Capítulo 9 - Mon Ami
Autor: Occasus
NomeOriginal: Cannon In D
Tradução: GMW (Eternal Requiem For A Dreamer)
Betagem: Ivi (Ivinne)
Disclaimer: não é meu, então não copie.
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Mon Ami
Na primeira semana após os feriados, Severus fez a única coisa racional em que pôde pensar. Ele foi atrás de um advogado. Sabia que havia apenas uma pessoa em quem confiava. Era um velho colega de escola, que acabara deixando a faculdade de Arte para se ocupar com Direito.
Remus Lupin viera da França para estudar na Universidade de Cambridge com Severus para fazer o primeiro semestre. Remus acabara indo para a Escola de Nottingham de Direito para obter seu diploma enquanto Severus fora para a Royal College of Art. Eles tentaram se manter em contato durante os anos, embora a carreira de Remus o deixasse razoavelmente ocupado.
Severus revirou seu livro de endereços e, finalmente, conseguiu encontrar o telefone.
“Espero que ele ainda viva aqui,” ele murmurou olhando o endereço em Londres. Ele discou o número.
“Olá, aqui é do escritório de Advocacia do sr Lupin,” veio uma voz amigável a e feminina.
“Olá,” Severus disse, um tanto aliviado por ainda ser no mesmo lugar. “Eu esperava que o sr Lupin pudesse falar comigo. Meu nome é Severus Snape e é um assunto de grande importância.”
O senhor é um cliente dele?” A mulher inquiriu.
“Não, sou um velho amigo.”
“Eu o avisarei que você está na linha,” ela disse e o pôs na espera.
Severus bateu impacientemente o pé enquanto ouvia a música irritante no outro lado da linha. Alguns momentos depois, ele ouviu um clique e, então, “Alô? Aqui é Remus Lupin.”
“Remus,” Severus disse calorosamente. “Você não faz idéia do quão contente eu estou por você ainda estar trabalhando em Londres!”
“Severus,” Lupin exclamou. “Eu pensei que talvez fosse você, mas não tinha certeza! Como está?”
Severus sorriu com a familiaridade do sotaque francês e da alegria por detrás das palavras. Remus sempre fora irritantemente alegre, mesmo nas piores circunstâncias. “Eu estou tão bem quanto é de se esperar,” ele disse. “Mas eu tenho um pequeno problema e achei que, talvez, você pudesse me ajudar.”
“Eu posso certamente tentar, mon ami. Qual é o problema?”
Severus respirou fundo e contou a Remus toda a história de Harry. Ele começou quando o conhecera no hospital e foi até a recente descoberta de sua personalidade e os problemas legais que eles poderiam enfrentar.
“Parece que você está apaixonado de verdade,” Remus disse com um suspiro.
Severus riu. “Sim, estou absolutamente apaixonado por ele. E não quero perdê-lo, Remus. Você acha que pode me ajudar? Quero levar a melhor.”
“Claro. Ficarei feliz em te ajudar com o que você precisar.”
“Conselho legal é a primeira coisa que preciso,” Severus disse com um suspiro. “Preciso saber o que temos de fazer para nos prepararmos. Não quero ser pego de surpresa.”
“Por que não nos encontramos em um jantar?” Remus sugeriu. “Você e Harry poderiam me encontrar em um restaurante amanhã à noite.”
“Essa, talvez, não seja uma boa idéia,” Severus disse baixinho. “Ele se encontrou com seus parentes na última vez em que saímos para comer e... Bem, acho que seria melhor se você viesse até aqui para jantar.”
“Tudo bem,” ele disse.
Severus lhe deu o endereço.
“Eu levarei alguns papéis para vocês dois. Levarei cópias impressas em Braille para Harry, se você estiver de acordo.”
“Seria perfeito, Remy,” ele disse, usando o velho apelido que lhe dera. “Estou ansioso para nos encontrarmos.”
“Aurevoir, Severus.”
Severus desligou o telefone e voltou para a sala de estar, onde Harry estava sentado, perto do fogo, lendo um dos livros que Hermione lhe dera. Severus parou por um momento, observando suas mãos deslizarem pelas saliências. Ele amava a expressão de concentração quando Harry se perdia em um livro, a forma como franzia a testa e como mordia o lábio inferior.
“Eu sei que você está aí,” Harry disse, ainda lendo.
Severus deu uma risadinha e beijou seu amado. “Livro bom?”
“Sim,” Harry disse. Ele terminou a página e a marcou com um marcador de livros. Deixando o livro de lado, ele gesticulou para que Severus se juntasse a ele no sofá. Eles se enrodilharam sob o cobertor e dividiram outro beijo. “Você fez a sua ligação?”
Severus respirou em seu pescoço por um momento antes de responder. “Sim Harry. Meu velho amigo da faculdade virá amanhã para o jantar e nos ajudará a preparar a papelada.”
“Já há papelada envolvida?” Harry perguntou, soando levemente nervoso.
“É só uma precaução,” Severus o assegurou, correndo as mãos pelas mechas bagunçadas de Harry. “Ele fará uma cópia para mim e uma cópia em Braille para você. Não acho que precisamos nos preocupar. Remus é um advogado brilhante.”
Harry suspirou. “Nada nunca pode ser fácil para mim, pode?”
Severus deu uma risadinha. “A vida comigo será fácil,” ele lhe assegurou. “Eu prometo.”
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Severus preparou um assado e um pudim para o jantar e colocou uma garrafa de vinho para gelar. Ele estava ansioso para ver Remus novamente e estava certo que Harry se abriria para ele. Ele queria que Harry confiasse em seu advogado e ele sabia que Remus era um bom homem.
Harry estava um pouco nervoso com um estranho indo a casa deles. Ele não estava falando muito e passara a maior parte do dia na sala de estar, ao lado da janela, lendo seu livro. Severus aparecia em alguns momentos e sussurrava coisas doces e insignificantes em sua orelha e o beijava gentilmente. Ele queria assegurar a seu amante que nada jamais o machucaria novamente.
“Você vai gostar de Remus,” Severus disse gentilmente. “Ele é uma das almas mais agradáveis que já conheci.”
Harry sorriu. “Eu confio em você Severus,” ele disse baixinho. “Você não é alguém que julgue precipitada ou tardiamente.”
O interfone os interrompeu. Severus apertou o botão, permitindo que Remus entrasse na construção. Ele abriu a porta e sorriu quando viu seu velho amigo.
Remus ainda parecia abençoadamente jovem e bonito. Seu cabelo castanho claro estava cortado curto e arrumado e seus olhos cor de âmbar ainda tinham o brilho delicado de calor que ele se lembrava dos tempos de escola. Severus nunca admitira, mas em seus dias de estudante, ele fora levemente apaixonado elo homem. Claro, agora ele estava apaixonado demais por Harry para sequer pensar nisso, mas ele esperava preservar a amizade.
Eles se abraçaram rapidamente enquanto Severus convidava Remus a entrar. “Você está lindo, mon ami,” Remus disse baixinho. “Se apaixonar fez maravilhas por você!”
Severus riu. “Você também não está mal,” ele disse, dando tapinhas em seu ombro. “Como está a sua vida amorosa? Eu esqueci de tais prazeres quando nos falamos pelo telefone.”
Remus riu. “Ela é inexistente no momento. O trabalho tem tomado quase todo o meu tempo.”
Severus conduziu Remus até a sala de estar, onde Harry estava sentado em sua cadeira com um livro. Quando ele os ouviu entrando, ele o deixou de lado e se levantou. Severus pegou o braço de Harry e o levou até Remus.
“Remus Lupin, esse é Harry Potter.”
Remus estendeu a mão e Severus guiou a de Harry até ela. Eles as sacudiram e Harry sorriu. “É um prazer,” ele finalmente disse em uma voz muito baixa.
Severus ofegou silenciosamente. Ele não esperara que Harry falasse, considerando que ele ainda era a única pessoa com quem Harry falara desde que tinha onze anos.
“Também é um prazer te conhecer, Harry,” Remus disse alegremente. “Severus me contou um pouco sobre você. Eu realmente sinto que tenhamos de nos conhecer nessas condições, mas espero que tenhamos muito tempo para coisas agradáveis.”
Harry deu uma pequena risada. “Sim, bem, eu também, sr Lupin.”
Severus quase pulou de alegria, conduzindo todos até a mesa de jantar. Harry e Lupin se sentaram enquanto Severus começava a servi-los. Quando seus pratos estavam cheios, eles começaram a discutir o caso.
“Eu realmente não vejo como a junta médica terá um caso contra você, Harry,” Lupin disse com um sorriso largo. “Para ser honesto, tudo o que você tem de fazer é entrar no tribunal e dizer três palavras e isso provará que é capaz para tomar suas próprias decisões.”
“Não estou exatamente preocupado com isso, sr Lupin,” Harry disse baixinho após um momento. “Eu não quero ir ao tribunal, não quero ser cutucado e examinado por todos os médicos que eles têm. Eu não quero reviver meu passado com nenhum tipo de psiquiatra e nem quero abrir um caso contra os Dursleys. Meu passado está em paz e eu quero que ele continue assim.”
Lupin coçou o queixo, pensativamente. “Bem, Harry, eu não sei o quanto você pode evitar apenas se recusando a abrir um processo contra sua família. No entanto, como seus parentes abriram mão da sua custódia, a junta médica pode abrir um processo contra você. Se for esse o caso, você pode ser convocado a depor.”
“Bem, eu certamente espero que não seja o caso,” Harry disse, pensativo. “Mas eu suponho que se isso for resolver tudo, eu acho que posso fazê-lo.”
“O que você sugere que nós façamos?” Severus perguntou, após um momento.
“Eu sugiro que vocês me contratem como seu advogado e, assim, quaisquer questões ou comentários passariam por mim. Eu posso defender o caso pessoalmente e vocês têm a minha palavra de que eu o farei minha prioridade máxima.”
Harry sorriu. “Não há necessidade de tudo isso.”
Lupin riu. “Harry, creia-me, eu adoraria assumir esse caso. Você não faz idéia das pessoas que vêm ao meu escritório. Eu me encolho só de pensar nisso. Esse caso é puro... E é para um velho e querido amigo. Nada me deixaria mais feliz.”
Severus sorriu, “Obrigado Remy. Eu aprecio isso mais que você imagina.”
Eles terminaram o jantar e a sobremesa conversando sobre assuntos mundanos. Finalmente, Severus conduziu Harry e Remus para a sala de estar com xícaras de chá enquanto ele arrumava toda a bagunça.
“Deixe-me ajudá-lo,” Remus insistiu enquanto ajudava Severus a recolher seus pratos.
“Não,” ele disse firmemente. “Vá até a sala de estar e converse com Harry. Você é a segunda pessoa com quem ele fala desde que tem onze anos.”
Remus ergueu as sobrancelhas. “Sério?”
Severus assentiu. “Ele ainda tem de falar com alguém da equipe, incluindo Hermione Granger, que o conhece desde que ele tem doze anos. Então vá falar com ele. Mostre a ele a papelada que você trouxe.”
Remus sorriu e voltou para a sala de estar. Harry estava sentado no sofá dando goles em seu chá e sorriu quando Remus entrou.
“Ele é tão teimoso,” Remus reclamou, sentando-se ao lado de Harry.
Harry sorriu. “Sim, ele é um tanto teimoso.”
“Acho que você está aqui graças à teimosia dele, não?”
Harry riu. “Isso é verdade, sr Lupin.”
“Me chame de Remus, ou Remy, por favor.”
“Remus então,” Harry disse, após um momento. “Eu tentei de tudo para fazê-lo desistir de mim, mas ele não o fez. Mesmo quando eu me recusei a responder a ele por semanas, ele continuou voltando e voltando. Deus, eu o amo.”
“Vocês dois têm sorte de ter um ao outro,” Remus disse um tanto melancolicamente.
“Você não tem ninguém?” Harry inquiriu.
Remus balançou a cabeça antes de perceber que o gesto era em vão. “Não. Meu trabalho me toma muito tempo.”
“Bem, eu espero que você possa ter tempo para nos visitar de novo.”
“Eu tentarei Harry, de verdade.”
Severus entrou no aposento após terminar na cozinha e sentou-se do outro lado de Harry. Remus aproveitou a oportunidade para apresentar a cada um as cópias dos papéis que trouxera.
“Isso é só um resumo das leis e dos direitos de Harry,” Remus explicou. “A página seguinte eu mesmo escrevi e que inclui todos os furos nas leis. Alguns nos serão úteis e outros nos atrapalharão. Mas acho que posso dizer que nada poderá deter Harry de reter seu poder de ter um procurador.”
Harry rapidamente deslizou seus dedos pelas páginas antes de dar um suspiro. “Isso é maravilhoso Remus, realmente é.”
“Mas,” Remus adivinhou.
“Mas eu ainda acho que serei levado de volta ao hospital.”
Remus não pôde conter uma risada. “Oh Harry, confie em mim quando eu digo que essa não é uma possibilidade. Você é totalmente capaz e não há como eles provarem que você não é.”
Severus apertou seu amado e beijou sua bochecha. “Eu te disse, ninguém te machucará novamente.”
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Durante as semanas seguintes, diversas coisas aconteceram. A primeira foi que, apesar de ter sido contratado como seu advogado, Remus estava rapidamente se tornando amigo do casal. Eles quase podiam ser descritos como um trio na maior parte do tempo, nenhum podia ser encontrado sem os outros dois.
A segunda foi que a junta médica, como previsto por Hermione, lutou contra a liberação de Harry de Hogwarts. A advogada da junta era uma velha endurecida chamada Minerva McGonagall, que não aceitava disparates. Ela contatara Remus para discutir os termos da alta de Harry.
No fim, McGonagall decidiu que a junta não lutaria contra o poder de Harry em ter um procurador, caso ele visse um médico e se provasse competente. Ela assegurou a Remus que seria uma visita rápida e que Harry não teria de reviver seu passado.
O médico era um psiquiatra chamado Arthur Weasley. Severus e Harry pensaram que fosse uma coincidência até que o conheceram. Depois de vê-lo e descrever para Harry seu cabelo vermelho ainda aparente, apesar da calvície, aparência baixa e atarracada, não havia como não reconhecer o homem como um dos Weasleys.
Severus e Harry apertaram sua mão antes de se sentarem em seu gabinete. “Posso perguntar se você é parente de Gina e Rony?” Severus inquiriu imediatamente.
O dr Weasley sorriu. “Sou o pai deles.”
Severus tentou ocultar um sorriso. Ele tivera a suspeita de que isso fora arranjado por Rony e Hermione para fazer com que a visita deles fosse mais fácil. Severus e Harry acharam o dr Weasley uma pessoa agradável com um gosto estranho por colecionar coisas estranhas, como patos de borracha e colheres. Ele era amigável e tinha um senso de humor peculiar.
Harry, finalmente, conseguiu abrir sua boca e manter uma conversa inteligente com o dr Weasley, que apreciou o senso de humor perverso do homem e suas piadas secas e infantis.
Eles ficaram ali por duas horas antes que o dr Weasley os liberasse, assegurando a Harry que ele tinha controle total sobre sua mentalidade e não teria problemas com a junta médica dali para frente.
Eles imediatamente ligaram para Remus e o convidaram para jantar para comemorar.
Mais tarde naquela noite, Harry e Severus estavam enrodilhados no chão em frente a lareira, sob um cobertor macio. Severus estava apoiado em seu cotovelo, admirando o rosto de seu amado. “Isso correu bem,” ele sussurrou, passando suas mãos pelo cabelo de Harry.
Harry sorriu e se voltou para o toque. “Muito bem,” ele concordou.
Severus se inclinou e beijou Harry profundamente. O homem mais novo abriu a boca para permitir que Severus o provasse com a língua. Harry arqueou as costas quando Severus encontrou seu membro endurecido e lhe deu uma estocada rápida.
“Deus,” o homem de cabelos negros sibilou. Severus deu uma risadinha e o fez novamente.
“Gosta disso?” Ele disse de modo provocante.
Harry agarrou Severus pelo pescoço e o puxou para baixo. “Se você parar agora, você se arrependerá seriamente.”
Severus riu novamente e começou a trilhar o estômago de Harry com pequenos beijos. Ele pausou ao atingir seu umbigo e deu um riso dissimulado. “Continuo?”
Harry murmurou algo inaudível, empurrando a cabeça de Severus com as mãos.
Severus riu um pouco enquanto tomava Harry em sua boca. Ele se endureceu ao ouvir os gritos de paixão do mais novo enquanto ele sugava e lambia gentilmente. Levou apenas alguns minutos até que Harry atingisse o clímax e Severus engoliu, limpando Harry. Ele subiu novamente para o rosto de Harry e o beijou.
Harry ronronou contra seu pescoço e começou a mordiscar a orelha de Severus. “Eu te amo,” ele murmurou. “Tanto.”
“Eu te amo mais que as palavras podem descrever,” ele disse, um pouco sem fôlego. Ele ofegou quando Harry tomou sua ereção e lhe deu algumas estocadas firmes.
“Ah,” Harry disse depois de ouvir Severus ofegar. “Vejo que você quer que eu retribua o favor.”
Severus choramingou quando Harry abaixou seu corpo e tomou Severus em sua boca. Harry foi completamente incrível enquanto lambia e sugava, fazendo Severus gritar seu nome quando finalmente atingiu o clímax. Harry limpou Severus com uma risadinha e beijou seu amante profundamente.
Eles adormeceram nos braços um do outro, nenhum deles querendo sair de onde estava. Sim, eles estavam completamente apaixonados.
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