Tentando entender(3ºdia).
Cap6.:Tentando entender(3ºdia).
Eu não dormi.
Eu sentei na minha “cama” e comecei a fazer a tarefa de Transfiguração. Só que os meus pensamentos não estavam na parte em que eu tinha que explicar como que eu mudo água para vinho.
Não. Meus pensamentos estavam NELE.
Tá, precisamente, naquele beijo. Naquele beijo que fez com que eu me arrepiasse toda, que sentisse borboletas no meu estômago.
Ou seja, o mesmo sentimento que eu tive quando o HARRY me beijou.
Só que pela primeira vez.
Ah, Merlim. O Harry. Eu estou namorando o Harry. E eu, há três horas atrás, traí o meu namorado no primeiro dia que nós voltamos.
Gina Weasley, a traidora.
Entretanto, eu não posso ser considerada uma traidora. Afinal, não fui eu que Draco Malfoy beijou. Foi a Valkiria Proust.
E, mesmo que eu seja nesse exato momento a Valkiria Proust, ele NÃO acha que a garota que deu um ultimato nele seja eu. É, euzinha. Virginia Weasley. Então, tecnicamente, eu não traí Harry Potter.
Bom, então alguém me explica...
POR QUE EU NÃO CONSIGO PARAR DE PENSAR NO BEIJO? E TAMBÉM EM DRACO MALFOY?
Não, não me explica. Porque eu acho que eu não vou agüentar saber a verdade.
Enquanto isso, Harry Potter está na Torre da Grifinória dormindo serenamente sem saber que eu meti um par de chifres...
Ah, meu Merlim.
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Eu odeio o tempo.
Afinal,eu estava super atrasada, pois como fui dormir as três da manhã,não consegui acordar às sete. Por isso eu não estava com maquiagem e usava o uniforme mais amassado da Sonserina.
Pude escutar Draco Malfoy e Blaise Zabini me chamando, mas simplesmente ignorei.
Afinal, eu teria meia-hora para trocar de roupa, mudar a cor dos meus olhos e... não sei mais o que eu tenho que fazer. Não sei mesmo.
“Cruzes, Gina.”-disse Carmen, quando eu cheguei.-“Você precisa pentear essa peruca.”
“Eu não tenho tempo.”-falei, enquanto entrava numa cabine e a garota jogava o meu uniforme.-“Eu estou super atrasada, eu não fiz a maquiagem e, droga, não estou conseguindo lembrar o feitiço para mudar o meu olho.”
“Calma.”-disse Carmen.-“Passa a peruca.”
Joguei a peruca, rapidamente, para a garota.
Foi então que eu me lembrei.
A minha bolsa.
Ela estava com Luna.
Tem mais alguma coisa ruim para acontecer comigo??
Por que se tiver, por favor, manda logo!!!
Saí da cabine e consegui lembrar do feitiço para mudar os olhos.
“Pronto.”-disse observando os meus olhos castanhos. Comuns.-“Agora eu tenho que achar a Luna.”
“Por que?”-Carmen me perguntou.
“Tenho que pegar a minha bolsa.”-eu expliquei rapidamente.-“Explico para você na aula. A gente se encontra lá. Tchau.”
E saí correndo que nem uma louca.
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“Gina.”-Luna Lovegood falou.-“Tenho uma entrega para você.”
“É a minha bolsa, não é?”-disse, meio exasperada.
“Como você sabe?”
Ah, Merlim, o que eu vou responder?
“Bom, a minha alma loira, você sabe, voltou para o meu corpo e avisou que você estava com a minha bolsa...”
“Ah.”-fez Luna, como se estivesse entendido tudo,ela então, puxou a minha bolsa e me entregou.-“Toma.”
“Luna...”-eu comecei.-“Eu te adoro muito.”
Mas antes que eu saísse correndo para a aula de Herbologia, peguei duas torradas que estavam em cima da mesa da Lufa-Lufa.
Eles apenas me olharam como se eu fosse maluca, mas teria que ignorá-los.
Três minutos para chegar na estufa...
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“Tá difícil falar o que aconteceu para você perder o horário?”-escreveu Carmen, num pedaço de papel no meio da aula de Herbologia.
Como era apenas teoria e eu não estava com muita vontade de prestar atenção, respondi:
“Não aconteceu nada. Eu só tentei fazer o meu dever de Trasnfiguração e escrever a reportagem.”
“Por que será que eu acho que não foi isso?”
“Ah, e eu também fiquei pensando no que aconteceu ontem. Você sabe, eu e o Harry voltamos.”
“Gina... eu tenho que te contar uma coisa.”
“O que é? É sobre o Harry? Ele tá bem?”
“O Harry não voltou ontem para a Torre da Grifinória.”
“Quem te falou isso?”
“A Romilda Vane.”
“Ah, então é verdade. Para onde que ele foi?”
“E o seu irmão e a Hermione Granger também desapareceram.Não me pergunte onde que eles estão... porque eu não sei. Ah, e as pessoas também estão desconfiando de você. Ou melhor, as meninas do nosso dormitório.”
Guardei o bilhete porque a Prof. Sprout começou a nos encarar.
Eu ainda estou processando as informações.
Seria pedir muito que o Harry me procurasse? E me levasse junto?
Não, ele não pode fazer isso. Ele não pode agir de maneira diferente.
É, ele tem que ser o filho da mãe que engana uma panaca. E eu sou a panaca como sempre.
Eu me odeio.
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Todos estão comentando.
“Ah, Gina.”-disse Carmen, quando nós saímos da aula de Herbolagia.-“Não é tão ruim, quanto você pensa.”
Não é tão ruim. Imagina. Você é abandonada no seu SEGUNDO dia de namoro? É, não é tão ruim.
“Vai que ele tá querendo fazer uma surpresa para você...”
Caramba, o que a Carmen pensa que eu sou? Uma idiota?
“Ele não está querendo fazer uma surpresa para mim.”-eu disse, com convicção.
E quer saber? A minha culpa por ter sido beijada por Draco Malfoy e, ah, Merlim, eu não estou dizendo isso, e ter gostado desse beijo está simplesmente desaparecendo.
Eu não me culpo mais.
“O que você vai fazer?”-a garota perguntou, tentando, eu acho, me animar.-“Porque a gente pode matar as duas últimas aulas.”
“As nossas duas últimas aulas são de poções.”-eu falei, dando uma careta.-“Eu vou para o Salão Comunal da Grifinória, tenho que guardar esses livros e pegar os de amanhã. Vai almoçando que eu já volto.”
Na verdade, eu queria ficar sozinha.
Queria entender o que estava acontecendo. Afinal, tantas coisas começavam e ao mesmo terminavam na minha vida que eu estava totalmente confusa. Totalmente.
No meu caminho, eu vi. Blaise Zabini.
Entretanto, eu acho que ele não sentia nada enquanto eu passava. Afinal, eu não estava usando o meu uniforme apertado, a minha peruca e os meus olhos irresistivelmente azuis. Não, eu estava sendo... apenas eu mesma.
Então, sem esperar nenhuma palavra vindo dele, continuei o meu caminho.
“Triste por ter sido abandonada pelo Potter, Weasley?”-perguntou Zabini, naquele tom zombeteiro.
Resolvi ignorar, mas ele estava ao meu lado e continuava falando:
“Ou então, você está aliviada?”
“Eu estaria aliviada, Zabini.”-eu comecei, com mau humor.-“Se você saísse de perto de mim.”
Ele parou e com uma sobrancelha levantada, disse:
“Você está me lembrando de alguém.”
“Uau.”-eu falei, irônica.-“Você está lembrando de alguém? Não, não fala que é mais uma de suas amantes.”
Enquanto eu parecia apenas estressada com o garoto, o meu coração batia acelerado. Não, ele não poderia juntar Valkiria Proust. Nunca.
E, do nada, Blaise Zabini me deixou sozinha do corredor.
Muito suspeito. Muito mesmo.
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Entrei no Salão Comunal e me deparei com Dino Thomas.
“Ah, meu Deus.”-falei, enquanto tentava subir correndo para o meu antigo dormitório.-“E eu pensando que estava livre de você...”
“Não esperava te encontrar aqui.”-ele comentou.-“Mas já escreveu a matéria? E o diário?”
“Eu vou fazer hoje. Não sei porque você não aceitou a primeira matéria...”
“Você não foi imparcial. E nem sutil.”
“Eu preciso ser sutil, Thomas?”-pergunto, meio histérica.-“Afinal, eles não vão ler a minha matéria...”
“Eles podem ser da Sonserina, mas as notícias correm.”-Dino disse, sério.-“E você deveria perceber isso.”
“Perceber o quê?”
“Que todos estão falando de você. E de Harry.”-ele comentou.-“Ah, você sabe, que ele sumiu que vocês voltaram e que, parece, você foi chutada.”
Depois o Thomas vem falar de sutileza. Para mim.
“Espera aí.”-falei, um tanto confusa.-“Quem está sabendo disso?”
“Romilda Vane e Lilá Brown?”
“Ou seja, a escola inteira.”-completei.-“Mas não é verdade.O Harry não me chutou... ele só saiu.”
Sem me avisar para onde foi. Sem deixar que eu pudesse pedir desculpa pelo beijo. Sem poder se encontrar comigo.
“Você deve saber...”-ele começou.-“Que todos comentariam a volta do Casal Perfeito.”
Casal Perfeito.
É, eles acham que eu e Harry somos o casal perfeito. Na verdade, eles acham que o Harry Potter é o par perfeito, entretanto, eu não estou achando isso. Não nesse momento.E muito menos quando ele me deu um fora com a desculpa de não poder ficar comigo.E todas às vezes que ele me falou que nós não poderíamos porque eu seria o alvo de Você-sabe-quem.
O que, para mim, é uma grande furada. Você-sabe-quem acaba escolhendo. Não importa se você é uma Weasley, um Thomas, um Creevey ou qualquer coisa do tipo. Depende da sua sorte ou a falta dele.
“Nós não somos o Casal Perfeito, Thomas.”-falei, com mágoa na voz.
“Você tá bem, Weasley?”-ele me perguntou, enquanto eu tentava subir as escadas, mas Dino Thomas segurou o meu braço e fez com que eu o encarasse.
“Eu estou.”-falei, tentando esconder que eu estava morrendo por dentro (meio exagerado, mas é como eu me sinto. Morrendo aos poucos. Parecendo que eu conquistei o que eu mais queria... para ficar com isso por apenas um tempo muito curto).-“Pode ficar tranqüilo.”
“Você não parece bem.”-ele disse, se aproximando, mais um pouco.-“O que está acontecendo? É por causa do Harry?”
“Não, não é por causa dele.”-eu disse, juntando forças.-“Agora me solta, ok?”
Ele largou o meu braço, rapidamente, e, então, eu pude subir para o meu dormitório.
Tudo aquilo estava pesando em cima de mim. Eu não estava agüentando. Entrar na Sonserina, beber firewhisky, encontrar Draco Malfoy na cama, beijar Draco Malfoy, acordar, me maquiar, perceber que eu estava na Sonserina, perceber que eu teria que fugir dos meus “amigos”, usar o meu uniforme, me certificar que eu não tinha nenhum vestígio de Proust... tudo estava fazendo a minha cabeça rodar. Tudo mesmo.
Entrei no dormitório e comecei a pegar os livros que eu usaria no dia seguinte,então,olhei para o meu dormitório, para as minhas cortinas de veludo vermelho. Para o meu armário, para as roupas que eu não usaria tão cedo.
Então, deitei na minha cama e pude ver que Carmen estava ali, no dormitório também.
“Eu sabia que você não ia voltar logo.”-a garota falou.-“O que diabos está acontecendo com você?”
“Nada.”-falei, tentando manter a voz mais controlada que eu podia.
“Gina...”-ela falou, enquanto me observava daquela maneira incômoda.-“Eu posso ser a garota que entrou em Hogwarts no segundo ano, que apareceu com aquelas cicatrizes horrorosas no rosto,que era ignorada por todos, mas saiba, que eu percebo muito bem quando as coisas estão erradas. E quando alguém está mentindo para mim.”
“Ah, meu Merlim.”-falei, meio exasperada, já me levantando.-“Não está acontecendo nada. Vamos descer, ok? Eu quero ver se consigo arranjar alguma coisa e...”
Então, Carmen me mostrou um pequeno prato, onde tinha um pedaço de pão e umas almôndegas.
“Tó.”-ela falou, me estendendo o prato.-“Você não vai achar nada. Eles já devem estar servindo a sobremesa.”
“Muito obrigada.”-falei. A Carmen é realmente fofa. Realmente mesmo.
“Come e me conta o que está havendo.”
Mordi um pedaço da almôndega e falei:
“Eu fui beijada...”
“Pelo Harry. Eu já sei sobre isso.”-ela falou, cansada. Tá, eu repeti esse mesmo assunto no jantar...pr umas dez vezes.
“Pelo Malfoy.”-eu corrigi, rapidamente.
“O quê?”-ela perguntou, berrando bem no meu ouvido.
“Draco Malfoy e eu nos beijamos.”-eu disse, enquanto tentava comer um pedaço de pão, mas os meus dedos tremiam.
“Ah, meu Deus. Eu não acredito. Eu simplesmente não acredito!!!”-Carmen disse, ofegante.-“Me conta o que aconteceu.”
“Você não vai começar com o discurso do tipo: o que você pensa que está fazendo?”-perguntei incrédula.
Ela fez um gesto com as mãos e comentou:
“Lógico que não. Eu não sou Hermione Granger, tolinha.”
Dei uma risada.
“É, você não é Hermione Granger. Não mesmo.”
“Ótimo que você percebeu.”-disse Esperanza, mexendo no cabelo.-“Agora me conta como foi.”
“Foi... estupidamente fantástico.”-falei, um tanto triste.
“Ele, tipo, te beijou, te grudou na parede ou algo do tipo?”
“Er... É, foi algo desse tipo.”-eu falei, envergonhada.-“Só tem um probleminha.”
“Problema? Você enxerga problemas enquanto você tem Draco Malfoy ao seu dispor?”-perguntou Carmen, me encarando estupefata.-“Puta merda!!! Gina, você não tá entendendo. Você beijou Draco Malfoy. Você, Virginia Weasley.”
“Esse é o meu problema.”-retruquei, não tão feliz como a garota a minha frente.-“Ele não acha que está beijando Virginia Weasley. Ele acha que está beijando a Valkiria Proust.”
“Você é a Valkiria Proust.”
“Eu não sou Valkiria Proust, por Merlim!!!”-eu disse, tentando não parecer tão... desesperada.
“Você está sendo. Pelo menos todas as noites. E no início, do início da manhã, mas está sendo.”
“Sabe o que está parecendo?”-eu falei.-“Que estou encarnando demais essa garota.”
Ela apenas me fitou, meio preocupada.
“Você já tentou se afastar do Malfoy?”-ela me perguntou.-“Ah, meu Merlim, eu não acredito que estou falando algo desse tipo.”
“Já!”-eu berrei, desesperada.-“Falei que eu não seria a outra, falei que eu só ‘ficaria’ com ele... se ele terminasse tudo com a Pansy Parkinson.”
“E ele fez isso?”
Apenas assenti com a cabeça.
Ainda estava mastigando o último pedaço de pão, quando senti um travesseiro na minha cara.
“Se está tudo livre por que você não tira uma casquinha?”
Eu não acredito nisso.
“Hey!”-eu falei.-“Quem que falou sobre afastar de Draco Malfoy?”
“Só você.”-disse a garota, dando um suspiro.-“Só você para querer ficar longe...”
“Carmen, você é drogada? Pelo amor de Merlim, ele só quer se aproveitar...”-comecei a falar.
“Isso é o que você acha.”-interrompeu a garota.-“Pensa, Gina, se a Proust durante todo esse tempo não conseguiu com que o Malfoy se separasse da Parkison, como você conseguiu em dois dias?”
Eu parei.
Ela não pode estar insinuando.
“A não ser que Draco Malfoy viu algo em você... diferente da Proust.”
“O fato de eu não ser uma puta?”-arrisquei.-“Porque isso que Valkiria é. Uma puta.Sério, eu não sei com quantas pessoas ela já ficou. E eu não quero saber.”
“É, você é muito pura perto dela.”-concluiu a garota, rindo.-“Talvez essa sua, ahn, pureza fez com que Draco Malfoy ficasse caído por você.”
Foi a minha vez de jogar um travesseiro nela.
“DRACO MALFOY NÃO ESTÁ DESSE JEITO!”-berrei.
“Ah, ele está.”-disse a garota.-“Mas acho melhor a gente parar de falar isso. Sabe, a aula do Slughorn.”
Dei um pulo.
Aquele gordo vai nos matar.
“Nós estamos atrasadas.”-disse, com um gemido.-“Eu não posso me atrasar... Não posso mesmo.”
“Só por que você não está indo tão bem em Poções?”-ela perguntou, enquanto eu me levantava rapidamente e pegava a minha bolsa.
“O gênio em Poções é você.”-retruquei, enquanto nós duas saíamos correndo do dormitório.
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“Podem começar.”-era o que Slughorn disse, quando nós entramos rapidamente na sala.-“Senhorita Weasley, senhoria Esperanza, espero que tenham alguma justificativa pelo atraso.”
Apenas dei de ombros. Enquanto pude escutar a risada cheia de escárnio de Stephanie Allen.
“Por hoje passa.”-Slughorn falou.-“Dez pontos a menos para a Grifinória.”
Sentamos na mesa de costume, aquela bem no fundo da Sala. Abrimos os nossos livros e Luna falou:
“Conta para mim, Gina. A sua alma loira está te dando problemas?”
Ah, meu Deus. Eu não posso estar escutando isso.
“Ehr... Mais ou menos isso.”-falei, tentando ignorar que Carmen estava quase rindo.
Ninguém gostava muito de Luna Lovegood. Talvez por ela parecer um pouquinho excêntrica... mas eu a adorava. Na verdade, a Luna era uma pessoa bem legal, exceto quando ela começa a falar sobre criatura que ninguém vê.
“Ah, eu posso te dar um amuleto, sabe?”-ela começou.-“Para ajudar a sua alma loira fixar no seu corpo.”
“Ahn, depois.”-eu disse, ainda confusa.-“O que a gente vai fazer?”
“Aquela poção.”-e ela mostrou o quadro.
Quase cai para trás.
Era... gigante.
“Droga.”-disse, enquanto Carmen, rapidamente acendia o fogo do seu caldeirão.-“Luna... qual passo você está?”
“Ah, no quinto.”-disse a garota, ainda com aquele tom sonhador.
Acendi rapidamente o fogo, coloquei o caldeirão e comecei a picar todas aquelas ervas. Eu tinha o quê? Uma hora e meia para tentar fazer aquela poção que tinha uns trinta passos...
Ah, meu Merlim. Eu acordei com o pé esquerdo. Só pode ser isto.
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“Gina... não foi tão ruim assim.”-disse Carmen, quando nós saíamos da aula de Slughorn.-“A sua poção...”
“Apenas queimou!”-eu falei, histérica.-“Como que eu deixo a minha poção queimar? Hein? Como que ela fica preta se era para ficar transparente que nem água?”
“Ah, você vai se sair melhor.”-disse a garota, dando uns tapas amigáveis nas minhas costas.-“Por que você não aproveita e vai para a Sonserina?”
“Nossa... esse é o jeito de me deixar feliz?”-perguntei, irônica.-“Por que você não tá conseguindo.”
“Gin, você tem que colocar as suas forças em Draco Malfoy.”
Meu Deus.
Ela bebeu firewhisky. E puxou uma. Não pode ser.
“Esperanza.”-eu falei, colocando as minhas duas mãos em seus ombros.-“O que você fumou?”
“Weasley.”-ela disse, colocando também as suas mãos nos meus ombros.-“Estou tentando colocar um pouco de... sanidade na sua cabeça.”
“Não.”-eu disse, exasperada.-“Você está tentando tirar a minha sanidade, é muito diferente.”
“Ah, Merlim.”-Carmen, falou, enquanto tirava as mãos dos meus ombros.-“Qual é o seu problema?”
“Ahn, acho que eu tenho muitos nesse momento.”-falei, levantando uma sobrancelha.-“Carmen, eu estou namorando Harry Potter.”
“Valkiria Proust está sem ninguém.”
“EU sou a Proust.”
“Mas a Proust não é você.”-retrucou Carmen, tentando tirar as minhas mãos dos seus ombros. Eu acho que ela percebeu que eu ia começar a sacudi-la.
E adivinha se eu não fiz isso?
“Escuta!!! Eu vou voltar hoje para a MINHA casa, para o MEU dormitório. Cansei. Nada de peruca loira, ou maquiagem, ou amassos com Draco Malfoy.”
“Você vai sentir falta se você voltar, Gina.”-ela tentou me avisar, enquanto tentava se livrar de mim.
“Eu não vou sentir falta daquela mão gelada percorrendo o meu corpo. Ou aqueles lábios, ou então, aquele cabelo.”-eu falei, mas eu estava percebendo.
Eu JÁ estava sentindo falta daqueles toques.
Não. Eu estou ficando louca. Só pode ser isto.
“Gina?”-ela perguntou, enquanto, eu estava lembrando daqueles dois beijos.-“O que você está pensando?”
“Ah, meu Merlim.”-eu falei, tentando parecer normal.-“Em Draco Malfoy.”
O que diabos está acontecendo comigo?
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“Contrabando de bebida.
Por: A espiã.
Pode parecer estranho, mas a minha missão é descobrir o que acontece em uma certa casa que, infelizmente, não é a minha. Sim, estou em uma casa diferente, convivendo com pessoas que não conheço direito e... percebendo que existem coisas inimagináveis acontecendo.
E uma dessas coisas... é contrabando de bebidas alcoólicas. Tipo, firewhisky...”
Ficou uma porcaria.
Não adiantava estar com uma peruca loira, com os olhos azuis, com o uniforme desconfortável da Sonserina.
Ou melhor, não adiantava estar na Sonserina.
Afinal, o que adianta estar naquele lugar se nem uma matéria eu conseguia escrever?
“Uau.”-disse Zabini, parecendo surpreso.-“Valkiria Proust escrevendo? Seria uma carta de amor...para mim?”
Comecei a rir.
“Por Merlim!”-eu falei, tentando parar de rir.-“Não!”
“Você me magoa desse jeito, Val.”-ele disse, sentando ao meu lado.-“Posso ler o que você está escrevendo?”
“Não.”-digo, em pânico.-“É muito... íntimo.”
“Não me diga que você está escrevendo as suas experiências...”-ele diz, em tom malicioso.
“No que interessa?”-pergunto, enquanto fecho o diário que ganhei de Thomas.
“Quero saber se eu estou nos seus relatos.”-ele diz, enquanto se aproxima mais um pouco.
“Ah, você só vai saber... se algum dia eu publicar isso daqui.”-digo, apontando o diário.-“Enquanto isso, Zabini. É melhor você tirar o seu cavalo da chuva.”
“Ah, se o seu livro for tão bom quanto o Kama Sutra... pode ter certeza que eu compro.”
Alguém me explica por que todas as conversas da Sonserina... acabam em sexo?
“Se você comprar... eu te dou o meu autógrafo.”-eu disse, sorrindo de um jeito... que fez com Zabini se derretesse ainda mais.
“Uau, faz tanto tempo que eu não vejo você sorrindo.”-ele diz, ele então toca o meu rosto e sussurra no meu ouvido.-“Eu posso te fazer sorrir ainda mais.”
Rapidamente, levantei do sofá onde nós estávamos e disse:
“Vou descer.”
“Descer?”-ele perguntou.-“Você quer dizer que vai descer para jantar?”
Apenas assenti com a cabeça.
“Val, são seis e meia da tarde.”
“E daí?”-eu perguntei.-“Não posso ter fome? E eu também tenho que procurar a Allen e o McFair.”
Na verdade, eu sabia muito bem que eles estavam no dormitório. Fazendo você-sabe-o-quê.
“Deixa aqueles dois...”-Zabini falou, se levantando também.-“A gente também deve aproveitar sabe? O Draco não está aqui para interromper a nossa escapulida.”
Mas antes que ele me abraçasse ou fizesse qualquer coisa, Draco Malfoy entrou no Salão Comunal.
Não sei o motivo, mas senti... alívio.
“Falando no diabo.”-eu disse, dando um sorrisinho.-“Oi, Draco!”.
Ah, meu Deus. Eu estou animada. Meu tom está mostrando que eu estava desesperadamente a procura dele, mas eu não estava. Eu juro.
Ok, agora eu estou jurando em falso. Eu vou para o inferno.
Espera, eu já ESTOU no inferno.
“Tentando fazer alguma coisa, Zabini?”-Malfoy perguntou, com a sobrancelha levantada.
O negro apenas praguejou:
“Mas que bosta, Draquito. Quando nós íamos dar aquela escapulida.”
Espera.
“Nós não íamos dar uma escapulida, Zabini.”-eu disse, séria.
Draco Malfoy deu um sorrisinho zombeteiro e disse:
“Não é o que parece, Blaise.”
“Poxa, Val.”-ele falou, parecendo chateado comigo.-“Você não pode concordar comigo... nem uma vez?”
Dei um suspiro e falei:
“Francamente!”
“Você me decepciona, Valkiria Proust.”-ele disse, enquanto se sentava na poltrona.-“Eu acho que eu vou procurar conforto em outro lugar...”
“Procura na Parkison.”-eu sugeri e, no momento seguinte, encarei Draco Malfoy.
Ele não se mexeu.
Ah, meu Merlim! Eu não acredito nisso. Não acredito mesmo.
Será que está tudo acabado?Acabado mesmo?
“Pode deixar, o Draquito deu um pé nela, mas acho que a cotação da garota ainda está alta.”
Meu Deus. Que insensível.
“Se você quer ficar com os meus restos, Zabini.”-comentou Draco Malfoy.-“O problema é todo seu.”-e ao dizer isso, ele me puxou e nós subimos as escadas para o... dormitório dele.
“Malfoy...”-eu falei, enquanto subia as escadas, só que ele parou e antes de chegarmos ao seu dormitório, ele disse:
“Valkiria, eu quero você.”-e, logo em seguida, ele me beijou.
Tentei me apoiar no corrimão da escada, afinal, eu não tinha a mínima vontade de cair, mas tudo ficou diferente, quando Draco Malfoy colocou a sua mão gelada nas minhas costas...eu perdi o chão.Totalmente.
Enquanto uma mão estava nas minhas costas, a sua outra estava na minha cintura, me segurando de um jeito possessivo.
Eu ainda estava surpresa pelo beijo, mas logo comecei acompanhá-lo. Minha mão bagunçava aqueles cabelos, enquanto a outra segurava o seu braço.
Ele parou o beijo.
Encaramos um ao outro.
E nos beijamos novamente.
Era incontrolável e ao mesmo tempo impressionante. Como ele conseguia fazer eu me sentir daquele jeito?
Miguel Corner?
Dino Thomas?
Harry Potter?
Eles não conseguiriam competir.
Quando nos separamos, Draco Malfoy mordiscou o meu lábio e sibilou:
“Quando eu falei que o seu beijo estava diferente... eu quis dizer que estava muito melhor.”
Não respondi. Apenas o abracei e ele começou a beijar o meu pescoço.
Entretanto, na minha cabeça, pensamentos loucos começavam a aparecer.
Eu não podia acreditar numa cantada daquele tipo.
Mas foi tão perfeito quando ele falou isso.
Não posso me enganar.
É Draco Malfoy.
Ele só quer fazer o você-sabe-o-quê com ele.
Mas quem diz que eu não quero fazer o você-sabe-o-quê?
Eu não posso fazer isto!!! A minha flor é do Harry.
O Harry perdeu a minha flor quando ele me deixou aqui no castelo. Sem falar nada.
“Valkiria...”-ele começou,com a voz rouca.-“Eu entendo se você não quiser entrar.”
Tá, pela cara dele, ele fingia que entendia. Porque, ao meu ver, ele queria muito que eu entrasse, mas eu vou me conter.
Vou ser uma pessoa controlada,pela primeira vez na minha vida.
Eu vou dizer não.
“Eu entro.”-disse, de supetão.
Ah, merda! Por que eu disse que entrava?
“Você entra?”-ele perguntou surpreso.
“Eu entro.”-disse, não muito decidida.
Ele, sem falar mais nada, apenas me puxou e abriu a porta do seu dormitório. Quando entramos, ele pegou a varinha e disse um feitiço para trancar a porta.
Onde que eu me metera???
“Draco.”-eu disse, rapidamente.-“A gente pode conversar?”
“Lógico que sim.”-ele falou, enquanto tirava a gravata e estava prestes a tirar a camisa.
“Vamos conversar... vestidos.”-eu falei, enfatizando a última palavra.
“Valkiria...”-ele começou, impaciente.-“Por que a gente vai conversar se nós podemos fazer uma coisa bem melhor?”
“Eu não vou fazer isto.”-retruquei impaciente.-“Não aqui.”
“Como?”-ele perguntou, tentando parecer educado.
“Não na sua cama!!!”-eu disse, a apontando.-“Não na cama onde você fez um monte de coisa com a Pansy.”
Ok, eu estou parecendo uma louca.
“Como se você não tivesse feito nada naquela cama.”-ele comentou, rabugento.-“E se a gente fizesse na cama do Zabini?”
Meu Deus.
O que ele tem na cabeça?
“NÃO!”-eu falei, com nojo.-“Francamente, Draco Malfoy...”
“Valkiria, o que aconteceu naquela viagem?”
Falar: eu virei Virginia Weasley? Não, não é a coisa mais... bonita, não acha?
“Nada.”-eu disse.-“Por acaso eu estou diferente?”
“Sim, parece que você voltou virgem.”-ele falou.-“Onde está aquela Valkiria que topava fazer tudo?”
Eu não quero saber o que significa esse tudo.
Não quero mesmo.
“Então, é assim, Draco Malfoy?”-eu me vejo,falando, que nem uma louca.-“Você prefere a antiga Proust?”
Draco Malfoy encara o chão e diz, depois de alguns segundos:
“Ahn, sim?”
Resposta errada, Draco Malfoy.
Resposta MUITO errada.
“Você.”-eu falei,furiosa.-“Falou que o meu beijo estava muito melhor! O que você tem na cabeça?”
“Sexo?”-ele arrisca, então, me encara, sério.-“Valkiria, o seu beijo está muito melhor, mas você sabe que uma pessoa, tipo eu, não pode ficar sem.”
Era a gota d’água. Então, andei em direção até a porta e falei:
“Quando você largar de ser um viciado em sexo, Malfoy, você me procura.”-e tentei abrir a porta.
Só que, óbvio, ela estava trancada.
“Abre a porta.”-mandei, nervosa.
“Ou você vai fazer o quê,Valkiria?”-ele perguntou, com aquela voz.
“Alorromora.”-disse e a porta abriu.-“Eu mesma abro.”
“Valkiria.”-ele berrou, só que eu já estava descendo as escadas, estressada.
Eu não quero me aproximar mais de Draco Malfoy. Aquele problemático, se ele quer fazer sexo ele que procure Pansy Parkinson ou qualquer outra garota puta.
E por falar em Pansy Parkinson ela estava ali. Na minha frente.
“Aquela vaca!”-e apontou para mim.-“É, foi ela. Aquela vaca.”
“O que eu fiz?”-perguntei, automaticamente.
“Você... roubou o Draquinho de mim.”
“Ah, foi isso?”-perguntei, com raiva.-“Então, engole aquele filho da mãe.”
E saí do Salão Comunal da Sonserina.
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Normalmente, quando as pessoas saem correndo de algum lugar é sinal de que elas querem ficar sozinhas.
Normalmente, quando as pessoas saem daquele jeito, elas não querem conversar com ninguém. Nem escutar as pessoas berrando o seu “suposto” nome.
Não. Essas pessoas querem se afastar.
“Valkiria!”-Draco Malfoy dizia, enquanto tentava me alcançar.-“Você quer fazer o favor de parar de correr?”
“Você não entende.”-eu tentava dizer, mas a minha respiração estava muito ofegante.-“Que eu quero ficar sozinha?”
“Mas eu não vou deixá-la sozinha.”-ele retrucou.-“Será que você pode parar um pouco?”
Quando cheguei aos jardins, fui o mais rápido possível para o Lago.
Onde tudo começou.
Quando Valkiria Proust decidiu dar um passeio e cair no Lago. Acho que ela não esperava se afogar e ficar retardada.
“Saí de perto de mim.”-disse naquele meu tom de ameaça.
“Tudo seria mais fácil, Valkiria.”-ele começou.-“Se você pudesse me contar o que está acontecendo com você.”
“Talvez, o problema seja você, Malfoy.”-falei, me virando e o encarando.
“Puta que o pariu!”-ele xingou.-“Você quer que eu espere? Pois eu faço isso, certo? Eu posso esperar um ano ou mais.”
Dei uma risada.
“Você não esperaria um ano.”-eu disse, tentando não rir.
Na verdade, eu estava percebendo.
Eu não poderia sentir nada por Draco Malfoy porque se ele descobrisse quem é Valkiria Proust... ele não gostaria de mim. Nunca mais. Então, não vou me iludir. Já me iludi demais com Harry. Muito mesmo.
“Como você pode saber?”-ele perguntou.-“Bom, eu não garanto nada quanto as minhas possíveis puladas de cerca, mas você...”
Lancei um olhar maligno para Draco Malfoy.
Agora eu entendo porque você nunca deve confiar em garotos. Quando você começa a gostar de algum deles... eles fazem brincadeiras desse tipo.
“Nada de puladas de cerca?”-ele perguntou, assustado.
“O que você acha? Que eu sou Pansy Parkinson?”
“Então, você também não vai me trair.”-ele falou.
O que ele pensa que eu sou?
Uma pessoa que escolhe garotos como troca de roupas?
“Eu sei dar o meu valor.”-apenas respondi isso.
Porém, Draco Malfoy começou a rir e parou rapidamente ao ver que eu não parecia tão feliz como ele.
“É esse o nosso trato?”
Apenas afirmei com a cabeça.
“Ótimo.”-ele disse e me abraçou por trás, fazendo com que eu sentisse aquele perfume que me deixava totalmente louca.-“Vamos deixar desse jeito.”
E, assim, continuamos abraçados por um longe tempo...
Para perceber que estava cada vez mais difícil ficar longe de Draco Malfoy.
CONTINUA...
N/a: Bom, como prometido, eu estou postando na quarta-feira.
Ah, Gabrielly Malfoy:Agradeço e MUITO pelo comentário.
Cap nv? Não sei quando, mas prometo atualizar!
Bjs
Anaa
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