Passos ao coração
- E... Nossa... Eu... Nem sei... Sei como agradecer! – disse Harry sorrindo.
- Sorria, pelo menos sorria! – disse Hermione pulando de felicidade.
- Mas como não poderia! – disse Harry sentiu um forte calor por dentro.
- Espera um minuto! – disse ela fazendo a luz apagar. – Você tem algum pote?
- Só os do sabão em pó, que passam pra que eu lave as roupas. Por quê? – perguntou curioso, mas ainda com um sorriso.
- Pegue-o, depois eu trago outro! – pediu ela encostando-se à porta.
Harry desceu em meio ao escuro, mas como sabia exatamente onde guardava suas coisas ele encontrou o pote que lhe entregavam de três em três dias.
- Aqui está! – disse ele após subir novamente a escada.
- Ótimo me entregue! – pediu ela agachando a ponto de ver pela portinha onde passava comida. Era uma fresta até que grande para que passasse um pote de dez centímetros em pé. – Como funciona sua higiene? – perguntou ela curiosa.
- Eu ganho sabão, pasta de dente, escova, toalha e lençóis limpos, sabão para lavar as roupas e papel higiênico. Aqui tem um chuveiro e uma privada, a higiene e até que correta. Mas você vai fazer o que com o pote? – perguntou Harry tentando enxergar qualquer coisa pela fresta onde passava a comida.
- Olha só! – ela abriu o pote, apontou a varinha e disse algo muito baixo a ponto de Harry não conseguir ouvir.
Uma pequena chama entrou no pote e Hermione fechou.
-Toma aqui! – disse Hermione abrindo o portinha. Em um segundo os olhares deles se encontraram, e com luz puderam ver como eram belos.
Hermione era uma senhorita com cabelos castanhos lanzudos, pele macia e clara, boca pequena, parecia uma boneca.
Harry tinha cabelos negros e fortes olhos verdes, rosto fino, pele bonita para alguém que vivia na umidade, e mesmo dois anos dentro de uma sela escura, ele continuava bonito.
- Nossa, Obrigado! – disse Harry depois de um tempo constrangido. – Mas como esconderei isso?
- E só jogar um pano por cima que a luz some, e quando tiver frio e só se aproximar, parece uma pequena chama, mas ela esquenta muito bem, ainda ajudara na umidade.
- Nossa eu nem tenho palavras pra agradecer! – disse Harry enquanto encarava o pote, esse fora seu melhor presente, parecia um simples objeto, mas fazia profunda diferença.
- Que tal agradecer comendo comigo um pedaço de pizza? – e disse algo fazendo um feitiço.
- Pizza, nem me lembro o gosto. – disse se lembrando que a ultima vez que comera pizza fora com Gina, sentiu uma pontada de ódio, mas decidiu esquecer.
- Então, como era sua vida?
********
- Sabe? Você ta me acostumando mal! – disse Harry se servindo de lasanha.
Já haviam se passado, meses desde que Hermione entrara naquele buraco para vigiar a sela um que continha o Senhor Potter.
- Aproveita que ta cada vez mais difícil descer com comida. Por falar nisso você ta fazendo o quê com a comida que você finge comer? – ela nunca tinha parado para pensar nisso, conversava tantas coisas com Harry que esquecia as vezes que ele era um presidiário, contanto, a única coisa que ele nunca tocava era sobre o que aconteceu no dia em que matou mais de cinqüenta pessoas.
- Eu cavo um buraco e jogo tudo lá, às vezes eu acho que derrete, quando vou jogar mais não tem nada. – disse ele como se fosse algo extraordinário.
- Ainda bem que você não come mais isso! – disse ela passando um pote com arroz e uvas passas que sua mãe havia feito no almoço.
- Você não existe mesmo! – disse ele pegando o pote.
- Eu lembrei que é o seu prato preferido e trouxe! – disse ela envergonhada, ela estava ali há tanto tempo que sabia até o prato preferido de Harry.
- Nossa! – disse Harry sem palavras.
- Hei! – disse Hermione lembrando de algo que ouvira há algum tempo. – Você não é animago?
- Sim, por quê? – perguntou enquanto guardava o pote na parte debaixo.
- Que animal você pode se transformar mesmo? – perguntou ela fazendo Harry se desconcertar.
- Uma águia. – disse ele com calma.
- Você pode se transformar sem precisar de varinha? – perguntou ela com um sorriso. Hermione encarou o relógio era ainda quatro e quarenta.
- Sim posso! – disse ele fazendo grunhidos.
Houve algum tempo em que Hermione tentou escutar alguma coisa, mas não havia som.
Hermione decidiu olhar pela fresta, houve um ruído e um pássaro saiu voando de lá.
O pássaro começou a sobrevoar a sala, e Hermione começou a ficar com medo de que alguém ouvisse.
- “Incarcerous”! – proclamou Hermione à ave.
O feitiço voou até ela e cordas surgiram prendendo suas assas. O pássaro começou a cair em sua direção, mas no meio do ar ele se tornou um alto homem.
– Ai! – disse ela quando foi atingida pelo homem que caiu do céu.
- Desculpa! – pediu ele envergonhado tentando sair de cima dela, mas ele ainda estava amarrado e não conseguia se mexer.
- E que... – e Hermione abriu os olhos, que fecharam com o susto.
Harry estava ali a sua frente, seus rostos estavam pertos. Seus narizes se tocavam, o ar ficou pesado, os corações aceleraram e o calor preencheu a sala.
E num simples ato Harry a beijou.
Hermione parecia surpresa, mas após o susto se rendeu ao beijo, um beijo romântico e intenso de paixão. Um beijo quente e desejado. Um beijo pra toda uma vida.
- Cinco pra as cinco! – disse o guarda na outra sala assustando os dois.
- Tira as cordas! – pediu Harry em cochicho para hermione.
Mas Hermione estava atônita com um sorriso nos lábios, congelada.
- Acorda! – disse Harry no ouvido dela fazendo-a levantar apressada e deixar Harry bater com o rosto no chão.
- Desculpa! – disse ela enquanto retirava as cordas que prendiam Harry.
- Tchau! – disse Harry se preparando para transformar em águia novamente.
- Tchau! – disse Hermione dando um beijo rápido em Harry, mesmo sendo na bochecha Harry se envergonhou.
E continuou a transformação. Hermione ficou maravilhada vendo Harry se transformar em um pássaro, e em incrível velocidade ele passou pela fresta.
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Falta um ou dois capítulos, está indo bem, assim espero, não é?
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