O Passado de Potter




(McFly - Obviously)

My Slytherin
VIII – O PASSADO DE POTTER





“Você não vai conseguir fugir de mim...”

“E quando você reconhecer isso, eu estarei aqui, em todo lugar, pra sempre...”

“Por que você faz questão de ser diferente?”

“Você é tão... Estranho...”

“Pela primeira vez, eu não quero que você fale. E isso é uma coisa bem rara.”

“EU SEI TUDO SOBRE VOCÊ, E VOCÊ TEM MEDO DISSO!”
.

- PARE COM ISSO!

James se sentou na cama abruptamente, a respiração acelerada, o corpo frio e insensível, os olhos molhados e apertados. Alguns sonserinos do mesmo quarto reclamaram, mas James não ligou. Ele jogou o cobertor para longe e saltou da cama, ignorando o frio que perfurava seu peitoral nu. Pegou a varinha sobre a mesa de cabeceira e rumou para o banheiro, batendo e trancando a porta ao entrar.

Despiu-se e entrou no banho. A água quente projetava uma leve fumaça ao bater na brisa gélida que vinha da janela aberta. James, com frio, abriu mais o chuveiro e fechou a janela com uma pancada. Suas costas doíam. As pontas de seus dedos estavam brancas, e suas unhas estavam roxas. Ele se sentia desconfortável, fraco, como naquele dia...

Ele apertou os braços para impedir as lembranças, mas elas vieram, perigosas e doloridas como um caco de vidro rasgando a pele...

Sophie Jasmine Potter balançava-se numa cadeira velha da sala de estar, enquanto via a chuva bater na vidraça. Na Holanda chovia todo o tempo... Nunca era como Londres, como sua querida Londres... Seus pais estavam fora para jantar a sós. Só ela e o irmão mais velho, James, estavam em casa. Mas James estava ocupado em ler no seu quarto, e nem ligava para Sophie. Quando os olhos esverdeados dele encontravam com os verdes da caçula, tudo que ela via era um “não encha meu saco”. Até que...

A porta se abriu com violência... James desceu as escadas, ligeiro, e parou no meio do corredor... Ele ouviu passos pesados... Uma exclamação... Algo sobre pais...


Ele ofegava. Por mais que tentasse não lembrar daquele dia, era impossível. “Quando você se acostuma com a ausência, a dor não é nada...”. Mentira. A dor que ele ainda sentia era cruel, pontiaguda. A dor da falta da coragem... Do desgosto dos pais...

- SOPHIE! – Berrou James, correndo até a sala, desesperado.

Tarde demais; dois homens encapuzados, com vestes pretas, roubavam tudo que tinha valor na sala. Um outro segurava Sophie e uma varinha estranhamente longa...

- SOPHIE! – gritou novamente, tentando entrar. Mas um dos homens o empurrou, e ele caiu de costas, a cabeça batendo fortemente no chão de pedra.

Com lágrimas de dor nos olhos, ele viu Sophie se negar a dizer onde os pais estavam... Os três homens falando alguma coisa sobre feitiço antiintruso... Jordison Potter entrando na casa de repente, os olhos arregalados...

Então tudo aconteceu rapidamente. Um dos homens puxou os cabelos ruivos de Sophie e ameaçou matar a menina se o mais velho dos Potter não se afastasse... Ele se afastou, e olhou pro filho, pedindo socorro... Uma chance... Uma ação...


Agora as lágrimas se misturavam a água corrente, acompanhada de soluços silenciosos. O corpo dele se sacudia, se debatia de frio, mas sua mente estava longe. De novo ele estava pensando em algo que o assombraria pro resto da vida, o impedindo de fazer qualquer coisa que lhe lembrasse Sophie...

O corpo já sem vida dela jazia sobre o tapete mexicano, encoberto pela sombra dos moveis de madeira. James, ainda paralisado, tinha uma expressão vaga.

- COVARDE! – Berrou Jordison, puxando o garoto pela manga. – VOCÊ DEIXOU SUA IRMÃ MORRER! COVARDE!


Seus pensamentos voaram para Lily. Ela era tão parecida com sua irmã. Tão doce. Tão cativante. Só que ele não podia ficar com ela... E se fosse um covarde novamente na hora de protegê-la?

Ele faria o certo: a esqueceria. Nunca mais pensaria nela.

Nunca.




Lily sacudiu a cabeça e deixou um punhado da primeira neve do mês cair no chão. Lá fora estava frio e escuro, mas ela sabia que o melhor lugar para pensar era um lugar escuro e frio, para não haver distração. Ela precisava pensar em que caminho iria seguir, no que iria fazer, como trataria James depois de tudo; estava tão apaixonada por ele que só conseguia pensar em como seus lábios ficavam quentes ao encostar-se aos dele. James devia facilitar as coisas e deixá-la se aproximar, somente isso.

Por um minuto, ela desejou que ele fosse até ela naquele jardim. Mas ele não foi. Ele nunca ia. Ele nunca iria.

A verdade era dura como o tronco de árvore sob seus pés. O que não significava que ela tinha que aceitar, certo? Ela poderia lutar por ele, poderia derreter todo aquele gelo em volta de James. Ela só precisava ser tão fria quanto ele...




Os dias passavam devagar. Lily não vira mais James desde sua última discussão com ele... Por dias, ela chegou a pensar que ele estava a evitando, mas achou prepotência demais. Ele não se importava o suficiente com ela pra evitá-la. Era só o destino agindo. Mais nada.

Ficar pensando naquilo dava tanto sono...

- Lily. Lily, acorda! – a voz de Sirius tirou-a de um transe no meio da aula de Flitwick. Ela levantou a cabeça, alerta.

- Eu não estava dormindo, Six, só pensando. – Lily respondeu, dando um leve sorriso, que não chegou em seus olhos verdes cansados.

- Em quem?

A ruiva sacudiu a cabeça.

- James. – ela suspirou, chegando mais perto de Sirius e aconchegando a cabeça em seu ombro. – O que eu faço, Sirius?

- Quer que eu fale com ele? – Sirius indagou, lentamente, passando uma mão pelos ombros da garota e acariciando seus cabelos.

- O que você falaria?

- Não tem graça se eu contar... Você confia em mim, não confia?

Lily segurou a mão de Sirius, e olhou fixamente em seus olhos azuis, que mostravam uma amizade inexplicável.

- Você é meu amigo, Sirius. No melhor sentido da palavra. Nossa amizade é tão grande que a VOCÊ eu confiaria até minha vida. É CLARO que eu confio em você.

- Então fique tranqüila. Sirius Black sempre sabe o que faz.

Ela revirou os olhos, brincando, mas apertou-se ainda mais no abraço do amigo. Às vezes, em momentos como aquele, ela sentia vontade de gritar para o mundo como amava aquele garoto... Gritar que ela sabia o que era uma amizade verdadeira, e que aquele era um dos melhores sentimentos do mundo. Mas Lily se contentou em sorrir abertamente, e tentar prestar atenção na teoria dos feitiços das Trevas.

- Saindo do momento amizade, Lils, você tem visto a Marlene? – ele sussurrou, já que o professor agora passava bem perto dos dois.

- Não... Vocês não estavam saindo?

- Ela sumiu! – Sirius bufou, remexendo-se na cadeira.

- Acho que conheço mais alguém que é assim...

- Vira essa boca pra lá. Se o James homem é assim, imagine uma versão feminina...

Lily tentou imaginar. Mas, bom, era simplesmente impossível.




Sirius caminhava apressadamente pelos corredores. O sinal anunciando o fim das aulas do dia acabara de soar, então o corredor estava apinhado de estudantes que falavam alto, fazendo o ambiente frio ficar meio quente. Black se desviou de várias pessoas, e, desastrado, bateu em outras, mas continuou andando até achar a pessoa com quem precisava falar: James Potter.

- POOOOOOOOOOOTTER! – berrou, já irritado, fazendo o sonserino parar e virar para olhá-lo.

- Oooi. – James respondeu. Sirius jurou ter visto um sorrisinho no rosto dele.

- Preciso falar com você.

O sonserino sacudiu os ombros. Sirius apontou para o final do corredor, onde havia menos gente, e foi até ele, com James indo atrás, meio curioso.

- É sobre a Lily.

- Imaginei. – Sirius sacudiu a cabeça.

- James, o que você sente por ela? E pode ser sincero. Sei que não sou seu melhor amigo, mas, sério, Lily gosta de você. Quer dizer, não que ela GOSTE, mas... Ai, falei merda...

Uma expressão maligna surgiu no rosto de James.

- Eu não posso ficar com ela, Black. É só isso. – Potter disse, indiferente.

- Mas você QUER?

- Mesmo que quisesse, não poderia.

Sirius mordeu os lábios.

- Você não quer? – perguntou, esperançoso.

- Não.

- Tem certeza?

- Sim.

- Mas, James... E se você se aproximar dela? Pode ser que você comece a gostar, e...

Potter olhou fixamente nos olhos de Sirius, enquanto passava uma mão pelos cabelos desarrumados. Sua expressão misturava diversão, aflição e confusão.

- Você acha que eu sirvo pra ela, que eu combino com ela? – ele questionou, piscando os olhos lentamente. – Em meses, tudo que ela fez em mim foi me dar uma vontade de falar mais. Só isso. Acha que vale a pena?

- E se ela fizer alguma coisa pra mudar esse seu pensamento?

- Eu não sou fraco, Black. Mas se isso a fizer feliz, fale que sim.

Ele deu de ombros, acenou fracamente e desceu as escadas próximas, com a mochila balançando nos ombros. Sirius coçou o queixo, pensativo, e rumou rapidamente para o salão comunal da Grifinória. Era hora da ação.




N/A: FUCKING GOOOOOOOOOOOOOOOSH, faz muito tempo que eu não sinto essa fucking vontade de atualizar! Estou aproveitando porque isso é fucking raro *-*
Então, esse fucking capítulo foi mais pra mostrar o fucking passado do Potter e o que vai acontecer no próximo, QUE É O FUCKING ÚLTIMO. Eu já estou escrevendo, começando, na verdade, mas não vai demorar como das outras fucking vezes. É, My Slytherin está no fim... Ainda bem :x UHDSA mentirinha, eu fucking amo essa fic, mas preciso acabar, né. Aí eu vou me dedicar a My Heart e When It Rains, acabar RIOT! até o fim do ano e postar as fics novas só ano que vem. Fucking simples.
Valeu pelos comentários! Continuem comentando MUITO, eles são a fucking inspiração pra escrever.
Fucking amo vocês <3

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