Capítulo Único
N/A: essa fic foi traduzida. a achei no Mugglenet há algum tempo e havia a deixado salva no meu computador para traduzí-la. Então, me lembrei! De qualquer forma, todos os direitos vão para o(a) autor(a), que, devo admitir, não faço a menor idéia de quem seja! :F
Se alguém quiser procurar, o nome é Simpathy.
Eu nunca a tinha visto dessa maneira, não nesse ano que a conheci. Era como se ela tivesse chorado por um ano, e seus olhos molhados não agüentariam mais uma lágrima. Sua silhueta era tão pequena mesmo para mim. Enquanto ela procurava minhas xícaras de chá, eu poderia jurar que uma simples brisa poderia faze-la cair. Não que não seja comum ela cair; ela só estava tendo mais acidentes ultimamente. Mantive o canto dos olhos sob minhas preciosas xícaras. Seus cabelos sombrios eram perfeitos para o que ela tentava esconder. Cada instinto maternal me falava para abraçar aquela garota de coração despedaçado, mas ela não era uma criança. Ela era uma mulher.
- Quer açúcar, Molly? – perguntou ela, sua voz serena indo aos meus ouvidos. Fiz que sim com a cabeça, Se ela não tivesse virado a cabeça para olhar, eu teria dado minha resposta em voz alta.
Fazendo o mesmo gesto, ela adicionou açúcar à minha xícara, uma rosa com detalhes verdes. Decidi oferecer minha ajuda e carregar as xícaras à mesa da cozinha, eu assim o fiz(ao menos as xícaras foram salvas). Ela sentou-se na cadeira à minha frente, sua capa nas costas da cadeira. Ela pegou, sem necessidade, uma colher e mexeu seu chá, aparentemente sem pensar em nada. Nunca teria imaginado que ela encararia tudo dessa maneira.
- O que é, Molly? – seus olhos sem vida encararam os meus, e eu vi que suas emoções estavam atrás deles. – O que é que você queria falar comigo?
Tomei um gole do chá.
- Na verdade, queria convidá-la para jantar – respondi.
Ela enrugou a testa.
- Molly, é tarde. Você já não jantou?
- Oh, não! Bom, quero dizer, sim, já jantei, mas eu não quis dizer hoje – corrigi-me. – Estava me perguntando se não gostaria de vir esse fim-de-semana – E quero saber como você está lidando com tudo, pensei comigo mesma.
- Quem estará lá?
Nós duas sabíamos o que ela quis dizer. Remo estaria lá?
- E isso importa? – retruquei.
Seu sorriso não tinha felicidade.
- Molly, quem estará lá? – insistiu.
- Ele estará.
- Claro – ela perdeu um pouco a postura, e mordeu os lábios. – É claro, você sabe.
Minha afirmação foi tão sincera quanto seu sorriso foi amargo.
- Querida, você não devia se entregar assim.
Ela segurou a cabeça com a mão na testa, concordando.
- Não posso evitar, Molly – disse ela. – Não quis que minha aparência ficasse assim. Eu nunca quis...
Uma pequena lágrima acabou por escorrer dos seus olhos, caindo encima de sua xícara.
- Quando tudo isso começou? – a curiosidade tomou conta de mim. Estava querendo saber disso há séculos, e esperava que isso a ajudasse a falar sobre isso.
Ela se encostou de volta à cadeira e esfregou os olhos marejados de lágrimas.
- Estou tentando descobrir há algum tempo. Acho que talvez tenha sido no primeiro jantar oficial, que você fez aqui, n’A Toca. Lembro tudo sobre aquela noite. Todas as crianças estavam na escola, e Gui estava namorando Fleur. Não havia lua naquela noite, então Remo estava bem saudável, aparentemente. Ficamos a noite inteira conversando no jardim. Estava tudo tão escuro que nós mal podíamos nos enxergar. Foi realmente muito divertido – um sorriso apareceu de repente na sua face enquanto ela relembrou um momento feliz que viveu com o homem que amava. – Aprendi tanto sobre ele aquela noite. Ele me contou tantas histórias sobre seu tempo em Hogwarts. Eu me sinto muito bem ao ouvir a voz dele, até hoje. Ele realmente amava seus amigos. Talvez tenha sido isso. Ouvindo sua voz e suas memórias…
Ela piscou, como que para voltar à realidade, tirando o sorriso do rosto.
- Mal nos falamos agora. Ele nem olha mais para mim.
Fiquei encarando a esperança sair do seu rosto, e vi o quanto ela havia perdido naquele “jogo”. Eu sempre a quis como uma filha, desde o momento que a vi. Agora, isso não poderia acontecer. Ela deu seu coração a um homem que era praticamente seu oposto. Remo aprendeu a conviver com a licantropia com graça e confortável calma. Ela, uma auror que tinha mais agito e ação, mas ainda assim com conhecimento e esperteza. Ela era o tipo de garota que Gui estava procurando. Bom, pelo menos isso foi o que eu pensei antes de descobrir que ele namorava Fleur Delacour, simplesmente a perfeita garota parte Veela mais chata do mundo.
- Não está falando sério, Tonks? – perguntei.
Seu rosto bonito e triste olhou para mim.
- Molly, eu pareço estar brincando?
Segundo seu exemplo, retruquei:
- Quer dizer que não notou como ele a olha?
Ela deu uma leve tossida.
- Agora você está brincando. Estive tentando faze-lo olhar para mim há um ano. Ele apenas me vê com a uma irmã – ela levantou a mão, para abafar meus protestos. – Ele me disse isso, Molly. Tentei de tudo. Nunca tive namorado algum do Ministério. Oh, e também nunca tive uma perna quebrada. Eram apenas coisas para chamar a atenção dele, para ver se ele dava algum sinal de uma coisa mais... profunda.
Sempre achei que era um boa observadora, e realmente sou, mas nunca poderia adivinhar aquilo.
Ela deu um suspiro sem esperança, finalidade ou razão.
- Talvez ele esteja certo – disse Tonks, por fim.
- Como disse? – fiquei pasma e expressei meu choque.
Ela continuou.
- Talvez ele seja velho demais para mim. Talvez nós realmente não façamos um bom par.
Ela falou meus pensamentos em voz alta, mas ouvindo isso dela era muito diferente. Vendo a mulher que, fatalmente, ofereceu seu coração a um homem que não o aceitou, aceitando a decisão dele, de repente fez a questão em si ser suficiente para mudar meu ver.
- Ninfadora Tonks, essa é a primeira vez na minha vida que a ouvi dizer que desiste, com exceção de quando você cozinha. Estou desapontada.
Seu rosto baixou ligeiramente.
- Não acha que também estou? Estou guardando essa essa esperança no meu coração há um bom tempo – disse a jovem, tentando conter as lágrimas. – Que bem isso me fez?
- Bem mais do que desistir fará! Tonks, não deixe isso acontecer. Ele já tirou tudo de você. Seu coração, sua aparência, sua mente, e toda a sua vida está mudando por causa dele. Esperança é a única coisa que você nunca deve desistir – ela me jogou um olhar machucado. – Sei que não acredita em mim, mas eu reparei em como ele a olha. Sempre que se ausenta, ele é o primeiro a perguntar onde você está e como você está. Já reparou como ele está ultimamente? Ele não está melhor do que você.
- Sim, mas ele tem...
- Licantropia? Minha querida, não é um mês inteiro. ele não ficava tão mal antes, ele está assim ultimamente, assim como você – continuei, cortando-a. – Ele apenas lhe disse que a vê como à uma irmã porque ele pensa que, por ser um lobisomem, faz ele não ser digno de você.
Ela ergueu a cabeça, e eu pude ver seus olhos selvagens cheios de lágrimas, ainda que eu pensei que ela não podia chorar mais. Seus lábios tremiam, e eu vi que a esperança voltou nos seus olhos. Vendo que seu corpo também tremia, eu cruzei a mesa para abraçá-la. Dei umas palmadinhas em suas costas, embora soubesse que minha camiseta estaria um tanto, er, encharcada, quando me separasse. A pobre criança, er, mulher, simplesmente deixou seus sentimentos saírem. Sua respiração ficou mais calma enquanto ela tentava parar de chorar. Com meus olhos fechados, imaginei que ela era Gina chorando pelo fiasco com o diário de Riddle.
Eventualmente, ela se afastou e usou sua manga para limpar o rosto. Dei à ela alguns lenços que tinha na cozinha. Podia vê-la começando a se desculpar e levantei minha mão.
- É saudável chorar – eu disse.
- Saudável? – ela perguntou, pela primeira vez com uma risada e um sorriso sincero.
- Sim! – concordei, para dar ênfase. – Faz nossas emoções saírem um pouco, para desabafar.
Ela assoou o nariz em um dos lenços, e secou-o com a varinha.
- Obrigada, Molly – ela me encarou. – Não sinto a mais remota alegria em um bom tempo. Só ao pensar nele, já me sinto...
Ela assoou novamente o nariz.
- Qualque hora que quiser conversar, querida, sabe que estou aqui.
Ela fez que sim.
- Obrigada – disse ela. – Hum, Molly? Quem mais... sabe?
- Ninguém do meu conhecimento – respondi, com sinceridade, embora tivesse uma ligeira suspeita de alguns outros membros da Ordem. – Bem, com exceção de Arthur. Sabe que falou tudo à ele.
- Ele concorda com Remo?
- Não, ele concorda comigo.
- E como você se sente?
Antes de poder dar a resposta, alguém bateu três vezes na porta dos fundos.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!