Desejos Inesperados



Segunda, 7:57 A.M.
Salão Principal, Café da Manhã

- O que a Ginny disse é verdade? – perguntou Ron ao sentar-se na mesa
- Hã?! – disse Hermione distraída “Bom dia para você também...”
- Que você tá saindo com... – começou Ron
- Arthur Smith – completou Harry
- A gente não tá saindo... só saímos ontem – explicou ela
- Você tá sabendo que ele não presta né? – disse Ron
- Ah Ron, me poupe! Eu sei muito bem me cuidar sozinha!
- Você vai cair na conversa dele é?
- E se eu quiser?! – exclamou ela se levantando da mesa – Essa sua conversa me fez perder a fome!

“Era só o que faltava! O Ron me dizendo o que fazer! Eu mereço... se eu tou com o Arthur é porque eu sei o que ele é... lindo, lindo, lindo! Há!” um pequeno sorriso apareceu na sua boca, ela caminhou até o jardim, mais a animação dela desapareceu quando ela viu que o Malfoy vinha na direção dela.
“O que esse garoto tá fazendo aqui na hora do café da manhã?! E eu posso falar?”

- Como vai Granger? – perguntou Draco Malfoy ironicamente ao passar por Hermione
- Não interessa a você como eu estou ou deixo de estar Malfoy – disse ignorantemente
- Depois eu que sou o “ignorante” eu que sou o “insuportável”... se nem você Granger, consegue responder uma simples pergunta com o mínimo de educação!

Hermione não respondeu, apenas virou a cara e passou esbarrando nele, o perfume de pele recém banhada invadiu as narinas de Draco. Sem querer visualizou o pescoço da menina e um pedaço de seu ombro, aquela pele macia o tentava, não sabia como, mas de alguma forma o tentava. Não tomando conta de seus próprios movimentos, saiu logo atrás de Hermione puxando-a pelo braço, colando seus corpos um ao longo do outro, beijando com avidez os lábios da menina.
No principio Hermione se debateu, tentando se livrar dos braços de Draco que a apertavam com força pelas costas, mas foi perdendo a luta quando este o prensou contra uma árvore com mais força, segurando seu rosto entre as mãos, aprofundando ainda mais o beijo, percorrendo toda a extensão de sua boca. A coisa que mais a incomodava era ter que sentir seu corpo queimar, enquanto sentia e adorava todos os movimentos da língua de Draco, que explorava sua boca, acariciando-a. Foi um momento rápido, mas muito quente.

- Foi Mal! – Sussurrou Draco ofegante, completamente pasmo quando soltou a menina trêmula. Hermione estava pálida e tremia. Quando acordou de seu “transe”, empurrou Draco para o mais longe que conseguiu – Hermione espere... – Tentou dizer.
- É Granger para você! – Disse arduamente, fervilhando em ódio e outra coisinha a mais – Como ousou fazer isso? Você é louco? – Gritava.
- Foi mal, eu não tinha a...
- Você me enoja! – disse ela com repulsa – Como teve coragem?


Ela se virou e saiu de perto dele, foi em direção as estufas de Herbologia
Draco continuou parado onde estava.
Foi então que percebeu um cheiro familiar: o perfume de Hermione estava em suas vestes e também no tecido do objeto. Ele puxou sua blusa para mais perto do nariz “Por que fiz isso? Será que eu estou... Não, não pode ser, nós somos muito diferentes! Ela é uma sangue-ruim, Isso jamais poderia acontecer!” Ele fechou os olhos apenas aproveitando o aroma, tendo as mais diversas utopias, se esquecendo por um momento onde estava “Mas eu... Eu me senti quente, ardendo de desejo, eu a ansiei mais que qualquer coisa naquela hora, eu queria ela pra mim, só para mim! Apenas minha! Por que comigo nem as coisas mais simples são normais?Beijei uma sangue ruim... Isso é uma loucura!”.

Hermione chegou perto da estufa mais parou antes, sentia-se estranha, sua cabeça e pensamentos estavam estranhos, gostara do beijo, fora suave e gentil, mas o problema era quem a havia beijado: Malfoy. O seu odiado Malfoy “Por que permiti isso? Onde já se viu... Dois inimigos se beijando! Espero que ninguém descubra... Ele fez isso de propósito, é óbvio... Ele quer me confundir, me magoar mais ainda! Hermione sua burra, você caiu direitinho no plano sujo dele! Devia ter fugido quando teve chance!” Uma lágrima de angústia, brotou nos olhos castanhos dela, mas se perdeu rapidamente nas mãos da menina confusa, ela olhou o relógio e se assustou ao ver a hora, estava atrasada para a aula de Herbologia que começava às oito horas em ponto.

8:11 A.M., Estufa de Herbologia

- Com licença Prof.ª Sprout, eu posso entrar? – perguntou Hermione abrindo a porta da estufa
- Está atrasada... mais deixarei você entrar porque você nunca se atrasou antes, mas não faça disso um hábito! Senão, serei obrigada a tirar-lhe pontos
- Sim senhora – dizendo isso ela entrou

Logo ao entrar ela viu a cara que Ron e Harry fizeram e ela não sentou perto deles, ela não queria ouvir perguntas do tipo “O que você estava fazendo?” ela ficou no final da sala, encostou a cabeça na parede e não conseguiu evitar as lembranças...
Tão envolvida em seus pensamentos, ela nem havia percebido que Arthur estava fazendo uns sinais para chamar a atenção dela, até que ele cansou de tossir e tocou no ombro dela.
Ela olhou para trás e se sentiu envergonhada porque não tinha visto ele ali

- Oi Arthur... – disse ela meio desconcertada
- Tava pensando em que? – perguntou ele
- Nada importante... um trabalho de Poções, superdifícil que eu nem comecei – mentiu ela
- Eu queria falar com você quando a aula terminar... pode ser?
- Pode – respondeu ela.

Arthur murmurou um “ótimo” e voltou a assistir a aula.
Eles passaram uma hora inteira congelando na estufa, enquanto alimentavam as Etoile, um monte de plantas de porte médio, de coloração negra, armadas com grandes mandíbulas cheias de dentes pontiagudos, que soltavam um líquido roxo inflamável, na palavra da prof° Sprout, veneno.
Muitos alunos foram mordidos, mas eram protegidos por suas luvas de couro, porém em um caso em especial, as presas da planta, que era a maior de lá, conseguiram atravessar a luva de couro marrom, perfurando a pele logo a baixo dela, o menino foi encaminhado urgentemente à ala hospitalar e a planta sacrificada com um jorro de fogo emanado cruelmente pela professora.

Quando a aula terminou, Arthur puxou Hermione para o canteiro de plantas da Bavária que era por trás da estufa.

- Sabe Hermione... eu nunca conheci uma menina como você, você é tão especial, divertida, diferente das outras... – começou ele – Eu gostaria de passar mais tempo com você, eu quero ser seu namorado.
- O que? – exclamou ela – Já?!
- Eu tenho certeza! É isso o que eu quero – disse ele entusiasmado – Você não quer?
- Eu... ah eu não sei... – respondeu ela confusa
- Você não precisa responder agora – disse ele dando um beijo na mão dela – Responda quando quiser
- Tah certo...

Ele sorriu e deu um rápido e leve beijo nos lábios de Hermione, depois saiu, deixando Hermione sozinha.
“Por que ele não está mais me causando aquele frio na barriga? Era para eu estar feliz, ele me pediu em namoro! E a única coisa que eu consegui dizer foi ‘não sei’ que saco!”

***

Draco estava saindo da sala de aula do profº Binns, a próxima aula era de Adivinhação com a Lufa-Lufa, ele entrou na sala e se sentou na ultima cadeira, encostada na parede, ao sentar-se encostou sua cabeça na parede e deixou sua mente vagar... ainda com as imagens daquele beijo frescas em sua mente, lhe açulando as mesmas sensações que sentira na hora. Elas percorriam seu corpo, como ondas, causando arrepios torturantes. Não negava que gostaria de beijá-la novamente, sentir o sabor doce e inebriante de seus lábios, junto com a maciez de sua pele, seu perfume singular e envolvente... OPA, PÁRA TUDO... Que pensamentos eram aqueles? Tinha que esquecer o que houvera naquele jardim a qualquer custo, mas num movimento instintivo passou os dedos sobre seus lábios, ao relembrar-se mais uma vez daquele momento.

***

10:00 A.M
Intervalo da Manhã, pátio

- Mentira!! – exclamou Ginny pasmada quando Hermione a contara sobre o pedido que Arthur fizera a ela
- Pois eh...
- E você aceitou né? – perguntou Ginny
- Não... – respondeu Hermione sem ânimo
- Como não? ‘Cê não tava toda feliz porque ia sair com ele e talz? Pensei que tava afim dele – disse Ginny
- Eu tava! Quer dizer... to, ah, eu sei mais de nada – disse ela confusamente
- Iiiiihhh... sei não, você não sabe o que quer... – disse Ginny – Você tá afim de outro cara eh? Quem é?
- Eu não! – disse Hermione imediatamente “eu não estou gostando de ninguém!” – Eu só achei que o Arthur foi rápido demais... sei não! vou pensar...

Ginny riu da cara de Hermione, mais ela nem imaginava que o problema era bem maior.
Quando o sinal soou avisando o término do intervalo os alunos da Grifinória e da Sonserina rumaram para a aula de Poções nas masmorras.

- Eu tô com tanta vontade de ver o Snape hoje que poderia dar um abraço nele – ironizou Ron quando o trio se aproximou da porta da sala
- Se você der um abraço nele eu temo encontrar sua cabeça boiando no lago... – disse Harry rindo

Ron começou a rir tanto que segurou as costelas e estava ficando vermelho, ele olhou para Hermione e não entendeu porquê a amiga estava séria, a piada tinha sido realmente boa...
Hermione nem estava escutando o que Harry e Ron falavam, estava mais preocupada em não ver o Malfoy, eles entraram na sala de aula, como sempre o local estava frio, de doer dentro dos ossos, um contraste perturbador para quem acabara de sair de um lugar totalmente oposto. Os sonserinos não haviam chegado ainda. O trio, por serem um dos primeiros a chegarem na sala, tiveram o privilégio de escolherem seus lugares, eles procuraram se sentar nas mesmas carteiras de sempre no final da sala, onde ficavam bem distantes de Snape. O ar cheirava a repolho cozido, e havia goteiras no teto, que pingavam vez ou outra sobre suas cabeças, devido à chuva da noite anterior. A Sonserina chegou em companhia de Snape, numa fila dupla. Hermione sentiu o coração disparar, junto com um grande calafrio na espinha quando divisou entre tantas cabeças, Malfoy, entrando protegido por seus dois capangas Crabbe e Goyle, que ao seu redor formavam uma verdadeira barreira.
A aula correu bem, o que era um tanto fora de comum. Snape conseguira tirar apenas vinte pontos da Grifinória, número baixo se comparado aos costumeiros cinqüenta pra cima. Hermione tentou evitar os olhares de Malfoy a aula inteira, achando as mais fantásticas curiosidades possíveis em simples objetos, como por exemplo, em sua pena de águia, porém algo a impulsionava a olhar para ele, aqueles olhos azuis a tentavam, não conseguia prestar atenção na aula, sua mente estava longe muito longe, no passado, naquele beijo.

- Podem sair! – Soou friamente a voz do professor, enquanto arrumava seus livros com o habitual mal-humor excessivo
- É impressão minha ou a srta. Sabe tudo não prestou atenção num só minuto da aula? – comentou Ron a Harry, em alto e bom som para Hermione ouvir também
- Tava me espionando Ron?! – exclamou ela com raiva
- Não, mais não era preciso ficar te olhando a aula inteira para perceber que você tava voando... tava pensando no Smith não era? Eu num disse que ele não prestava! Já tá atrapalhando sua vida! Tá vendo! – disse Ron
- Ai Ron, me deixa vai! – disse ela apressando o passo e se distanciando deles.

***

A tarde se foi e Hermione estava com um humor terrível na hora do jantar, ela tivera doze aulas naquele dia e não tinha conseguido absorver uma só palavra que os professores disseram, ela fitou a torrada no seu prato e concluiu que não estava com fome, deu boa noite aos meninos e rumou para o seu quarto de monitora-chefe, é claro que ela queria ir cedo, também, para não encontrar Draco no corredor, ela nunca lamentou tanto que ele dormisse bem em frente ao seu quarto.
Ao entrar no quarto ela se jogou na cama e sem conseguir evitar, ela desejou que Malfoy estivesse ali, bem perto dela.
“Eu preciso tirar esse garoto da minha cabeça... senão eu vou ficar doida! Mais o que eu faço?”
Ela se revirou na cama até que teve uma idéia...
“Se eu estiver ocupada com outro garoto não terei como pensar no Malfoy!”
Pensou ela feliz, mais o que ela nem imaginava era que não ia ser fácil assim...









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N/A:
Gostaria de agradecer a todos os comentários e elogios, e também de me desculpar pela demora, tive alguns problemas operacionais... mas isso não importa agora não é? Eu resolvi postar o segundo e o terceiro logo de uma vez para compensar a demora, espero que gostem...
Obrigado mais uma vez pelos comentários!
Prometo ser mais rápida na continuação da Fic.
Ass.: *Rosa Smith*

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Comentários (1)

  • sonimai

    cara,esse Rony me dá nos nervos,que cenoura chata,hehehe.......amei o cap

    2012-03-28
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