Um reencontro nada calmo

Harry continuava caindo, caindo, cada vez mais fundo. Sua cabeça começava a girar e ele começava a sentir como se estivesse voando na sua firebolt e tivesse que apanhar o pomo de ouro em mais um dos jogos da escola. Podia até ouvir a narração de Lino Jordan dizendo que Fred e Jorge tinham rebatido uma goles que por pouco não impediu Angelina de marcar mais um gol para Grifinória, e então ouviu os gritos e vivas de toda a escola que torcia para eles, menos a casa da Sonserina, claro.
Foi quando, do meio do nada, Harry viu uma longa corda cair ao lado do seu corpo, e continuar se estendendo até o fundo cada vez mais negro do abismo. Sem sequer cogitar a possibilidade de que a corda pudesse Ter sido jogada por Lúcio Malfoy e Bellatrix Lestrange, e agindo apenas por instinto e reflexos, Harry se agarrou desesperadamente aquela corda, até que sentiu que era puxado. Logo, sua mente foi clareando novamente e ele começou a acreditar que seria morto quando chegasse lá em cima.
Se passaram vários minutos, que para Harry pareciam mais horas, até que o garoto conseguisse chegar a beira do precipício. Duas mãos pequenas e brancas e uma outra mão enorme o ajudaram a subir e Harry naquele instante pôde apenas fechar os olhos, aliviado. Ainda de olhos fechados e achando muito melhor a idéia de morrer através de um “Avada kedavra” do que caindo eternamente em um abismo, o garoto disse, bobamente:
- Ok, vocês venceram, podem me matar agora...
No entanto, enquanto esperava pela maldição da morte, Harry ouviu apenas uma voz agradavelmente conhecida que lhe disse:
- E era isso mesmo que você merecia seu idiota!
Harry abriu os olhos neste instante, incrédulo e viu o rosto sardento de Rony que parecia lutar entre fazer uma cara de bravo ou dar um meio sorriso. Ao lado do amigo, a expressão de Hermione era uma mistura de senhora Weasley com professora Mc Gonagal.
Harry nunca pensou que pudesse se sentir tão feliz na vida como se sentiu naquele momento, sem se preocupar com a raiva dos amigos, ele se jogou em cima de Rony e Hermione, e quase fez a amiga desabar, já que Hermione estava fraca.
Mas, Hermione logo se desvencilhou do abraço de Harry e se pôs a andar em círculos, furiosa.
- MAIS ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA PARA NOS ABANDONAR HEIN HARRY JAMES POTTER?DEPOIS DE TUDO QUE PASSAMOS POR VOCÊ! DEPOIS DE PASSARMOS A NOITE EM CLARO POR SUA CAUSA! É ASSIM QUE VOCÊ RETRIBUI?
Harry sabia que a amiga estava certa, apesar de tudo e não tinha nada a fazer ou falar a não ser abaixar a cabeça humildemente e murmurar:
- Mione, Rony, eu só fiz o que o meu coração mandou...eu só quis proteger voc...
- É CLARO QUE VOCÊ SÓ QUIS NOS PROTEGER NÃO É? VOCÊ SEMPRE FAZ ISSO, SEMPRE ACHA QUE VAI CONSEGUIR PASSAR POR COISAS QUE OS OUTROS NUNCA CONSEGUIRIAM PASSAR NÃO É MESMO? ACONTECE HARRY, QUE, SE O RONY NÃO TIVESSE PERCEBIDO SUA AUSÊNCIA E SE NÓS DOIS NÃO TIVESSÉMOS TE SEGUIDO, ONDE É QUE VOCÊ ESTARIA AGORA HEIN?
- Mione, não adianta brigar com ele agora, já passou, todos estamos juntos novamente e estamos bem certo? – a voz de Rony era apaziguadora e Harry agradeceu o amigo com os olhos.
- E VOCÊ RONALD WEASLEY, SEMPRE DEFENDENDO ESSE IRRESPONSÁVEL, EU ESTOU CANSADA DAS BESTEIRAS DE VOCÊS DOIS, APOSTO COMO VOCÊ JÁ O PERDOOU COM A MAIOR FACILIDADE NÃO É MESMO?
E dizendo isso, Hermione virou as costas, bufando, e se pôs a caminhar rapidamente, passando perto dos corpos inconscientes de Malfoy e Lestrange, que foram estuporados e amarrados pelos amigos de Harry. Rony correu para perto da namorada e a abraçou com carinho.
- Querida, é claro que eu estou zangado com o Harry, só acho que a gente não deve perder mais tempo brigando – e olhando para Harry, Rony se esforçou o máximo possível para parecer bravo, e disse ao amigo – eu espero que você saiba, Harry, que dessa vez você passou dos limites com essa sua mania de nobreza idiota e eu estou profundamente decepcionado com você...
Dizendo isso, Rony fez sinal para que Harry os acompanhasse, mas, não sem antes trocar um sorriso cúmplice com o amigo.

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