Primeiro ano_ O Começo
N/A: Aqui está o capítulo 2, pra quem se interessar...Abraços a todos!
1. Primeiro ano_ O Começo
Acho que para melhor entendimento, o melhor seria narrar detalhadamente desde o instante em que nos conhecemos, mas creio que isso tomaria tempo e paciência demais daqueles que lerão este pergaminho. Assim, para situá-los, contarei os fatos mais importantes até o final do nosso quinto ano em Hogwarts.
Eu, Melina, nasci no Brasil, país exótico na América do Sul, durante uma viagem dos meus pais (um bruxo inglês, John Warlock, e uma trouxa francesa, Talita, o que faz de mim uma mestiça) e lá fui registrada, o que justifica a presença do sobrenome de minha mãe em meu nome. De qualquer modo, passei apenas os três primeiros meses de minha vida lá. Vivi a maior parte dos meus anos em Oxford, Inglaterra, onde conheci a melhor amiga que alguém poderia ter: Lily Evans, a ruiva mais esquentada e mais leal que já existiu. Fomos amigas desde os dois anos de idade, estudamos na mesma escola primária trouxa e ficamos muito tristes quando achamos que nos separaríamos. Sim, Lily era uma trouxa, embora soubesse que eu tinha parte bruxa. Porém, para nos dar uma das nossas maiores alegrias, a carta de Hogwarts, a Escola de Magia e Bruxaria do Reino Unido, chegou para ambas. Jamais me esqueci dos olhos cheios de lágrimas contentes que ela tinha quando foi contar-me que também era uma bruxa, ou os mesmo olhos verde-esmeralda brilhando sonhadores quando pisou pela primeira vez no Beco Diagonal. Ela, que sempre fora ávida por conhecimento, leu em dois meses a maior parte dos livros da minha avó Joanne sobre magia, como eu mesma tinha feito ao longo dos meus quase 11 anos na época.
Bem, no dia 1º de setembro daquele ano, Lily e eu embarcamos pela primeira vez no Expresso de Hogwarts, o trem vermelho-sangue que conduzia os alunos para a nossa Escola. Naquele mesmo dia, nosso destino foi traçado.
Ficamos na última cabine do trem, acompanhadas de dois garotos. O primeiro, Remus Lupin, era um menino tímido, bonito, de sonhadores olhos verde-mar e palidez acentuada. O outro, William Kennedy, era um menino louro, de olhos cor de mel, realmente lindo, sorriso cativante e pele clara. Conversamos bastante e nos tornamos amigos. Remus era visivelmente inteligente e William, notavelmente esportista. De qualquer forma, antes mesmo do desembarque, ficamos conhecendo duas pessoas que influenciariam para sempre nossas vidas.
Vindo a Deusa sabe de onde, dois garotos chegaram correndo e, até hoje não sei se foi por acidente ou propositalmente, não conseguiram parar, levando por diante as duas meninas que estavam saindo do trem. Por sinal, as meninas eram Lily e eu.
- Garoto idiota! O que você está pensando, se é que tem essa capacidade?- gritou Lily, ainda embaixo e de frente para garoto.
- Desculpa, pimentinha!- disse ele, rindo muito e levantando-se. Era bonito, com cabelos negros e despenteados, olhos castanho-esverdeados e pele levemente bronzeada.
- Não ouse me chamar de pimentinha, seu trasgo de óculos! Meu nome é Evans.- silibou ela, ignorando a mão que ele lhe oferecia e erguendo-se sozinha.
Eu, levemente entretida na discussão de minha amiga com, sabia eu, James Potter, esqueci que também estava no chão, com a diferença que era eu que estava impedindo o rapaz de se levantar. Sempre fui muito atenta; quando vi que íamos cair, girei meu corpo e cai por cima do meu ''atacante''. Regra nº 1 de defesa pessoal Warlock.
- Ei, gatinha! Será que poderia sair de cima de mim?- indagou o garoto de cabelos negros e olhos azul-metálicos com expressão entre o zangado e o divertido.
- Claro, com o maior prazer! O mínimo contato com você me deixa enojada, arpéu cego! Aliás, deveria usar óculos como o Potter, seu Black estúpido.- respondi. Aos 11 anos, odiava quando me chamavam de gatinha. Também sabia quem era o garoto. Ergui-me sem a ajuda que Potter me oferecia. Devo admitir que ele era até bem educado.
- Calma, vocês quatro!- disse Remus, com voz e ar conciliador.- Foi só um acidente, não foi?
- Bem…- começaram Black e Potter, com sorrisos travessos idênticos mas, ao olhar de Lupin, concordaram com a cabeça.
- Viram, meninas? Foi só um acidente.- repetiu meu amigo, tentando acalmar a mim e a Lily.
- Acidente, é? Pois se cuidem. Acidentes acontecem com freqüência em Hogwarts, sabiam?- disse eu, com olhar estreito. Não sei se foi por meu tom de voz venenoso demais para idade ou pela chegada de um homem enorme (visivelmente um meio-gigante) chamando-nos para atravessar o lago nos barquinhos, mas os dois pareceram gelar um pouco.
Lançamos mais um olhar de aviso a Potter e Black e entramos em um dos barcos. Lily, Remus, William e eu fizemos a travessia em silêncio. Paramos, afinal, em uma espécie de cais subterrâneo e fomos subindo morrinhos e escadinhas até as portas imponentes de carvalho do castelo.
Lá fomos recebidos por uma mulher de cabelos negros presos em um coque apertado e seus olhos castanhos continham um brilho severo.
- Sou a prof. Minerva McGonagall. Sigam-me.- disse ela, com ar eficiente e voz austera.
Entramos no castelo. Ao meu lado, pude ouvir as exclamações de surpresa de Remus e Lily. O saguão era gigantesco, iluminado por archotes, com um teto alto e uma imponente escada de mármore levava aos outros andares. Seguimos a prof. McGonagall até uma salinha onde nos explicou que seríamos divididos em quatro casas: Ravenclaw, Slytherin, Gryffindor e Hufflepuff. Depois, deixou-nos a sós.
- Como será que eles nos separam?- indagou uma garota de cabelos louros e olhos azuis, acompanhada de uma garota exatamente igual.
- Ouvi dizer que temos que fazer um teste de magia.- disse Black, dando de ombros.
Lily, entre mim e ele, assustou-se.
- Você acha que isso é verdade?- indaguei a ele, com calma. Meu pai já havia me contado que éramos submetidos ao Chapéu Seletor.
- Sinceramente? Não. Levando-se em conta que quem me contou foi Narcisa, é quase certo que não seja isso.- respondeu ele num sussurro para mim. Eu sorri travessa, apesar dele me ter derrubado do trem e eu ter prometido vingança. Ele falara aquilo só para assustar os outros primeiranistas.
Pouco tempo depois, McGonagall voltou com um banquinho de três pernas e um longo pergaminho que continha nossos nomes. Disse que era para seguí-la, o que fizemos em silêncio. Pela primeira vez passou pela minha cabeça a possibilidade de ir parar na Slytherin. Não queria ir para lá. Slytherins eram ambiciosos e ardilosos demais, principalmente, eram preconceituosos em sua maioria. Gostava mais da Gryffindor e da Ravenclaw. Antes que pudesse pensar no que aconteceria se não caísse em casa nenhuma, entramos no Salão Principal. Já havia lido Hogwarts: Uma História e sabia que o teto era encantado, mas nunca pude imaginar que era tão lindo. Lily, aparentemente, também. Pude ver ser seus olhinhos brilhando mais uma vez. O teto enfeitiçado fazia parecer o céu lá fora (azul-escuro e totalmente estrelado) e algumas velas flutuavam acima das nossas cabeças. Em uma fila meio desordenada, passamos entre as duas mesas centrais (sob os olhares de Hogwarts inteira) e fomos até a mesa dos professores e ficamos de costas para eles, mas ainda pude ver o homem que ficava ao centro: barbas e cabelos longos e quase totalmente brancos com alguns fios ainda ruivos, olhos azul-safira por trás de óculos em forma de meia-lua. Um olhar que me passava uma calma, uma ternura e um poder incríveis. McGonagall posicionou o banquinho e, sobre ele, um chapéu velho, negro e esfarrapado. Sabia que aquele era o Chapéu Seletor, mas não imaginava que era tão velho.
De repente, ele começou a cantar. Minha memória é muito boa, mas não ao ponto de lembrar-me a canção, apenas recordo-me que tratava de união e perigo, e uma explanação sobre as características de cada uma das casas. Ao término na música, todos aplaudiram (a maior parte de nós, com um pouco de medo) e a Seleção em si começou.
Avery, Philip: SLYTHERIN
Black, Bellatrix: SLYTHERIN
Black, Sirius: GRYFFINDOR
Bones, Amélia: HUFFLEPUFF
Bones, Edgar: HUFFLEPUFF
Bones, Sabina: RAVENCLAW
Bulstrode, Karen: HUFFLEPUFF
Crockford, Giulia: HUFFLEPUFF
Deneuv, Aline: GRYFFINDOR
Diggory, Amos: HUFFLEPUFF
Evans, Lily: GRYFFINDOR
Finningan, Raphael: HUFFLEPUFF
Gudgeon, Davi: RAVENCLAW
Kennedy, William: RAVENCLAW
Lestrange, Rodolfo: SLYTHERIN
Longbottom, Frank: GRYFFINDOR
Lovegood, Mark: RAVENCLAW
Lupin, Remus: GRYFFINDOR
Macnair, Walden: SLYTHERIN
Malfoy, Lucius: SLYTHERIN
McGregory, Alice: GRYFFINDOR
McKinnon, Marlene: RAVENCLAW
Nott, Carl: SLYTHERIN
Pettigrew, Peter: GRYFFINDOR
Potter, James: GRYFFINDOR
Prewett, Gideão: RAVENCLAW
Rochester, Michael: RAVENCLAW
Renald, Vivian: HUFFLEPUFF
Rosier, Evan: SLYTHERIN
Smith, Mariah: GRYFFINDOR
Smith, Mary-Kate: GRYFFINDOR
Snape, Severus: SLYTHERIN
E, finalmente…
Warlock, Melina.
Caminhei um pouco nervosa até o banquinho e meu primeiro pensamento quando coloquei o Chapéu foi "Não quero ir pra Slytherin!"
"Por que não?"- indagou o Chapéu em minha mente. "Você é ambiciosa, eu posso ver. Poderia ser grande..."
- Não. Não tenho a principal característica Slytherin.- disse eu ao Chapéu.
- Qual?- estranhou ele.
- Não pisaria nos outros para alcançar meus objetivos.- disse firme.
Se chapéus riem, ele riu.
- Então, deixe-me ver. Hum…esse ano me deram cabeças difíceis a avaliar… Vejo a inteligência de Ravenclaw, o empenho de Hufflepuff, a ambição de Slytherin e a lealdade e a coragem de Gryffindor... É, difícil… mas decidi! Você irá para a GRYFFINDOR!- disse ele, gritando a última palavra. Levantei-me sorrindo e sentei-me ao lado de Lily na mesa da extrema esquerda. Era ali que eu queria estar. Perto dela estavam Lupin, Black e Potter.
- Por que o Chapéu demorou tanto para dizer sua casa, Mel?- indagou Lily, depois que Dumbledore (o nome do diretor de Hogwarts, o velho de barbas alvirrubras que descrevi antes) disse algumas palavras e o banquete surgiu magicamente à nossa frente.
- Estávamos tendo uma discussão. Primeiro ele quis me colocar na Slytherin e eu disse que eu nunca poderia parar naquela casa porque não poderia pisar nos outros. Depois ele riu e ficou indeciso entre as outras casas... e acabou por me colocar na Gryffindor, graças a Zeus!- respondi, servindo-me de lombinho.
- É, ele também ficou indeciso comigo.- disse Lily.- O Chapéu quis me colocar na Ravenclaw. Eu não neguei, mas ele repensou e me colocou na Gryffindor.
Remus falou que o mesmo havia acontecido com ele.
- Mas, de qualquer forma, ficamos juntas!- disse a ruiva, feliz.
- É, não saberia viver sem a foguinho aqui colocando um pouco de juízo na minha cabeça oca.- falei, sorrindo e despenteando os cabelos dela, que fez o mesmo comigo.
- Meus pais vão me odiar mais ainda agora. Já sei até o que minha mãe vai dizer: "Onde já se viu um Black na Gryffindor? Que vergonha! Bastardo! Aposto que Régulo vai ir para Slytherin como um legítimo Black"- disse Sirius a James, imitando uma voz fina que reconheci como a da Sra. Black e com um sorriso triste. Quero esclarecer que não queria ouvir a conversa deles, mas eles falavam alto e estavam ao meu lado.
Senti algo estranho em mim. Algo como pena, mas não era pena. Era como se eu pudesse sentir a dor que ele sentia, uma espécie de ressentimento com os pais, especialmente com a mãe.
De qualquer forma, poucos minutos depois o monitor da Gryffindor, Antony Wood, nos levou até a torre da Gryffindor, cuja entrada era um quadro de uma "Mulher-Gorda".
- Unicórnio prateado!- disse Wood e o quadro girou, deixando à mostra um buraco, que desembocou numa sala aconchegante, toda vermelha e dourada, com lareiras, poltronas, sofás e mesinhas espalhadas pelo Salão Comunal.- Para a direita são os dormitório femininos e para a esquerda, o dos meninos. Suas malas já estão em seus quartos.- disse ele.
Assim, despedimo-nos de Remus (como foi visível, William ficou na Ravenclaw) e subimos para o nosso dormitório, em uma das torres. Era um lugar amplo, com seis camas, seis penteadeiras (cada uma com um espelho grande) e uma porta que, abrindo, soube que levava a um banheiro com apenas três boxes. Ia dar briga, previ. Voltando ao quarto, vi que minhas coisas estavam aos pés da cama ao lado de uma janela baixa, que dava visão direta para uma árvore estranha, na orla da Floresta Proibida. Já tinha visto uma figura dela em um dos livros de minha avó: era um Salgueiro Lutador, árvore incrivelmente violenta e voluntariosa. Do lado da minha cama ficava a de Lily e, do outro, a da Alice McGregory. Do outro lado, ficava a de Aline Deneuv e as das Gêmeas Smith.
Alice e Aline chegaram pouco depois de mim e Lily. Alice era uma garota bonita, de rosto redondo, cabelos negros e olhos castanho-escuros. Aline, por sua vez, tinha cabelos castanhos, olhos verde-claros e também bastante bonita.
Conversamos por alguns minutos e logo já parecíamos velhas conhecidas. Porém, sendo as últimas a chegar, vieram as irmãs Smith. Louras, de olhos azuis e incrivelmente iguais (e bonitas, devo admitir). E, não sei porque, começaram a implicar comigo e com as outras garotas. Desde aquele dia, nunca nos demos bem.
Depois de todas tomarem seus banhos (com algumas brigas, como eu havia previsto), fomos dormir.
Essa foi uma pequena amostra do nosso relacionamento com nossos colegas. Os dias que se seguiram foram bastante interessantes. Nos perdemos algumas vezes, mas acabamos por decorar os caminhos com certa facilidade. Tínhamos aulas de Astronomia (à noite), Transfiguração, Herbologia, Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Poções e Aulas de Vôo. Os professores eram, respectivamente, Ísis Aquarius, Minerva McGonagall, Deméter Mandrake, Áureo Siller, Filius Flitwick, Horace Slughorn e a jovem Madame Hooch. O velho Slughorn, antes mesmo do Natal, já tinha convidado Remus, Potter, Black, Lily, eu, Malfoy, Bellatrix Black, Frank Longbottom e os trigêmeos Bones para fazer parte de seu Clube Slug, onde só os mais inteligentes e das famílias mais influentes entravam. Entramos, mas não nos sentimos muito bem lá, cercados de Slytherins e já bastava termos que aturar Potter e Black durante as aulas. Começamos a falhar as reuniões e, dois anos mais tarde, já não o freqüentávamos mais.
Todo mês, Remus tinha que se ausentar alguns dias. Ou ele adoecia, ou algum familiar. Lily e eu começamos a desconfiar e, analisando tabelas lunares, descobrimos que ele era um lobisomem, mas não falamos nada com ele. Sabíamos que ele era um cara legal e que, quando ele estivesse pronto, falaria conosco.
De qualquer forma, no quadribol a Gryffindor ganhou a final da Ravenclaw numa bela partida.
Nos testes, fomos excelentes. Quando conjugo os verbos no plural, refiro-me a mim e Lily. Andávamos sempre juntas, às vezes na companhia de Aline, Alice e Frank. Longbottom era um garoto bonito, de cabelos escuros e olhos cinzentos, alto e divertido. Riamos bastante juntos e, sempre que podia, William se juntava a nós.
Quanto a Potter e Black, demos uma lição a eles, que deram o troco, e nós revidamos, e eles descontaram, e nós fizemos uma revanche, que teve revanche por sua vez...
Remus passou a andar com os dois e com um garoto gordinho, com cabelos cor-de-palha e olhos negros, Peter Pettigrew. Porém, nas discussões e feitiços entre nós e Potter e Black, Lupin jamais tomou partido e continuou conversando normalmente conosco.
O ano letivo acabou sem que Lily e eu trocássemos uma palavra cordial com Potter e Black, além do Bom dia, Boa tarde, Boa noite quando extremamente necessário.
As férias foram agradáveis. Lily foi comigo para o Haras da minha família e nos divertimos muito. Remus nos mandava cartas, falando que estava tudo bem, que estava com saudades. Nos períodos de Lua Cheia, o enchíamos de cartas carinhosas e de incentivo discreto. Quando Lily e eu fomos ao Beco Diagonal, Lily me deu uma gatinha negra e de olhos azuis de aniversário adiantado. No aniversário dela, poucos dias antes, eu tinha dado uma coruja de penas vermelhas e olhos verde-metálicos. À gata dei o nome de Charm e a coruja Lils nomeou Athena. Com certa alegria, nos preparamos para começar o nosso segundo ano em Hogwarts.
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