Descobertas



Capítulo III – Descobertas



- Vamos pra aula então? Ainda tenho que me desculpar com a Patty, eu a deixei sozinha no café da manhã! – perguntou levantando-se e estendendo a mão para ajudar a garota.

- Vamos... Claro... – respondeu a garota com um meio sorriso.


Estavam seguindo no corredor até que Yasmin olhou para Remus e pode constatar como o garoto estava com um aspecto doentio.


- Remus, o que está acontecendo? Você está pálido! Ta se sentindo bem? – indagou a garota, preocupada.


- Er... Não... Não se preocupe, Yas... Eu estou um pouco... er... Gripado, sabe? – respondeu o garoto ficando com as orelhas vermelhas, pois essa era a sua primeira reação quando mentia.


-Você tem certeza? Olha se você quiser, eu posso te acompanhar até a Ala Hospitalar... Depois nós explicamos para a Mcgonagall... Ela vai entender.


Ela estava realmente preocupada. Já havia percebido que a saúde de Remus era muito frágil, pois todo mês ele tinha essas indisposições, que embora disfarçadas por ele, não passavam despercebidas por ela.


“Talvez seja genético, não? Todo mês alguém da família dele fica doente também...” – pensou a garota.


- Olha Yas! É serio! Eu não preciso nem de Ala Hospitalar, nem de nada... Jajá isso passa. Olha só a Patty ta logo ali na frente, eu vou conversar com ela, ok? – e depositando um beijo em sua face ele saiu pelo corredor até acompanhar o ritmo de Patrícia e colocou suas mãos em sua cintura, provocando um aperto no peito de Yasmin.


- Mas que raios será que ele faz pra compensar o pouco talento nos beijos, para ter tantas garotas assim hein? – murmurou para si própria, seguindo para a aula.




Na Biblioteca


Lílian tentava praticar um feitiço que James lhe ensinara, há uma hora. Enquanto o maroto apenas a observava com um olhar sonhador. Até que resolveu quebrar o silencio e fazer a pergunta que há muito gostaria de ter feito.



- Lily, por que é que nós não podemos nos dar bem, hein? – indagou o garoto com um biquinho triste.


- Potter, mais será possível que você não vai mais respeitar nem meu horário de estudo com esses seus pedidos baratos? – a garota se levantou – Ora, francamente! Não perde uma oportunidade!


- Lily! Não... – o maroto aumentou seu tom de voz e agarrou o pulso da ruiva, impedindo a mesma de sair do lugar – Lily, por favor! Eu não ia te chamar pra sair, ok? – e sob a cara de descrença da mesma ele continuou – É serio! Senta ai... Eu só quero conversar.



A garota o olhou, desconfiada, mas cedeu e sentou-se, fazendo logo em seguida um movimento de cabeça para que ele dissesse o que tinha para dizer.


- Olho só, eu quero saber por que nós NUNCA nos demos bem, entende? Tudo bem que eu azarava o Caquinha Ambulante, leia-se Seboso, mas poxa... Eu já parei sabe... E por que você ainda me odeia?


- Eu não o odeio Potter! Não mais... Só gostaria que você parasse de me importunar com esses pedidos... De verdade... Você nem sabe o quanto eles me incomodam. – Declarou a garota com muita sinceridade em sua voz.


- Ah Lílian... Me desculpa ta? É mais forte que eu... hehehe – o maroto tinha um sorriso envergonhado. – Olha só... E se eu parasse de pedir pra sair com você? Você aceitaria uma...Trégua? – falou o garoto um pouco receoso, já que quando o assunto era ele Lily se transformava em uma pessoa bem mais irritada.


- Trégua? Sem pedidos para sair? Merlin ouviu minhas preces! – e depois de levantar as mãos aos céus, em sinal de agradecimento ela lhe estendeu sua mão direita – Eu topo Potter! Será que você consegue me provar que já não é mais o grande idiota de sempre? – o olhou de uma forma inquisidora.


- Mais é lógico que eu consigo ruiva... Você está falando com um maroto... Eu não fracasso em nada – sorriu maroto ao perceber o que dissera – exceto com você, né? – e por fim ele pegou a mão que a garota lhe oferecia.


Os alunos à volta se já estavam assustados antes, depois daquilo tiveram seus queixos deslocados, devido à alta queda.


Ver Lílian Evans e James Potter estudando juntos na biblioteca (Madame Pince ficara tão assustada quando vira o dois entrando na biblioteca rindo JUNTOS que nem ao menos os chamara a atenção) em plena harmonia e em seguida a garota oferecer sua mão a ele e nem ao menos se irritar quando ele fez um leve carinho na mesma, definitivamente não era uma coisa que se via todos os dias.


- Vai ficar mesmo me observando assim, Potter? Isso me desconcentra! – a garota já estava rubra. Sentir o olhar do garoto pesar em si enquanto estudava a deixava desconcertada. Achou que depois que eles tivessem conversado ele pararia de a encarar, mais o olhar só ficou mais intenso.


- Me desculpa... Eu vou parar... Er, Lily... – disse o garoto receoso – será que agora que somos amigos você pode chamar-me pelo meu primeiro nome? Esse seu Potter é impessoal demais... Parece que quem está me chamando é a Mcgonagall.


- Hum... É faz sentido... Ok, JAMES... Você venceu! – e a garota lhe deu um sorriso que fez o seu coração amolecer.


- Ok... Vamos estudar agora, não acredito que você ainda não conseguiu realizar esse feitiço. – ele mudara de assunto, pois estava extasiado com o efeito que aquela garota provocava em si.


Pegou em seu pulso e fez o movimento correto de varinha para ela.


- É assim, Lily!


- AAAH! Eu conseguiii! James, você é um anjo! – e assim ela lhe deu um beijo na bochecha em forma de agradecimento, ao que o garoto estremeceu e resolveu dizer que já era hora de irem para a próxima aula, antes que ele fizesse alguma besteira e perdesse novamente a tão sonhada confiança da garota.






A aula de transfiguração correra normalmente... Alias, normal até demais em sua opinião. Já que os únicos marotos presentes eram Remus e Petter. Porem o primeiro sempre levava as aulas muito a serio, e Petter não era do tipo que fazia a balburdia habitual sem Sirius e James, que sempre eram o “cérebro” das traquinagens.


Automaticamente ela começou a se perguntar porque Sirius faltara na aula.


Pensou que, provavelmente ele estaria por ai, se agarrando a alguma garota. Mas ela não concordava com isso, pois se Marlene visse algo, Sirius colocaria sua parte do plano a perder e iria ficar sem a garota que gostava.


“Bruna Balzac, mas que raios você tem a ver com o Black? Pare de se preocupar, o garoto já é bem crescidinho (até demais) pra você virar babá dele!” – Pensou a garota.


Ela assistira às outras aulas com Yasmin, que parecia sonhar ao seu lado, até que quando elas saiam do salão principal, em direção ao lago, depois do término do almoço ela lhe perguntou:


- Posso saber o motivo dessa carinha de boba, Sthendal? Não que você nunca tivesse é, claro! Mas é que hoje ela está mais evidente. – sorriu irônica, adorava provocar suas amigas.


- Pois é amiga... Todos esses seis anos ao seu lado, não me trouxeram bons hábitos! – e depois de receber um tapinha no braço da amiga ela continuou – Eu não estou com cara de boba, Bruh! Só estou mais aliviada... Aquela conversa com o Remus me fez muito bem!


- O Remus lhe fez bem? E desde quando você o chama pelo primeiro nome? Desde quando vocês dois têm uma conversa civilizada? – indagou Bruna com uma face chocada, pois não estava entendendo nada.


- Hehe, ah amiga... Hoje quando eu estava mal foi ele quem me ajudou... E muito viu? Ele é um bom rapaz! Pobrezinho, e pensar que eu o julguei tão mal! – Disse a garota voltando-se para Bruna que a olhava confusa.


- Meu Merlin! Mais que raios está acontecendo? Primeiro Lílian chega na aula cheia de risinhos com o James e eles ainda fazem dupla, agora Yasmin me diz que julgou mal o “pobrezinho” do Remus Lupin? O que mais falta acontecer? – a garota olhava para o céu, quando foi puxada por um par de mãos bem conhecidos.


- Oh! Eu digo o que mais falta então honey: Bruna Balzac e Sirius Black tendo um romance de mentirinha, que não é tão mentiroso assim! – Disse Yasmin sorrindo marota ao ver Sirius puxando Bruna para um canto. Deu risada quando a amiga lhe fez um gesto feio com os dedos, e foi embora para seu dormitório, tirar o uniforme já que teriam a tarde livre.


- Olá “namoradinha”! – Sirius lhe depositara um beijo na bochecha ao que a garota falou:


- Ui Sirius! Mas que susto! – sorriu para ele e continuou – Posso saber onde é que o MEU
NAMORADO estava o dia inteiro? – o olhou com um falso nervosismo.


- Calma, amor eu não tava te traindo! Só tenho olhos para você! – ele lhe deu uma piscadinha marota.


- Ah sim! E pra todas as garotas que tem status “pegável” naquela listinha sua e do James né?


Eles gargalharam juntos, até que Sirius disse:


- Opaa... Agora esquece a listinha... Olha só quem ta vindo ai.


A garota olhou na direção onde o maroto indicara com a cabeça e viu Daniel e seu amigo que abraçara Lily no café da manhã se aproximando.


Como estavam na frente de arvore na margem do lado, ele se sentou e indicou o espaço entre suas pernas para que Bruna se sentasse ali. ( n/a: sabe quando você senta no chão com o seu namorado? Ou no caso dos meninos com as suas namoradas? Não? Rs... ah é assim! Desculpem-me! Não tinha como explicar melhor!).


A garota sentou e Sirius lançou um olhar vitorioso para Daniel, que sentou emburrado no chão com seu amigo e começou a ler um livro.


Sirius brincava com os cabelos castanhos da garota, que tinham um cheiro, em sua opinião, maravilhoso.


- Será que a gente ta se entendendo? – perguntou, fazendo a garota virar o rosto para lhe encarar.


- Não sei! – ela deu um meio sorriso – eu já não sinto mais aquela repulsa de antes por você! Mas talvez seja melhor assim né? Já que nesse mês nós vamos ter que passar tanto tempo juntos...


- É... – Disse ele, pensativo – Eu sempre achei você legal... Rs, mas fiquei mordido quando você me rejeitou naquelas férias na casa do Pontas.


Eles riram ao se lembrarem da cena, até que Bruna se manifestou:


- Sirius, eu não ia dar o meu primeiro beijo em você! Ainda mais depois de você ter dito que só me aturou as férias todas, pois achou que teria sua “recompensa”. – Ela fez uma careta, fingindo estar brava e Sirius fez um carinho com seu dedo indicador em seu nariz.


- Eu era um menino bobo. Bem, se serve de consolo... Aquele também teria sido o meu primeiro beijo. E eu queria mesmo que ele tivesse sido com você... De verdade. – Agora a garota lhe encarava no fundo dos olhos.


- Ah, é? E porque?


- Por que eu gostava de você... – ele sorriu constrangido – Você tinha aquele seu jeitinho de bonequinha, que eu achava lindo... E quando descobri que sua mãe e a mãe do James eram muito amigas eu fiz de tudo e mais um pouco para que ele te chamasse pra ir pra lá! Rs... Mas você feriu o meu orgulho, e eu não podia simplesmente aceitar e abaixar a cabeça né? Afinal eu sou um maroto – Sorriu orgulhoso, enquanto a garota ria de seu jeito convencido.


Estava se aconchegando melhor em seus braços quando sentiu Sirius lhe virar, discretamente e dizer em seu ouvido:


- O Flanders ta vindo aqui... Me beija!


A garota se assustou. Nem lembrava mais da presença de Daniel, mas ela obedeceu ao que lhe fora pedido. Virou-se, e puxando delicadamente o rosto de Sirius, depois de fazer um carinho no local com seus dedos, ela o beijou.


Fora um beijo calmo e cheio de ternura. Sirius tinha se sentido muito bem quando ela colocara aquelas mãozinhas delicadas em seu rosto.


Nunca nenhuma garota havia o tratado de forma carinhosa, sempre se preocupavam somente em desfrutar do beijo aprofundado que o maroto tinha a fama de ter. E ele, que sempre achara que beijo bom era aquele que lhe deixava “aceso” estava descobrindo com Bruna que um beijo também pode ser um carinho, delicado, e que o fazia sentir-se nas nuvens da mesma forma.


- Black! O treino duplo da Grifinória e da Lufa-Lufa! Anda logo, senão você vai nos atrasar – Disse Daniel com um tom de voz amargo.


O casal parou o beijo e Bruna o olhou de forma terna e disse:


- Ah, Flanders! Vai roubar o meu “bebezinho” é? – ela sorriu para o garoto e olhou de forma maléfica para Sirius, que entendeu que ela estava provocando Daniel. Depositou um selinho nos lábios do garoto e se levantou:


- Vai amor! Eu sei que você não vai me trocar por ele – riu divertida


- Mas é claro que não, minha linda... Acha que eu vou trocar uma princesa por um trasgo? – disse logo após se levantar também, e sorriu irônico para Daniel.


Agora fora a sua vez de dar um selinho em Bruna, e antes de sair em direção ao campo de Quadribol com seu ”adversário” e lhe jogar um beijinho no ar ele disse:


- Depois a gente se vê, ok?


Bruna assentiu e seguiu para o dormitório para procurar suas amigas.




Ao término da aula de Herbologia, Lílian, que estava sentada ao lado de James o olhou e disse:


- Bom, eu vou almoçar e procurar as meninas, ok?


Ela já ia pegando seu material e saindo quando James disse:


- Não, espera! – Continuou ao ver que seu pedido fora atendido – O que você vai fazer a tarde? Nós poderíamos ir para o Salão comunal jogar um pouco de Xadrez. O Remus me disse que você joga muito bem... Quero só ver se você me supera! – ele deu uma piscadela para a garota, que o olhou com um cara de riso e confiança.


- Bom, quanto à segunda pergunta, é obvio que eu te supero James! Dãh! Quanto à primeira... Agora à tarde não vai dar. Combinei com as meninas que ia me juntar com elas para nós fofocarmos um pouco! Mas eu vou adorar ACABAR com você à noite.


- À noite?! – Ele bateu na própria testa, e disse: - Ah, Lily... À noite eu não posso... Hoje começa a lua ch... – nesse momento, quando percebeu o que falava ele ficou pálido e apavorado, ainda mais quando Lily o olhou, cheia de dúvidas.


Mas o que ele ia dizer? Que tinha um encontro com uma garota e ela queria ver a lua?


“Droga... eu não posso fazer isso! Eu estou tentando provar pra ela que não sou mais o mesmo de antes e faço isso?” Mas uma vozinha chata em sua cabeça começou a ecoar...


“Talvez seja minha consciência... Não James! Deixe de ser egoísta... Primeiro seus amigos, depois você pensa na Lílian” – o maroto pensou, um pouco chateado e torcendo para que Lílian não visse isso como um erro da parte dele. James sacrificaria tudo por seus amigos... Até mesmo o amor e a confiança de sua ruivinha.


- É que hoje começa a lua cheia, sabe Lily? E... Bem... Eu... Tenho um encontro. E a garota me pediu para irmos até a torre de astronomia para observar a lua... Já que ela é fascinada por isso. – ele disse com amargura e tristeza na voz.


- Ah... Tudo bem James! Não precisa ficar branco desse jeito garoto! Rs não é porque agora somos amigos que você não pode sair com nenhuma garota. Eu só acho errado você trocar de namorada a cada semana e brincar com os sentimentos das pessoas. Bom... – resolveu mudar de assunto já que o garoto ainda não voltara a sua tonalidade normal e encarava os pés como se estivesse com vergonha de algo. – Amanhã eu detono você no Xadrez, ok? – e dando um tímido beijo na bochecha do maroto ela o deixou sozinho na Estufa, e foi almoçar para depois se encontrar com as amigas, com o pensamento de que havia algo errado.


James ainda estava chateado, primeiro por ter sido leviano e quase ter entregado o segredo de um de seus melhores amigos, e também por estar com medo de que Lílian ficasse chateada.


Estava se sentindo culpado, mas havia sido algo fora de suas intenções.


Lílian era extremamente divertida, ele nunca imaginou que a ruiva se parecia tanto com ele quando estava entre amigos. Por trás daquela monitora que visava acima de tudo às regras, existia uma verdadeira “marota”.


Divertiu-se tanto com ela naquele pouco tempo em que resolveram ficar “amigos”, que se sentia conversando com um dos marotos, e acabou comentando sobre a Lua Cheia.


Mas no momento em que ela lhe dera aquele beijo em sua bochecha, um ato que ele jamais esperaria dela, mesmo eles estando bem um com o outro, seu coração se encheu de ternura e paz.


Afinal, pra que ia se sentir mal se Lílian havia acreditado na historia e ainda o tratado bem?
E com esse pensamento ele seguiu para o dormitório masculino, aonde iriam combinar tudo para a noite, pois Remus logo já ia para a Casa dos Gritos.





Estava parada em frente ao Retrato da Mulher Gorda, e ia dizer a senha quando uma voz conhecida atrás de si o fez.


- Mibulus Mimbletonia.


- Oi Remus!


- Oi Yas... Vamos entrar... Preciso falar com você. – eles agradeceram a mulher gorda e entraram no salão comunal, sentando-se nas duas poltronas à frente da lareira.


- Queria te dar tchau antes de ir! – disse Remus.


- Tchau? Porque? Pra onde você vai? – Perguntou a garota, confusa.


- Er... Bem eu... Ah, a minha mãe... Ela não está muito bem sabe, Yas? Então meu pai pediu pra eu ir pra lá também. Ela sente muito a minha falta, meu pai acha que pode ser esse o problema.- disse o garoto com suas orelhas vermelhas, e muito constrangido por mentir para ela.


- Hum... Sim, entendo. Bom, Remus vai lá então... Quando você volta? – perguntou a garota sentindo um leve desapontamento ao pensar quanto tempo ficaria sem ver o maroto.


- Vou ficar em casa uma semana! – e ao ver a carinha triste que ela fez ele continuou – Mas não precisa morrer de saudades, Yas... Afinal, nós voltamos a ser amigos hoje, né? Você nem tem muito tempo assim de convivência comigo pra já não viver sem mim – ele lhe deu uma piscadinha marota, e levantou-se, puxando a garota pela mão para que ela fizesse o mesmo.


- Há... Você é tão engraçadinho, sabia? – perguntou olhando pra ele.


- A verdade é constrangedora não é mesmo? – ele havia sussurrado isso ao ouvido dela, logo após ter puxado-a pela cintura.


Estavam terrivelmente próximos, e ele já não conseguia mais controlar o impulso de beijá-la.


Estava se preparando para selar seus lábios aos dela quando se lembrou do beijo que haviam dado há três anos atrás. E instintivamente ele se afastou.


Não queria sofrer o que sofrera mais uma vez por ter sido rejeitado pela garota que gostava.


Definitivamente, ele era um maroto, e marotos não eram feitos para ouvir a palavra: “não”.


”Exceto James e Sirius, que já estão se acostumando com isso, é claro”.– pensou ele divertido.


- Agora eu tenho que ir, ok? – disse para uma Yasmin com uma face decepcionada.


- Tudo bem! Melhoras para a sua mãe Remus. – a garota ia saindo quando ele lhe puxou pelo braço.


- Tchau minha linda! – e dizendo isso ele lhe deu um beijo no cantinho de sua boca, fazendo seu coração disparar. E ele foi em direção ao dormitório masculino, deixando-a sem reação.


Passado algum tempo, quando já havia se recomposto a garota seguiu seu exemplo e foi para seu quarto.




Quando entrou no dormitório feminino Yasmin estava deitada em sua cama, com um sorriso vago. A garota constatou que Bruna ainda não havia chegado, e entrou no quarto sentando-se na ponta da cama de sua amiga.


- Posso saber o motivo desse sorriso mocinha? – perguntou um pouco confusa com a felicidade da amiga, já que até hoje de manha ela estava chorando em pleno Salão Principal.


- Não é nada Lily! – respondeu Yasmin com um sorriso contagiante, que desmentia o que ela havia dito.


- Hum... Sei... Não teria a ver com um certo maroto com o qual você está intima não? – perguntou Lílian dando uma piscadinha para a amiga.


- Ai Lily! Deixa de ser boba! – disse Yas seria. Até que não agüentou mais e começou a rir.


- Ahááá! Eu sabia Yasmin Sthendal! Pode ir me contando TUDINHOO! – disse Lílian, empolgada.


- Ah... Bom... O Remus veio me dar tchau agora. E bem... Nós... Quase nos beijamos! – completou a garota que por imaginar o quanto estava rubra cobriu os rostos com as mãos.
Ela e Lílian não perceberam que Bruna havia chegado no quarto e escutava tudo da porta.


- O QUE?! Hahaha eu não acredito! Onde esta todo aquele ódio hein Yasita querida? – perguntou Bruna, de uma forma irônica.


Porém, como resposta recebeu uma almofadada.


- Olha só garotas... Mudando de assunto um pouco. Eu estou preocupada com o Remus. – disse a garota mudando sua face de feliz para uma bem tensa.


- Por que? – perguntaram Bruna e Lílian em uníssono.


- Não sei... Acho que o Remus não vai muito bem de saúde. Hoje pela manhã ele estava com uma aparência tão abatida. Estava tão pálido. Eu perguntei o que estava havendo e ele disse que era só uma gripe. Mas eu não acho que seja isso. E poxa... Todo mês ele tem essas indisposições, e elas sempre coincidem com as saídas dele para visitar parentes doentes, por uma semana. Eu realmente penso que tem algo errado nisso. – disse Yasmin


- Olha só, e não é que pra quem o odiava você reparava em bastante coisa não? – declarou Bruna, fazendo as três garotas rirem, e depois concluiu – De fato... Eu já questionei isso com o James uma vez. E vocês já repararam que sempre nessas semanas em que o Remus se ausenta os marotos ficam super estranhos, sempre abatidos, cansados...? Parece que não dormem... Será que isso tudo é saudade do amigo? – perguntou irônica. – Pois eu acho que não!


- É... Eu concordo! – declarou Lílian – alem do mais o James hoje se recusou a jogar xadrez comigo! E não querendo ser prepotente, mas desde quando o James rejeita algum convite MEU? – disse orgulhosa, enquanto as amigas seguravam-se para não rir. – ele veio com uma história de Lua cheia, encontro... Mas ele se enrolou todo! Tenho certeza que estava mentindo. Ou seja, ele tem algum compromisso que não quis revelar. E talvez tenha a ver com isso, não?


- Faz sentido Lily! – disse Bruna pensativa, até que soltou um gritinho empolgado, fazendo as amigas pularem na cama. – Eu tive uma idéia.


E ao olhar de indagação das amigas ela prosseguiu:


- Se eles realmente fazem alguma coisa quando o Remus sai da escola, o Sírius também faz. E bem eu vou até lá agora e ter a nossa confirmação! – Explicou a garota para as amigas empolgadas.


- Mas isso não garante nada, Bruh! Porque ele pode simplesmente dizer que não vai sair com você, oras... – disse Lílian para a amiga.- Mas tudo bem, a gente entende que você quer uma desculpa pra ver o dog! – A garota parou o comentário ao receber um olhar mortal de Bruna.


- Ai é que você se engana, amiga. – Continuou Yasmin – Bruh, presta atenção... Você vai lá no dormitório deles agora, e diz pro Sirius que você ouviu a Marlene, ou Daniel comentando que iriam dar uma volta pelo castelo a noite, e que seria o momento perfeito pra vocês botarem ciúmes neles e blablabla... Não sei, invente algo... Se ele não puder vai inventar alguma desculpa...


- E quanto ao Pettigrew? Como vamos saber? – indagou Lílian.


- HÁ... Aquele ali é mais burro do que uma porta! – Disse Bruna, fazendo as amigas rirem de seu comentário. – Deixa que dele e do Sirius eu me encarregue.


E dizendo isso ela saiu do quarto, depois de mandar um beijinho para suas amigas.





Dormitório dos marotos


- Cadê o Rabicho? Por que raios ele tem sempre que chegar atrasado, hein? – perguntou Pontas, para Sirius.


- To aqui, Pontas... Relaxa... Ainda ta cedo... – Respondeu Petter, entrando no quarto displicentemente e deixando a porta entreaberta.


- É, ainda é cedo, mas uma hora dessas, nosso amigo já ta lá na Casa dos Gritos, passando por aqueles momentos péssimos que ele passa antes das transformações, Rabicho! A gente não pode vacilar! Temos que combinar tudo certo pra que ninguém saia machucado entende? E além do que eu ainda tenho umas coisas a fazer, e você fica ai atrasando a gente. – Disse Sirius, com um tom de voz sério.


- O Almofadinhas ta certo. Sabe do que mais... Eu acho que hoje nós poderíamos levar o Remus pra dar uma volta na Floresta Proibida... Eu sei que depois ele vai ficar muito puto com a gente... Mas não tem perigo. Nenhum louco vai sair do castelo em noite de lua cheia né? – Disse James, mas continuou a receber um olhar inquisidor dos amigos – Exceto nós, é claro.


- Eu concordo com o Veadinho – disse Sirius.


- Eu já disse que é CER-VO! CERVO... Entendeu ow vira-lata? – disse James irritado e depois continuou – E você Petter?


- Er... Eu não acho que seja uma boa idéia. Vocês sabem que da ultima vez que fomos pra Floresta Proibida com o Remus eu fiquei preso naquele galho, e não conseguia voltar ao meu normal. – disse Rabicho, com uma careta.


- Hahahaha – Sirius gargalhava, lembrando da cena. – Ninguém mandou ser burro oras, e se transformar em um bichinho minúsculo. Agora se vocês me dão licença eu vou dar tchau pra Bruh! – completou o maroto, confuso com os olhares maliciosos dos dois amigos.


- Huuuuuuuum... Olha só que coisa... Achei que esse namoro era só de fachada, Almofadinhas... Mas pelo visto me enganei... Já está até dando satisfações para a Bruh? – Perguntou James com um tom de voz maléfico para Sirius.


- Pontas... Por que você não vai caçar sapos para dar a Evans de natal, hein? Quem sabe ela beijando-o não acha o príncipe que ela tanto procura e não vê em você, hãã?! – Perguntou Sirius deixando o quarto vitorioso.




Conforme havia combinado com as amigas, ela estava indo para o dormitório dos marotos, arrancar algo de Sirius.


Estava seguindo atrás de Petter na escada quando, o maroto abriu a porta e deixou-a aberta. A garota podia ouvir que James estava ralhando com Petter pelos seus atrasos.


Quando o menino entrou no quarto ela se posicionou para ouvir melhor. Talvez assim nem precisasse tentar descobrir algo por Sirius, pois eles poderiam dizer ali dentro e ela ficaria poupada desse trabalho.


Ficou ouvindo toda a conversa dos garotos atordoada com o que escutava.


“Remus em uma transformação? Casa dos Gritos? Floresta Proibida em noite de Lua Cheia? Petter se transforma em um animal minúsculo? Mas que raios está acontecendo?” – pensou a garota, até que ouviu Sirius dizendo que a iria procurar e saiu correndo, para que o maroto não visse que ela bisbilhotava a conversa.


Sentou-se em uma das poltronas e observou Sirius vindo em sua direção.


- Oi... – disse ele dando um selinho em Bruna – Nossa... Que cara é essa?! – perguntou o garoto vendo que ela estava com uma feição de quem acabara de ver um monstro.


- Er... Nada Si! To legal... – respondeu para ele, sorrindo amarelo.


- Hum... Ok... Bruh,acho que hoje não vai dar pra gente fazer nada... À noite... – disse o maroto sentando-se no chão, à frente da poltrona de Bruna.



- Ah... – respondeu, fazendo biquinho e sentando-se ao lado dele – E eu posso saber por que não?


- Para de fazer essa carinha de cachorro molhado porque ela me pertence Srta. Balzac – disse Sirius, dando-lhe uma piscadinha, enquanto fazia carinho nas mãos da garota. – Hum... Não... Não pode, sua curiosa!


- Aaah, então é assim Black? Vai esconder as coisas da sua namorada? – disse a garota irônica.


- Não... Porque você não é minha namorada – disse ele chegando perto dela.


- Ah, não sou? Então por qual motivo você ta assim tão próximo, sendo que eu só dou essa liberdade para um namorado? – perguntou Bruna, sorrindo triunfante.


- Por que você é irresistível Bruninha... – sorrindo maroto ele a puxou e deu-lhe um beijo na bochecha.


- Agora eu tenho que ir! Amanhã eu te espero aqui pra descermos pro café da manhã, juntos ok?


- Sim, Senhor Black! – disse aceitando a mão que Sirius lhe oferecia para ela levantar.


- Hey Bruh... – disse o maroto de forma terna, já a meio caminho da porta do retrato, fazendo a garota olhar para trás. – Se cuida!


- Você também Sirius... O quer que seja que você estiver aprontando... Tome cuidado. – murmurou pra si mesma, já que Sirius já havia deixado o Salão Comunal.




Bruna entrou no quarto, fazendo um estrondo com a porta e ao passar ela encostou-se nela, ofegando, pois havia saído correndo, para logo contar o que havia escutado para as amigas.


- Merlin! Que raios está acontecendo Bruna?! Elefantes invadindo a escola e pisoteando todo mundo? – indagou Lílian com uma das mãos no peito, em sinal de nervosismo.

- Não... Mas, quem sabe o Remus não se transforma em um, já que seria totalmente o oposto do Pettigrew que se transforma em um animal bem pequenininho – disse a garota atropelando as palavras.

- O REMUS SE TRANSFORMA EM O QUE? – Yasmin agora havia pulado da cama e olhava desesperada para Bruna.

A garota relatara a conversa dos marotos, e a cada palavra que ela dizia Lílian ia perdendo o pouco de cor que tinha na face.

- Meu santo Deus! – disse a garota, fazendo com que Yasmin, que não havia chegado a nenhuma conclusão também ficasse da cor de seu lençol branco.

- Lílian Evans, o que raios você está pensando? – Perguntou Yas, apavorada, e ao receber de Lily um olhar preocupante, ela chegou mais perto de sua amiga e a chacoalhou pelos ombros, em sinal de puro desespero. – Fala Lílian! Por favor...

- Yas... O-o-o qu-que acontece... É qu-que... Nós fomos muito obtusas todos esses anos! Yas... O Remus se ausenta da escola, mensalmente, por uma semana... E essa semana... Cai sempre... Na lua cheia! – Disse Lílian, abaixando a cabeça.

Bruna, instantaneamente soltou uma exclamação e levou as mãos à boca.

- Você ta querendo dizer que o Remus é um... – Começou Yasmin, trêmula.

- Lobisomem! Ai-meu-Deus! – completou Bruna, correndo para o lado de Yasmin, que acabava de se sentar no chão do quarto, ainda em choque com toda a história.

Não sabia o que se passava com ela. Há menos de um dia ela simplesmente não podia ver Remus na sua frente. E agora sentia ciúmes quando o via com outras garotas, e sentia seu peito se rasgar, ao saber que Remus carregava tão um fardo tão pesado.

- Merlin! Eu não posso acreditar nisso – disse, derrotada.

- Yas... Fica calma... Por favor... Você não ta, realmente se importando com o fato do Remus ter esse pequeno... hum... probleminha, né? – indagou Bruna, olhando assustada para a amiga.

- Bruna! Mas é obvio que não! Como eu poderia? Você sabe que eu sou uma das poucas pessoas que não tem o mínimo problema com Lobisomens! Mas não entra na minha cabeça! Por que homens tão bons, como o Remus, como o meu irmão... Eu não sei... Eu to sentindo uma dor horrível no peito! – disse Yasmin deixando que algumas lágrimas, de angustia rolassem por seu rosto.

- Amiga! Isso só prova o quão maravilhosos eles são! Muitas das pessoas que passam por isso acabam se entregando! Usando isso para “contaminar” mais gente... Pois não aceitam o fato de elas não terem uma vida normal, enquanto os outros são felizes! Agora o Remus, e o Lucas... São pessoas íntegras! E que também não se deixam abater! Quantas vezes em nossos seis anos de estudo com ele nós o vimos praguejando por esse mal? Quantas vezes tivemos alguma noticia de Lobisomens nessa região? Nunca... Muito pelo contrário, ele está sempre feliz, de bem com a vida, sempre disposto a ajudar! Nós não podemos julgar o Remus... Isso é o que ele menos precisa! – Disse Lílian, sabiamente, acalmando a amiga.

- A Lily ta certa, Yas! Nós não podemos discriminar o Remus! Jamais! Isso seria baixo, e mesquinho da nossa parte. – completou Bruna.

- Eu não penso em discriminá-lo Bruh! – disse Yasmin, decidida – Sabem... O Remus é um dos melhores garotos que eu já conheci... Mesmo o “detestando” antes... Eu sempre soube... Do caráter dele... Ainda que vez ou outra ele ajude o Sirius e o James a pregarem peças no Snape! Mas não importa! As milhares de coisas boas que ele faz diariamente compensam! – disse Yasmin, para depois, com os olhos brilhando em esperança completar – Eu preciso ajudá-lo! Sei que ele deve sofrer com essa situação muito mais do que aparenta!

- Amiga... Isso tudo é muito lindo! E eu acho ótimo que de uma vez por todas você compreenda que o valor do Remus não deve ser analisado por um primeiro beijo mal sucedido, mas como você pretende fazer tudo isso? Yas... Ninguém pode mudar o fato dele ser o que é! Você sabe disso! – declarou Bruna, pois não queria que a amiga alimentasse falsas esperanças.

- Eu sei disso... O que eu pretendo é descobrir a forma como os marotos o ajudam! Talvez eu possa tirar alguma “inspiração” desse ato deles... E descobrir uma forma de amenizar a angústia dele, quando chega a Lua Cheia.

- Aiii isso é maravilhoso... Apesar de que o que animaria bastante o Remus da sua parte, definitivamente, seriam coisas que os marotos não podem fazer por ele! – disse Lílian, sorrindo marota para animar a amiga.

- Então é isso! Nós vamos seguir os marotos hoje à noite. – disse Bruna, levantando decidida.

- Sim... Obrigada meninas! – disse Yasmin, sorrindo agradecida, ao que as amigas trocaram um olhar de entendimento, e pularam para cima de Yasmin, dando-lhe “um abraço de urso”, fazendo com que as três caíssem no chão.

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