Loira...Eu?!



Capítulo 15


Loira...eu?!



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Delírio...

Suava frio...

Gotas caiam em meu rosto...

- Gina...

Tentava falar, mas minha língua estava adormecida...

- Gina _ havia desespero na voz.

- o que?! _ balbuciei, e tinha certeza que as palavras não saíram.

- o que aconteceu? _ Minerva falou.

- ela está ardendo em febre. _ era Mei quem falava, e parecia está prestes a chorar.

Senti algo gélido em minha testa, virei meu rosto tentando afastar a dor do choque, minha pele quente encostando-se a um pano molhado.

- o que está acontecendo com ela? A aparência dela...

- parece que está mudando _ era a voz de Cris, agora.

- não se preocupem meninas... _ Dumbledore tranqüilizou-as, senti um certo alivio nesse momento.

Uma conhecida queimação na minha coxa, que parecia ferro em brasa me marcando.

Urrei de dor...

Só que meu grito foi abafado...

Eu estava em frente a uma linda casa, crianças corriam pelo jardim, gritando, uma mulher se aproximou de uma delas e fez um gesto pedindo silêncio, tinha os cabelos azuis, um azul intenso da mesma cor dos seus olhos, suas feições eram delicadas, seu corpo esbelto e sensual. A moça trilhava um caminho por entre os brinquedos espalhados pela grama até chegar ao seu destino, o caminhar era como uma dança erótica e ao mesmo tempo linda.

A menina era muito pequena, seus cabelos eram da cor da terra, um castanho provocante, seus olhos eram da mesma cor, ela obedeceu instantaneamente afirmando com a cabeça, a dama misteriosa pegou na mão da garota e guiou-a para longe da casa com um sorriso nos lábios.

Segui as duas, curiosa.

Quando elas estavam longe o suficiente do jardim, a mulher parou e se agachou para poder olhar nos olhos da menininha.

- você é a escolhida, sabia Karen? _ disse, sua voz era linda e hipnotizava qualquer pessoa que a escutasse.

- escolhida para que? _ perguntou Karen, seu tom era curioso e excitado ao mesmo tempo.

A dama não respondeu, e então cravou suas unhas na perna da menina fazendo-a gritar de dor e chorar.

Parecia que ela estava desenhando um símbolo, sangue escorria e o sofrimento de Karen chegava a ser palpável.

- NÃO _ gritei, acordando daquele sonho, lágrimas caíram de meus olhos, eu pude sentir a dor que aquela pobre menina sentira.

Olhei para os lados...

Enfermaria...

Minha coxa estava ardendo, tentei dá uma olhada, mas estava escuro demais, não conseguia enxergar nada, afastei os lençóis do meu corpo e senti frio.

Abracei meu corpo, tentando me aquecer...

- será que dá pra você voltar para cama? _ perguntou, Harry, suas feições eram pouco visíveis à luz do luar.

- o que aconteceu? _ perguntei, curiosa, já estava virando rotina acordar na enfermaria ao lado do moreno.

- você passou mal, hoje.

- acho que já está virando costume. _ brinquei, voltando para a maca. _ - o que faz aqui?

- queria ver como você estava, recebi a noticia a duas horas.

- por que não esperou até o amanhecer?

- não conseguia dormir.

- isso tudo por minha causa? _ perguntei, alegre por ter causado tal preocupação nele.

- não... er.. Estou preocupado com a prova de amanhã... E como não tinha nada para fazer...

- Ahh! _ minha alegria se foi... Não acredito que tinha esperanças... _ - por que anda tão estranho?

Recebi um minuto de silêncio como resposta.

Senti uma pontada em minha coxa... Passei meu dedo pelo ferimento e puder perceber que minha pele estava alta em algumas partes.

- Gina, tem uma coisa que você precisa saber...

- o que é?

- bom, sua aparência mudou um pouco... Dumbledore vai explicar como isso aconteceu, você é uma metamorfomaga.

- impossível, eu não fiz nenhum curso para isso _ disse, espantada.

- você não tem controle de suas transformações e a febre foi uma conseqüência disso... _ ele pigarreava como se tivesse incerto de que era uma boa idéia me deixar à pá de tudo.

- você está brincando, não é? _ eu disse rindo da cara dele, realmente não acreditava.

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- O QUE? _ gritou, quando se olhou no espelho. _ - EU ESTOU LOIRA?

--Meu Merlin! Como isso foi acontecer...--

- Gi, não é o fim do mundo _ comentou, Mei, enquanto rodeava a amiga pelo quarto.

- você está linda, Gi _ dessa vez foi Cris.

- ahh! Não... Loira não... Podia ser morena...Porque loira?

- me diz, qual é o problema das loiras? _ perguntou, Mei, chateada.

- agora, vão me azucrinar com piadas. _ respondi, bufando.

Cristal riu.

- sabe por que uma loira não usa batom vermelho? _ brincou, Cristal, sendo fuzilada por dois pares de olhos. _ - desculpa aê..._ ela levantou as duas mãos como se dissesse que estava desarmada.

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A aula da Minerva estava um tédio, e pra falar verdade eu não estava me reconhecendo mais, parecia que minhas atitudes não eram premeditadas.

Fazia tudo sem pensar...

Cabelo novo, mentalidade nova?

A professora passava um exercício e fui até sua cadeira enquanto os alunos copiavam em seus cadernos.

Senti olhares e ouvi murmúrios.

- professora, estou com um pouco de dor de cabeça...

- você não pode sair, srta. Weasley.

- por favor, ontem eu estava com febre e acho que está voltando. _ fiz uma cara de pidona e ela consentiu com a cabeça.

Sai quase correndo da sala e esbarrei em algumas pessoas...

Queria ar livre...

Esse súbito desejo tomou conta de mim...

E só era nisso que pensava...

Cheguei aos terrenos de Hogwarts inspirando e espirando profundamente, sentindo o ar gélido entrar pelas minhas narinas.

Sentei, encostando-me em uma árvore e fechei meus olhos.

- quando me disseram eu não acreditei. _ Malfoy, falou num tom divertido.

Sorri...Abri meus olhos e pulei nele.

- Malfoy _ disse, sorridente.

Ele me olhou confuso.

Minhas pernas estavam enganchadas na cintura dele.

- ruiv...er...Loira, será que dá pra você ser um pouco discreta? _ sugeriu, o loiro, me colocando no chão.

Sacudi minha cabeça tentando colocar meus pensamentos em ordem... E senti repulsa de mim mesma...

- esquece que fiz isso. _ ralhei, colocando meu dedo indicador nas fuças dele.

- eu sei que está feliz em me ver... _ brincou, por entre risos.

- eu estou um pouco estranha, não enche.

- você acha que vou perder uma oportunidade como essa, Weasley?! _ seus lábios executavam um tipo de dança enquanto ele pronunciava as palavras... Eu queria...

--não pense nisso--

--eu queria...--

--não pense isso...--

- Draco, fale o que quer.

- eu não quero nada, só estava passando por aqui, daí vi uma cabeleira loira e vim checar.

- então, cai fora e me deixa em paz, não quero sua companhia _ caí no chão, deixando a tristeza tomar conta de mim.

Tudo que eu penso fazer, eu faço...literalmente

Olhei para o lago, a água parecia boa...

-- ai, não –

Levantei instantaneamente e comecei a tirar minhas vestes.

- Gina, o que você está fazendo?

- vou nadar. _ respondi, alegremente, eu parecia bêbada.

- Weasley, a água está um gelo, você não pode ir _ ele segurou meu braço e eu tentei me desvencilhar.

- como se você se preocupasse comigo.

- não me preocupo. _ replicou, rapidamente.

- então porque me segura? _ perguntei, arqueando minha sobrancelha.

- porque sou monitor, alunos não podem entrar na água. _ se ele viesse comigo.

- vem comigo? _ fiz beicinho e comecei a puxá-lo para mais perto de mim.

Draco riu.

- você é uma idiota, Weasley.

- vem..._ toquei seu peito másculo por cima da blusa e o abracei.

Afastei-me dele...

Balancei a cabeça...

- o que você está fazendo comigo? _ perguntei, confusa. _ - me colocando sob a maldição imperius?

- você é doida? Pra que vou te querer sob meu controle? Você é inútil pra mim.

- não sei se você percebeu, mas também não vejo nada de interessante em você, seu arrogante. _ empurrei-o e sai dali batendo o pé fortemente na grama seca.

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- Milla, sei que marquei com você hoje... _ começou com uma voz melosa.

- está bem, Harry, sem problemas.

- prometo que vou te recompensar. _ seu tom de voz ficou galanteador, puxou a menina para um beijo intenso.

Pararam de se beijar alguns minutos depois.

- se for me recompensar com essa intensidade... _ concordou, Milla, com um sorriso nos lábios.

- que casal lindo. _ disse Cho, com sarcasmo.

A loira olhou para Cho, assustada.

- Cho, eu...

- não precisa falar nada, Milla. _ interrompeu, a oriental, com uma frieza no olhar.

- isso mesmo, você não precisa se desculpar por isso, eu e Cho não tínhamos mais nada _ Harry deu uma ultima olhada para Cho e bufou.

- que isso, Harry, isso é passado...

- fico feliz que tenha entendido.

- entendi muito bem _ ela deu um sorriso torto e saiu do corredor com alguns livros nas mãos.

Milla se virou para Harry.

- ufa! _ exclamou, aliviada _ - pensei que ela ia me matar.

O moreno riu.

- acho que ela não faria isso. _ disse, dando um selinho na loira.

- você é que pensa, Cho é fascinada por você.

- então porque se meteu em algo tão perigoso? _ perguntou, malicioso, bagunçando os cabelos.

- gosto do perigo.

Os dois gargalharam, então alguém tocou o ombro esquerdo de Harry.

Ele virou, se deparando com Fred...

- vamos fazer a noite dos meninos? _ perguntou, alegremente, lançando um olhar para Milla que afirmou com a cabeça.

- se a patroa deixa. _ concordou, Harry, saindo de lá com Fred.

A loira suspirou olhando para o lugar onde os meninos tinham desaparecido e pegou sua mochila que estava jogada no chão.

- você acha que vou deixar isso assim? _ perguntou, uma oriental, escondida numa tapeçaria de pedra.

- sabia que não _ respondeu, cansada.

- prepare-se pra guerra, minha querida _ ela saiu de trás da tapeçaria e olhou friamente pra loira que abaixou a cabeça _ - ou desiste...

- não vou entregar os pontos, Cho _ replicou com raiva, então Chang deu um passo à frente, perigosamente. _ - o que? Vai me bater?

- não, vou fazer uma coisinha mais elaborada _ tirou a varinha das vestes.

Milla largou a mochila, rápido, e tentou pegar sua varinha.

Cho murmurou as palavras...

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- ai, Rony, de novo me perturbando com isso? _ perguntou, cansada, eles estavam indo para a aula de transfiguração.

- Hermione, quero saber se você já está preparada para algo mais sério. _ retrucou, Rony, parando em meio de uma fila na frente da porta da sala de McGonagoll.

- quando você diz algo mais sério quer dizer?!

- bom... er... Não sei se você acha uma boa idéia... Mas..er... Você quer namorar comigo? _pigarreou um pouco desconcertado, colocando uma das mãos na nuca... Nervoso.

A morena que foi pega de surpresa arregalou os olhos

- tudo bem se você não quiser... _ continuou ele, um pouco decepcionado com o silêncio da garota.

Alguns curiosos que olhavam pra eles, puderam ver o sorriso de Hermione se abrir de ponta a ponta, alguns minutos depois.

- deixa de ser bobo, é o que mais quero.

- serio? _ perguntou, o ruivo, alegre.

- sim.

Rony largou o material e diminuiu o espaço que existia entre os dois, selando seus lábios com os da morena dando um abraço, apertado, mostrando o quanto estava feliz com aquela resposta.

Alguns aplausos, assobios e um olhar raivoso sobressaíram pela multidão.

- Droga _ sussurrou, Lilá Brown.

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Ando tão confusa...

O que eu tenho?

Tenho que ser internada...Serio... É um caso irrecuperável...

PAFT...

A nova loira bateu numa coluna...

- Ai...Ai...Ai _ gemeu, pegando na cabeça e se levantando _ - assim eu fico mais doida._ olhou para suas mãos e viu sangue.

- oi, irmãzinha _ ouviu a voz de Fred não muito longe dali.

E uma outra pessoa gargalhar...

- ai Harry, vai a merda.

- nossa! Oi pra você também, Gi _ disse com ironia, os cabelos dele estavam mais bagunçados que o normal, trajava uma blusa verde e branca, realçando a cor de seus olhos, e uma calça jeans.

- você está bem, Gi? _ Fred perguntou, enquanto seus olhos eram guiados para o machucado na testa.

- que nada, está tudo bem... Só estou distraída.

- nos estamos preparando uma festinha no salão comunal, hoje... _ começou, Fred, só que ela não estava prestando atenção.

Olhou pro moreno que estava um degrau acima dela e suspirou...

Fred levantou uma sobrancelha e Harry estreitou os olhos... Talvez um sorriso perpassasse por seus lábios.

--O QUE?--

-- eu suspirei?--

-- eu preciso ser internada --


- Gina? Alo? _ Fred tirou, Gina, dos devaneios.

- Fred, eu topo ir pra festa com uma condição... Tem que existir bebida.

- e você acha que ia faltar? _ ele perguntou, divertido. _ -...er...Chama a Mei... E a Cris...

- ta...Deixa comigo _ ela piscou, assinando o contrato e seu olhar recaiu sob Harry novamente.

Antes de pensar, sentiu uma mão gelada em seu pulso.

- precisamos conversar _ a voz fria cortou o silêncio e Harry fechou a cara.

Fred também estreitou os olhos mostrando o quanto estava desconfortável com aquela presença.

- não tenho nada pra conversar com você.

- quero saber o que está acontecendo com você...

- isso é assunto meu...

- você está mal, Weasley, precisa...

- será que você pode soltá-la? _ perguntou, Harry, com uma voz raivosa.

- cala a boca, cicatriz.

- você quer levar um soco, Malfoy?

- não vejo ninguém que possa ocasionar tal desconforto. _ disse, bruscamente.

Harry fechou os punhos.

- cai fora, Malfoy, e solta a minha irmã _ a voz de Fred se fez presente.

Agora, Malfoy pôde ver que estava em desvantagem.

- tchau, Weasley _ despediu-se e soltou o pulso da nova loira.

- tchau, Malfoy _ em circunstâncias normais, não diria tchau. _ - espera, Malfoy.

Ele se virou com uma expressão confusa.

Gina correu ao seu encontro.

- o que você quer falar comigo? _ perguntou, eufórica.

Um sorriso malicioso cortou os lábios de Draco. Ele olhou para um Harry ainda no mesmo lugar e gargalhou desdenhoso.

O olhar de Harry perante a isso foi desaprovador, ele olhou pra Gina e balançou a cabeça negativamente, como se estivesse repreendendo-a.

Fred também olhou a irmã de modo estranho, depois levantou os ombros e saiu.

Harry que ainda estava de punhos fechados, não se afastou dali.

- a sós _ Malfoy quase gritou e lançou uma piscadela pra Harry.

- você está pedindo um duelo, Malfoy _ foi à única coisa que o moreno disse antes de colocar a varinha em punho e apontá-la pra Malfoy.

Gina se colocou entre os dois e bufou.

- será que vocês vão começar a se comportar como crianças?

Draco tirou a menina da sua frente e também empunhou a varinha.

- sai, Weasley, antes que você se machuque.

- não vou sair mesmo. _ disse, raivosa.

- por que tem que ser tão teimosa?! _ perguntou ele, estreitando os olhos pra Harry.

- não tenho medo de você, Malfoy. _ a voz de Harry tinha um tom perigoso, ele estava falando sério.

A loira correu até Harry e ficou na frente dele antes que os dois se matassem.

- Harry, por favor, deixa pra lá. _ pediu, tentando abaixar o braço dele.

- isso, cicatriz, vê se não atrapalha o lance dos outros. _ a raiva do loiro fazia com que debochasse dos outros.

- cala a boca, Malfoy, ninguém está falando com você _ retrucou, Gina, ainda tentando abaixar o braço do moreno.

- quem você prefere? _ perguntou, com altivez, fazendo a expressão dela mudar.

Confusa...

- isso não tem nada haver comigo _ falou, abaixando a cabeça.

- ah não? Então, por que estamos brigando? Escolhe...

- escolher o que?

- qual você quer?

- Draco, você bateu com a cabeça? _ perguntou, contorcendo o rosto e lançando um olhar suplicante a Harry.

O moreno abaixou o braço, respirando profundamente como se tentasse se acalmar.

- não vale a pena duelar com você _ disse ele, ríspido.

- desistindo tão fácil?! Que pena, queria te mandar pro St. Mungus _ Draco fingiu está decepcionado.

- obrigada Harry _ a loira sorriu para o moreno e o acompanhou para fora dali.

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A festa que os gêmeos estavam promovendo parecia uma discoteca, com direito a panos vermelhos e dourados no teto...

Uma mesa para os quitutes e outra para bebidas de tipos variados.

O pessoal do quarto, quinto, sexto e sétimo ano, estavam participando.

Claro, que a bebida era contrabandeada, senão a Mcgonagoll tinha vetado a festa.

Olhei-me no espelho, cabelos loiros, vestido vermelho tomara-que-caia, e coloquei uma mascara, preta. Não era festa á fantasia, mas me deu essa súbita idéia e tive que executá-la, não tinha nada que pensasse e não fizesse.

Mei já tinha descido com Cris.

A solidão a qual me submetia era terrível, mas não tinha vontade de está sorrindo com as minhas amigas.

Alguma coisa cintilando no meu pescoço me chamou atenção... A fênix cravada em mim estava dourada.

Aquela ave transparente se fora e deu lugar a uma esplêndida ave dourada.

De um dourado intenso.

Peguei no pingente, abaixei minha cabeça e sorri para sua beleza. Os detalhes esculpidos tinham um toque natural.

Enquanto descia as escadas do dormitório, vi uma aglomeração de crianças tentando penetrar na festa.

Fred tinha colocado um feitiço de faixa etária na porta que dava para o salão comunal.

- por favor, me deixem passar. _ eu disse formalmente, e vários assobios saíram da multidão. _ - e se alguém passar a mão... _ mostrei minha varinha.

Eles abriram um caminho, estreito, para que eu passasse. Logo que passei pelo feitiço, a música alta fez meus tímpanos gritarem de dor.

Pessoas bêbadas jogadas no chão, casais se agarrando no canto e muita gente dançava alegremente na pista de dança.

Meus olhos procuraram uma cabeleira loira e outra negra, encontrando-as logo a minha frente, rodeadas por admiradores.

- eu te dou roupa lavada, casa e comida. _ disse, um garoto segurando a mão direita de Melissa, ele tinha cabelos negros quase tocando os olhos, um corpo adequadamente bonito e uma feição bem esculpida.

Eu gargalhei, perante esse comentário.

- espera só Fred vê isso

A loira se desvencilhou do garoto e sorriu pra mim.

- não tenho nada com o Fred. _ deixou claro e se virou pro garoto.

- eu tenho namorado. _ ela disse com um sorriso meigo, o garoto abaixou a cabeça e fez beicinho.

- e a sua amiga? _ perguntou, olhando pra Cristal.

- toda sua. _ replicou e empurrou a morena nos braços do garoto.

Eles saíram de lá para a pista de dança.

- você entrega Cris como se fosse uma mercadoria _ falei, colocando uma mecha loira para trás da minha orelha.

- como se ela não quisesse. _ ela me deu língua e me deu um abraço. _ - como está?

- na mesma. _ respondi, vasculhando o lugar.

A sala comunal parecia ter quatro vezes o seu tamanho normal, e um jogo de luzes que se fundiam e fogos de artifício que estouravam sob as cabeças das pessoas.

Um moreno sentado num sofá com um copo de uísque estava com o olhar fixo na lareira que crepitava, um súbito pensamento voou pela minha mente.

Andei até Harry.

- você ainda está me devendo um duelo. _ eu disse, lembrando do jogo de verdade ou desafio.

- e você perdeu uma aposta. _ respondeu, desviando o olhar da lareira e me observando, ele ofereceu o uísque e eu peguei o copo das mãos dele.

- você pode ser preso, sabia? Dando bebida para viciados. _ brinquei, bebendo num gole só.

- vai com calma, loira. _ fiz careta ao ouvir a palavra “loira”, ele riu._ - você falava tanto da Mei...

- é, o feitiço virou contra a bruxa. _ uma luz bruxuleante bateu em nós e pude ver o que ele vestia, uma blusa vermelha de manga comprida e por cima um terno, preto, acompanhado por uma calça jeans.

-- Lindo... Palavra que o descreve --

- lindo _ falei, alto e ele gargalhou.

- que bom que gostou. _ disse, de modo charmoso.

- não foi pra você _ desmenti, desconcertada. _ - você parece um trasgo.

- por que a máscara?Escondendo-se de alguém? _ ele perguntou, levantando-se e ficando na minha frente.

Tive que olhar um pouco para cima tentando encontrar os olhos dele.

- Talvez... Ou só queria parecer invisível.

Ele pegou na minha cintura, me puxando para dançar...

- com esse vestido você nunca vai passar despercebida, você está linda. _ suas mãos me seguravam firmemente.

Com um rodopio, Harry me fez adentrar na pista de dança, onde todos gritavam e dançavam sem parar.

De relance, vi Mei piscar pro moreno e ele sorri pra ela, então uma musica romântica soou.

A multidão se dispersou e casais se formaram.

Ele me puxou para mais perto de seu corpo e encostei minha cabeça em seu peito.

- só te peço uma dança _ ele sussurrou, nervoso.

- posso concordar com isso _ eu disse, por mais que soubesse que não sairia dali.

Porque queria ficar...

Um sorriso perfeito cortou os lábios dele, enquanto eu era hipnotizada por suas íris verdes.

- sabe, posso conviver melhor com você, agora _ disse, me fazendo bater em seu ombro.

- bom pra mim. _ respondi, imitando a voz dele.

- é serio, você está mais humana.

- Ei! Não vale usar minhas próprias palavras. _ contestei, apontando o dedo pra ele.

Nós dois rimos.

- feche os olhos. _ pediu, Harry, sussurrando ao pé do meu ouvido.

- por que?

- quero te mostrar uma coisa.

Assenti com a cabeça e ele me puxou, colocando-me a sua frente e me guiando para fora dali com as mãos em minha cintura.

- o que você quer me mostrar?

- você vai ver.

O barulho da musica cessou e o moreno me guiava, não sabia o que ele pretendia, só sabia que para onde quer que ele me guie, eu vou.

Comecei a ficar com frio, e um arrepio passou por minha espinha, Harry percebeu o meu tremor e jogou o seu paletó em meus ombros, onde pude inalar o cheiro dele que estava impregnado em cada recanto daquele blazer.

Saímos pela porta principal do castelo e ele tirou uma venda do seu bolso, passou-a sob meus olhos e o breu se fez presente.

Toda aquela expectativa, o que ele havia planejado para aquela noite? O barulho da floresta não muito longe, o som constante de nossos passos pisando na grama morta, molhada pela neblina.

O nervosismo em meu estômago era um pouco incomum, queria que minhas ações a essa altura fossem premeditadas, isso só poderia ser um sonho ou uma brincadeira daquele moreno.

Há muito tempo sonhei que tinha Harry perto do meu corpo, minha mente era cheia de imagens e fantasias, um lindo casal.

Hoje em dia, não me deixava sonhar com isso.

Era insano, depois de tanto tempo.

Ele me fez parar, para subir um degrau, depois outro... Tropecei algumas vezes, o que foi suficiente para ele me por em seus braços e me carregar até o destino desconhecido.

Pestanejei, não gostava de ser tratada como uma criança vulnerável... Adorava ser independente.

- quieta, Gi. _ pediu, parando e acariciando meu rosto com as costas das mãos.

- me solta, seu tapado, odeio ser carregada _ rugi, e ele riu.

- você adora estragar tudo. _ arranhou a garganta produzindo um som de raiva.

Bati no peito dele...

- Harryzito, seu idiota.

- chegamos...ruiv...loira

O moreno me soltou e num instante depois minha venda foi desamarrada e eu pude ver onde estava... Torre de astronomia...

Recoberta de velas e flores, pétalas no chão...

Meu olhar parou em uma das velas e observei a chama, fascinada... Inebriada...

- queria fazer algo especial... _ ele começou, sua voz estava um pouco nervosa e me olhava com atenção.

- para que? _ soou um pouco grosso, mas é que eu não estava entendendo nada.

- tenho uma coisa pra lhe falar. _ sua voz tremia...Ele pegou na minha mão...

Olhei em seus olhos, e vi suas íris cheias de paixão, de um fogo em especial que sempre sonhei em ver.

Eu não podia aceitar aquilo tão facilmente, algo em meu peito começou a me machucar, um furo em meu coração. Aquele furo que essa mesma pessoa deixou há anos.

- Gi... _ parecia que fazia muito esforço, e que travava uma disputa em seu cérebro.

- er... Você me trouxe aqui para provar o que?! _ eu não sabia por que estava fazendo aquilo... Estava estragando um sonho.

Ele arqueou a sobrancelha...As íris verdes, confusas.

- trouxe você aqui para contar algo que percebi, hoje... Numa conversa que tive com Mei.

- então, Mei faz parte disso... Sempre Mei... Sem a ajudar dela você não teria feito isso...Você está me machucando... Tudo isso... Só para eu ser mais uma de sua lista... E depois descartada como algo que não tem sentimentos, nem emoções... Você é um porco.

A calma dele se transformou em raiva, suas mãos estavam tremendo, trincou os lábios e olhou para mim respirando pesadamente.

- você é amarga, fria... Acha que vim aqui só pra brincar com você? Fiz tudo isso para você! E estou confuso com a sua reação, por que faz isso? Você vai morrer sozinha...Weasley... Sei que é isso que você quer... Afastando as pessoas dessa maneira...Equivoquei-me quando tive essa estúpida idéia...Não sei o que tinha na cabeça... _ gritou, Harry, matando-me com suas palavras.

- eu sei o que você tinha na cabeça... Ouviu os boatos... E não quis ficar pra trás sendo que seu pior inimigo tinha acabado com a sua fama de conquistador... Malfoy conquistou a Weasley... A maior conquista do século... É isso que estão dizendo nos corredores...Quanta besteira.

- então é verdade?

- é... É a pura verdade... Estou namorando com o Malfoy...Por que? Eu não posso? _ pensei em dizer aquelas palavras e disse.

- pode...E deve... Porque vocês dois são iguais. _ ele desviou os olhos do meu rosto, vi um rastro de tristeza em seu rosto.

Olhei ao meu redor, flores pelo chão... Velas com a cera derretida... A luz do luar iluminado nossos corpos.

- eu só era uma conquista...não é?!

- só uma conquista, Weasley, você não significa nada para mim... Só uma noite de prazer. _ ele estava com a cabeça baixa.

Levantei minha mão para dá um tapa nele, mas ele segurou meu pulso.

- vai embora daqui... Estou esperando outra pessoa. _ a voz dele era baixa e perigosa.
- quer dizer que você ia me enganar, dizendo que tudo isso era pra mim?

- claro, acha que ia perder meu tempo com você?! Ouvi dizer que você era fácil e resolvi testar...

- você é um idiota, vai se arrepender Potter... _ queria ir embora dali, gotas caíram dos meus olhos e abaixei a cabeça para que ele não visualizasse aquela tristeza que eu me submeti.

Cerrei meus punhos...

- você está chorando? _ sua voz tinha um tom de arrependimento, vi de relance sua mão hesitar em me tocar.

- não se preocupe, Potter, fique contente... Humilhou Virginia Weasley... _ levantei minha cabeça para que ele pudesse ver as lágrimas que rolavam sem que eu pudesse conter minhas emoções.

- Gina...eu...não...

Não ouvi mais nada do que ele tinha pra dizer, escutei o suficiente para arrancar aquela figura da minha mente.

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- Gina...Eu...Não _ ela não me deixou falar, girou os calcanhares e se foi.

Primeiro ela entende tudo errado e estraga o momento em que ia revelar tudo o que sinto, depois me confunde com suas lágrimas e uma tristeza perceptível em suas feições.

Não entendo o que Gina quer de mim.

Olhei para a torre, em seguida para as poucas estrelas no céu, peguei uma rosa branca e corri atrás da única pessoa que fez com que meu coração balançasse.

Desci as escadas, de dois em dois degraus...

Ruiva...Loira... Não importava... Eu sinto algo extremamente forte por ela.

Olhei para frente e o breu mostrou-me uma silhueta correndo para o castelo.

Tentei ser rápido, mas era uma longa caminhada até a porta principal, cheguei à porta ofegante e apertei a rosa em minhas mãos.

Um rubor se fez presente em meu rosto, nunca tinha dado uma rosa a alguém... Nunca demonstrei tamanha afeição por uma pessoa.

O saguão estava muito claro e quando minha visão entrou em foco, pude ver um casal se beijando. A rosa em minhas mãos caiu no chão e toda a convicção que tinha há um minuto atrás se foi.

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Uma lágrima solitária caiu, manchando meu rosto... E com uma das mãos limpei o rastro deixado por ela me virando para a noite lá fora.



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