Preto e Branco. Cinza.
Title: Cogitari Ancilla
Author name: Jesse Kimble
Author email: [email protected]
Category: Drama
Rating: PG-13
Spoilers: Todos os cinco livros, incluindo a Ordem da Fênix. Se você não leu o quinto livro, então desliga esse computador e vai ler agora mesmo!! E, obviamente, Departamento de Mistérios, que é a primeira parte dessa fic.
Shippers: Harry e Hermione, obviamente.
Summary of the chapter: O mundo adquire diferentes tonalidades a partir do momento em que passamos a observá-lo com atenção. Nem todo membro da Ordem quer necessariamente destruir Voldemort e nem todo Comensal da Morte quer necessariamente derrotar Dumbledore... mas, às vezes, até as idéias das melhores pessoas se aproximam da escuridão... bom, finalmente algumas revelações nesse capítulo... mas não todas... finalmente quem ainda não tinha descoberto o espião poderá esclarecer toda a história (espero)... mas, afinal, o que Hermione está escondendo do Harry? E por que ela não aceitou a oferta da Minerva?
Disclaimer: bom, já que a Jo disse... ESTA HISTÓRIA É TOTALMENTE MINHA E AI DE QUEM TENTAR COPIAR!!!
Capítulo Onze – Preto e branco. Cinza
“Se eu estivesse sangrando
no campo de batalha à beira da morte
cercado de inimigos
você me salvaria?
Se eu fosse o executor,
o cruel assassino
pronto, com um machado nas mãos
Você me perdoaria?”
–– Aline Deaba, “Se”
***
Após Dumbledore ter anunciado o final da reunião, boa parte dos presentes despediu-se e foi embora. Hermione, aparentemente, acompanhara a Sra. Weasley até a cozinha para ajudar no preparo do jantar. Na sala, ficaram Dumbledore e Lupin, que sabiam, pelo olhar de Harry, que o garoto exigiria alguma explicação no momento em que estivessem à sós.
– Por que vocês não me deixaram contar? – perguntou Harry. Por “vocês”, ele queria dizer Dumbledore, mas achou melhor não falar diretamente ao diretor e parecer mais rude do que já estava sendo.
– Não havia necessidade, Harry. E nós ainda não temos certeza se Mark Evans está ou não do lado de Voldemort. – disse Lupin.
– Como não? Ele estava lá, eu vi quando ele me ajudou...
– Se ele o ajudou não prova que está do nosso lado. – respondeu Lupin.
Dumbledore, que estava quieto até o momento, resolveu intervir na discussão que estava para ser iniciada.
– Nós não temos certeza de nada, até porque você não pode confirmar se Mark Evans era o Comensal que você viu sobre a máscara, pode, Harry? – perguntou ele, seu tom não carregava nenhum pouco de acusação, como se apenas estivesse fazendo um mero comentário.
– Não. – cedeu Harry. – Snape sabe disso?
– Acredito que não. – respondeu o diretor, calmo como sempre.
– Acreditam que não? Mas ele não deveria contar se soubesse? – perguntou Harry, tentando manter a calma.
– Harry... – Lupin tentou falar, mas Harry continuou, seu tom cada vez mais irônico.
– Ah, desculpem-me. Esqueci que o Snape espiona a Ordem ao invés de espionar para a Ordem e que eu devo aceitar isso sem dizer uma palavra. Que devo aceitar o fato de que ele sabe tudo o que Voldemort faz e não conta para a Ordem!
– Do que você está falando, Harry? – perguntou Lupin.
– Por que ele está escondendo que ajudou Voldemort a ganhar um novo corpo?
***
A professora Minerva McGonagall passara a noite pensando exaustivamente sobre o pedido que Dumbledore lhe fizera. Precisava tomar cuidado e agir com muita descrição; o interrogatório não poderia, de forma alguma, vir à público e, caso as suspeitas fossem confirmadas, o sigilo seria mais que imprescindível – Voldemort não poderia nem desconfiar que a Ordem obtera tal informação.
Pressionada por todos os lados; pela situação e pela sua própria vontade de esclarecer o caso, a professora McGonagall enviara, ainda na noite anterior, uma mensagem marcando o encontro para aquela manhã.
Mark Evans não fazia a menor idéia do que lhe esperava dentro da sala de transfiguração; também não fazia idéia de que Dumbledore não estava na escola e do porquê a diretora interina o chamara.
Bateu levemente à porta e esperou a autorização para entrar. A professora andava de um lado para o outro atrás de sua mesa.
– Sente-se, Evans. – ordenou ela, com a voz mais seca do que o de costume enquanto apontava a carteira mais próxima.
Mark obedeceu sem hesitar e ficou esperando que a professora começasse a falar. Talvez ela quisesse apenas intimidá-lo a revelar alguma coisa, mas para que faria isso se não tivesse nenhuma suspeita sobre ele? Mark sabia que precisava tomar cuidado...
– Muito bem, Evans, sabe por que o chamei?
– Não professora. – respondeu o garoto, desafiando-a com o olhar.
– Tem certeza, Evans?
– Hum, não... não aconteceu nada com o meu tio, não é?
– Não, Evans. Não é sobre o professor Snape que quero lhe falar. É sobre você!
– E o que eu posso ter feito de errado, professora? – perguntou Mark, sua voz carregando um tom irônico.
– Acho que nós dois sabemos, não é, Evans?
– Não faço idéia do que a senhora está falando...
– NÃO ME TRATE COMO UMA IDIOTA, EVANS!! – vociferou McGonagall; Mark nunca a vira tão irritada antes.
– Como?
A professora se aproximara e agora inclinava-se sobre ele, em uma postura intimidadora.
– Nós dois sabemos do incidente ocorrido no Ministério semana passada... – sussurrou ela, ameaçadoramente. – A questão é, Evans, qual a sua participação na invasão?
– Nenhuma, professora. Como poderia eu estar em dois lugares ao mesmo tempo? E nós dois sabemos que eu estava em Hogwarts na ocasião.
– Estava, Evans?
– Claro! Que motivo eu teria para não estar?
– Quem sabe algum Lorde das Trevas que marca seu braço com uma serpente?
– A senhora não está se referindo ao que eu acho que está, não é?
– Eu acho que você sabe do que eu estou falando. – confirmou ela.
– Eu – não – trabalho – para – o – Lord – das – Trevas, professora McGonagall. – afirmou Mark, pausadamente.
– Mesmo? Então vai nos dizer que foi seu tio que o obrigou a ir até o esconderijo de você sabe quem?
– Não! Ele não sabe de nada!
– Então há algo para se saber, Evans?
***
– Nós não tivemos chance de conversar ontem à noite. Afinal, o que aconteceu? – indagou Hermione pela manhã, ainda deitada na cama, observando Harry se vestir.
– Acho que eu deveria perguntar isso, não? Você sumiu depois do jantar e quando eu cheguei aqui você já estava dormindo. – respondeu Harry, de costas para ela.
– A Minerva me disse que, depois da conversa com você, o Dumbledore viajou; alguma missão urgente ou algo do tipo. Sobre o que vocês conversaram? – insistiu Hermione, quase ignorando o comentário do noivo.
– Sobre o espião. – respondeu ele.
– Você novamente acha que há um espião na Ordem?
– Não na Ordem, em Hogwarts. E eu não errei da outra vez, não foi?
– Só espero que ninguém morra dessa vez. – murmurou Hermione.
Harry virou-se para encará-la. Seu olhar firme demonstrando revolta; ele sentia como se Hermione o estivesse acusando.
– Ela mereceu o que teve! – Harry respondeu rudemente, sua voz se elevando.
– Eu não estou dizendo o contrário, Harry! – replicou ela, levantando e se aproximando dele. – Por mim aquela mulher poderia ter apodrecido em Azkaban. Só acho que não precisava ter sido você o assassino!
– Os dementadores não estavam mais em Azkaban. – respondeu ele, deixando de impor sua voz. – Bellatrix não ficaria presa por muito tempo.
– Ela seria julgada, talvez a obrigassem passar pelo véu...
Preocupado em observar as próprias mãos, Harry sentou na cama e deixou que um profundo suspiro preenchesse seus pulmões.
– Eu não queria desejar isso para ninguém – sussurrou ele – Sirius passou pelo véu, agora não há um corpo, não há uma sepultura... é como se tudo tivesse sido apagado, como se ele nem tivesse existido...
– Nós sabemos que ele existiu, nós sabemos e isso é suficiente.
– E não quero matar Mark Evans, só quero saber porque ele me ajudou. – respondeu Harry, mudando de assunto.
– Harry, se ele está ajudando, então por que você insiste em desmascará-lo?
– Eu acho que ele está ajudando por ordens de Voldemort. Não sei, primeiro achei que Mark tinha boas intenções, mas agora as atitudes dele estão me convencendo do contrário. Você ouviu o que Hagrid e McGonagall falaram, ele é o “novo Malfoy” da escola e se ele está fazendo tudo isso, a única conclusão que eu consigo chegar é que alguém o colocou lá dentro.
– Dentro do círculo dos Comensais? – perguntou ela, observando-o atentamente.
– É. Eu pensei em Snape. Eu sei que demorei pra me convencer de que ele está do nosso lado, mas depois que descobri que ele esconde coisas da Ordem... ele ajudou Voldemort a recuperar o corpo e não contou a ninguém.
– Como você sabe disso? – perguntou Hermione, rapidamente.
– Eu vi.
– Harry, – ela começou a advertência, calmamente. – Você não pode ter certeza de que isso aconteceu.
– Você não entende! Hermione, por favor, até Dumbledore desconfia do Snape!
– Ele lhe disse isso? – perguntou ela, mantendo o tom calmo, tão diferente da exaltação de Harry.
– Por que você acha que ele não deixou que eu revelasse o nome do espião na frente do Snape? Dumbledore teme que Voldemort descubra!
– Ele não queria que Snape se envolvesse nesse caso, seria muito pessoal. Harry, deixe isso quieto, Dumbledore está cuidando do caso, ele sabe o que está fazendo.
– Talvez você tenha razão. Só que...
– O quê?
– Eu não posso sentar e ficar esperando algo acontecer. Eu não quero ficar aqui para sempre.
– Eu também não, Harry. Isso não vai acontecer. – falou Hermione, ajoelhando-se na frente dele. – Olha pra mim, Harry. Não vamos ficar presos nessa casa. Vamos casar, ter filhos, morar na Itália...
– Itália? – perguntou Harry, sorrindo.
– Por quê? Você não gosta da Itália?
– Não tenho nada contra, mas... bem... eles falam italiano...
– Eu sei que eles falam italiano, seu bobo! – riu ela, dando um leve tapa na cabeça dele. – Nós podemos morar no interior, longe de todo mundo...
– Você acha que Dumbledore nos deixaria ir? Agora, eu quero dizer.
– Você quer mesmo desistir de tudo? Da guerra, da Ordem....?
– Eu cansei disso. E não estamos ajudando em nada trancados aqui, não é?
– Se o problema é ajudar em alguma coisa, então eu poderia ter aceitado o convite da Minerva.
– E por que não aceitou?
***
Apesar das ordens de Dumbledore e dos planos de Hermione, Luna nunca chegou a colocar os pés em Grimmauld Place. Dumbledore mudou de idéia e decidiu escondê-la em outro lugar, usando um Feitiço Fidelius; o mesmo usado para proteger a sede da Ordem da Fênix.
Harry não se importou muito com isso. Na verdade, ele apreciava muito a possibilidade de passar a maior parte do tempo sozinho com Hermione. Os Weasley apareciam sempre no começo da noite, antes das reuniões da Ordem. Enquanto os outros não chegavam, os gêmeos e o Sr. Weasley ficavam na sala de estar, conversando. Hermione, Gina e a Sra. Weasley normalmente trancavam-se na biblioteca para conversar. Eventualmente, Minerva McGonagall também chegava mais cedo e se juntava à elas.
Essa noite não foi diferente. Fazia uma semana desde que a primeira reunião ocorrera em Grimmauld Place. Harry estava pesquisando em alguns livros, quando os Weasley chegaram. Hermione, Gina, Molly e McGonagall entraram na biblioteca e encontraram Harry.
– Ah, não precisa se preocupar, Minerva, tenho certeza de que Harry será um perfeito cavaleiro e cederá a biblioteca para nós, não é, Harry? – perguntou Hermione, aproximando-se da mesa onde ele estava sentado.
– Agora? – perguntou Harry, relutante.
– É, agora sim. Por quê? O que você está fazendo? – Hermione insistiu, tentando ler as anotações dele.
– Nada. – murmurou Harry, fechando os livros rapidamente e se levantando. – Então eu... estarei lá embaixo se precisarem...
Ele saiu, deixando Hermione muito intrigada. Desde quando Harry estudava tanto? E o quê ele estava estudando? Ela estava tão intrigada que pouco ouviu quando McGonagall começou a contar os detalhes que conseguira com Mark Evans. Hermione ainda observava a mesa bagunçada com vários livros marcados e com pergaminhos completos com anotações feitas por Harry. Ignorando totalmente as amigas, ela só preocupou-se em ler um dos pergaminhos.
Agora ela sabia o que Harry estava pesquisando. Sabia o motivo dele ter ficado o dia inteiro na biblioteca. Artes das Trevas. A princípio, não queria acreditar que Harry estaria interessado em tal assunto, mas ao continuar o exame do material espalhado pela mesa, ela não pôde negar as evidências a sua frente.
Minerva parara de falar; ela, Gina e Molly miravam a expressão atônita estampada na face de Hermione. Ainda com o pergaminho na mão, Hermione saiu sem dizer nada e desceu as escadas ao encontro de Harry.
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A/N: Bom, aqui está mais um capítulo... o Potterish fora do ar então a fic sem atualização, claro... tenho mais, hum, dois capítulos prontos e dependendo dos comentários de vocês, eu posto mais no fim-de-semana... beijos
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