Se...



Cap 24.: Se...


Eu precisei sentar.


É sério.


Eu simplesmente não conseguia entender o que significava o: Foge comigo.


“Você o quê?”-eu falei, com a voz fraca.


“Foge comigo.”-ele falou, puxando uma cadeira e ficando na minha frente.


Eu acho que Malfoy esperava que eu o abraçasse e falasse:


“Eu fujo.”


Mas não foi isso que eu fiz.


Já que no momento seguinte, eu levantei da cadeira e perguntei:


“Por quê?”


“Por quê?”-ele repetiu a minha pergunta, sem entender.


“É, por quê?”-falei, cruzando os braços.-“Por que você quer fugir? Porque você, eu estou falando sério, não precisa fazer isso.”


“Você acha que eu não preciso.”-foi tudo o que ele falou, mas eu não gostei desse tom.


Assim, eu achei melhor explicar:


“Você tem a marca dele.”-obviamente, eu disse com um desgosto extremo.


“Não ache que eu me orgulho, Virginia.”-Malfoy disse, amargurado.


Se ele realmente acha que me chamando pelo nome, vai fazer com que eu queira fugir, Draco Malfoy está muito enganado.


“Mas por que agora?”-desdenhei.-“Você poderia muito bem ficar em Hogwarts e passar as informações para ele!”


“Você acha que tudo é tão fácil?”-Malfoy berrou, derrubando a cadeira que ele estava sentado e se aproximando, perigosamente, de mim.-“Você acha que a minha vida é igual a sua?”


Não posso dizer que eu não me assustei um bocado quando ele derrubou a cadeira e começou a berrar.


Se você não sabe, Draco Malfoy normalmente não perde o controle.


Ou melhor, ele não começa a ter chiliques.


Não perto de mim.


“Ah, lógico que a sua vida é diferente da minha, Malfoy.”-retorqui, (o que você acha que eu faria? Deixaria que ele berrasse comigo? Não, muito obrigada).-“Afinal, você é um Comensal da Morte, não?”


Ele não me respondeu, então, continuei o atacando:


“Se a minha vida... é tão diferente da sua, então, por que você pediu que eu fugisse com você?”


“Porque eu sou um idiota.”-foi tudo o que ele disse, antes de desmoronar na cadeira em que eu estive sentada.


OK.


Eu realmente não esperava essa resposta.


“Você não é idiota.”-foi tudo o que eu consegui dizer.


“Se eu não fosse idiota, Weasley...”-ele começou, a voz um pouco mais baixa, mas eu conseguia sentir que ele estava prestes a gritar comigo.-“Eu não falaria para VOCÊ fugir comigo.”


“Eu não sei qual é o seu problema.”-eu disse, já esperando os berros enlouquecidos de Malfoy.


E eles não apareceram.


Ele sequer aumentou a voz, apenas disse de maneira mais seca:


“Não sou eu que vou explicar.”


Malfoy começou a se levantar, mas eu logo o puxei para baixo, ergui a cadeira que ele derrubara e me sentei.


“Você tem que me explicar.”-eu falei.


“Tenho?”-ele perguntou, levantando a sobrancelha.-“E posso saber por quê?”


“Porque se você quer que eu fuja com você, eu tenho que acreditar nas mesmas coisas que você.”


“Então, isso seria um sim?”


“Eu não sei.”-eu falei, de maneira bem sincera.


“Você não sabe...”


“Eu não posso fugir nesse momento, Malfoy.”-interrompi.-“Não quando nós estamos em uma guerra.”


“Weasley, nós vamos fugir porque nesse momento, nós estamos em guerra.”-ele retrucou, como se eu estivesse com sérios problemas mentais.-“A realidade é outra se você me entende.”


“Eu não concordo.”-falei.-“Nós temos que lutar, Malfoy.”


Ao ver que o garoto encostara a mão no braço onde eu sabia que havia a marca, eu continuei:


“Só não sei se você estará do mesmo lado que eu.”


“Acho que isso é melhor na teoria do que na prática.”-resmungou o garoto, cruzando os braços.-“E não fale desse jeito, é tão...”


“Tão o quê?”-eu perguntei.-“Verdadeiro? Sabe, eu não sinto a mesma paixão que você tem sobre as Artes das Trevas.”


“Eu não sinto paixão sobre isso!”


“Então, por que você tem a Marca?”


“Por que eu não teria, Virginia?”-ele falou, a voz cansada.-“O que você faria se Você-Sabe-Quem dissesse que mataria toda a sua família se você não se aliasse a ele e matasse Dumbledore?”


“Eu lutaria contra ele.”-eu falei, amarga.-“Não faria o que você fez, Malfoy.”


“Você acha que eu não me arrependo?”-ele disse.-“Você acha que eu realmente gostei de ter consertado aquela porcaria de armário? Você acha que eu gostei de ter perdido todo aquele tempo ano passado? Sendo que eu poderia estar fazendo outras coisas?”


“Você quase matou duas pessoas.”-eu falei, de maneira nenhum pouco suave.-“Se isso não te faz um assassino, Malfoy, eu não sei o que dizer.”


“Eu não gosto de pensar no que eu fiz, Weasley.”-Malfoy disse, a voz gelada.-“Eu não gosto de lembrar disso.”


Eu não sabia o que responder.


Era realmente difícil esquecer que fora Draco Malfoy que fizera Madame Rosmerta envenenar o hidromel e que essa mesma bebida foi tomada pelo meu irmão.


E ele quase morreu por causa disso.


Continuei em silêncio.


“Não foi fácil voltar para Hogwarts.”-ele disse, com as mãos no bolso, como se estivesse falando para uma platéia.


Como se ele estivesse contando uma história.


Como se essa história tivesse um final feliz.


“Mas eu precisava voltar. Não que Hogwarts fosse considerada, por mim, um lar. Eu precisava me livrar dele.”


“Se livrar dele?”


“Você-Sabe-Quem.”


“Ah, lógico.”-eu falei.-“Ele sabe que você tem que ser formar para ser um Comensal da Morte, não é? Mas espera, então, por que ele te usou ano passado?”


“Não piore as coisas.”-Malfoy, disse.-“Você não sabe nem metade das coisas pelas quais eu passei.”


“E talvez eu nunca vá saber, Malfoy.”-eu falei.


“Eu estou te contando agora.”


Não respondi, mas acho que Draco Malfoy pensou que poderia continuar o seu relato.


“Óbvio que ele não gostou nenhum pouco que eu voltasse para Hogwarts, mas Snape convenceu que o melhor seria se eu voltasse para Hogwarts como se nada tivesse acontecido.”


“Lógico que Snape o ajudou, não é?”-eu falei, amargurada.-“Afinal, você era cúmplice dele.”-e ao ver que Malfoy iria retorquir, eu continuei.-“Não diga que ele não te ajudou!”


“Eu sei, Weasley.”-ele comentou, cansado.-“Mas Snape me ajudou a voltar. Você deveria pelo menos ser grata a ele.”


“Grata a ele?”-eu repeti.-“Pelo quê? Por ter matado Dumbledore?”


“Por eu ter voltado.”-falou Malfoy, suavemente.


“Não seja egocêntrico.”-eu falei, tentando parecer brava.


OK.


Eu não estava nenhum pouco brava.


“Eu não sou um Comensal da Morte.”-ele disse.-“Eu não consigo fazer o que ele pede.”


“E você acha que a melhor saída é fugir, Malfoy?”-retorqui.-“Você acha que fugindo COMIGO, nós não teríamos problemas?”


“Nós sairíamos do país.”-ele explicou.


“Iríamos para onde? Para a Rússia?”


Ele deu um sorriso e disse:


“Para qualquer país, Virginia.”-ele disse, tentando segurar a minha mão.-“Que você quiser.”


Eu afastei a minha mão, mas não conseguia dizer nenhuma palavra.


“Eu preciso saber o que você acha.”-ele falou.


Eu levantei e disse, com a voz cheia de pesar:


“Eu não posso, Malfoy.”-e assim, eu dei as costas para ele.


Para que ele não visse o quanto eu estava chorando.


Para ele não ver o desespero que eu sentia.


Para ele não ver que eu já sabia... que tudo estava acabado.


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Eu entrei no meu dormitório, ainda chorando. Por mais que eu falasse que eu não poderia chorar por ele, eu sentia as lágrimas caindo.


Eu deitei na cama.


Então, eu escutei um barulho.


“Quem está aí?”-eu falei.


“Gina?”-disse a Carmen, abrindo as cortinas.-“O que diabos aconteceu?”


“Malfoy!”-foi tudo o que eu consegui dizer.


“Os homens são uns escrotos.”-falou a Carmen, sentando na minha cama.


Com os olhos vermelhos se você me entende. Então, eu logo disse:


“Ah, Carmen, sério, eu não queria que você soubesse daquele jeito sobre o Dino e...”


“Ele não ia me contar, Gina.”-falou a espanhola, com os punhos fechados.-“Ele ia sair com não sei quantas pessoas da Lufa-Lufa! Eles já estavam armando um plano! Você entende o que isso significa?”


“Ele está com medo de morrer.”


“Ele não se preocupa comigo!”-berrou a garota, despejando toda a frustração que ela sentia.


“Lógico que ele se preocupa.”-eu argumentei.


Espera.


Eu estou defendendo esse relacionamento maluco.


Ah, meu Deus, isso não está certo, mas o que eu posso fazer?


“Sério, se Dino Thomas não se preocupasse com você, ele não estaria sofrendo tanto quanto você está, Carmen.”


“EU NÃO ESTOU SOFRENDO!”


“Você está chorando por ele.”


“Eu não estou chorando por ele!”-Carmen protestou.-“Eu estou chorando de raiva!”


“Mas você está com raiva dele, certo?”-eu observei.-“Então mostra que você está chorando por ele.”


“Gina, você quer parar?”-disse a garota.-“Sério, eu não preciso que você faça esse tipo de observação. Não nesse momento.”


“Foi mal.”-foi o que eu disse.


“Agora é a sua vez.”-disse a Carmen.-“Vamos me diga por que você está com uma cara tão miserável.”


“Draco Malfoy pediu para fugir. E eu disse não.”


“OK...”-disse a Carmen, se levantando, para no momento seguinte berrar.-“Você é burra?”


“Você não concordou em fugir com o Dino, Carmen.”-eu tentei amenizar as coisas para o meu lado.


Isso não adiantou.


A Carmen tinha parado de chorar, mas logo que eu disse essas palavras, os seus olhos se encheram de lágrimas e ela disse, não tão feliz:


“Ele não me convidou para fugir com ele, se você não entendeu.”


Revirei os olhos e retruquei:


“Mas se ele te convidasse, você não fugiria.”


“Pode ter certeza que eu fugiria.”


“Meu Deus, eu sou a única pessoa da Grifinória que acha que tem que lutar?”


“Não, você é a única pessoa da Grifinória que é suicida.”-disse a Carmen.-“Você só pode estar brincando.”


“Eu não estou brincando.”


“Gina, se Draco Malfoy diz que quer fugir, você apenas diz: ‘sim, meu amo’.”


“Eu não sou a empregada dele!”


“OK.”-disse a garota, a contragosto. -“Se você não gosta de ‘sim, meu amo’, apenas diga sim, está bem? Se você não entendeu, você NUNCA pode dizer não para Draco Malfoy.”


“Oh, lógico!”-eu falei, sarcasticamente.-“Draco Malfoy diz: ‘mate aquele cara’ e a única coisa que eu vou fazer é dizer: ‘sim’?”


“Você está exagerando.”-falou a Carmen-“É só apontar a varinha e dizer a maldição da morte.”-eu acho que eu lancei um olhar tão cruel para a garota que ela completou.-“Eu estou brincando! E até parece que ele pediria para VOCÊ matar alguém.”


“Me desculpe, mas você pode dizer o motivo?”


“Você não conseguiria matar nem uma mosca, Gina.”


“Obrigada pelo fato de ser tão gentil comigo nesse momento.”


“Não seja dramática!”-ela falou.-“Eu estou tão bem quanto você!”


“Você e o Thomas estarão juntos no jantar.”-eu falei.-“Isso se ele não aparecer agora no dormitório e dizer que te ama e tudo o mais.”


“Em primeiro lugar: nós não estaremos juntos no jantar porque eu não vou jantar, hoje. Em segundo: ele não pode entrar no dormitório. Se ele não pode entrar no dormitório ele não vai dizer que me ama.”


“Ah, meu Deus, eu estou tentando animar você!”


“Eu não preciso ser animada se você me entende.”-ela falou.-“Eu já estou me conformando.”


“Venha, vamos.”-eu falei, levantando da cama, já procurando a minha bolsa.-“Nós vamos para a aula.”


“Nós vamos fazer o quê?”


“Você não precisa de animação, certo?”-eu falei.-“Então, vamos para a aula de Poções. Nós poderemos entrar na segunda aula se você me entende.”


Ela fez um sinal não muito bonito para mim, mas eu já sabia.


Se eu ficasse deitada no meu dormitório chorando, eu me sentiria pior.


E eu não quero me sentir pior.


Nem quero pensar que tudo estaria bem se eu tivesse dito sim.


Ah, meu Deus, eu deveria ter dito sim.


“Carmen... e se eu for realmente uma suicida?”


“Você pode não ser, está bem?”-disse a garota, ainda sentada.-“Eu não quero ir, Gina.”


“Mas e se eu falei não para o Malfoy porque na verdade... eu quero morrer?”


“Então, você vai mudar de idéia?”-perguntou Carmen.-“Porque se você mudar de idéia, você vai querer falar com o Malfoy, então, você vai matar mais uma aula e...”


“Eu não vou mudar de idéia.”-garanti.-“Eu só estava supondo.”


“Realmente, não é todo dia que você supõe ser uma suicida.”


“Obrigada, Carmen.”-eu falei.-“Vamos logo, está bem?”


“Você está maluca.”-disse a garota, rolando os olhos.


“Nós temos que ir.”-insisti.-“Se você não sabe, eu não estou indo nem um pouco bem em Poções.”


“Você não está prestando atenção nas aulas! É tão difícil ler o que está escrito no livro e fazer o que se pede?”


“É.”-respondi.-“Além disso, eu não quero mais nenhuma detenção.”


Foi quando eu percebi.


Eu tinha uma detenção hoje à noite.


“Eu não posso ir à detenção.”


“Como não?”-perguntou a Carmen, não entendendo porque eu estava pálida.


Joguei a minha bolsa em cima da cama e deitei na mesma.


“Porque o Malfoy vai estar lá.”


“Ah, lógico.”-disse a garota, rolando os olhos.-“Por causa disso, você não vai. Porque Draco Malfoy vai estar lá.”


“Ele vai estar lá.”-repeti.-“Ele vai estar lá e ele vai ficar me olhando como se eu fosse uma esquisita.”


“O que você é.”-disse a garota.


Levantei da cama e exclamei:


“Carmen!”


“Não diga que você não é.”


“Não vou discutir com você.”


“Ótimo.”-falei.-“Bom, eles vão demorar um pouquinho para ver que eu matei aula, então, é melhor eu ficar no dormitório pensando que a minha vida é uma grande porcaria.”


“Gina, você mesma falou que ele deixa as pessoas entrarem na segunda aula.”-argumentou a Carmen.


“Pode ir.”-eu falei.-“Você não precisa ficar aqui.”


“Você se esqueceu que eu também estou com o coração partido, Weasley?”


“Eu sei.”-foi tudo o que eu consegui dizer.


“Mas você sabe que você pode consertar isso, não sabe?”-ela perguntou, mas ao ver que eu não respondi, Carmen continuou.-“Afinal, ele convidou você. E se o convite continuar de pé?”


Eu encarei a garota surpresa.


Só faltava eu pesar, novamente, os pós e contras.


Só faltava eu decidir.


Afinal, a minha vida estava mudando.


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Eu já sabia o que eu iria fazer.


Eu iria fugir com ele.


OK.


Eu ainda sinto náuseas quando eu penso que eu vou fugir com Draco Malfoy.


Eu ainda sinto calafrios só de pensar o que aconteceria comigo (e com ele) se nos achássemos, mas eu acho que isso é o certo.


Era o que eu pensava quando eu entrava na cozinha pronta para encarar Draco Malfoy...


Se Draco Malfoy estivesse lá.


CONTINUA...


Escutando: Hook me up- The Veronicas. (OK... a maior parte do cap, eu escrevi ouvindo Tchaikovsky XD).


N/a:Olá a todos!


Eu sei, o cap está menor do que os outros, mas se eu aprofundasse mais um pouquinho, eu acho que eu demoraria mais uns quatro dias ( a que está demorando para escrever).


Na verdade, eu quero terminar A espiã até janeiro, mas como eu estou prevendo uns três ou quatro caps pela frente, é bem provável que eu consiga.


Bom, a Gina recusou a princípio (alguém achava que ela iria aceitar de primeira?).


E depois teve Carmen (infelizmente, eu não posso mostrar a briga entre a Carmen e o Dino já que é a Gina que conta essa história e tudo o mais, mas quem sabe não saí uma short sobre os dois?) e um final que provavelmente ninguém gostou (tá, eu gostei, mas acho que isso não conta, né?)


Ah sim, Draco Malfoy falando que é idiota me fez ter um ataque histérico aqui (e vontade de socar a Gina oO).


Agradeço à Dóris Black (você leu um trechinho do cap né? Espero que tenha gostado, fã número 1), Gabriela Slytherin e Nandinha Evans Potter.


Muito obrigada mesmo!


O cap, no fanfiction, foi dedicado a Lily Weasley Malfoy por causa da capa HOT q ela fez da Espiã. Quem estiver interessada em ver a capa, é só colocar o /~anaisa (depois de fanfiction.net óbvio) e lá está o endereço!


Agradeceria muito se vocês comentassem!


Beijooos


Anaaa

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