter.
- Vamos Gi, está esfriando.
Saíram os dois em direção ao castelo, não sabiam dizer se um dia voltariam a ficar juntos, não sabiam dizer qual o rumo a vida iria dar para cada um deles, mas eles tinham certeza, que o sentimento que havia dentro de seus corações era verdadeiro, e que nem a mágoa nem a morte, iria fazer com que esse amor morresse, pois os dois eram cúmplices desse sentir.
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