Preparativos para a Lua de Mel



CAPÍTULO XV. PREPARATIVOS DA LUA DE MEL

O que pesava mais naquela volta à Hogwarts? Alívio ou insegurança? Ela não sabia.

Alívio, porque finalmente poderia ver os seus filhos, de que ela tanto tinha saudades e já não queria se separar nem por um segundo... Insegurança, pois, depois de espalhar aos quatro ventos que não queria entrar na guerra, tinha se metido numa missão suicida, e ela nem sabia exatamente porque tinha feito aquilo.

Sim, de fato, ela estava com vontade de participar da missão... Provavelmente apenas para tentar evitar que Snape se matasse – embora ela tentasse se convencer a todo custo que apenas não queria que a missão de destruir parte da alma de Voldemort fosse um fracasso pelo mero desconhecimento de Artes das Trevas.

Ela suspirou, andando pelos corredores desertos de Hogwarts, enquanto tentava tirar a imagem que insistia em lhe perseguir: o cadáver de Snape.

Vai dar tudo certo, Amélia. Vai dar tudo certo!’

Concentrando-se para pensar positivo, ela abriu a porta da sua sala...

Apenas para ver Elizabeth sorrindo, para desejá-la boas vindas.

- Mia!

Amélia deu um sorriso cansado... Não estava com paciência para os infindáveis interrogatórios de Elizabeth sobre com quem ela saiu sábado à noite.

- Ah, Lizzy! Não esperava encontrar você aqui!

As duas trocaram um abraço tímido.

Enquanto Elizabeth providenciava chá para as duas, Amélia apenas se acomodava na sua própria sala.

- E então? Finalmente de volta! O estresse passou?

- Nunca estive estressada. Foi só uma desculpa que aquela velha arranjou para me afastar.

A loira deu um sorrisinho abafado.

- E então? O que você fez durante as semanas de férias?

Amélia deu de ombros.

- Isso ou aquilo. Nada de especial. Os meninos, como estão?

- Ótimos! Sabe, eu passei um tempo com eles... São crianças adoráveis! Especialmente Phillipe! Você sabia que ele se interessa por Artes das Trevas?

- É mesmo? – Amélia fingiu surpresa. Ela sabia que os dois garotos se interessavam por Artes das Trevas, pois, assim como os seus pais fizeram, procurava ensiná-los desde que eram muito pequenos.

- Sim! Espero que você não se importe, mas ensinei algumas coisas a ele!

- Eu já ensinei um pouco a ele... Mas espero que ele não tenha aprendido nada ilegal! O que eu ensino é apenas defensivo – mentiu.

Elizabeth mordeu o lábio.

- Talvez eu tenha ensinado um pouco mais que isso. Mas o que eu podia fazer, o menino é muito interessado!

Amélia crispou os lábios. Não queria que ninguém interferisse na educação dos seus filhos nesse sentindo.

Mas o que a intrigou foi o fato de Elizabeth sempre ter sido pessoa boa – da sua própria maneira peculiar... como ela poderia ter aprendido o suficiente sobre artes das trevas para ensinar coisas ilegais para seus filhos? Amélia ainda se lembrava que, em Hogwarts, as notas da colega de quarto não eram das maiores, e ela vez por outra, pedia sua ajuda nas matérias.

Mas Amélia deixou de pensar nisso assim que dois meninos de cabelos e olhos muito negros abriram a porta.

Ela não pôde evitar que o coração pulasse quando, depois de duas semanas, viu os rostos tão parecidos.

E percebeu o quanto eles pareciam com o pai.

- Ed! Phill! Que saudade!

Amélia não conseguia apagar o seu sorriso abobalhado enquanto abraçava os dois.

Edward disse:

- Recebi as notas da última prova de poções, mãe. Tirei um Ótimo!

- Parabéns!

Elizabeth, sorrindo, disse:

- Ah! Talento para Poções, exatamente como o pai!

O sorriso de Amélia morreu.

Os dois meninos olharam para a mulher.

- Como nosso pai? Você sabe quem é o nosso pai?

Ela mordeu o lábio, como confusa.

- Ah, Mia, você não contou a eles?

Com os lábios crispados, ela respondeu.

- Aparentemente, não.

Elizabeth deu um sorriso amarelo para os meninos, enquanto começava a se encaminhar para a porta.

- Nesse caso, é melhor eu ir! Tchau!

E saiu.

Rapidamente, Phillipe demandou:

- Ela sabe quem é o nosso pai? Afinal, Amélia por que você não conta para nós?

Amélia evitou o olhar dos meninos. Respirou fundo, tentando manter a voz calma, apesar do nervosismo que faziam as suas mãos suarem e tremer.

- Porque não. E você, como foi na prova de poções?

- Aparentemente também puxei a meu pai desconhecido e tirei um Ótimo. Quem ele é?

- Eu não vou contar! É melhor para vocês que não saibam.

O menino olhou para a mãe da mesma maneira que Severo olhava quando se sentia ultrajado. Sem dizer uma só palavra, ele saiu.

Amélia se jogou numa poltrona, sentindo a cabeça começar a latejar.

- Mãe?

Ela olhou para o filho, que vinha, carinhoso, em sua direção.

- Eu queria que você entendesse... Agente não quer ver você triste, mas eu acho que é nosso direito saber quem é o nosso pai.

Amélia tentou sorrir, angustiada.

- É. E eu juro que, um dia, eu direi. Mas, nesse momento não dá.

- Por que?

- Ah, meu amor... Se eu contasse, provavelmente estaria envolvendo vocês em algo muito perigoso...

- Na guerra?

- De onde você tirou essa conclusão? – ela perguntou com o coração pulando.

- Bem, você trabalhou na guerra passada...

Lentamente, suspirou, sentindo que não podia mentir.

- Sim, Ed. Se eu contar, provavelmente estarei envolvendo vocês na guerra.

Ele assentiu, sensato.

- Então você jura que um dia conta?

- O mais breve possível.

Então, ele deu um beijo e foi saindo da sala.

- Para onde você vai?

- Lizzy vai dar aula de Artes das Trevas para agente, agora! Tchau!

Lizzy...?’

XxXxXxX

A semana se passava, e, cada vez mais freqüentemente, Amélia se encontrava com Severo para discutir quando e como partiriam para buscar um novo Horcrux, em reuniões secretas e quase particulares da Ordem da Fênix.

Agora era sexta-feira, e, mais uma vez, Amélia estava numa sala da Casa do Grito, escutando a voz aveludada de Snape.

- Poderemos fazer a viagem amanhã pela noite, antes da hora do jantar.

Ele tinha contado há pouco, que para fazer com que Voldemort aceitasse a pequena viagem dele com Amélia, tivera que entregar a ele uma nova poção que passara anos desenvolvendo. O efeito que ela tinha de deixar a pessoa que a ingerisse num estado em que, para todos, ela parecia morta: sem respiração, sem batimentos cardíacos... Até que o antídoto fosse tomado. O Lorde das Trevas pretendia usá-la em Azkaban, para liberar seus presos.

Uma poção perigosa nas mãos erradas.

- E o que você disse para ele, Severo – Amélia perguntou, curiosa. – Simplesmente que estava com vontade de viajar comigo?

Ele deu um meio-sorriso um tanto maligno para Amélia.

- Para os Comensais, Amélia, nós estamos secretamente casados e saindo em lua-de-mel.

Ela não pôde evitar a risada.

Ele continuou.

- E, para tanto, você deverá trocar a sua aliança por uma que você encontrará no meu antigo escritório, na última gaveta do canto esquerdo da parede em que fica a porta que dá para o quarto. Ela tem um fundo falso. A aliança está logo abaixo dela. E não esqueça de trazer a minha amanhã.

Amélia assentiu, tentando não deixá-lo perceber que ela já tinha encontrado antes essas alianças... As alianças que ele usaria, anos antes, para pedi-la em casamento.

McGonagall, que nada partilhava do clima amistoso, disse:

- Então você sairá do castelo às sete horas. Quer que eu avise à Madame Pomfrey para cuidar da medicação do seu filho?

- Não, não. Elizabeth se dá muito bem com os dois, eu vou pedir para que ela cuide disso. Porém eu quero, sim, que Pomfrey cheque todas as noites se ele, de fato, recebeu o remédio.

XxXxXxX

No momento em que a noite de sábado chegou, Amélia terminava de fazer as suas malas.

Quando já estava encolhendo-as, Elizabeth abriu a porta.

- Mia! Já vai?

- Sim, sim. Você tem certeza que pode dar os remédios a Edward? Seria um alívio para Pomfrey. Ela odeia ter que ver os efeitos colaterais da poção.

- Não se preocupe, eu sou forte. E não será problema algum.

- E faça-os estudar para Trato de Criaturas Mágicas! Não estão muito bem nessa matéria!

Ela assentiu, enquanto via Amélia sair da sala, vestindo um casaco por cima do vestido e colocando as malas dentro a sua pequena bolsa.

Como já tinha se despedido dos filhos, fez logo o seu caminho pela densa Floresta Proibida, até chegar ao ponto em que a aparatação era válida.

E, pela primeira vez em semanas, Amélia aparatou no bar fétido em que se encontrava com Snape.

Sentiu um calafrio ao lembrar o que tinha acontecido na última vez em que estivera aqui.

Sem reparar que a expressão no rosto dos freqüentadores era bem menos hostil que normalmente, aproximou-se de Snape, que sentava-se na mesma mesa de todas as vezes.

Ele levantou-se assim que ela aproximou-se. Beijou a sua mão.

Amélia tirou da bolsa a aliança que ele deveria usar. Num gesto que ela preferia ter evitado para manter a sua sanidade, vestiu o anel no anelar esquerdo de Snape, quase matrimonialmente.

Com as mãos dadas, os dois saíram do lugar, e, imediatamente, desaparataram.

XxXxXxX

É... as coisas estão caminhando para o fim... Agora começa a reação em cadeia que leva à vingança!

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