Capítulo Único



Meu amor,

Escrevo-te para te apresentar o meu amor por ti. Tenho medo de te dizer de frente, de te olhar pelo lado e não perceberes o quanto gosto de ti. Quero ganhar coragem para te dizer, mas não consigo. E como as palavras, quando saídas da boca, podem sair deturpadas, escrevo-te, pesando cada palavra, evitando a solidão, evocando a ausência, o amor que tu és, a falta que me fazes, a ausência que provocas.
Amo-te. Ainda não percebo o que me falta dizer, escrever ou até falar. Quero-te para mim, mas ao mesmo tempo, prefiro-te ausente. Não me percebo. Tenho-te na mão e, de repente, foges-me atiçada pelo fogo do amor. Percebo a ilusão, mas a magia que me provocas é inaudível, imperceptível. Apenas eu e tu conseguimos ouvi-la, tocá-la, amá-la.
Percebo se perguntes o que eu, Harry Potter, tenho para amar. A minha vida sempre foi uma ilusão, uma magia que me provoca, que me goza, não percebo. Não queres. Não sei se eu procuro os problemas ou se eles vêm ter comigo. Sei apenas que te amo e que nada pode mudar isso. Ausente. Não estás aqui. Nem sei a quem vou mandar esta carta. Vou deixar que o fogo a queime e que a mande para ti. Tu aí, que estás escondida por entre as nuvens, não estás comigo, estás ausente, perdida dentro do meu coração.
Queria que fosses aquela que me percebes, aquela a quem eu pudesse beijar. Ausentaste-te e eu por cá fiquei. Pediste-me para esperar e eu esperei. Pediste-me para esperar um pouco mais e eu obedeci. Mas agora começo a ficar inquieto. Pedes-me sempre para esperar, e eu espero, mas não apareces. Pensando sempre que tu vais encontrar-me ao virar da esquina. É tudo mentira. Ausentaste-te e eu não te procurei. A culpa é minha. Não quis mais saber de ti.
Dentro das tuas palavras encontrava-se mais palavras. Uma frase que dizia para ir ter contigo e eu não percebi. Não sei. Será que realmente existes? Peço-te, mais uma vez, que te mostres para mim, porque queria que fizesses um esforço para me ouvir. Queria realmente que percebesses, que entendesses que eu preciso de ti mais do que tudo. Mas já não sei. Não entendo qual é a probabilidade de te ver sem te amar. Amo-te, ausente. Preciso de ti, ausente. Mas não és mais do que isso. Ausente.
Será que preciso de morrer para te ver? Não percebo qual é o teu desejo. Será realmente possível ver-te? As palavras começam a faltar-me e eu ainda tenho tanto para te dizer. Não te vou maçar mais, ausência. Ouves-me se quiseres. Ficas ausente, no teu canto, aconchegada, e não queres mais saber de mim. Não queiras. Não quero. Só precisas realmente de saber uma coisa.
Amo-te. E vou enviar esta carta pelo fogo, esperando vivamente que ela chegue até ti, e que tu a leias e que percebas que tu és mais do que tudo. És ausente.

Espero por ti,
Harry Potter

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.