Capítulo 7 - Feliz Natal
Autor: Occasus
Nome Original: Cannon In D
Tradução: Nicolle Snape
Betagem: Dana Norram
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Capítulo 7
Feliz Natal
Severus sentiu seu coração pular na garganta. Não estava inteiramente certo que ouvira Harry falar. Abriu a boca e fechou-a algumas vezes. Sentiu uma lágrima deslizar por sua face, mas ele não se importou com isso.
Uma risada muito pequena de Harry arrancou Severus de seu silêncio. “Oh, Harry”, disse embaraçando-o.
Harry retornou o abraço, colocando um beijo suave na lateral do rosto de Severus.
“Eu te amo tanto”, Severus disse tentando não soluçar. “Não posso acreditar nisso, foi o melhor presente de Natal que já recebi”.
Os dois homens permaneceram abraçados por alguns momentos. Severus foi trazido de volta à realidade quando o alarme da cozinha tocou, sinalizando que era hora de regar o presunto novamente.
“Droga”, praguejou delicadamente. “Tenho que dar uma olhada no presunto”, disse livrando-se do morno abraço. Harry delicadamente deu pancadinhas em seu braço enquanto o liberava.
Severus estava andando em nuvens quando entrou na cozinha. Tinha certeza de que parecia absolutamente ridículo com um sorriso cobrindo seu rosto, mas não se importava. Pegou a concha que descansava no pote de mel e açúcar marrom e rapidamente regou o presunto. Reiniciou o relógio e se apressou em voltar para os braços de Harry.
Sabia que teria de contar a Harry sobre o seu passado, e que precisava fazer isso logo. O homem merecia saber que Severus esteve ligado à pessoa que tinha lhe causado tanta dor. Mas ele não estava certo de como fazer isso.
Mas eu vou, pensou consigo mesmo quando colocou um beijo na têmpora de Harry. Vou fazer isso hoje à noite. E se ele me odiar, simplesmente o levarei de volta ao hospital e o deixarei em paz.
Logo antes que Hermione e Ron estavam para chegar, Draco telefonou a Severus e disse que ele e Ginny fariam uma visita. Severus estava feliz e ansioso para ver seu afilhado. Tinha comprado um par de bilhetes para o teatro e estava procurando um jeito de lhes dar pessoalmente.
Harry sentou-se em uma cadeira perto da mesa da cozinha enquanto Severus colocava a mesa e dava os toques finais na comida. Severus observava Harry com um pequeno sorriso enquanto o garoto mantinha seus dedos correndo sobre o anel.
“Espero que você goste da comida que eu preparei”, disse Severus docemente. “É só um presunto com vegetais, mas me disseram que eu tenho excelentes habilidades culinárias”.
Harry deu uma pequena risada e levantou suas sobrancelhas.
“Bom eu tenho”, Severus defendeu-se com um largo sorriso. Inclinou-se sobre Harry e o beijou na face. “Agora pare de me distrair para que eu possa terminar a comida”.
Harry lhe deu uma expressão ‘Quem eu?’ rindo novamente.
Severus riu junto dele enquanto pôs o descanso da comida sobre a mesa. Ele dispôs copos de vinho e colocou duas garrafas no balde de gelo. Decidiu deixar as velas apagadas e sorriu para o seu trabalho. A mesa estava bonita e festiva.
“Tudo pronto”, Severus disse. Ele e Harry voltaram para a sala de estar e aninharam-se no divã para esperar os outros chegarem.
“Obrigado por falar comigo”, Severus disse docemente. “Realmente significou o mundo para mim”. Ele correu a mão pelos cabelos de Harry. “Você ficará bem comendo na frente dos outros? Sei que você fica incomodado e sei que você ainda nem conheceu Draco”.
Harry respirou profundamente e então assentiu. Ele deu tapinhas no braço de Severus reconfortantemente.
“Bom”, disse esfregando seu nariz no cabelo de Harry. “Porque a refeição será deliciosa”. Harry concedeu esse comentário com uma risada quieta.
Assim que Severus estava ficando confortável, ele ouviu a campainha tocar. Resmungando, saiu dos braços de Harry e deixou todos entrarem. Draco e Ginny foram os primeiros a chegar, corados pelo frio, mas sorrindo.
O coração de Severus aqueceu-se ao vê-los roçar as mãos a cada minuto enquanto eles tagarelavam sobre Natal e presentes.
“Draco, quero que você conheça Harry”, Severus disse sossegadamente. “Você também Ginny, mas eu não quero assoberbá-lo”.
Ginny sorriu. “Está certo, eu irei apenas lavar o rosto”.
Severus indicou-lhe o caminho do banheiro. Pegou Draco pelo braço e o trouxe a sala de estar.
“Er Harry, você gostaria de conhecer o Draco? Ele é meu afilhado e o artista contratado para terminar meu trabalho no hospital”. Severus usou um tom calmante enquanto falou.
Harry levantou-se devagar e estendeu a mão para Severus. O homem mais velho pegou a mão de Harry e o puxou para perto. Harry ficou imóvel por um momento e então ofereceu sua mão a Draco.
Draco, completamente radiante, pegou a mão de Harry e agitou-a. “É um enorme prazer. Severus não queria ficar quieto a seu respeito e eu teria morrido para me encontrar com o homem que finalmente capturou seu coração”.
Harry sorriu um pouco e afastou-se do toque de Draco. Severus passou seus braços em torno do homem de cabelos negros e brilhantes e beijou sua face. “Não ligue para Draco, ele é demasiadamente descarado para o seu próprio bem”.
Draco riu. “Eu aprendi com você”, disse docemente.
Ginny retornou do banheiro um o momento mais tarde e juntou-se a eles na sala de estar.
Severus virou Harry para ela. “Eu gostaria que você conhecesse Ginny. É a irmã menor de Ron e foi ela quem fez o seu anel”.
Harry ofereceu-lhe sua mão e ela a pegou. “Modéstia à parte, o anel ficou absolutamente sensacional em você, Harry”.
Harry sorriu e retornou seus braços a Severus. Severus sorriu e manteve-se firmemente agarrado a seu amor. Agora tudo que ele teria de fazer era passar por esse jantar e teria Harry somente para ele.
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O jantar foi agradável depois que Ron e Hermione chegaram. Harry estava calmo e presente enquanto comeu e escutou a conversação. Severus serviu a sobremesa e depois o café enquanto eles trocavam presentes e conversavam na sala de estar.
Ron e Hermione deram a Severus um cachecol de lã preta com um suéter combinando, assim como uma linha de crédito na loja local da arte. Amaram seus presentes e Ron quase ficou excitado assim que viu as passagens para a temporada do futebol.
O casal deu a Harry uma pilha de livros em Braille para ele ler quando sentisse vontade, assim como um suéter azul marinho e um cachecol combinando. Draco e Ginny deram a Severus um porta-retratos de prata e disseram-lhe para fazer bom uso dele. Ele sabia que significava colocar uma foto com ele e Harry.
Assim que os copos de café estavam vazios e o bolo havia acabado, os quatro convidados partiram.
Hermione beijou Severus no rosto e deu-lhe seu número de celular no caso de algum problema. “Eu tenho fé em você Sev”, ela explicou enquanto lhe entregava a tira de papel. “Eu quero apenas estar preparada”.
“Eu não acho que terei qualquer problema”, Severus sussurrou. “Algo aconteceu e eu não quero lhe dizer ainda, mas foi muito bom”.
Hermione sorriu. “Eu espero uma história cheia de detalhes mais tarde”.
“Prometo”, disse e a abraçou. “Feliz Natal”. Ele fechou a porta atrás deles.
Severus estava quase vertiginoso enquanto andou para a sala de estar e aninhou-se com Harry em uma poltrona grande perto do fogo. Retirou um cobertor de flanela da parte traseira do divã e cobriu a ambos com ele.
Harry estava sorrindo meio dormindo enquanto aconchegava-se ao lado de Severus. Ainda que Severus amasse fechar seus olhos e divagar, ele ainda se sentia obrigado a dizer a Harry a verdade.
“Eu acho agora seria uma boa hora para dizer-lhe algumas coisas Harry”, Severus falou docemente. “São sobre meu passado. As coisas que eu disse que lhe diria quando estivesse pronto. E eu estou pronto agora”.
Harry apertou seu braço reconfortantemente.
“As coisas que tenho de dizer poderão fazê-lo não mais me amar, Harry. Não acho que eu poderia viver sem você, mas não posso viver mantendo coisas escondidas de você”. Ele respirou profunda e agitadamente. “Eu sei o que Tom Riddle lhe fez”, Ele começou. Parou quando Harry enrijeceu, mas continuou quando Harry lhe deu um cutucão. “E... eu conheci Tom Riddle”.
Harry arfou um pouco. Mas Severus tinha começado e não poderia parar agora.
“Quando eu era criança, meu pai me bati e abusava de mim. Um dia um homem me encontrou e me levou embora para cuidar de mim. Eu não tinha nenhuma idéia que este homem era um assassino em série maníaco e eu não soube o quanto mau ele verdadeiramente era. Na época em que descobri isso, ela já tinha me marcado como dele. Tentou me forçar a participar em seus assassinatos e testemunhei algumas coisas que eu nunca desejo ter visto. Foi terrível. Eu consegui sair do círculo e tentei o mais que pude ajudar o Ministro a encontrar Tom. Mas eu não pude. Eu tinha apenas dez anos nessa época, Harry e eu lhe juro que eu tinha saído muito tempo antes dele ter matado seus pais. Se eu pudesse os teria ajudado, eu juro que eu teria”. Severus estava chorando abertamente e ele estava absolutamente apavorado.
Harry ainda sentou-se perfeitamente, sua face completamente em branco. Estava respirando lentamente e pareceu, por apenas um momento, que ele havia voltado para trás de seu escudo. Severus estava a ponto chorar desesperadamente quando Harry levou uma mão delicada à face de Severus e limpou as lágrimas.
Severus deu um soluço e enterrou seu rosto na garganta de Harry. “Eu não fazia idéia que meu passado tinha afetado seu futuro tanto assim. Você, por favor, poderia me perdoar?”
Harry limpou sua garganta outra vez e sussurrou, “Claro”.
Severus arfou outra vez ao som da voz de Harry. “Oh, eu te amo tanto”, soluçou delicadamente. “Não posso expressar em palavras o quanto que eu te amo”.
Harry lhe afagou a face e deu um pequeno suspiro. “Não... não foi Tom Riddle que fez isso comigo”.
Severus o olhou de repente. “O que?”
“Ele... me cegou”, Harry sussurrou, “mas minha tia e tio fizeram com que eu me escondesse em minha mente”.
Severus mordeu seu lábio inferior. Ele estava chocado com Harry falando tanto e estava irritado com fato de que aquelas eram suas primeiras sentenças. Deuses, como alguém poderia fazer isso a uma criança tão inocente? Ele beijou Harry aproximadamente no rosto e o segurou apertado.
“Harry eu sinto tanto”.
“Você é o primeiro que não tem pena de mim”, o homem sussurrou roucamente. “O primeiro que me amou pelo o que você soube que estava lá, não para pelo o que estava na parte externa”.
Severus teve uma idéia de quem ele estava se referindo. “Você está falando sobre... sobre Sirius?”
Harry franziu as sobrancelhas. “Sim. Você conheceu?”
“Sirius e eu nos conhecemos”, Severus disse simplesmente. “Ele nunca me falou sobre você, mas... nós fomos amantes por um tempo”. Ele novamente respirou profunda e agitadamente e lutou contra as lágrimas que se formavam em seus olhos. “Ele me amou, mas eu não pude amá-lo de volta. Eu me sentia como um monstro, Tom Riddle tinha contaminado minha alma e não havia nenhuma esperança para mim. Então, quando ele declarou seu amor por mim, eu o abandonei. Ele se matou logo depois disso. As pessoas continuaram dizendo que ele era fraco e governado por suas emoções, mas eu não pude ajudar e vejo seu sangue em minhas mãos”.
Harry absorveu tudo. Então respirou novamente. “Ele não me amou como você”, ele finalmente sussurrou. “Ele tinha pena de mim pelo que pensou que eu tinha me tornado”.
“Eu ainda lhe tirei o que restava de sua família”, Severus disse com a voz quebrada.
“Você foi o único que viu dentro de mim”, Harry sussurrou. “O único que soube que eu estava lá. Eu te amo, Severus”.
Foi à primeira vez que Harry disse seu nome e foi à coisa a mais bonita que Severus já ouvira. Ele beijou a palma de Harry e a esfregou em seu nariz. “Você gostaria de ver a marca?”
Harry enrijeceu-se e mordeu seu lábio. Finalmente, assentiu delicadamente.
Severus endireitou-se no divã e retirou seu suéter. Ele estava usando uma camisa branca por baixo e levantou a manga. Pegando mão de Harry, colocou-a em seu braço. Prendeu sua respiração quanto sentiu Harry correr seus dedos sobre a marca, seguindo-o com cuidado. Lentamente, Harry inclinou-se e plantou um pequeno beijo na cicatriz.
“Com o que se parece?”, Harry finalmente perguntou.
“É uma cobra com um crânio”, Severus respondeu, sua voz um pouco acima de um sussurro. “Ele talhou isso repetidamente em minha pele até que ficou da maneira que está agora. Mantive porque é a marca de meu passado. Um fardo que eu tenho que carregar”.
Harry beijou a cicatriz outra vez, causando um ardor na espinha de Severus. “Você é bonito”, Harry disse sussurrando. “E eu te amo muito”.
Severus virou para Harry e segurou sua face nas mãos. “Eu quero beijá-lo, Harry”.
Um pequeno sorriso enfeitou os lábios de Harry. “Ok”, ele sussurrou.
Severus inclinou-se e colocou um beijo casto nos macios lábios de Harry. Estava a ponto de afastar quando sentiu a mão de Harry em torno da parte traseira de sua cabeça, puxando-o para baixo, para mais. Severus mordiscou um pouco o lábio inferior de Harry e o homem de cabelos negros e brilhantes abriu sua boca, permitindo a entrada de Severus.
Severus sentiu seu corpo todo vibrar e o explorou delicadamente a boca de Harry com sua língua. Harry permitiu-lhe o domínio e choramingou um pouco quando Severus finalmente afastou-se.
A face do homem mais velho estava em fogo quando olhou fixamente para o rosto de seu amado. Harry soltou uma pequena risada e Severus pode apenas sussurrar, “Wow”.
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