Epílogo

Epílogo

“Você simplesmente não vai acreditar”-escreveu a Carmen, em um pequeno pedaço de papel.

“Apenas escreva.”-respondi, enquanto passava discretamente o bilhete.

“Ele me convidou para o baile.”

“E o que você fez?”

“Gina, acorda. Lógico que eu aceitei. Você sabe o que significa? Eu vou no baile de formatura, sacou? E com Dino Thomas.”

“Carmen, vamos pensar, está bem? O Thomas te convidou... uma semana antes do baile acontecer.”

“E daí?? Sério, qual é o problema? Eu acho ótimo ele ter me convidado agora. Eu nem vou parecer uma psicótica procurando o penteado perfeito ou qualquer coisa do tipo.”

“Sério, do jeito que eu conheço você, é bem capaz que tudo isso já esteja planejado.”

“OK. Talvez eu já tenha pensado em algumas coisinhas, mas eu ainda não decidi. E, além do mais, eu não sou aquela pessoa que nem tem um vestido.”

“Você sabe que eu vou comprar o meu vestido quando nós formos até Hogsmeade. Eu não sou louca em gastar uma fortuna em um vestido de gala... sem nem ter sido convidade antes, como certas pessoas.”

“E quem disse que eu não fui convidada?”

“Carmen, eu quis dizer antes. Antes do Thomas pensar em te convidar. E não adianta você falar que você comprou hoje o vestido porque ele está no seu armário... desde que as aulas voltaram e acho que isso significa há dois meses atrás. Então, pare, ok?”

“Mas o Adam me convidou!! Isso é totalmente injusto.”

“Então, por que você não vai com esse Adam? Ou melhor, quem é esse Adam?”

“Gina, você já percebeu que você faz perguntas demais? Sério, por que se ater em pequenos detalhes?”

“Você inventou esse tal de Adam, não?”

“Lógico que não! Sério, como você pensa isso de mim?”

“Eu acho que eu penso isso... porque eu realmente te conheço.”

“Gina, pare está bem? Vamos apenas nos concentrar no seu vestido.”

Revirei os olhos ao ler o que ela escrevera.

“Eu já sei o que eu vou comprar, Carmen.”

“Bom, você vai ter que parecer sexy, não acha?”

“Se você não sabe... nós vamos em um baile de formatura. Com direito a papai e mamãe me observando.”

“Eu quis dizer sexy. Não pelada.”

“OK, mas eu vou comprar um vestido simples. Normal, sem aquelas fendas gigantes que você gosta. Quero dizer, aquela cantora trouxa que você gosta usa. Eu não faço parte desse time.”

“É, realmente, seria uma pretensão enorme se você se vestisse como a Beyoncé. Mas acho que você não ficaria bem com os vestidos que ela usa, entende? É um tantinho forçado demais.”

“Além do mais, o meu irmão vai se formar, Carmen. E eu realmente não quero que ele tenha uma catarse antes de receber o diploma. Quero dizer, a vida dele depende daquele mísero papel.”

“Então, você vai comprar o quê? Um vestido de florzinhas e rodado?”

“Carmen, acorda. Eu não vou parecer uma menininha. Só uma pessoa normal indo em uma festa... que eu achava que ia ser normal.”

“Você vai ficar apagada.”-ela escreveu.

Rolei os olhos e guardei o bilhete.

“Você não vai responder?”-ela perguntou, baixinho enquanto o professor Binns continuava com a mesma ladainha de sempre.-“Sério, eu fiz o meu melhor comentário sobre o que vai acontecer com você... e você simplesmente ignora?”

“Carmen.”-sussurrei em resposta.-“O sinal já vai bater e eu já tenho em mente o que eu vou comprar amanhã em Hogsmeade. E, OK, acho que é a terceira vez que eu falo isso para você.”

“Você não vai comprar nada em Hogsmeade.”-ela disse, como se soubesse das coisas.-“Eu sei muito bem que você e Draco Malfoy vão ficar se agarrando lá.”

“Acho que a gente já faz isso no castelo.”-eu falei.-“Além do mais, eu não vou com Draco até Hogsmeade. Ele vai ter que ficar aqui para ajudar na cerimônia de formatura.”

“Weasley, você acabou de falar que o seu namorado é gay.”

Olhei para a garota como se ela fosse louca.

“Carmen, nós estamos falando da mesma pessoa? Porque eu acho que eu estou falando de Draco Malfoy e mesmo que nós, não oficialmente, estejamos namorando, eu o acho... nem um pouco gay.”

“Organizar a cerimônia de formatura? Você está falando sério?”-ela disse, incrédula.-“Meninas organizam a festa. Os caras, bom, acho que eles vão lá só para pegarem o diploma e ficarem de porre se você me entende.”

Rolei os olhos pela terceira vez.

“Carmen, existe algo chamado Comissão de Formatura. Meu irmão, Hermione, Draco e não sei mais quem... participam disso. E eles são obrigados a ajudar a organizar a festa porque, bem, foram eleitos. E pensar que o Rony foi eleito pelo sétimo ano da Grifinória... é um tanto estranho, mas acho que foi porque o Harry recusou, entende?”

“E quem é a parceira de Draco Malfoy?”

Dei um suspiro.

Eu sabia que ela ia me perguntar isso.

“A Parkinson.”

A cara que a Carmen fez não foi nada boa.

Nada boa mesmo.

“Vocês realmente são o casal do ano, não?”-ela falou.-“Você vai para Hogsmeade sozinha... e ele vai ficar aqui no castelo com Pansy Parkinson.”

“Eu tambem não gostei quando eu soube.”-retruquei.-“Mas o que eu poderia fazer? Quero dizer, oficialmente, oficialmente, aquilo não é bem um namoro.”

“Porque você é uma mula que não pergunta o que esses amassos nos corredores de Hogwarts realmente significam. Weasley, acorda, você pode fazer isso virar um namoro, OK?”-e ao ver que eu iria retrucar, ela continuou.-“E não adianta você falar que não quer que isso vire um namoro. Porque eu te conheço, então, pare de ficar pensando que ele não quer você ou qualquer coisa do tipo.”

Dei um suspiro.

“Isso é algo que você me diz... desde que nós nos encontramos no trem.”-falei, depois que eu peguei a minha bolsa de livros.

Carmen que estava ao meu lado, retrucou:

“Criatura.”-e nisso, ela me fez parar e olhar bem para a cara dela.-“Você sabe o que ele fez na batalha contra Voldemort. Você me contou que ele te beijou. E na frente de todo mundo. E, sei lá, o jeito como você descreveu mostrou para mim o quanto você se tornou importante para ele. E agora... vocês simplesmente não entram para o próximo nível? Gina, vocês já fizeram coisas que só namorados fazem, se você bem que me entende.”

Obrigada, Carmen. Foi o que eu pensei. Obrigada por simplesmente jogar na minha cara tudo o que eu penso desde que nós retornamos.

“Talvez não seja hora para entrar em um próximo nível.”-argumentei, com a minha voz mais diplomática possível.

“Se você não percebeu, vocês estão no sistema de ‘estamos nos agarrando nos corredores desertos de Hogwarts’ há mais de oito meses.”

“Não.”-eu disse, categoricamente.-“São apenas dois meses, Carmen. Eu e Malfoy ficamos afastados durante seis meses.”

“Mas vocês ficaram juntos durante um mês, sabe, antes da terrível guerra separá-los.”-ela falou.-“E o que é melhor... durante seis meses que vocês ficaram separados, ele pensou em você.”

Eu realmente não queria pensar nisso.

Dei um sorriso para a garota, como se quisesse dizer que tudo se resolveria.

Bom, era algo que eu realmente esperava.

--

“Você não sai nunca do Salão Comunal?”-foi o que eu escutei.

“Um ‘oi’ para você também, Draco.”-eu disse, com um sorriso mínimo.

“Todos me olhavam como se eu fosse um maníaco que quer entrar nessa porcaria.”-ele sibilou no meu ouvido.

“Seria tão difícil você simplesmente pedir para alguém me chamar?”-respondi.-“Sério, a sua boca não cairia nem nada do tipo.”

Ele me deu um olhar sujo.

“É, realmente, Virginia.”-ele disse.-“Vou dizer ao seu irmão para ele te chamar, para que eu possa andar com você por Hogwarts até... não sei que horas.”

“Não seria uma boa idéia.”-eu falei.-“Mas se você pedisse a Carmen, ela adoraria te ajudar.”

“Ela quer me ver pelado.”-resmungou o garoto.-“Todas as caras que ela faz para mim quando eu fico perto de você simplesmente...”

Não deixei que ele continuasse.

“É a Carmen.”-eu falei, mas logo desviei o assunto.-“Onde nós vamos hoje?”

“Para lá.”-ele respondeu.-“Você sabe, Virginia. E, bom, acho que você gosta daquele lugar.”

“O Lago, não?”-falei.-“Mas você sabe que nós não podemos ficar fora do castelo até tarde e...”

Ele não deixou que eu continuasse, logo Draco Malfoy estava me beijando e, bem, eu tive que simplesmente parar de ficar pensando que era proibido sair a noite de Hogwarts.

Ou melhor, eu simplesmente tive que parar de pensar em tudo.

“Você quer voltar?”-ele perguntou, quando me soltou.-“Porque se você acha que já está tarde, Virginia...”

Dei um sorriso para Malfoy e logo respondi:

“Seria ótimo se nós déssemos algumas voltas ao redor do Lago.”-ele apertou levemente a minha cintura, como se estivesse me corrigindo de algo.-“OK, muitas voltas, Draco.”

--

“Vermelho não.”-foi o que eu escutei, enquanto a Carmen tirava o vestido da enorme pilha que eu estava segurando.-“Monocromático não fica bem em você, Gina, fica a dica.”

“Ai, senhor.”-respondi.-“Sério, por que você não está com o Thomas?”

“Por mais que eu o ame.”-ela retrucou, séria, pegando alguns vestidos e os examinando.-“Eu não perderia uma oportunidade de comprar roupas, certo?”

“Você já tem um vestido.”-eu falei.-“O que aconteceu com o ‘vestido mais maravilhoso do mundo que ninguém tem’?”

“Eu tenho dinheiro, estou visitando uma loja e tem roupas perfeitas. Sério, um vestido a mais ou a menos não vai fazer diferença. Além do mais, Gina, aquele vestido foi desenhado pela minha mãe e ele é bem bonito e tudo o mais, só que eu queria algo mais... ousado, entende?”

“Vá escolher.”-eu falei, meio cansada só de ter escutado metade das coisas que ela dissera.

“Se eu aparecesse com um vestido decotado nas costas... eu seria banida do baile?”-ela perguntou.

“Depende do tamanho do decote.”-respondi, depois de entrar no vestido verde escuro que eu escolhera.

“Algo desse tipo.”-ela falou, puxando as minhas cortinas e mostrando um vestido rosa claro.

“Carmen!”-eu praticamente berrei.-“Eu estava me trocando se você não percebeu.”

“Relaxa que você está vestida e...”-nesse ponto ela parou de falar e encarou o meu vestido.-“Uau, ficou ótimo.”

“Obrigada.”-falei, enquanto me encarava no espelho.-“Você realmente acha?”

“Ele é apenas simples demais.”-foi o que a morena disse.-“Acho que está faltando um brilhinho aí.”

“Se você não sabe, eu sou pobre.”-respondi.-“Além do mais, não é a minha formatura, então, eu não tenho que parecer bonita demais, certo?”

“Separe este.”-foi o que ela respondeu, então, voltou a apontar para o vestido que ela segurava.-“É muito exagerado?”

Olhei para a roupa e falei:

“Acho que eles quiseram economizar no pano.”

Mas acho que foi em vão, porque a garota fechou a cortina e disse para si mesma:

“É, eu vou experimentar isso daqui.”

Apenas revirei os olhos e voltei a pegar mais um da minha lista.

--

“Virginia.”

Só isso.

Apenas uma palavra, já me faz arrepiar.

Virei-me lentamente e o vi me olhando de cima a baixo. Draco Malfoy, impecável em sua veste de gala, se aproximou, colocou as duas mãos na minha cintura e ao roçar a boca em minha orelha, apenas sibilou:

“Você está linda.”

Dei um sorriso e apertei levemente o seu braço.

“Você também está.”

Meu pai que estava por perto pigarreou.

Draco me olhou com um tanto de desgosto que eu logo respondi lhe lançando um olhar de alerta.

No momento seguinte, ele estendia a mão para o meu pai e dizia de modo mais cordial possível:

“Como vai o senhor?”

Meu pai levantou as sobrancelhas, mas eu também lhe lancei um olhar do tipo: ‘pelo amor de Merlim, cumprimente-o logo’.

Eu pude vê-lo olhando para aquela mão durante ínfimos dois segundos. Draco parecia prestes a recolhê-la numa tentativa desesperada de não parecer tão constrangido com aquilo tudo.

Porém, meu pai logo estendeu a sua mão e disse:

“Bem, obrigado Malfoy.”

“Espero que o senhor não se importe que eu esteja levando a sua filha ao baile.” –o garoto disse, mantendo o tom (falso) de cordialidade.

“Não estou de modo algum.”-disse meu pai, puxando-me para perto de si, como se estivesse tentando me proteger de algum vilão ou qualquer do tipo.-“Só achei estranho esse convite.”

“Pai!”-falei, parecendo urgentemente desesperada.

“Bom, o senhor pode achar estranho.”-retorquiu o loiro, me puxando de volta, ao seu lado.-“Mas eu estou atrasado para a minha cerimônia de formatura e, sinto dizer, que como a sua filha é a minha acompanhante, ela tem que estar lá. Ao meu lado.”

“Gina não necessita ir com você.”-respondeu meu pai, tirando todo tom de falsa cordialidade.

“Mas ela vai porque ela é a minha acompanhante.”

“Não fale como se ela fosse um simples objeto, Malfoy.”

“Pelo amor de Deus!”-eu berrei.-“Se vocês não perceberam, eu estou aqui.”-virando para o meu pai, eu disse.-“Draco tem razão, papai, ele tem que estar no Salão Principal, mas eu prometo que você vai me ver daqui a pouco, está bem?”

Meu pai não me respondeu. Apenas olhou para o chão.

“Papai, está bem?”-repeti, dando mais ênfase a minha pergunta.

Ele levantou o rosto e, lentamente, formulou uma resposta:

“Vá. Se encontrar com a sua mãe nos corredores, diga que eu a estou esperando.”

Apenas assenti. Logo estava caminhando com Draco Malfoy em direção ao Salão Principal.

“Você precisava falar daquele jeito com ele?”-perguntei.

“Ah, meu Deus, agora, não, Virginia.”-ele disse, mal olhando na minha cara.

Segurei o braço do garoto.

Fiz com que ele olhasse para mim e, no instante seguinte, eu já me virava para ele e dizia:

“O que nós somos, Draco?”-ele levantou uma sobrancelha como se perguntasse se nós realmente estávamos tendo aquela conversa. Acabei repetindo mais uma vez.-“Sério, o que tudo isso significa para você?”

“Nós podemos... simplesmente ir?”-ele perguntou, enquanto tentava segurar a minha mão.-“Eu estou atrasado. E se você não sabe, eu ainda tenho um discurso a fazer.”

Eu pisquei duas vezes até entender o que ele realmente tinha me dito.

E o que aquilo realmente significava para ele. E para mim.

Dei dois passos para trás e disse, tentando não parecer tão decepcionada com tudo aquilo:

“Vá fazer seu discurso.”

“O quê?”-Draco perguntou, tentando entender porque eu estava me distanciando.

OK.

Ele é um garoto e eu acho meio difícil entender o que se passava na minha cabeça naquele momento.

“Vá fazer o seu discurso.”-repeti.-“Sério, eu não preciso ir com você.”

Ele deu um suspiro, mas logo disse:

“Eu te convidei.”

Só lancei um olhar de desdém para ele.

Draco deu mais um suspiro e disse:

“Virginia, o que você realmente estava esperando de mim?”

“Como assim, o que eu esperava de você?”-foi a melhor resposta que eu consegui fazer, naquele momento.-“Talvez que você não falasse daquele jeito com o meu pai?”

“Eu não tive opção.”

“Você não teve?”-perguntei, enquanto não tentava parecer tão louca da vida.-“Talvez não parecer tão grosso e tão prepotente, Malfoy?”

OK.

Talvez eu não saiba porque eu pirei do nada ou qualquer coisa assim.

E pode ter certeza que Malfoy percebeu isso, pois, no momento seguinte, ele segurava os meus ombros e perguntava:

“Por que você está brigando comigo?”

Acho que isso me desestabilizou. Quero dizer, como assim? Ele me faz pensar que eu estou sendo neurótica, louca, burra... e tudo ao mesmo tempo.

Abaixei a minha cabeça e respondi:

“O que nós somos?”

“OK. Pare.”-e nisso, ele me fez olhar para ele.-“Será que nós poderíamos não responder as nossas perguntas... com novas perguntas? Porque isso realmente é uma porcaria.”

Suspirei.

“Nada de perguntas.”-foi o que eu respondi.-“Mas você sabe que isso não vai ser fácil. Fazer perguntas. Não que brigar com você seja fácil. Ah, meu Deus, vamos voltar para o começo.”

“Virginia, ‘o que nós somos’ representa a sua grande dúvida que te fez ficar louca por alguns minutos?”-só que antes que eu respondesse, ele falou.-“OK. Eu fiz uma pergunta, mas isso quer dizer que eu preciso que você me explique- sem perguntas- o que está passando nessa sua cabeça.”

“Draco.”-falei, meio desconfortável.-“Sério, eu preciso entender o que significa tudo isso que nós estamos passando. O que aqueles encontros no Lago significam.”

“Justamente agora.”-ele disse.-“Você realmente escolhe os melhores momentos.”

Segurei o braço do garoto, meio que o apertei, como se aquilo significasse que aquela conversa era real.

É, eu poderia estar em um pesadelo, certo?

“Por favor.”-foi o que eu praticamente implorei, logo que eu percebi que aquilo tudo era muito real, soltei o seu braço.-“Apenas me responda o que isso tudo significa para você. Ou melhor, o que eu significo para você.”

“Você não vai ter uma declaração, seja do tipo serenata ou até mesmo cartas de amor. Eu nunca disse ‘eu te amo’, Virginia. Eu só... não me expresso do mesmo jeito que você.”

“Ou qualquer pessoa normal.”-completei, quando ele me encarou bravo, continuei.-“Mas é a verdade! Quero dizer, sério, ‘eu te amo’? Qual é a dificuldade de falar três minúsculas palavras?”

“Você alguma vez disse isso para mim?”

“Se eu dissesse, o que você falaria?”-perguntei, enquanto sentia o meu coração batendo de forma cada vez mais acelerada.

Qual é? Isso é praticamente uma declaração de amor.

Qualquer pessoa normal entenderia que eu estava me declarando naquele momento.

Ou... ele não entendeu?

Gina, não é o momento de entrar em desespero por causa disso, mas, então, por que, diabos, eu sinto a vontade de cavar um buraco e, simplesmente, me enterrar e ficar... para sempre numa cova?

Fechei os olhos.

E, foi nesse momento, que eu o senti me beijando.

Um beijo leve, como se os meus lábios fossem se despedaçar se ele colocasse muita força, mas, OK, ele está me beijando.

Talvez Draco Malfoy só seja meio... bipolar.

Talvez ele goste de beijar garotas que começam a brigar com ele no meio do corredor.

Mas quando ele sibilou no meu ouvido, foi que eu percebi que havia uma terceira opção. Uma opção que, como sempre, eu havia ignorado.

O que ele disse foi:

“Eu só não me expresso do mesmo jeito que você.”

Escutando Manchester Orchestra- I can feel a hot one.

N/A: Olá?

Será que eu deveria começar com um simples ‘Olá’ essa última N/A de A espiã? Não sei, de verdade.

(Se vocês não entenderam é porque eu, provavelmente, ainda estou em profundo choque por ter terminado o epílogo depois de três meses quase batendo a cabeça na mesa por não conseguir me expressar. Então, quando eu fico em choque, isso significa que eu começo a falar coisas sem sentido, como, por exemplo, esse parênteses enorme aqui).

Mais uma fic que eu consigo terminar (e pensando que eu não termino uma longa fic há muito tempo, vitória para mim!) e, talvez, essa seja, de longe, a que eu mais vou sentir saudades de escrever. Pensando por um lado, eu vejo que A espiã teria que acabar desse jeito que vocês leram aí em cima. Não consigo imaginar um fim melhor para ela do que essa última frase do Draco (que apareceu do nada na minha cabeça. Só para me fazer sentir inútil ao perceber que eu poderia ter pensado nisso há três meses atrás...). Na verdade, a minha primeira idéia de acabar A espiã seria com essa parte (mas lógico que nós não incluiríamos a guerra, a separação, seria algo em Hogwarts, no momento pós Virginia ‘Valkiria’ Proust (e vendo agora... foi há MUITO tempo atrás O.O).

Enfim, a N/A está ficando gigante e, bom, eu queria ser breve, como sempre, mas eu acho que não conseguiria escrever poucas palavras.

Antes de tudo, eu queria reunir nesse epílogo, o que eu mais gostei de escrever. Então, vocês tiveram conversa Carmen e Gina e actions D/G. E, bom, acabei escrevendo uma pequena discussão que, OK, foi inspirada em um episódio de Sex and the City e também em Privileged (série nova da CW que eu estou acompanhando mesmo sabendo que nos EUA anda bem mal das pernas, coitada. Mas acorda, estamos falando da CW e da sua incapacidade de ter sorte).

Ah, sim, eu meio que odeio finais abertos, mas acho que não seria capaz de simplesmente descrever vinte anos depois o que aconteceu com Draco, Gina e companhia. Acho que eu deixo isso para a J.K Rowling mesmo, OK?

Só para terminar isso daqui, eu vou agradecer. Eu não conseguiria escrever a fic sem a grande ajuda da Gisele Weasley. Também não posso me esquecer da Thais que nos dois últimos capítulos sempre me perguntava, via msn, se eu tinha escrito alguma coisa. Obrigada pela paciência, meninas.

Ah, sim, A espiã não existiria se não houvesse pessoas lendo! Então, MUITO obrigada a todos que acompanharam e espero vê-los em breve!

Beijos,

Anaa

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