Cp24 A longa noite das bruxas-



(nota da autora Mel Morgan Wealey) Algumas pessoas me pergutaram quando eu ia descrever um baile a fantasia numa fic, depois de uma baile em Hogsmeade e um casamento em um clube de campo dos duendes, eu acabei me deixando levar... mais uma mancada phodafenomenal da MEL, claro que o resto da noite, dividida em 3 partes eu amei escrever!


Cp24 A longa noite das bruxas- I Parte.

Uma semana de caretas porque tivera a ousadia de marcar o lindo pescocinho da Mione... “belo casal de vampiros.” Dissera Rony, o que lhe fizera lembrar a namorada que não ia no baile vestido de vampiro nem que Voldmort o obrigasse, e pensando nele aquele silêncio era a raiz de toda sua irritação, pressentindo algo a vir, o silêncio, a espera, duas coisas aconteceram naquela manhã que lhe deram indicações que tudo não ia muito bem, ou quase.

-CORUJA CORREIO!- gritou Simas quando obviamente certa coruja desceu batendo em pratos e derramando comida em meia mesa.

-Errol!- gritou Hermione acolhendo o pobre facho de penas.

-Essa coruja ainda está viva?- Harry perguntou surpreso.

-Meu Deus deve ser muito urgente pra mamãe usa-lo...- disse Gina.

Rony abriu o pergaminho meio nervoso e então abriu um sorriso imenso.

-Ah... isso! É... até que enfim!!!- e passou o pergaminho a Gina.

Que passou a Hermione, Harry teve que se inclinar para ver, sob protestos de Edwiges que estava no seu ombro pois viera dar um olá.

Notícias... de Carlinhos e Hagrid... e Grope é claro.

Vivos e bem e a caminho de casa finalmente liberados pelo ministério espanhol... tinham demorado devido a recusa dos espanhóis em permitir que Grope viajasse normalmente... “que horror queriam engaiola-lo” disse Hermione balançando a cabeça, estariam de volta em dois dias!!! Exatamente após o baile! Perfeito, Hagrid estaria em Hogwarts no final de semana!!!

-Até que enfim!- Harry disse descansado.- Vamos ver alguma coisa interessante em trato.

-Harry! Amazincos são interessantes!- Ela disse o olhando torto.

-Qualé Mione... não tem curiosidade pra saber que bicho o Hagrid vai trazer agora?- perguntou Rony animado com a notícia.

-Não... é bom saber que não vamos ser devorados no meio da aula...- ela disse tirando a edição do profeta da coruja que a trazia, no momento em que o corvo de Morgan entrava com um bilhete para Harry.

-Mais um?- Ela perguntou enquanto abria o jornal.

-Minha vida... não começa.

Hermione tinha a péssima mania de contar os bilhetes de Morgan... e eram poucos, ele abriu e leu.

“Por favor Harry, se controle.”

-Mas...- Hermione disse ao ler o jornal e o olhou.

-Que foi?- perguntou guardando o enigmático bilhete.

-Nada...- ela olhou para Rony.

Arrancou o jornal da mão dela abriu-o.

“Fuga de Azkaban, prisão arrasada por feitiço desconhecido.”

“Todos os habitantes de uma vila trouxa somem.” Era outra manchete meio escondida.

Azkaban não existia mais, ergueu a cabeça, na mesa dos professores certo diretor lia a notícia com preocupação, na mesa da Sonserina certo rapaz estava branco como cera.

A mãe de Malfoy estava presa em Azkaban no lugar do pai... os poucos comensais detidos no ano anterior estavam livres, inclusive Pettigrew...

Amassou o jornal, como destruíram a prisão inteira? Como era possível?

-Harry.- Hermione o chamou.- Amor...

Nem tinha percebido que amassara o jornal, claro era isso que havia detonado sua paciência, a irritação do outro... tão sutil, se levantou devagar, uma vila inteira... foi saindo, precisava desesperadamente pensar... talvez mortos, muitos, mas como?

-Harry.- disse Hermione colocando a mão em seu ombro.- Está tudo bem?

-Claro que não está... você leu isso direito?- então percebeu que estava com o jornal prensado na mão.

-Claro que li.- ela disse o olhando.- Foi horrível... mas ficar nervoso...

-Uma vila inteira!- disse e abriu o jornal&- Como ele fez isso? Mione... uma vila inteira! Isso não é possível...

-Amor...

A olhou, deu um suspiro contrariado, estava certa, o que podia fazer afinal? Já havia acontecido.

Mas aquilo ficou na sua mente, batendo repetindo, até que se percebeu na sexta de manhã, sem humor para festas, Morgan, Quim e Thonks haviam sido feridos em Azkaban, estavam lá porque haviam feito a prisão de bruxos aparentemente ligados a Voldmort... Remo lhe escrevera pedindo encarecidamente para se cuidar, havia cheiro de segredo no ar, o que lhe irritava ainda mais. Estava razoavelmente irritado quando entrou na aula de poções... pelo menos Maya tinha a decência de não sorrir, se encararam como nas aulas subseqüentes ao acidente e não diziam nada, ele já cumprira a primeira detenção, aliviado até, porque limpando a maldita sala tivera tempo para pensar... a carta de Lupin lhe dando toda a certeza que havia algo errado no ar, tentou se concentrar na poção que iam fazer, não pode ignorar que a bruxa estava séria demais. O colégio inteiro entorpecido pela festa, parecia que tudo tinha acontecido em outro mundo... até seus amigos, bom com exceção de Rony que andava mais quieto que antes, pelos cantos sempre com a mão no bracelete, mais magro também, lembrava de outra pessoa com essa expressão e não gostara disso, impressão sua ou o mundo parecia errado?

-Amor...-disse Hermione sorrindo quando entraram na sala comunal.

-Hum? – a olhou se jogando no sofá, Grifinórias agitadas por todos os lados.

-Espera aqui.- ela subiu correndo.

Rony parado quieto olhando a lareira.

-E então?- perguntou olhando o amigo.

-O quê?- perguntou o ruivo de volta.

-Ah, eu notei que você anda quieto, algo errado?

Rony desviou o olhar para a janela, encolheu os ombros.

-Sei lá, uma sensação ruim sabe?

-Se não gosta mande-o embora.- disse olhando o céu também.

-Não é o Grifin, Harry...- disse olhando o bracelete- É o que ele faz sentir entende? O que tem a nossa volta, ah isso é tão esquisito.- disse sério.

-Não quer tentar explicar?- disse olhando a agitação em torno deles.

-Já esteve no meio de uma ventania? Quando não dá para abrir os olhos?

-Já.

-É parecido, mas a sensação é de que tem algo ruim á volta, é esquisito.

“Bem vindo ao meu mundo...”

-Hangorn.- disse puxando o amuleto.

-Como?- perguntou Rony.

-Hangorn sente a mesma coisa, acha que algo vai acontecer?

-Espero que não.- disse dando um suspiro.- Vou tentar encontrar a Luna, não adianta esquentar a cabeça sabe?- se levantou.

Teria sido deixado só se no exato momento em que se voltava para a sala Hermione não lhe jogasse um pedaço de pano.

-O que é isso?- disse analisando o que parecia ser um roupão.

-A fantasia.- ela sorriu e estendeu outro pano na sua frente olhando.- Acho que acertei o tamanho.

Ele observou o que parecia uma saia mal feita.

-Me diz que isso não é uma saia...

Ela o olhou.

-É um gi! Uma saia...- ela bufou.- Uma calça de samurai... pra combinar com minha fantasia.- Ela sorriu.

-Samurai? Mione como diabos vou vestir isso?- pegou a tal calça, ainda parecia uma saia... sem nem ter idéia de como vesti-la.

-Aqui- ela estendeu um livreto.- Pedi pra mandarem pra mim.- Ela sorriu ainda mais.- Ah Harry, usa!!!

-Tá bem, tá bem...

Ia fazer... Compensava vê-la subindo dando pulinhos de alegria, mas pelo jeito, olhou para a pequena sacola de acessórios, ia demorar mais que ela pra se arrumar...

Risos... muitos e Rony ainda os olhava com uma cara assassina, meia hora tentando fazer a barba crescer para sua fantasia de Viking... até Harry ter piedade e usar um glamoure que deixou Rony um perfeito bárbaro... barba ruiva, cabelão e ele pôs o famoso capacete chifrudo. (NdA-ainda rio imaginando isso.)

-Rony está perfeito.- sorriu Dino.- Principalmente o adorno, foi a Luna que te arranjou?

-Se manca.- disse ele.- Ou vou arranjar mais acessórios para sua fantasia também.- disse apontando a varinha para o cara vestido de faraó.

Neville riu ainda mais quando o outro fez uma careta segurando a peça inferior, essa sim uma saia, enquanto se enfiava na jaqueta de couro de motoqueiro anos 60, o topete estava um arraso, e um atentado ás leis da gravidade. (NdA-tentem imaginar isso...)

Harry nem ria, concentrado em por a maldita fantasia de samurai, “Mione vai por uma fantasia de gueixa... vai valer a pena essa vergonha” pensou olhando a espécie de camisa vermelha folgada e com longas mangas, parecidas com as suas vestes. Ao redor do torso também tinha faixas enroladas, exigência do modelito (Hermione sublinhara que tinha que ter!!!! Rony o ajudou a se enfaixar... e quase o partira no meio... não ia comer nada no jantar...)as faixas paravam apertadas logo abaixo do seu peito liso,que por sinal ficava à mostra, o que o deixava meio envergonhado afinal queria estar com Hangorn e para não andar com o amuleto á mostra o deixou entrar novamente, tatuagem negra aparecendo, as calças, o gi, é que eram estranhas, ainda pareciam uma saia, mas por ser meio abertas na lateral davam a impressão que logo tudo ia abrir e mostrar mais do que queria, depois de ler as instruções e vestir, e como demorou para por tudo direito, ficara firme. Aproveitou os cabelos compridos, finalmente uma utilidade para a imensa juba! E os prendeu num rabo-de-cavalo alto com uma tira de couro, Enfiou as meias esquisitas, que tinham uma costura para o dedão e colocou os chinelos, chinelos, nunca imaginou que iria de chinelo numa festa, muito menos chinelos de madeira... enfiou as munhequeiras que se estendiam do começo de seus dedos até os cotovelos e se olhou no espelho, aprovando o que via. Claro que ia ser difícil haver um samurai de olhos verdes, mas não quis muda-los, apenas os deixou rasgados com um glamoure e sem óculos ficara muito bom, graças as folhinhas mágicas do Neville.

-Então?- se virou.

-Legal Harry!!!- disse Neville mostrando o polegar em aprovação.

Um feitiço de transfiguração “eu sou bom nisso!!!” E sua varinha era uma espada muito convincente, transfigurou uma de suas luvas de couro de dragão para fazer a bainha, desembainhou a espada e olhou os amigos.

-Parece convincente?

-Parece até demais... Dá pra não brincar com isso?- disse Simas empurrando de leve a espada que estava próxima de seu peito.

-Com medo?- disse embainhando a espada.-Chifrudo?

-Engraçadinho.-Simas retorquiu ajeitando sua roupa de diabo.

Desceram para observar a concentração masculina na sala comunal, pelo menos ali havia gente mais estranha, animais, criaturas, palhaços... Marco lhe deu um aceno com uma fantasia muito bem feita de havaiano junto da tal coleguinha Melina com uma saia de ula-ula... ia pegar no pé dele... casalzinho, que moral tinha? Pensou olhando a sua fantasia nada discreta.

Eis que desce a Gina no maior estilo brilhantina, vestido de saia rodada, rabo-de-cavalo, sapatinhos de verniz... parou na frente deles e deu uma volta, saia rodando.

-E aí gostaram?- ela sorriu.

-Muito legal Gina. De onde vocês dois tiraram essa idéia, é a mais trouxa que vi até agora...

Afinal os dois eram bruxos.

-Foi idéia da Mione, ela conseguiu uma revista cheia de fantasias... aí eu gostei dessa.- Ela olhou o Neville.- Porque sabia que ia ficar legal.

Mel demais para seu gosto quando os dois começaram a se abraçar.

Lilá descia no maior estilo capeta, é uma festa de casais por acaso? Pensou olhando Rony que ainda fazia careta para todos que o olhavam por causa do capacete chifrudo, ou talvez fosse o cabelo desgrenhado com algumas trancinhas, ou a barbona ruiva,para falar a verdade ele tava muito legal... e então a perfeição desceu, bom sabia que tinha ficado com cara de idiota, mas pelo menos não era o único, e esse pensamento o fez adiantar-se e dar o braço a garota, antes que outro se animasse.

Seu enorme cabelo lanudo tinha sido novamente domado estava liso e brilhante, tinha sido preso num coque fixo na nuca, que porém deixava algumas mechas grossas se soltarem à volta dos seus ombros e rosto. Os olhos castanhos tinham sido cobertos por camadas de delineador, fazendo com que parecessem rasgados como uma japonesa. Uma camada de batom vermelho se encontrava pousada sobre os lábios.

Estava usando um Kimono bordô que caía dos ombros como uma espécie de decote com bordados de penas brancas, com a faixa para fechar, o tecido maior na cintura, na mesma cor, com as mesmas penas bordadas em branco. Havia uma fenda pela lateral da longa veste por onde ele deixava aparecer a perna alva, os pés brancos e delicados exibiam unhas pintadas sobre o chinelo. Nas mãos de unhas compridas e esmaltadas, havia um leque de seda.

-Você está perfeita.- sorriu.

-Você está lindo.

Parvati se juntou a eles com um traje indiano e seguiram para o salão, parando para Rony encontrar Luna que apareceu no típico traje de Valquíria, que caía muito bem nela, as tranças louras, a veste branca só faltou o cavalo branco. (NdA- mas ela pode montar no Rony!)

O jantar foi bem cedo, afinal haveria comida á vontade na festa, para alguns dos alunos que não iam na festa, poucos que não gostaram da idéia jantaram rápido ao ver a profusão de pessoas fantasiadas.

Para sua felicidade total a festa rolou totalmente trouxa e sem incidentes, sem mesas, sem professores... animada e razoavelmente comportada, quem envenenou o ponche? Pensou ao ver a turma alegre no meio do salão dançando.

-Vamos dançar Harry!- Hermione o puxou, faces meio coradas porque algo realmente tinha batizado o ponche...

Acabou cedendo, mesmo morrendo de medo que a calça esquisita desabasse no meio do salão, o que não aconteceu.

-Ei mais uma!!! Mais uma!!!- disse Colin vestido de um perfeito fotógrafo de praça, com direito a câmera de tripé e flash de magnésio, uma coisa muito irreal... Foi divertido.

-Vamos tirar uma foto, todo mundo!- Chamou Gina.

O grupo estranho, se reuniu acenado para a câmara, Colin estava feliz como nunca, principalmente quando Hermione o convenceu a tirar uma foto só dos dois, fazendo Colin prometer que tiraria várias cópias, para desespero de Harry, que já imaginava onde essas cópias iam parar, já escutando a Mãe do Rony gritando seu nome quando Colin tirou uma das fotos com Hermione sentada no seu colo... o que puseram no maldito ponche?

Então a festa foi se acalmando, embora tivesse embalo para continuar madrugada adentro e era cedo, haviam casalzinhos para todo lado, muitos indo para as salas comunais, outros para outros lugares. Não que não estivem pensando em ir também á outro lugar que não a sala comunal, muito interessados em dar uma passadinha na sala particular da AD.

-Mione... tem certeza disso?- perguntou quando ela o puxou sorrindo.

-Tenho sim.- ela o olhou por cima do leque.

Bendito Ponche!

Ele é que não ia reclamar quando acendeu a lareira da sala, fechou a porta "enfim sós" quando ela se escancarou.

-HARRY!- gritou Dino e Neville.

-Que foi!- berrou mais de raiva que de outra coisa enquanto Hermione sentou no sofá desanimada, desabou seria o mais correto.

-O Rony está passando mal...

-Levem ele para a ala...- começou irritado.

-Ele pediu pra você ir até a sala do diretor, ele está muito estranho, e Luna também, falando coisas estranhas, ah... é melhor você ir.

Trocou olhares com Hermione que se levantou desanimada, ambos correndo até o gabinete de Dumbledore, isso que pra ela correr com aquele quimono apertadinho...

Minerva McGonagall estava aborrecida na porta do gabinete, e o olhou preocupada.

-Muito bom que veio Potter, Eles entraram atrás do diretor embora eu tenha dito que ele não está.

-COMO ASSIM NÃO ESTÁ?- perguntou alto e irritado, como Dumbledore pudera sumir na noite da festa?

Minerva olhou Neville que os acompanhara e disse baixo.

-Coisas urgentes da Ordem, o problema é que de certo modo o Sr Weasley e a Senhorita Lovegood não saem do escritório do diretor e não deixam ninguém entrar.

Entendeu o “Ninguém” por ela mesma, já que os outros professores cuidavam discretamente da festa.

-Como assim?- se aproximou da porta, sentindo algo estranho ali dentro.

A magia era muito intensa para ser natural.

Forçou a entrada, e para sua surpresa atravessou a porta escutando o grito surpreso de Hermione que ficara para fora, parou e olhou a frente, uma cena estranha.

Rony estava no chão muito pálido, segurava Serin que se debatia enquanto Luna o amparava também, mas não era Rony, era outra pessoa, assim como Luna.

-GRIFIN!- rosnou irritado.- SAIA!

O rapaz o olhou, mas foi Luna que respondeu.

-Nos ajude... ajude Serin!- a voz era de outra pessoa.

Seus dois amigos foram possuídos e eles agora pediam ajuda? Porque não gostava da idéia?

-O que houve?- perguntou frio.

-Serin não nos responde, não sabemos o que aconteceu.- disse a voz firme de Grifin.

-Porque infernos vocês possuíram Rony e Luna?!- disse se ajoelhando vendo a criatura se contorcer em dor, como se estivesse amaldiçoada com uma Cruciatus.

-Era necessário.- ela respondeu.

-Certo, falaremos disso depois, porque vieram até aqui?- disse ainda espantado com o sofrimento do animal dragontino.

-Procurávamos Dumbledore.- disse a mulher.- Ele nos ajudaria.

-Ah...- disse irritado os afastando.- Deixe eu ver isso.

Tocou em Serin... talvez não devesse.

Gritos de dor...

Risadas histéricas...

Coisas quebrando...

Os olhos arregalados miravam a face que o torturava.

-Devíamos parar um pouco?- perguntou o jovem comensal ao lado de Lucius.

-Não.- disse firme.- Mas pode sair se quiser. Afinal o Lorde vai demorar para retornar.

O outro deu as costas.

Lucius se pôs de pé, olhou em volta da sala decaída e vazia, olhou com raiva para a vítima presa que o encarava, olhou para a porta que se abriu e trocou palavras com Rabicho que olhou o prisioneiro, Lucius balançou a cabeça e riu.

-Não, quero ter o prazer de fazer isso.- olhou a pessoa presa na cadeira.- A anos espero por isso. Além de que o Lorde espera que os traidores.- sublinhou a palavra para atingir Petigrew.- Sejam punidos exemplarmente.

Rabicho saiu parecendo nauseado, Lucius encarou a sua vítima.

-E eu não pretendo parar até Milorde voltar... entendeu? Crucio!

Os gritos recomeçaram...

A dor o atingiu também, sabia agora porque atingira Serin, porque os gritos ecoavam do animal para seus ouvidos.

Os gritos eram de Draco Malfoy.

Caiu de costas ofegante, ainda atordoado pelo horror do que presenciara, ainda vendo a criatura se contorcer, partilhando a dor com seu mestre mesmo a quilômetros de distância, sentiu-se ser erguido, olhou quem o erguia.

Era Neville, ainda olhando abobalhado a cena a sua frente, atrás havia os gritos abafados de Hermione e McGonagall, que estavam do lado de fora da sala.

-O que está havendo?

-É complicado de explicar... droga temos que fazer algo...

"Podemos salvá-lo... parar com esse suplício."

Tocou a marca no próprio peito, quente, claro Hangorn também presenciara tudo.

-Como vamos fazer?

Os três na sala o olharam, sem entender a pergunta, Hangorn saiu de seu corpo empoleirando-se onde habitualmente ficava Fawkes.

-Eu os levo até lá.

-Não podemos deixar o castelo.- disse Grifin no corpo de Rony.- Ainda é muito cedo.

-Harry o que está havendo?- perguntou Neville sem entender o que via.

Olhou Hangorn.

-Me leve até lá.-disse puxando a espada e tranfigurando-a de volta em varinha.- Um de vocês... Iran, avise Minerva.

-Espera Mago.- disse Grifin.- O que pretende? Não pode deixar o castelo também!

-Isso não é uma escolha...-disse pensando no quanto gostaria de ser resgatado numa situação daquelas.-Hangorn, pode me levar até lá?

-Até um ponto bem próximo sim, eu posso, não exato.

-Não importa.- estendeu o braço.- Me leve.

Hangorn planou e pousou em seu braço, com uma chama sentiu-se leve.

E quando o brilho passou estava numa rua, um subúrbio qualquer, um lugar meio abandonado, imediatamente foi atraído á esquerda, como se pudesse ouvir os gritos, correu apesar dos chinelos o atrapalharem, e não estava com tempo de transfigurá-los chutou-os longe, entrou numa ruela escura, a frente um pequeno prédio de três andares.

Havia urgência no ar podia farejar, havia dor, havia frio.

Frio.

-Dementadores.- Guinchou Hangorn.

E não eram poucos, surgindo das sombras, suficientes para Harry começar a sentir dor de cabeça, reviver gritos que não ouvia a um bom tempo, ergueu a varinha, na memória a festa recente com os amigos, com todos eles bem e felizes.

-EXPECTO PATRONUM!!!

O confiável patrono se pôs a galopar entre as figuras, infelizmente um conjunto muito grande, adoraria ter um outro patrono ao seu lado, por mais que Hangorn e sua chama o aquecessem o círculo negro apenas se fechava mais, o patrono a galope fazendo seu trabalho, estava com a respiração presa do frio, maldita roupa aberta.

-Vamos abrir isso na marra.

-Espere.- disse a ave.

Uma outra forma prateada irrompeu na massa de dementadores mas o bruxo em questão logo foi cercado, Harry e seu patrono seguidos por Hangorn retrocederam um pouco para ver o urso trêmulo cercar seu protegido que também tinha uma fênix no ombro, mas estava muito pálido.

-NEVILLE!!!! O QUE ESTÀ FAZENDO AQUÍ?!

-VIM AJUDAR!-disse recobrando um pouco a cor.

A fênix voou no outro ombro de Harry, reconheceu o peso morno na hora.

-Fawkes... onde está Dumbledore?

A ave emitiu uma nota muito grave de desalento.

-Ele está muito longe.- disse Hangorn.

-NEVILLE ANDA!- disse se adiantando, e olhando o prédio, no último andar alguém os olhava, olhava o prédio iluminado de baixo pela luz dos dois Patronos.

-Se pensamos em chegar de surpresa...- lamentou puxando o outro para dentro do prédio escancarando a porta com seu Akasha.

-ESTUPEFAÇA!

Como previra, feitiço rebatido retornou, mas ambos estavam preparados.

-POTERE!

Escudos que iluminaram uns quatro jovens comensais, não havia tempo de pensar, tomou impulso para dentro e despejou cada azaração forte que conhecia, Neville ainda dava o segundo passo para dentro quando o quarto caiu.

-Podia ter me deixado um?- disse baixo.

-Não se preocupe,-respondeu soturnamente.- Tem muito mais lá em cima, e temos que correr.

Sentiu, segundo andar sala dos fundos, agora era muito palpável, podia ver, podia ver o rapaz amarrado na cadeira, olhando Lucius que interrompera a tortura ao escutar o alarme dado.

-Vamos, precisamos chegar rápido.- disse correndo.

Neville acompanhando.

-Estupore qualquer coisa que não esteja de vermelho, eu vou estuporar qualquer coisa que não use uma jaqueta de couro.-disse pulando degraus de dois em dois.

-Certo.- disse Neville olhando em volta.

Não foi preciso repetir, apareceram mais dois bruxos, vestidos mas sem máscara, não que estivessem pensando em olhar atentamente, apenas os estuporaram.

-Corre.- gemeu Neville.

-Abaixa.- agarrou o rapaz pela jaqueta.-RICTUS!

O feitiço derrubou as luminárias acertando outros três comensais que apareciam embaixo, se virou para cima e sentiu o deslocamento de ar produzido por um feitiço vindo de cima, escutou Neville paralisar o comensal, olhou o rasgo no braço.

-Valeu.- disse se levantando.

-De nada, vamos?- Neville respondeu nervoso, mas controlado.

Subindo os degraus de três em três, atingindo o corredor do primeiro andar, entraram nele avistando algumas figuras, Harry só se abaixou, Neville se jogou no chão.

-Use-o.-Hangorn sibilou.

Mas não era para nenhum deles, Harry e Neville ergueram o rosto, era Fawkes que pairou em meio ao corredor, Brilhando como nunca, assim como o espírito da outra fênix.

Iluminando o corredor, pura chama, fazendo os inimigos recuarem, o suficiente para Harry agarrar Neville e alcançar a escada para o segundo andar.

-Corre!!!

-Estou correndo...- gemeu Neville ainda olhando a luz do fogo no andar inferior.

Meteram o pé no patamar desejado, foram recebidos exemplarmente.

-AVADA KEDAVRA.

-ACCIO PORTA!

A porta de madeira foi arrancada das dobradiças pelo feitiço de Harry e explodida em pedaços e farpas, pela maldição imperdoável usada por Belatriz.

-Ora, ora, isso está virando rotina Potter.- ela sorriu.- Bela roupa.

-Gostou? Acho que é a última coisa que vai ver...- ia erguer a varinha quando a mão o segurou.

-Não.- Neville a olhava com uma raiva imensa.- me deixa tentar.

Belatriz riu.

-Longbotton!- ela riu ainda mais.- Não aprendeu nada sobre nosso último encontro? Topetudo?

E Neville arreganhou os dentes num sinal tão grande de raiva que nem Harry teve coragem de evitar que se enfrentassem, apenas olhou as duas aves e olhando firme para Hangorn sussurrou.

-Cuidem dele. Os dois.-elevou a voz para Neville ouvir.- Estou indo, cuide-se. Pega ela!

Neville acena com a cabeça, mas ela apenas sorriu e ergueu a varinha, mirando em Harry que se afastava.

-Melhor se preocupar comigo...- Neville diz sério.

-Porque eu deveria?- ela perguntou com cinismo.

-Porque eu odeio você... e vou te matar.- ele respondeu. (NdA trecho do Trailer...importante frisar que ao contrário do normal ,o trailer foi feito antes da fic...)

Mas Harry não ficou para saber, a cheiro de dor e morte no ar, pesado, sabia que Neville estaria bem com as aves, elas o tirariam dali se houvessem problemas, estava tão perto que podia sentir o sangue escorrendo dos pulsos do outro, ou seria uma lembrança, cheiro de sangue no ar. “ que eu não esteja atrasado... não...”

Meteu o pé na porta, como uma certa quimera no ano anterior entrou na sala com porta e tudo, o que foi sorte, pois se tivesse usado um feitiço teria sido pego, ambos os bruxos ignoraram a porta e tentaram atingir a entrada.

Lucius simplesmente rebateu o feitiço de Rabicho, que desaparatou.

-PETIGREW!-vociferou Lucius.

-Estupefaça!- Harry atacou.

Pedro aparatou ás costas de Harry, que atacava o outro, mão de prata reluzindo, escutou o outro gritar seu nome, e quando bradou, feliz em terminar um serviço incompleto escutou o som.

-Estu...

Harry não estava mais lá.

-PANIS DELUDE!

Do outro lado da sala, praticamente ao lado de Lucius e daquele lado surgiu um dementador que deslizou frio atrás de Rabicho que tentou em vão clamar por um patrono.

Enquanto isso Lucius adiantava-se para Harry.

-MACULATE!

As trevas que saíram da varinha do outro avançando como um polvo na direção de Harry que acabara de invocar a ilusão perfeita de um dementador, tentou usar um escudo, foi inútil, ficou envolvido pela escuridão.

-Finite delude.- Lucius apontou a varinha para o falso dementador que já se preparava para beijar Pettigrew.-IDIOTA.-se virou para a névoa negra.- Olhe a que ponto chegamos...- sibilou observando o contorno do rapaz caído.- Olhem quem é o cavaleiro da armadura brilhante...

-RICTUS!

Lucius teve que desaparatar, no mesmo momento a névoa se dissipou.

Rabicho se ergueu olhando a cara que o perseguia a muito tempo.

A face de Harry totalmente concentrado numa luta.

-Avadra Kedrava.

Ignorado novamente, a maldição explodiu contra a parede, Harry não estava lá, Rabicho deu um salto ao sentir que o rapaz já estava ao seu lado.

-CRUCIO.

Pettigrew caiu berrando.

O som de palmas, Harry desviou o olhar serenamente, apesar do outro continuar berrando.

-Quem diria, quando Belatriz me contou achei sinceramente que era mentira...- disse Lucius com a varinha encostada na cabeça de Draco que ainda estava amarrado e ferido demais até para se mover.- Mas Harry Potter, o paladino de Dumbledore não se importa mesmo em usar certa maldição.

Sorriu, olhou a situação.

-Contra certas coisas não.- respondeu.

-Certo, mas veio pegar essa coisa aqui.- enfiou a varinha com força na cabeça de Draco que soltou um gemido, mais de raiva que de outra coisa.-Então é melhor largar essa varinha.

Se encararam por alguns segundos, Harry jogou a varinha no chão.

Rabicho soltou um suspiro, mas ainda ficou tremendo no chão exausto.

Draco revirou os olhos em desaprovação ao ver Harry abrir mão da varinha.

Lucius sorriu, apontou a varinha para Harry.

O que estava sendo esperado, um gesto de mão e a cadeira onde estava Draco deu um tranco a frente, assustando Lucius, no mesmo instante Harry convocou de volta sua varinha desaparatando.

-Mas que...

-Estupefaça!- Harry bradou as costas do comensal.

-Impedimenta!- Rabicho gemeu ainda de joelhos.

Lucius desaparatara e o feitiço de Rabicho quase atingiu Harry.

-POTERE!- Harry se defendeu com a varinha ao mesmo tempo que se esforçou em puxar a cadeira de Draco para perto evitando que Lucius novamente o pegasse.

Se encararam , dois contra um.

-Avada...

A luz da chama impediu que Rabicho completasse a maldição e fez Lucius cobrir os olhos, no mesmo instante Harry usou um defindo para liberar o outro da cadeira, Draco caiu molemente de joelhos no chão,Harry não teve tempo para apara-lo, estuporou os dois bruxos distraídos pela súbita aparição da fênix.

-O que houve?- disse olhando as duas aves.- E Neville?- Tentou erguer Draco, que gemeu de dor ao tentar ficar de pé sozinho.

-Bem, mas ferido, de volta á Ordem.

-Malfoy, e você?

Draco deu um bufo irritado, mas abriu bem os olhos e suspirou agarrando a camisa de Harry.

-Minha mãe! Acha ela! Ela está aqui também!

Havia urgência no pedido, Medo nos olhos do sonserino, medo do pior.

-Fawkes! – disse se levantando.- Leve-o para a Ordem também.

A ave pousou no ombro do rapaz que sumiu numa chama, Harry olhou em volta, tentado em acabar com aqueles dois imbecis caídos, apenas os imobilizou, e com Hangorn no ombro tentou encontrar Narcisa Malfoy, ironia da vida.

Correu até sentir Hangorn apertar seu ombro.

-Sinto o cheiro, é mais forte que o do filho.

-Como assim?- perguntou irritado subindo ao terceiro andar.

-Para a direita, o cheiro de veela. Mais forte que o do rapaz.

Obedeceu, correndo rápido sentindo o tempo se esvair.

-AQUI!!! ABRA ESSA PORTA.

Mal reconheceu a mulher que vira na copa mundial de quadribol, amarrada em cruz com os braços abertos de tantos cortes de onde se viam pequenos fios que guiavam o sangue agora seco para vasilhas no chão, as roupas rasgadas mal cobriam o corpo magro e fraco, se aproximou devagar, ela parecia prestes a desmanchar, não havia sinal de vida.

Muito devagar se aproximou imaginando como solta-la sem feri-la ainda mais, usou um feitiço para levitar, e soltou as amarras, fez ela deslizar devagar para o chão.

-Me deixem pra trás.- ela gemeu sem abrir os olhos.- Salvem meu menino.

-Draco está a salvo.- disse jogando sua camisa sobre ela.- Está á salvo.

Ela abriu os olhos devagar.

-Eu sei quem é você...

-Fique quieta.-ergueu os olhos para Hangorn.

-O véu... estou com o véu.

Harry voltou a olha-la, ela sorria.

-Estou com o véu.- ela riu.- Eles não recuperaram...

Suspirou, ela não devia estar bem,parecia delirante, a ave desceu quando sentiu.

-CRUCIO!

Arqueou-se, enfiou as unhas nos braços nus, mas não soltou um grito, percebeu a bruxa se arrastar.

-Peguei você Potter...

Esticou a mão com ódio e Belatriz foi lançada do outro lado do corredor com um baque. Ergueu-se ofegante corpo ainda sentindo agulhadas doloridas, antes que ela levantasse apontou a varinha, ela sorriu e ergueu também.

-AVADRA KEDRAVA!

As duas maldições se chocaram produzindo uma luz verde cegante, a última coisa que sentiu foi algo quente queimar seu ombro.

E então o contato com o chão, ficou caído ali por um tempo, se virou , apoiou-se no estrado da cama, ergueu-se.

-Isso foi muito imprudente.

-Cala a boca Hangorn.-disse enfiando a varinha na cintura do gi.

Sentou-se com as pernas tremendo, impossível ficar de pé, olhando a figura inerte de Narcisa sobre a cama, no chão exausto, ainda com a maldição mortal martelando na cabeça, mesmo sabendo que a criatura na cama precisava de cuidados urgentes não se moveu, não conseguia.

Fawkes apareceu no quarto, se aninhou no colo de Narcisa ainda adormecida, olhos fixos em Harry.

-Ela está morrendo.- Hangorn comentou.

-Não estou com o extrato.- disse ainda olhando o vazio.

-Fawkes lhe ajudará.

Lhe ajudará...

Ajudar pode ser um trabalho difícil quando ambos estão quebrados, até porque a sede de saber sobre a vida dos outros há muito fora destruída pelas lembranças ruins do filho da mulher que estava morrendo a sua frente, lábios já azuis.

“Não é uma escolha entenda... ela sabe de tudo.”

“É... igual a mim... nada de você.”

“fugir? Para Onde? Já tomei minha decisão.”

“Eu não posso confiar na Ordem... eles não estão preocupados...”

“Você vai fazer isso? Mesmo? Pra quê? Pra não voltar?”

“Típico, o pai depois o filho... muito obrigado por tornar minha vida um inferno!”

“Não há honra que pague uma vida.”

“Ninguém deve nada a não ser a si mesmo.”

“ISSO!!! LEVA ele embora!!! VOCÊ não se importa com ele!!! Não o vê sozinho pelos cantos!!!”

“Você vai voltar... Severo?”

“Você cuida dele pra mim? Do nosso filho?”

Gosto amargo de entender a raiva dos outros escorrendo da boca, agora estava em paz, se tivesse matado Belatriz melhor...Memória antiga... nova, recente, perfume de bode expiatório nas costas da veela. Quantos pagam por serem diferentes?

-Harry Potter.- ela abriu os olhos frios de veela.- Então você sabe a verdade.

-Os dois são extremamente burros.- disse se levantando.

-Acha que eu devia ter contado? Você contaria?-ela agarrou-o pela calça.

-Não sei... não tenho filhos...- disse evasivo.

-Mas se fosse seu pai, você ia querer saber?

-Talvez. –disse desanimado.- não sou a pessoa certa para dar conselhos sobre isso.

-Você vai contar para mim...- ela sorriu.- Você vai contar.

Fechou os olhos, suspirou, ainda na tênue linha entre a vida e a morte, tênue.

-Tome.- ela estendeu a mão.

Estendeu a mão para sentir algo morno cair nela, segurou com as duas mãos pensativo.

-Entrego para ele?

-Não o véu...- ela suspirou.

-Onde está o véu?

-Em suas mãos...

Ficou olhando o semblante calmo dela sob a tutela das duas aves.

“Em suas mãos...”

O lugar parecia morto, saiu para o corredor, palavras ríspidas eram trocadas mas muito baixas.

-Uma notícia!!!

-Fique quieto! Idéia idiota do Harry...

-Pode ser pra você, mas vou me levantar!

-Não vai não.- disse da porta.

Até porque se o sonserino se levantasse ia cair em seguida tamanha exaustão estampada na face, além do mais a companhia do lixado do Neville não o fazia bem algum.

-Sua mãe está viva.- fez uma cara feia para o rapaz que tentou levantar.- Se a incomodar agora ela vai piorar, tem duas Fênixes cuidando dela, é tudo que temos por enquanto, vou falar com Hogwarts, Agora Neville, deite também, você está um lixo.

O outro apenas encolheu o braço sangrento e esticou a pele lixada do rosto com uma careta.

-Você não se olhou ainda uh, Potter?- disse Draco maldosamente.

-Não. E isso não é da conta de vocês dois. Deitem.-disse fechando a porta.- É uma ordem.

Desceu devagar, aquele silêncio sepulcral na casa, a casa que não devia ficar vazia, descia com a mão no peito, doendo, muito, lá em cima duas aves lutando contra a morte, dois rapazes lutando contra seus orgulhos e ele lutando contra si mesmo.

-Revelate.- disse sem varinha, pois sabia como o camafeu funcionava.

Tinha um pequeno baú em suas mãos, que segurou com força sorrindo.

O baú que vira no ministério, onde as jinkis de seus pais haviam encerrado o véu.

“Está em suas mãos...”

Precisaria de espaço, então a lareira brilhou, ambos se encararam, ficou sinceramente em dúvida se ria ou estuporava a pessoa a sua frente, ele passou muito pálido, segurou-o pelo braço.

-Estão bem. Os dois.

Snape o encarou como se não acreditasse, olhou o baú, os olhos se contraíram.

Harry indicou o quarto, ele prosseguiu, seguiu-o, quando iam entrar Neville abriu a porta.

-Longbotton!- Snape disse frio.

O suficiente para o rapaz se assustar, apenas acenou que ia ao banheiro e saiu do quarto com a mão na cara sangrenta, Snape esticou o pescoço, ainda tinha o mesmo semblante, mas os olhos se aliviaram.

Os olhos do pai que percebe que o filho está bem.

-E minha mãe?- Draco sussurrou lá de dentro quando entraram.

-Muito ferida, muito mesmo.- disse mas para o homem que para o rapaz.

-Desgraçado.- Snape sibilou antes de se virar.

Harry agarrou a veste do bruxo que o olhou friamente.

-Draco quase perdeu a mãe, não precisa perder o pai.

Se encararam, da cama o loiro protestou com raiva.

-Matem ele! Eu não tenho pai! -Não tenho nenhum outro sentimento por ele além de ódio...- disse estendido na cama.- apenas isso.- os olhos inchados sobre as olheiras negras produzidos por uma sessão de Cruciatus.

-Não estou falando do desgraçado que te criou e sim do teu pai!- enfiou o dedo no peito de Snape.- Acho que é hora de uma reunião de família! Ela está no quarto ao lado.

Deixou pai e filho assombrados para trás indo ao banheiro ver Neville, ainda agarrado com o baú.

-Como está?- disse fechando a porta.

-Detonado?- Neville gemeu desconsolado.

Limpava o rosto sangrento com uma toalha úmida, a pele do rosto esfolada.

-Isso está feio não?

Neville agarrou a pia com raiva.

-Ela limpou o chão comigo! Que m!

-Você está vivo, leve isso em consideração.

-Só porque os dois estavam comigo.-disse limpando o sangue com violência, arranhando ainda mais a pele lacerada.

-É o que eu vivo repetindo quando me encontro com ela e os outros, é uma questão de sorte...- pôs a mão no ombro do outro.- Tivemos sorte e estamos vivos.

Sorriu, olhando-se no espelho, não tão pálido e arranhado quanto os outros dois, mas tão cansado quanto, coração disparado como se tivesse corrido quilômetros.

Neville deu um sorriso triste e voltou a pressionar a toalha contra o rosto.

-Não esfregue, deixe sangrar, se ficar esfregando não vai parar nunca. Depois desça, os três estão conversando.

-O que estão fazendo aqui?

-Isso é uma longa história e logo você fica sabendo, vou descer.

Deu duas palmadas no ombro do outro e saiu para o corredor, não prestou atenção nas palavras ditas no quarto onde a mulher estava, chegou na escada e foi recepcionado por uma abraço forte e alguns beijos na testa.

-Meu doidinho!!! Maluco, Minerva passou mal sabia? Na idade dela!!! E o chato do Snape se enfiou onde?

-Morgan... desgruda.- sorriu apesar da dor que sentiu ao ter os braços esmagados entre o corpo da bruxa e o baú que não largara.

-Nossa obrigada pelo carinho.- ela sorriu de volta.

-O resto?

-Em encrencas por aí... muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, quando ficamos sabendo por Minerva o que estava havendo não podíamos voltar... mas e aí como foi?

-Vivos... os quatro.

-Você trouxe a veela velha pra cá é?- disse torcendo o nariz.

-Não podia deixá-la lá... além do mais ela me deu isso.- disse mostrando o baú.- Morgan... me ajude. É o véu.

Ela observou a necessidade quase febril de Harry certificar-se de que o véu estava mesmo ali, era sim, uma necessidade que Harry não podia explicar, uma quase certeza de que o véu estava no baú e precisava ser tirado dali urgentemente, uma necessidade de fazer algo como sentira poucas vezes, como sentira ao desertar Morgan.

-Vamos ao porão, lá tem espaço para estender o véu sem problemas.- ela sorriu o puxando.

Só então percebeu que as vestes de Morgan estavam rasgadas e ela tinha cortes nos braços e tantos arranhões quanto ele.

O porão era de pedra e frio como um calabouço, entraram pela pesada porta e desceram os degraus de pedra desgastados pelo tempo.

-Lupin e Thonks fizeram uma bela limpeza aqui,-ela disse olhando em volta e para cima procurando nas vigas de madeira.-Achei os ganchos... eram para grandes caldeirões... nada como a velha família Black... sempre preparados.

Desceu olhando em volta também, mas com a péssima impressão pelas argolas de ferro nas paredes e chão, de que o lugar parecia mais uma masmorra que um porão.

-Você tem certeza que é o véu que esta aí?- ela olhou o baú.

-Não.- respondeu sinceramente.- Mas acho que é... tenho um bom pressentimento.

Morgan olhou o baú e estendeu os braços, Harry o entregou.

-Vamos abrir e ver o que tem dentro, prepare para estuporar o que seja se for uma armadilha.

-Ok.- disse pegando a varinha da cintura.

ela meneou a varinha e abriu o baú, quase conteve um soluço ao vê-lo, exatamente como se lembrava de ter sido guardado pelas Jinkis.

-Parece que é ele mesmo.- ela disse fazendo floreios com a varinha e erguendo o véu.

O próprio, que foi estendido pelos ganchos da viga no teto, balançando funestamente, mesmo sem existir nenhuma brisa no porão.

-Meu Deus Harry.- ela disse se aproximando e observando a tecido negro mas leve como uma teia de aranha balançar.- É ele mesmo... posso reconhecer.

Harry se aproximou, claro que ali, naquele porão sombrio, o véu pendurado em ganchos era muito mais impressionante e arrepiante, a sensação de que havia alguém por detrás dele era muito maior a ponto de ver Morgan entortar a cabeça para o lado como se ouvisse também.

Então sons chamaram a atenção, um gongo reboante no andar superior, Morgan encolheu os braços pois esfriou repentinamente.

-Meia-noite do dias das bruxas... quando os mortos ficam perto dos vivos...

"quando os mortos ficam perto... dos vivos..."

-Mas é claro!!!- meteu a mão na própria testa.-SIRIUS!!!! SIRIUS!!!!

-Que está fazendo?- ela deu a volta para olhá-lo.

Estendeu a mão para o véu.

-Harry!!! Não!!!!

Abriu os olhos e viu o céu tempestuoso e vermelho, ergueu-se com uma estranha sensação, agitou-se, olhou em volta, o vermelho intenso de tudo, como se usasse um óculos colorido perante os olhos, raios e relâmpagos completavam o céu funesto.

-SIRIUS!!!!- chamou.

Andou até a beira do riacho, o vermelho intenso de tudo e o ar pesado o deprimiam, um ar quente, úmido e pesado que trancava a respiração, obrigando-o a respirar de boca aberta e com esforço.

-SIRIUS!!!

Um rosnado lhe chamou a atenção, podia gritar de felicidade, o enorme cão negro como um urso estava saindo de um arbusto, mas parecera não o reconhecer.

-Sirius... sou eu.

O cão continuou a rosnar arrepiado, apesar de ter sentado.

-Sirius! SOU EU HARRY!

Com certeza estava muito diferente do que o padrinho devia lembrar... mas de um ano, alguns centímetros a mais... o cão entortou a cara para o lado confuso.

-Sirius... você não me reconhece?- se agachou na frente do cão.

Um ganido e o cão pulou em cima, balançando o rabo.
Sentiu-se erguer do chão pelo animago.
-Moleque BURRO!!! HARRY!!! Porquê entrou?-disse com a voz rouca.
-Primeiro me põe no chão... depois eu não entrei... mas a boa notícia.- sorriu olhando o padrinho.- Você vem comigo.


(nota da autora) YES!" O retorno do Cão!!! Agora AP não vira AU, vira viajem pela magonese!

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