Capítulo I: Falando a verdade



Interior da Inglaterra, seis horas da manhã.


Uma cidade pequena, com grandes casas luxuosas, cercadas de pequenos centros comerciais são o resumo dessa cidade. A neve cobria as casas, e somente pouquíssimas tinham luzes acesas. Os postes já estavam apagados, mas a escuridão, recoberta de estrelas, ainda pairava no céu. O silêncio parecia total. Poderia-se ouvir um mosquito da noite zumbir sem nenhuma distração.
Essa era uma vizinhança calma para se viver. Havia sempre paz nos seus arredores e nunca havia turistas, era sempre o mesmo povo que vivia ali.
Uma casa estava com a luz acesa. Era a casa de um velho senhor chamado Eberto Crow, um senhor que vivia há muito tempo naquela região. Mesmo para aquele lugar ele era estranho. Não saia de casa, usava capas coloridas e falava coisas estranhas consigo mesmo. Ninguém sabia que na verdade Eberto era um bruxo. Não um bruxo comum. Um bruxo de linhagem puro sangue de alto nível, que trabalhava no setor de Execução de Leis de Magia no Ministério da Magia britânica. Era um bruxo muito poderoso, só que infelizmente, não tinha habilidade com magia manual, precisava demais da varinha, coisa que agora se mostra terrível para ele. Eram cinco da manhã quando bateram na porta. Ele atendeu, muito inconformado com o horário, e viu dois estranhos na frente de sua porta, um menino e um adulto. Trouxas. O homem muito grande e forte, e o garoto, tão pálido que parecia um vampiro que achara em um bar certa vez, com cabelos loiros e expressão séria.
Finalmente, depois de tanto enrolar, o garoto que devia ser o chefe, pois o adulto o servia, disse:
- O .K. senhor Crow. Eberto. Vamos ser sinceros e racionais. Eu sei toda a verdade.
- Verdade? - sibilou Eberto ansioso, aquele garoto não poderia saber, era impossível que ele soubesse qualquer coisa. Devia ser algum maluco que não gostava de velhos, pensou ele. - Que verdade meu jovem?
- Chega disso senhor - disse o garoto com paciência elevada - Meu nome é Artemis Fowl, eu sou o humano que roubou mais de meia tonelada de ouro das fadas, conheço o mundo mágico, e também da existência de bruxos, magos, feiticeiros, como você queira chamar-se. Sei que o senhor é um bruxo, mas apesar disso quero saber mais sobre seu mundo, compreendê-lo, e quero saber isso agora.
- Escute aqui - disse furioso Eberto - você é um trouxa e não pode saber nada. Saia da minha casa agora, você não vai arranjar problemas ao Ministério da Magia! Ou melhor, vou mandar uma equipe apagar sua memória!
- Ministério é? - sibilou Artemis, com uma cara lívida de satisfação - Vocês tem governo, é? Qual é o local mais mágico? Onde posso aprender magia? O que vocês fazem? Quais são seus costumes?
- Saia daqui agora!!!! - gritou ainda mais - Se não, vou lhe mostrar do que os bruxos são capazes! Eu ia mandar uma equipe fazê-lo, mas vejo que eu mesmo vou ter que...
Então meteu a mão no bolso da capa. Nada. Revirou os bolsos e a mesinha a sua frente. Nada, onde estava a varinha?
- Procura isso? - disse Artemis segurando a velha varinha de pena de fênix na mão - Pensei que não se importaria. Pelo que sei também se pode fazer magia sem isso. Ou será que você é tão patético a ponto de precisar de um simples pedaço de madeira com uma pena dentro?
- ME DEVOLVA ISSO MOLEQUE! - gritou Eberto com toda a sua voz - ME DEVOLVA A MINHA VARINHA!
- Não antes do que eu quero saber. Butler - acrescentou Artemis olhando-o - Por favor, mostre a esse senhor o que queremos saber. Se ele não disse nada, dê uma dose de... bem você entende. Mas o deixe vivo. Podemos necessitar dele. É estranho... Pelo que sei a maior parte dos bruxos podem se transportar com uma magia. Tivemos sorte de achar um tão obtuso.
- Sim Artemis - rosnou Butler, adorava aquilo. Ele deu um soco na barriga do bruxo, que desmaiou rapidamente. - Não vou desapontá-lo.
- Ótimo - sibilou Artemis - Vou com Juliet pegar um equipamento importante na mansão Fowl e você deve me encontrar lá depois. E por favor, volte logo. Anote no notebook o que ele falar de interessante.
- Tudo bem senhor. - disse ele, pegando o notebook estendido por Artemis.
Artemis saiu da casa em direção a limusine onde Juliet estava. Acabara de aprender a dirigir e estava muito feliz de poder praticar. Ele agora só precisava de uma ajuda "amiga" e de alguns equipamentos para poder prosseguir com o seu plano. Logo ele poderia ter tudo o que quisesse, fazer o que quisesse e cumprir seu objetivo. Se não, mesmo assim poderia conseguir muito ouro e conhecimento. Muito importantes para o que queria.





Um despertador tocou na torre da Grifinória. O vento gélido cobria lá fora. E saindo da cama, Harry Potter sentia-se pronto para mais um dia. Ele não sabia o que o esperava daqui a algum tempo.












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