Interior da Inglaterra
Interior da Inglaterra, uma pequena casa quase aos pedaços numa vila esquecida por quase todos os trouxas, mas nem sempre a Magia consegue vencer a esperteza de algumas dessas criaturas, que não têm o devido conhecimento dos bruxos. Dentro da casa se encontra um senhor, ou melhor, um bruxo, pois suas vestimentas o denunciam, um garoto novo muito bem vestido e um homem muito grande e forte, também bem vestido. Estranhamente, o bruxo está amarrado em uma das cadeiras da casa e os outros dois não parecem muito amigáveis, vamos ver o que se passa lá.
- Muito bem, meu velho. - fala o garoto - É bom você começar a abrir a boca ou coisas não muito agradáveis irão acontecer com o senhor.
- Não sei do que você está falando! Eu vivo aqui tranqüilamente, você deve estar me confundindo com outra pessoa.
- Hahahaha, não me venha com essa. Você acha que eu não fiquei te observando antes de vir aqui? Você deve estar me tirando por trouxa, entendeu "trouxa"? Vamos, velhote! Fale logo onde eu posso aprender esses truquezinhos que vocês bruxos fazem?
- O que? Como... Como você sabe? - o bruxo nesse momento viu que a coisa era séria e começou a ficar realmente preocupado.
- Bem, pode-se dizer que uma fada me contou. Vamos bruxo, ou meu amigo aqui vai começar a trabalhar. – nisso, o homem da um passo pra frente.
- Nunca!
- Butler, não o mate. - fala o garoto.
- Como quiser, senhor Fowl. - o homem vai para frente e da vários socos no bruxo até derruba-lo da cadeira.
-Seus tolos, - diz o bruxo, pondo a mão agora solta, em seu bolso - vocês vão sentir o que eu posso fazer com a minha varinha! - a mão dele vai ao bolso, mas volta sem nada. Ele fica mais apavorado do que já estava.
- Procurando por isso? - o jovem Fowl tira do bolso uma varinha – Vamos, comece a falar ou ele vai continuar com você, e não será tão gentil.
Três meses depois em Hogsmead...
Enfim, um final de semana fora dos portões de Hogwarts, isso era tudo que Harry Potter precisava. Ele desce da carruagem com Hermione e Rony, como sempre os três estão juntos e inseparáveis. Eles ficam um tempo parados ali mesmo, no portão da pequena vila, para decidir o que vão fazer nesse maravilhoso dia ensolarado.
- Ei Harry, que tal o Três Vassouras? - pergunta Hermione, louca por uma caneca de cerveja amanteigada.
- É, acho que vai ser bom começar o dia bebendo algo, talvez isso me faça esquecer daquela nota em transfiguração.
- Ah, eu te mandei estudar, mas você só quer saber de Quadribol!
- Vamos indo? Eu já to com fome. - diz Rony começando a caminhar e fazendo seus amigos o acompanharem.
Quando os três caminhavam em direção ao Três Vassouras, totalmente distraídos, eles não perceberam que na direção em que estavam indo havia um garoto meio baixinho e pelo visto nem ele percebeu, pois Harry e ele se esbarram. Muito educadamente eles se desculparam e cada um continuou seu caminho. Depois de algum tempo, quando eles estavam quase entrando na taverna, Hermione começou a falar:
- Vocês não notaram nada estranho naquele rapaz que esbarrou ainda pouco com você, Harry?
- Não, Hermione. - diz Harry - Pra mim pareceu um garoto normal.
- Eu também achei algo estranho, acho que na roupa dele. Parece uniforme escolar, mas de outra escola, não acha, Hermi?
- Foi mais ou menos o que eu pensei. Vamos entrar logo, tá um pouco frio aqui fora.
Os três entraram e se sentaram junto com outro grupo de alunos da Grifinória e por ali ficaram por um tempo.
Hagrid estava fazendo algumas compras pela vila e quando voltou para as carruagens, ele reparou naquele garoto, o que esbarrou com Harry, parado ali como que esperando por ele. Educado como sempre, chegou já saudando o garoto.
- Bom dia meu jovem, esperando por mim ou isso é muita presunção minha?
- Talvez não se o senhor se chamar Hagrid.
- Bem, esse é meu nome. Em que posso ajuda-lo, pequeno?
- Preciso falar com o diretor da escola, se fosse possível. Eu gostaria que o senhor me levasse até ele, pois eu não conheço nada desse lugar.
- Mas será um prazer! Você já deve saber que o diretor de Hogwarts é Dumbledore, um excelente bruxo, dos melhores, você vai gostar muito dele, eu garanto.
- Eu estou certo disso. Podemos ir?
- Claro, claro, vamos indo, suba aqui.
Hagrid ajuda o garoto a subir na carruagem e os dois partem em direção a escola. No caminho a conversa continua:
- Qual é seu nome? Você ainda não se apresentou.
- Desculpe-me, eu me chamo Artemis Fowl.
- Prazer. Diga-me, Artemis, o que você vai fazer aqui na escola no meio do ano?
- Eu fui transferido para cá. Vim da Escola Preparatória de Bruxos e Magos da Irlanda.
- Ah Irlanda, belo lugar... Belo lugar...
O caminho até a escola continuou tranqüilo e em alguns minutos os dois já estavam no portão da escola. Eles entram no Salão Principal quando, atravessando uma das paredes, chega a Dama Cinzenta, o fantasma da Corvinal. Artemis nunca tinha visto tal coisa e foi preciso fazer um pouquinho de força para não demonstrar o susto ou o medo. Hagrid ficou feliz em vê-la e logo começou a falar:
- Ah Dama Cinzenta, será que você poderia me fazer um favor?
- Mas é claro Hagrid, qualquer coisa. Você sabe que tempo não me falta.
- Você poderia levar esse jovem até a sala de Dumbledore?
- Mas é claro, será um prazer.
- Artemis, ela o levará até a sala do diretor. Eu tenho mais coisas a fazer, mas nós nos veremos de novo, eu provavelmente serei seu professor de Trato de Criaturas Mágicas.
- Até mais.
- Até.
- Vamos meu querido? - diz a Dama Cinzenta.
- Claro.
Artemis vai seguido a mulher semi-transparente sem falar nada, mesmo para ele, que já viu fadas e outras criaturas mágicas, ver um ser morto andando em sua frente é um pouco estranho, mas não o suficiente para faze-lo perde o controle de suas emoções.
- Meu querido, - começa a falar o fantasma - você está vindo de onde?
- Da Irlanda.
- Ah sim, Irlanda, a ilha esmeralda! Sim, um belo país.
- Senhora?
- Sim?
- Você poderia me dizer seu nome? É que não me sinto bem em chamá-la de Dama Cinzenta.
- Meu nome... Infelizmente meu nome ficou em meu túmulo, agora sou só a Dama Cinzenta, mas se você não se sente confortável, pode me chamar de Senhorita e não de Senhora, sim?
- Claro.
Eles continuam a caminhar pelos vários corredores do castelo, descendo e subindo escadas e só em uma das várias escadarias de Hogwarts que Fowl percebe que os quadros nas paredes se movimentam. Um pouco estranho, sim, mas não assustador. Esse fato foi um dos que mais atiçou a curiosidade dele até aquele momento, depois ele começou a pensar o que faria uma pessoa virar um fantasma. Seriam assuntos pendentes?
- Senhorita, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta, mas não quero ofendê-la.
- Você quer saber como eu morri, certo?
- Sim...
-Bem, meu marido e eu já demos aulas aqui, há muito tempo...
Ela para por um instante e se senta no corrimão da escada. Artemis, um pouco cansado, senta em um dos degraus.
- Meu marido adorava tentar criar novas mágicas e poções, e na época de minha morte ele trabalhava com Necromancia. Eu tinha pedido para ele não mexer com esse tipo de magia, era muito imprevisível e instável. Bem, em uma noite de dezembro, quando a escola estava com poucos alunos, ele... Ele...
Ela pára novamente e Artemis pode jurar que uma lágrima correu no rosto da Dama.
- Bem, ele me sufocou até a morte para tentar me trazer de novo a vida. Como é possível ver, ele não conseguiu. Frustrado, ele suicidou-se na mesma noite...
- Desculpe-me ter feito você lembrar disso.
- Não se preocupe, querido, você não tinha como saber. E você é jovem e curioso, não tem culpa disso. Bem, vamos andando.
Eles caminham por mais um tempinho até chegar em uma estátua de uma Fênix. Lá, a Dama fala "Chiclete Babalu" e a estátua começa se mover revelando uma escada.
- Eu não entendo essa mania do Dumbledore de colocar como senha nomes de doces, mas enfim, é só você subir, meu querido, que chegará na sala do diretor.
- Tchau, foi um prazer conhece-la.
- Não, o prazer foi meu.
A Dama vai embora e o garoto começa a subir as escadas. No fim há uma porta e quando ele vai tentar abri-la, ela se abre sozinha e atrás dela há um velhinho com óculos em meia-lua, barba branca e comprida, parecendo muito gentil.
- Sim - ele fala.
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